Dicas para a sala de aula com um
disléxico
1. Colocá-lo de frente
e no centro da lousa, preferencialmente na 1ª carteira.
2. Tê-lo sempre perto
da professora, que supervisiona seus trabalhos, principalmente na organização e
seqüência das atividades.
3. Escrever claro e
espaçado na lousa, delimitando as partes da lousa (duas ou três partes no
máximo) com uma linha divisória vertical bem forte.
4. Escrever cada parte
da lousa com uma cor de giz. Ex.: à esquerda com branco, centro com amarelo e à
direita com azul claro.
5. Explicar que estas
divisórias são feitas somente na lousa, para facilitar a leitura e não devem
ser reproduzidas no caderno das crianças.
6. Exigir disciplina e
concentração no conteúdo abordado, permitindo interrupções e opiniões
espontâneas, desde que pertinentes ao assunto. Dizer ao aluno caso sua
colocação esteja fora de contexto.
7. Valorizar sempre o
conteúdo trabalhado e “tolerar” as dificuldades gramaticais, como letra
maiúscula, parágrafo, pontuação, acentuação, caligrafia irregular, etc.
Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
8. O disléxico
geralmente tem dificuldade com a orientação e organização espaciais. Pode, sem
perceber, pular folhas do caderno, pular linhas indevidamente, escrever na
apostila trocada, fazer anotações em locais inadequados. Mostrar sempre o
certo, não punir o erro e não criticá-lo pela falta de atenção. Diminuir a
tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
9. O disléxico
geralmente tem dificuldade em ficar sentado na carteira por muito tempo
seguido. Permitir que levante-se, aponte o lápis, vá até a lousa, ou outro
movimento que o relaxe, exigindo que retorne ao lugar em seguida.
10.
Ser sempre clara e sucinta nas explicações das ordens dadas oralmente,
preferencialmente dando exemplos e mostrando onde quer que faça a atividade.
Ex.: do lado direito superior da folha, mostrar o lado e a orientação.
11.
Em lugar de dizer o que não deve ser feito, diga sempre o que é esperado
que se faça e como é para ser feito. Repetir a ordem se necessário.
12.
Elaborar aulas com material visual, claro, criativo, que chame atenção.
13.
Usar sempre mais de um canal de aprendizagem e informação, com diferentes
recursos audio-visuais. Ex.: entonação na voz, dramatização, sons, desenhos,
texturas, luzes, músicas, descobertas, retroprojetor, data show, etc. além da
tradicional memorização de aulas expositivas.
14.
Estar sempre em contato com o profissional que atende a criança, sabendo
quais as letras que já foram trabalhadas para que possa ser exigido o acerto.
15.
Não trabalhar no limite, esperando que com o tempo vai passar. Sempre
entrar em contato com a coordenação, com os pais, com os profissionais que
assistem o disléxico. O stress do professor só piora o quadro, traz frustração
e afeta a motivação de todos. Mantenha o bom humor e a confiança de que haverá
sucesso.
16.
Trabalhar sempre com o erro como forma de aprendizado e nunca como meio
de punição. Ex.: se trocou letras, mostrar o erro, ler o erro, produzir o erro
e estimular a classe a corrigi-lo, sem estigmatizar o aluno
17.
Produzir erros “de propósito” para que os alunos descubram. Só aquele
que aprendeu pode corrigir.
18.
Estimular atividades conjuntas, onde um começa, o outro continua e
vice-versa. Ex.: troca de cadernos, o aluno é o professor, trocam os lugares,
ficam os cadernos, etc.
19.
Não dar muitos exercícios repetidos. O disléxico não aprende pela
repetição, ao contrário, cansa-se mais facilmente e desmotiva-se.
20.
Criar novas formas de ensinar a mesma coisa, pedir que as crianças
elaborem exercícios, tornando-se co-autoras do aprendizado.
21.
Em um texto espontâneo, valorizar as idéias, o conteúdo. Dar notas
separadas para a idéia e para a escrita.
22.
Em provas de outras disciplinas, como ciências, história, etc., corrigir
pelo conteúdo e não descontar nota por erros de português. Aumentar a exigência
à medida que avançam os anos escolares.
23.
Em avaliações, sublinhar (se possível) o que se está pedindo,
destacando-se do enunciado da pergunta. Ensinar a criança a destacar as
palavras-chave do texto.
24.
Não exagerar na quantidade de tarefa e sim na qualidade. Não permitir
que os pais corrijam a tarefa, para que o professor possa avaliar o nível de
aprendizado e reestruturar o conteúdo.
25.
Delimitar em colunas os cálculos matemáticos, para que não se confunda
na orientação espacial.
26.
Aceitar respostas objetivas, diretas, curtas, desde que contenham a
resposta solicitada. Aumentar a exigência à medida que os anos escolares
avançam.
27.
Os textos do disléxico tendem a ser desorganizados, com falhas na
seqüência dos fatos e excesso de pronomes. Explicar e numerar os parágrafos.
28.
A leitura do disléxico geralmente é muito ruim, porém a compreensão pode
estar preservada. Ele pode ler palavras trocadas, de conteúdo semântico
semelhante. Ex.: /unir/ por /juntar/; /beber/ por /tomar/. Tolerar, desde que a
compreensão seja preservada.
29.
Se o professor não entendeu o que o aluno escreveu, a letra, ou o que
ele quis dizer, solicitar que ele leia sua escrita, antes de corrigir.
30.
Não privilegiar o disléxico em nada, apenas compreender que suas
dificuldades são reais e neurológicas, que ele necessita tratamento
especializado para evoluir como os demais.
31.
O disléxico é tão inteligente ou mais que os outros alunos. Apresenta
falhas de percepção de origem neurológica. Ele não erra de propósito, nem
dispersa-se porque não está interessado. Necessita de variedade e flexibilidade
por parte do professor, além de uma boa dose de paciência e tolerância.
32.
Disciplina, organização e criatividade são os fatores chave para que um
disléxico tenha sucesso em sala de aula. A rigidez e os modelos pré-concebidos
não se encaixam com este aluno.
33.
As disciplinas que envolvem memorização são dificilmente assimiladas.
Use preferencialmente cartazes com resumos, com cenas, figuras alusivas ao
tema, dramatizações, filmes, que facilitem a associação com o conteúdo a ser
memorizado.
34.
Ensinar o aluno a resumir, extrair as palavras-chave da frase, do
parágrafo, do texto.
35.
Ensinar o aluno a parafrasear, isto é, dizer com suas palavras o que
entendeu, passando para a escrita.
36.
Ensinar o aluno a ler, parar e avaliar se compreendeu. Não permitir que
leia toda a página para chegar a conclusão, no final, de que não entendeu nada.
Sempre procurar literatura especializada, orientação e metodologia adequadas.
Fonte: http://www.metododasboquinhas.com.br/DicasSaladeAula.aspx
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