segunda-feira, 15 de maio de 2017

Qual é a mimica?
 
O que é?
Exercício de atenção, expressão e comunicação corporal.

Para quem?
Crianças até 12 anos. 

Materiais
Aparelho de som; cadeiras; folhas de sulfite; lápis de cor ou tinta guache; filipetas com comandas para mímica, que você preparará com antecedência, podendo ser mais simples ou mais sofisticadas, de acordo com a faixa etária das crianças (objetos, animais, situações de interação etc.).

Onde fazer?
No pátio, ao ar livre.

Em quanto tempo?
Um encontro de aproximadamente 90 min.

Para quê?
Criar possibilidades de comunicação com o movimento do próprio corpo.

Expectativas de apendizagens:
Desenvolver a criatividade para resolver problemas, o esquema corporal e a habilidade de comunicação não verbal.

Como desenvolver
Disponha as cadeiras em círculo e receba as crianças, dando “bom dia!” ou “boa tarde!” a eles, apenas com... mímica! Pode ser um amplo sorriso, acompanhado de um aceno de cabeça ou um gesto largo, com os braços e as mãos, convidando-os a se sentarem nas cadeiras ou ainda... Quem sabe, eles já não entram no clima?...

Depois que todos se sentarem na roda, abra a conversa, agora usando a palavra, perguntando o que entenderam sobre a inusitada situação que você provocou. Dê espaço para que falem sobre suas hipóteses, seus estranhamentos e mesmo sobre a adesão que, eventualmente, alguns possam ter feito à proposta, interagindo com sua mímica.

Fale um pouco sobre a comunicação sem palavras. Já viram um filme mudo? Já viram duas pessoas que não falam a mesma língua se comunicarem? Já tentaram dizer alguma coisa a alguém, só com gestos? Não vale palavrão!

Diga que a brincadeira do dia será de mímica. Você colocará um som para todos dançarem, em volta das cadeiras. Em um determinado momento, quando houver uma interrupção da música, todos deverão procurar a filipeta que está embaixo da cadeira à sua frente. Quem encontrar a filipeta que tem uma comanda, terá que representar, com mímica, o que se pede e os outros tentarão descobrir o que é.

E se?
 Se alguns mais vivos, ficarem de olho em você,
 para ver em que cadeira trocará a filipeta, faça
várias menções parecidas de troca, em relação
a diferentes cadeiras, para confundi-los.
Para isso, a cada rodada, você colocará uma filipeta com comanda, embaixo de uma das cadeiras, substituindo a filipeta em branco, disfarçadamente, enquanto eles dançam.

A brincadeira continua até que todos tenham tido a oportunidade de se expressar com a mímica. Em seguida, peça para que expressem, por meio do desenho, que é outra linguagem (linguagem visual), o objeto, o animal ou a situação solicitada em sua comanda.

Hora de avaliar

Proponha que a avaliação seja também por mímica. Cada um expressará o que achou da oficina, com gestos corporais e os demais tentarão descobrir, por meio dos sinais, qual foi a sua avaliação.

O que mais pode ser feito?
Um teatro mudo, só com encenação, envolvendo a turma toda, sem ninguém ficar de fora, para ser apresentado para as outras turmas da instituição. Também poderá ser organizado um festival do cinema mudo, com filmes de Charles Chaplin, por exemplo, para apresentação para as crianças e para as famílias, numa tarde de final de semana.

Gostou?
Então, acesse a oficina Teatro de sombras para pequenos e grandes, deste banco.

Saiba mais
A mímica é uma forma de comunicação humana, por meio apenas de gestos, de movimentos corporais. Como expressão artística, assume várias formas e estilos, sendo o mais conhecido a pantomima, encenação na qual os artistas pintam o rosto de branco, se inspirando na figura do pierrot.

A mímica era utilizada no teatro grego, por atores portando máscaras, na construção e desenvolvimento de seus personagens; um mesmo ator representava vários personagens.

O teatro grego floresceu entre os séculos V e IV aC, com a tragédia e a comédia. Durante o império romano (27aC a 476 dC), estes levaram a mímica para a Itália e, com o tempo, desenvolveram sua própria técnica, incluindo a pantomima. Com a queda do Império Romano, a Igreja Católica proibiu a mímica, fechou teatros. Mesmo assim, essa forma de arte sobreviveu.

Na Idade Média (sec V a XV), a mímica foi adotada pelos atores da “commedia dell’arte”que a utilizavam em representações nas praças e mercados, tornando-se um dos fatores mais importantes de atuação do espetáculo teatral e circense. Isso era acentuado pelo uso das máscaras que determinavam papéis mais ou menos estereotipados para os atores, originando alguns personagens, como o arlequim, reprentante da classe servil, por exemplo. As chamadas trupes (grupos teatrais) se apresentaam para qualquer classe social e sua temática era contemporânes e bastante crítica.

Alguns grandes mímicos foram Jacques Copeau, Charles Dullin e Etienne Decroux (durante a Primeira Guerra Mundial), Marcel Marceau (depois da Segunda Guerra, tendo sido aluno de Decroux).

No Brasil, destaca-se o carioca Ricardo Bandeira (RJ- 11/01/1936 –SP- 10/10/1995), que contribuiu muito para o amadurecimento dessa linguagem artística no país, projetando a nossa mímica no exterior.

Fonte de Referência
Soler, Reinaldo. 100 jogos cooperativos com música: jogos para celebrar a cooperação. Rio de Janeiro: Sprinter, 2011.         
Pega-pega, nunca de três

O que é?
Brincadeira de pegador.

Para quem?
Crianças.

Onde fazer?
No pátio, ao ar livre.

Em quanto tempo?
Um encontro de aproximadamente 90 min.

Para quê?
Desenvolver a capacidade de observar o que está à sua volta e a habilidade de interferir no rumo dos fatos, assumindo outro papel possível nas circunstâncias dadas. Clique aqui para saber mais.


Expectativas de aprendizagem
Tomar iniciativa para alterar o rumo dos fatos; colocar-se no lugar do outro; desenvolver a atenção; valorizar a solidariedade.

Como desenvolver

Na roda, converse sobre o pega-pega. Provavelmente todos conhecem a brincadeira. Diga que irão realizar essa brincadeira, mas com novidades. Neste pega-pega proposto, nunca quem está em grupo de três pode ser pego.

Explique como funciona: uma criança será sorteada para ser o pegador e outra será sorteada para ser o fugitivo. As outras se organizarão em duplas, com uma das mãos dadas e ficarão andando pelo pátio.
E se?

Se a quantidade de crianças exceder o número necessário de participantes para
constituir 1 pegador, 1 fugitivo e várias duplas, sorteie mais 1 pegador ou/e mais 1
fugitivo, de forma que todos possam participar.
Ao sinal do professor, a brincadeira começa, com o pegador correndo atrás do fugitivo. Quando este se cansar ou se sentir ameaçado, pede socorro a uma dupla, pegando na mão de um de seus integrantes e formando um trio. Então, o pegador não poderá pegá-lo. Mas, essa nova situação obriga o outro participante, que não está de mãos dadas com ele, a sair da dupla, transformando-se em fugitivo. Da mesma forma, o pegador, quando se cansar, pode mudar de posição, dando a mão para uma das crianças da dupla. Aí, a outra criança da dupla assume o papel de pegador. A dinâmica da brincadeira exige concentração de atenção dos participantes.
E se?

Se o participante que deve sair do trio, com a chegada do fugitivo, para se tornar, agora ele, o fugitivo, não perceber o que está acontecendo, os outros dois dão o alerta para ele.
A brincadeira prossegue até que comecem a demonstrar cansaço. Faça um intervalo para descansarem e beberem água.

De volta ao grupo, em círculo, convide-os a discutir a brincadeira, chamando a atenção para a atitude colaborativa entre os participantes. Então, sugira que criem uma variação da brincadeira que tenha essa mesma característica, propondo-se a ajudá-los.  Definidas as novas regras da brincadeira, todos voltam a brincar.
E se?

Se não houver sugestões por parte do grupo, você faz a proposta, como a que
segue abaixo.
Na nova rodada de brincadeira, sorteia-se um pegador e um fugitivo, podendo haver mais de um fugitivo, conforme o número de crianças. As demais crianças se distribuem em trios, fazendo rodas e pulando. A um sinal do educador, a brincadeira começa. Quando o fugitivo quiser se proteger, pode entrar em uma das rodas dos trios, assim não poderá ser pego. As crianças do trio ficam pulando para confundir o pegador e facilitar a saída do fugitivo. Se o pegador conseguir pegar o fugitivo, ambos trocam de posição.

Depois de aproximadamente 10 min., dê um sinal e troque os pegadores e fugitivos, pedindo voluntários. E assim, sucessivamente, até que os voluntários tenham experimentado o papel pretendido.

Hora de avaliar

Sentados em círculo, peça para falarem o que acharam da atividade: gostaram? Foi divertido? Foi bom ajudar os colegas em situação difícil? Por quê? Que outras modificações introduziriam para a brincadeira ficar mais divertida? Que papel foi mais fácil de desempenhar: o de pegador ou o de fugitivo? Por quê? Foi mais fácil ajudar uns do que outros? Por que é importante pedir ajuda? Alguém não se envolveu na brincadeira? Por quê? O que ocorreu?

O que mais pode ser feito?
Poderá ser organizado um dia de pega-pega na instituição, mas com a contribuição de todos. Cada turma inventa uma variação do pega-pega, com a ajuda dos professores de Educação Física e dos educadores, digita e arquiva numa mesma pasta na rede da escola, por um período determinado, constituindo uma coletânea.  Ao final, forma-se uma comissão de educadores, professores e estudantes para ler todas as propostas e fazer os ajustes necessários em relação ao tempo e às regras, com a presença e participação de representantes da turma autora.

A coletânea poderá ser ilustrada pelas próprias crianças, ser impressa, e distribuída no dia do evento para participantes e convidados.
Para saber mais

A brincadeira é uma forma privilegiada da atividade infantil de se relacionar com a realidade em que a criança vive para conhecê-la, compreendê-la e expressar os sentimentos e ideias que desenvolve em relação a ela.

As crianças podem dar outros significados aos acontecimentos do cotidiano, diferentes dos significados que os adultos dão, limitados pelos sentidos que eles já elaboraram. Isso porque as crianças estão constantemente criando novos significados, ou seja, produzindo cultura.

A brincadeira é muito importante no estabelecimento de laços de cooperação entre as crianças, além de desenvolver a imaginação e a criatividade. O jogo e a brincadeira são atividades submetidas às próprias regras e não às regras sociais que regem as situações concretas de vida, por isso permitem a introdução de variações, cujo exercício estimula a criatividade e a flexibilidade de raciocínio e de atitudes, importantes para a inclusão de todos, para a tolerância com os adversários, com os que não estão na mesma situação, no jogo. A convivência e a comunicação entre as crianças, na brincadeira, requerem uma constante negociação de regras e a transformação dos papéis assumidos pelos participantes, criando espaço para o novo, para o imprevisível.

A necessidade psicológica motiva o lúdico; não se brinca se não há o desejo de brincar. Mas, esse desejo pode ser estimulado pelas pessoas e pelo próprio ambiente. Nós, educadores, temos esse papel. Para isso, precisamos ter claro que a criança, para brincar, precisa sentir-se emocionalmente bem com o grupo e querer brincar. Brincadeira não é punição.

Fontes de referência
 - Parâmetros socioeducativos: proteção social para crianças, adolescentes e jovens -  Igualdade como direito, diferença como riqueza. CENPEC; SMADS; Fundação Itaú Social. São Paulo. 2007.
- Livro de estudo: Módulo II / Karina Rizek Lopes, Roseana Pereira Mendes, Vitória Líbia Barreto de Faria, organizadoras. – Brasília: MEC. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação a Distância, 2005. 66p. (Coleção PROINFANTIL; Unidade 7)

Gostou? Veja também...
- a oficina “Festival de jogos recreativos”;
- os sites:
Brincadeiras de Tubarão

O que é?

Brincadeira de pegador.

Para quem?

Crianças de até 12 anos. 

Materiais

Aparelho de som, giz, gravuras de tubarão, papel sulfite, lápis de cor e tinta guache, barbante e prendedores para montar um varal.

Onde fazer?

No pátio, ao ar livre.

Em quanto tempo?

1 encontro de aproximadamente 90 min.

Para quê?
Perceber o outro, que está diante de si, em situação vulnerável, buscando incluí-lo; perceber que somos todos iguais. Clique aqui para saber mais.

Expectativas de apendizagens:

Organizar ações coletivas para acolher e cuidar do outro; integrar-se no grupo; desenvolver resistência aeróbica.

Como desenvolver

1ª Brincadeira: A ilha que salva
E se?

Se alguma criança ficar de fora do círculo, por não ter percebido o sinal dado pela retirada do som, ou porque as demais crianças não o protegeram, chame a atenção da turma para eles salvarem-na.
Continue tocando a música e parando, por alguns minutos. A um determinado tempo, comece a reduzir, gradativamente, o tamanho do círculo com o giz (a cada duas rodadas de música, por exemplo). Todos terão que caber dentro do círculo.















Pergunte às crianças do que costumam brincar e onde. Verifique se as brincadeiras são coletivas e se envolvem apenas disputa, valorizando o ganhador.

Pergunte se conhecem alguma brincadeira de tubarão. Sabem o que é um tubarão? Alguém já viu algum? Onde? Peça para contarem para o grupo. Mostre algumas gravuras que trouxe.

Proponha então, a brincadeira. Explique que você desenhará no chão, com o giz, um grande círculo, que representará uma ilha, no meio de um oceano repleto de tubarões. Colocará um Cd com música, no aparelho de som, e todos serão convidados a dançar, fora do círculo. 

E se?

Se alguma criança se assustar ou não quiser entrar no círculo, porque ficou envergonhada de ficar por último, por exemplo, crie uma saída. Diga que há um barco passando (você) e que esse barco vai levá-la à ilha.

Quando você parar a música, todos deverão correr para dentro do círculo, para não serem devorados pelos tubarões. Se uma única pessoa ficar de fora do círculo, será devorada e o grupo todo perde.

Comece a brincadeira. Deixe a música tocar por alguns minutos e pare. Veja o que acontece.

E se?

Se você não dispuser de uma quadra, risque um retângulo com giz, no chão e passe uma linha divisória, no centro.
Um aluno voluntário será o tubarão e ficará sobre essa linha, podendo se deslocar apenas lateralmente. Os demais participantes ficarão atrás de uma das linhas de fundo, definida por você. Quando o tubarão anunciar: “pega-pega, tubarão”, todos deverão sair de trás da linha de fundo e, correndo, atravessar a quadra, tentando chegar atrás da outra linha de fundo, no outro extremo da quadra, sem serem pegos pelo tubarão e sem poder voltar. Aquele que for tocado pelo tubarão, se tornará tubarão também e passará a ajudá-lo, deslocando-se também na lateral, sobre a linha central. E, assim, a brincadeira continua, até que todos se transformem em tubarões.























2ª Brincadeira: Somos todos tubarões

Esta brincadeira é de pega-pega e será desenvolvida na quadra de esporte.

Hora de avaliar

Sentados em roda, peça a cada um que diga o que achou das brincadeiras: quais as semelhanças e diferenças entre elas? De qual gostou mais? Por quê? Em que situação se sentiu melhor? Sendo incluído? Sendo pegador? Sendo pego? Sentiram medo em algum momento? De quê? O que foi mais gostoso?
Convide-os a desenhar a brincadeira de que mais gostaram, com lápis de cor ou guache, em folha de papel sulfite, pendurando-a num varal de barbante. Lembre-os de colocar o nome e a data em que a brincadeira ocorreu, para localizá-la no tempo, em outros momentos de sua vida.

O que mais pode ser feito?
Um a pesquisa para recolherem outras brincadeiras de tubarão, com os familiares, com os vizinhos e na internet, para montar uma coletânea, que será ilustrada por eles. Ajude-os a organizar as brincadeiras e a escrever os seus passos, padronizando o registro, com algumas categorias como: materiais; número de participantes; descrição da brincadeira.
No dia do lançamento da coletânea, poderão organizar um campeonato com as brincadeiras publicadas, envolvendo os convidados.
Em conjunto com o professor de Ciências, as crianças poderão também colher informações na internet sobre as espécies de tubarões, onde vivem, qual é a atual situação de sobrevivência das mesmas. Já com o professor de Arte e de Português, elas poderão pesquisar, respectivamente, filmes e livros de literatura que tratam da relação do homem (medos, enfrentamentos) com esse animal.

Gostou? Veja também...

Então acesse as oficinas “Brincadeiras de lobo” e “Brincadeiras indígenas do Xingu”, deste banco.
 
Fonte de Referência

Livro:

Soler, Reinaldo. 100 jogos cooperativos com música: jogos para celebrar a cooperação. Rio de Janeiro: Sprinter, 2011.
Sites:
Festival de Jogos Recreativos
 

O que é?
Exercício que promove jogos e brincadeiras. 

Para quem?
Crianças e adolescentes de 7 a 11 anos. 

Materiais
Pauzinhos ou pedrinhas, cartolinas, canetas coloridas, uma corda, giz, um apito e uma máquina fotográfica.

Onde fazer?
Ao ar livre ou em quadra.

Em quanto tempo?
Um encontro de aproximadamente 90 min.

Para quê?
Promover momentos de ludicidade entre as crianças. 



Como desenvolver
Acolha o grupo organizando-o para uma conversa inicial sobre a proposta de trabalho: um festival de jogos recreativos. Esclareça que nestes jogos todos se divertem, brincam e experimentam oportunidade ímpar de formar vínculos de amizade e cooperação.
A partir daí, fale sobre os jogos de que o grupo irá participar. São eles: Escravos de Jô, Cabo de Guerra, Meu mestre mandou. Explique que esses jogos são bastante conhecidos de todos e que fazem parte da tradição cultural do povo brasileiro.
Escravos de Jó
Anunciada a brincadeira, pergunte se alguém a conhece este, se sabem cantar a música. Abra a palavra para manifestação da turma. A seguir, apresente a letra cantada durante o jogo num cartaz, divida a turma em pequenos grupos e distribua para cada um deles um objeto (um pauzinho, uma pedrinha) e inicie a brincadeira. Ofereça algumas oportunidades de repetição até que todos tenham estabelecido um ritmo.Encerrada a brincadeira, informe o significado da palavra caxangá. Veja algumas aqui.

Cabo de Guerra
Para começar, faça um risco no chão, no centro do espaço onde o jogo será realizado. Amarre um lenço bem no meio da corda a ser usada pelos jogadores. A seguir, divida a turma em dois grupos com número idêntico de participantes e alinhe-os em fila, em lados opostos. Um grupo segura uma metade da corda e o outro a outra metade. A corda  fica então dividida igualmente entre os dois grupos. Os grupos não podem ultrapassar o risco feito no chão, no início do jogo Dê um sinal ­- um apito por exemplo -, para os grupos começarem a puxar a corda. Ganha a equipe que trouxer a maior parte da corda para o seu lado, fazendo com que o grupo oponente atravesse a linha central marcada no chão.
Se considerar importante, você poderá informar ao grupo que este jogo testa a resistência física dos participantes e que a modalidade integra os Jogos Mundiais organizados pelo Comitê Olímpico Internacional. 
Meu Mestre mandou
Uma criança será escolhida pelo grupo para atuar como mestre: ela dará as ordens que todos devem cumprir. Por exemplo: “Meu mestre mandou pular”. Todas as demais crianças devem pular. Quem não executar a ordem, sai do jogo. Se o mestre se esquecer de introduzir sua fala com a expressão “Meu mestre mandou”, ele perde a condição para a qual foi escolhido e outra criança será eleita para substituí-lo.  Se ele disser, por exemplo, “Fechar os olhos!” ao invés de “Meu mestre mandou fechar os olhos!”, perderá a condição de mestre.


Hora de avaliar
Para finalizar, proponha às crianças uma conversa sobre o que elas julgam que aprenderam com os jogos realizados. Como estimulo à participação nesta conversa, você poderá fazer algumas perguntas, tais como: “Vocês se divertiram nos jogos? Todo mundo pôde participar? Alguém ficou de fora? O que fizemos para ajudar essas pessoas? Quando percebemos que alguém tinha alguma dificuldade, o que fizemos? E quando alguém tentou tirar a vez do outro? E quando alguém gritou com os colegas?...”

Além dessas proposições, solicite que a turma indique outras situações problemáticas observadas no desenrolar dos jogos e as soluções adotadas para resolvê-las.

Com base nas respostas das crianças, organize um cartaz que sintetize decisões que elas tomaram sobre a cooperação, no decorrer dos jogos. Afixe este cartaz numa parede, como lembrete.

Terminada a conversa, proponha ao grupo uma brincadeira final. Com eles organizados numa roda, proponha que, a um sinal seu, demonstrem por um gesto a alegria que sentiram ao participar desta sessão de jogos. Se puder, fotografe esse momento.

O que mais pode ser feito?
Este trabalho poderá ser ampliado com:
  • Sessões de jogos pela internet, em sites livres, como este aqui.
  • Uma entrevista, com uma pessoa mais velha,  sobre as brincadeiras da infância dessa pessoa.
  • Uma pesquisa com os pais das crianças sobre os jogos e brincadeiras da  infância deles.

Gostou?
Sobre jogos e brincadeiras, você pode consultar alguns sites, dos quais indicamos:
1. Site sobre outras brincadeiras e jogos populares:

2. Site que descreve a brincadeira chamada Maria Cadeira:
Os Monges e a Caça ao Tesouro


O que é?
Jogo que consiste na busca de um tesouro por meio de uma sequência de pistas entregues às equipes participantes.


Para quem?

Adolescentes, a partir de 12 anos.


Em quanto tempo?
Aproximadamente 90 minutos.


Onde fazer?
Lugar amplo, que seja propício para se esconder o tesouro, oferecendo algumas dificuldades para sua procura, como uma praça, um jardim ou uma construção ampla.


Materiais

 Cartas com pistas escritas
 Dentro de envelopes coloridos
 Fitas de pano ou de cartolina das mesmas cores
 Apito, esboço de mapa do local onde se desenvolve o jogo,


Para quê?
Exercitar a colaboração e a convivência em grupo; lidar com situações inusitadas.


Expectativa de aprendizagem

Valorizar o trabalho em equipe e desenvolver a perspicácia, ou seja, a observação mais detalhada dos objetos e fenômenos.



Como desenvolver
Comece perguntando quem gosta de aventura e de que tipo. Costumam ver filmes ou ler revistas em quadrinhos com histórias de aventuras? E video games, jogos na internet, esportes radicais?

Bem, há diversas possibilidades de se vivenciar aventuras e os jovens, especialmente, têm grande interesse por esse tipo de atividade que proporciona muita ação e emoção.  Alguns jogos e brincadeiras dessa natureza acabam virando tradição e passando de geração a geração. É o caso da “Caça ao tesouro.” Já ouviram falar?

Se alguns conhecerem, peça para contarem como jogam. Observe que há muitas variações do jogo e proponha que pratiquem uma delas: “Os monges e a caça ao tesouro”.

Como se joga

O grupo se dividirá entre caçadores e monges. O jogo consiste na procura do tesouro pelas equipes de caçadores, com quatro a cinco participantes. Cada equipe escolherá um nome e uma cor que os identificará. Todos deverão usar uma tira de pano ou cartolina da cor escolhida, no braço, durante o jogo. Cada equipe ainda indicará uma pessoa para ser o líder, que será o guardião do mapa a ser entregue pelos monges.  O mapa trará as pistas para desvendar o esconderijo do tesouro.

Os monges são facilmente identificáveis pelo uso de uma bata e por ter o rosto coberto com um capuz. Há monges verdadeiros e falsos; há também os monges loucos, que não falam coisa com coisa. Os monges verdadeiros devem ficar em lugares mais distantes, de difícil acesso, enquanto que os monges falsos podem estar em qualquer lugar. Já os monges loucos ficam circulando entre as equipes para distraí-las, dificultando a caça.

Os monges terão em suas mãos um envelope para cada equipe, identificado conforme a cor de cada grupo, contendo pistas de onde estará o próximo monge, até chegar ao tesouro. Mas, só os monges verdadeiros têm as pistas certas. Os monges falsos dão pistas erradas e os monges loucos não dão pista nenhuma; ao serem perguntados, fazem alguma micagem, ou seja, imitam um animal, ficam encarando ou saem correndo, por exemplo.

As pistas podem consistir em adivinhações ou charadas que, “decifradas”, levarão a novas pistas. Cada envelope conterá uma pista diferente, mas na mesma direção do próximo monge. Os monges poderão solicitar que a equipe declame um verso, cante um trecho de música ou faça alguns exercícios físicos como dar pulos ou abdominais para receber os envelopes com as pistas.

Organização para o jogo

Formadas as equipes, convide uma para ser a dos monges e distribua a função que terão seus integrantes, por exemplo: 2 monges verdadeiros, 2 monges falsos e 1 monge louco. Oriente onde ficarão e distribua os envelopes com as pistas para os monges verdadeiros e para os falsos. Estas pistas serão previamente elaboradas por você, que sabe onde está o tesouro e os melhores lugares para os monges permanecerem.

Para desencadear o jogo, a primeira pista a ser decifrada será distribuída por você e deverá ser relativamente simples para estimular o grupo. Essa pista levará as equipes ao primeiro monge. Ex.: Num envelope para uma equipe: “fruta gostosa, verde e vermelha”, sugerindo a ida até uma goiabeira do lugar, onde estará o primeiro monge; para outra equipe “o caminho mais curto entre dois pontos é a reta”, sugerindo que devem seguir numa reta até chegar ao mesmo primeiro monge e assim por diante. As pistas são diferentes para cada equipe para confundir, senão todos descobrem logo o caminho. Por isso, os monges verdadeiros deverão estar bem escondidos e as pistas a serem dadas para as equipes deverão ser bem diferentes, apesar de, ao final, chegarem ao mesmo lugar.


Alerte a todos que pode haver surpresas entre os monges, sem dizer diretamente que há monges falsos ou loucos. Pode dizer: “Nem tudo que reluz é ouro, cuidado! Para bom entendedor, meia palavra basta!”.

E o tesouro, o que é?

Monte a arca do tesouro com objetos e guloseimas que os adolescentes gostam, como CDs ou DVDs virgens, livros e revistas, bombons. Coloque também um saquinho com balas ou bombons e a seguinte orientação: PARA DISTRIBUIR COM TODOS DA TURMA. Dessa forma, todos ganharão guloseimas. Os demais objetos serão distribuídos entre os integrantes da equipe ganhadora, conforme negociação entre eles.


Hora de avaliar
Terminado o jogo, em roda, peça para comentarem o que sentiram durante a procura do tesouro, suas alegrias e desapontamentos. Pergunte o que acham que aprenderam com esse jogo e o que modificariam nele.



O que mais pode ser feito?

O grupo poderá organizar uma “caça aos tesouros” da comunidade como:

 - Pesquisa orientada pelos educadores e professores de Língua Portuguesa para coletar histórias que a comunidade conta para comporem um livro;

- Coleta de dados e informações sobre a população local, com a supervisão dos professores de Matemática e Geografia;

- Registros fotográficos dos locais mais acolhedores para compor um álbum;

- Gincana para arrecadação de livros de literatura.


Gostou?

Consulte a oficina Brincadeiras de lobo”.

Veja os artigos:
artigo "A concepção de jogo para adolescentes participantes de atividaeds motoras"
artigo "O jogo enquanto contéudo escolar na abordagem crítico-superadora"


Para saber mais
O jogo e a brincadeira são fenômenos culturais que constituem importantes fatores de desenvolvimento na educação de crianças e de adolescentes porque estimulam o exercício do pensamento e várias habilidades como observação, concentração, perspicácia, cooperação, trabalho em grupo e bom uso do tempo e do espaço. Com o jogo é possível criar, liberar emoções, dialogar, fazer amigos, interagir com os outros.

O jogo pode acontecer na rua, em parques, em festas, na escola, entre outros locais, assumindo objetivos diferenciados. Apesar de ter um vencedor ou uma equipe vencedora, o resultado não é o mais importante, mas, sim, o processo da vivência do próprio jogo.


Cada faixa de idade tem mais afinidade com um tipo de jogo. As crianças pequenas experimentam o mundo com o jogo, as mais crescidas entram no mundo da fantasia e do simbólico. Já os adolescentes e jovens se envolvem mais com jogos de aventura, nos quais entram elementos de fortes emoções e de lógica.

Dessa forma, apresentar situações de jogo não lineares, em que eles têm de prestar atenção, pensar, analisando diferentes possibilidades de solução, auxilia o desenvolvimento do pensamento lógico e o exercício de testar diferentes hipóteses. Ao mesmo tempo, situações imprevistas e inusitadas, além de desafiar seus domínios, provocam o seu envolvimento, permitindo que o jogador lide com suas reações intempestivas, ao extravasar diferentes sentimentos: satisfação, alegria, raiva, impaciência. Jogos de equipes ou duplas são também aconselháveis para que os adolescentes não fiquem autocentrados e desenvolvam o espírito de cooperação e solidariedade.

Fonte de referência
Mundo Jovem. Desafios e possibilidades. Uma proposta de trabalho com adolescentes. (LOMONACO, Beatriz P., NAKASU, Maria Vilela P., SILVA, Tide S., HERCOWITZ, Viviane & SANTOS, Viviane S.).São Paulo: Fundação Tide Setubal, 2008.
SAÚDE, uma questão e cidadania (Maria Isabel I. Soncini, Magaly T. dos Santos, Maria da Penha B. Youssef). São Paulo: Cenpec; Febem-SP; SEE-SP, 2002. (Educação e Cdadania, 4).
Brincadeiras Indígenas do Xingu


O que é?
Vivência de brincadeiras de crianças Kalapalo, que vivem no sul do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso.


Para quem?

Crianças de 6 a 12 anos.


Onde fazer?
Em qualquer espaço livre.


Materiais

 Livros
 Revistas ou sites que mostrem imagens de aldeias indígenas, de alguns rituais e brincadeiras infantis;
 Giz de várias cores;
 Tinta guache de várias cores;
 Potinhos de barro ou pires;
 Mapa do Brasil.


Para quê?
Conhecer brincadeiras de crianças de uma cultura diferente da sua e que teve importante papel na formação do povo brasileiro.


Expectativa de aprendizagem

Reconhecer as semelhanças e diferenças da infância em culturas diferentes; respeitar as diferenças culturais.

Como desenvolver

Leve fotos de revistas ou livros com imagens de aldeias indígenas, ilustrando rituais ou brincadeiras infantis e disponha no interior da roda do início do dia, dando um tempo para que o grupo manuseie e explore o material. Converse com as crianças para apresentar a proposta de vivenciarem e conhecerem um pouco da cultura indígena infantil, por meio de algumas brincadeiras.

Investigue o que conhecem a respeito dos índios. Tiveram a oportunidade de ler alguma reportagem sobre a cultura indígena em jornais, livros, revistas ou sites? Já viram algum índio pessoalmente? Já visitaram alguma aldeia? Tiveram a oportunidade de conversar com algum deles? Se alguma criança já teve a experiência pessoal de contato, peça para contar como foi para o grupo.

Pergunte se sabem onde vivem os índios do Brasil hoje. Aproveite o momento para mostrar, no mapa do país, as reservas indígenas existentes e fotos de índios de diferentes povos.

A seguir, diga que vão vivenciar, nesta oficina, algumas brincadeiras infantis de indígenas do Xingu, do povo Kalapalo, um dos que habitam essa região, atualmente. Algumas delas se parecem com brincadeiras conhecidas nossas, outras não. Mostre a região do Xingu no mapa do Brasil. Deixe o mapa exposto na sala.


BRINCADEIRAS

Brincadeira l :  Heiné Kuputisü

 
Nesta brincadeira, as crianças formam uma fila na horizontal. Marca-se uma linha no chão, que será o ponto de largada e uma, a uns 100 metros de distância, à frente, que será o ponto de chegada. Cada uma terá de correr da linha de partida à de chegada, num pé só, feito saci, sem trocar de pé. Os que conseguirem ultrapassar a linha de chegada serão considerados vencedores. Se ninguém conseguir chegar lá, vence quem foi mais longe.

Há também uma variação. Podem ser formados dois times e a corrida é feita em duplas, um de cada time. No final, vence o grupo que teve mais participantes a ultrapassarem a linha de chegada.


Observação:
Para os Kalapalo, esta brincadeira é compartilhada entre crianças e adultos, no centro da aldeia.



Brincadeira 2 :  Toloi Kunhügü!

É uma brincadeira de pega-pega. Um dos participantes será o “gavião”, que poderá ser definido por sorteio; as outras crianças serão “passarinhos”.

O “gavião” desenha no chão uma grande árvore, cheia de galhos, nos quais as outras crianças se espalham e sentam-se, fingindo ser passarinhos em ninhos.

A um sinal seu, que está coordenando a brincadeira, “o gavião” sai atrás dos “passarinhos”, para caçá-los, mas estes saem de seus “ninhos” e se juntam, num local bem próximo à “árvore”, batendo os pés no chão para provocar o “gavião”, fazendo uma algazarra com sua cantoria.

O “gavião”, então, avança na direção do grupo e quando está bem perto dele, dá um pulo para tentar agarrar algum “passarinho”, mas eles saem correndo em todas as direções, fazendo manobras para driblar o perseguidor. Para uma trégua de descanso, voltam para seus “ninhos”, onde o “gavião” não pode pegá-los.

 
Quando o “gavião” consegue pegar um dos “passarinhos”, nessa caçada, prende-o no seu refúgio, num lugar próximo da árvore. O último “passarinho” que conseguir escapar do “gavião”, toma o seu lugar, na próxima rodada da brincadeira, tornando-se o novo “gavião”.

Na aldeia Kalapalo, a brincadeira acontece na beira de uma lagoa ou de um rio. Quem propõe a brincadeira, assume o papel de gavião e será o “dono" da brincadeira.


Brincadeira 3 – Mangá,  Tobdaé


Esta é uma brincadeira com peteca. Possivelmente todos conhecem e já brincaram com peteca. Peteca é um nome de origem Tupi e significa “tapear”, “golpear com as mãos”.


Mas, o jogo de peteca, entre os Kalapalo, guarda certa semelhança com a nossa “queimada” e é jogado com várias petecas ao mesmo tempo (quatro ou seis) e com dois jogadores, a cada vez. As demais crianças aguardam, sentadas, assistindo.

 Para jogar, convide as crianças a construírem suas petecas com jornal, pintando-as com tinta guache. Veja como fazer no vídeo hospedado aqui.


Uma vez que as petecas estejam prontas, o jogo pode começar.


A um sinal seu, coordenador do jogo, os dois jogadores da partida arremessam as petecas, na direção do adversário, tentando atingi-lo e, ao mesmo tempo, cuidando para não ser atingido. Quem for atingido por uma das petecas, sai do jogo, cedendo seu lugar para outro jogador, que é uma das crianças que estão sentadas e a disputa recomeça, sucessivamente, até que todos tenham tido a oportunidade de jogar.


Hora de avaliar
Depois de vivenciadas as brincadeiras propostas, sentem-se em círculo para uma roda de avaliação. Estimule que falem sobre as semelhanças e diferenças com as brincadeiras que conhecem e brincam, de qual mais gostaram, se tiveram dificuldade de fazer alguma coisa que fazia parte da brincadeira, qual delas gostariam de brincar de novo, numa próxima oportunidade. Peça que cada um atribua uma cor à oficina, de acordo com a seguinte legenda: verde - gostou muito; amarelo - gostou mais ou menos e vermelho - não gostou.

O que mais pode ser feito?

As crianças poderão pesquisar brincadeiras de outros povos indígenas e de outras etnias, para saber como as crianças se divertem nos  vários lugares do mundo e se há aspectos semelhantes às nossas brincadeiras. Para isso você poderá buscar ajuda com professores de Arte, Geografia e Educação Física. O produto da pesquisa poderá ser a confecção de um álbum, com a descrição e ilustração das diferentes brincadeiras pesquisadas, a ser socializado na instituição. Se houver condições, poderão também organizar um blog e interagir com outras instituições internacionais da infância.


Gostou?

Consulte a oficina “A nova regra do jogo” deste banco.
Veja então:
- Os livros:
MUNDURUKU, Daniel. Coisas de Índio - versão infantil. São Paulo: Callis Editora, 2003.

LIMA, Maurício e BARRETO, Antonio. O Jogo da Onça e Outras Brincadeiras Indígenas. São Paulo: Panda Books/ Editora Original, 2005.
- Os sites:

Portal do Professor: Brinquedos e Brincadeiras Indígenas

Povos Indígenas no Brasil Mirim

Vídeo da tribo Kamaiura - Xingu - MT


Para saber mais

Os índios são os mais antigos habitantes do Brasil. Viviam em terras brasileiras, muito antes de os portugueses aqui chegarem e as colonizarem. Os portugueses chamavam todos os nativos de índios, ignorando as diferenças linguístico-culturais existentes entre eles. O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja pela ação das armas dos europeus, seja em decorrência de doenças trazidas dos países distantes, ou, ainda pela aplicação de políticas visando adaptar os índios aos costumes europeus.


A população indígena vem aumentando rapidamente nas últimas décadas, muito em função da luta política pela preservação de suas terras, de sua gente e de suas culturas. Além disso, simultaneamente a esse processo, registra-se uma gradativa conscientização de segmentos da população brasileira de que os índios são nossos contemporâneos: vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as consequências da poluição ambiental e das diretrizes da política econômica, da saúde e da educação.


Hoje, os cerca de 220 diferentes povos somam mais de 800 mil pessoas, que falam 180 línguas distintas. Os índios vivem nos mais diversos pontos do território brasileiro .Mais da metade da população indígena está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, principalmente na área da Amazônia Legal. Mas há índios vivendo em todas as regiões brasileiras, em maior ou menor número.


Embora representem, em termos demográficos, um pequeno percentual dos mais de 190 milhões de habitantes do Brasil, são um exemplo concreto e significativo da grande diversidade cultural existente no nosso país.


Fonte de referência
MUNDURUKU, Daniel. Coisas de Índio. São Paulo: Callis Editora, 2000.

Obs: Os links informados na oficina foram visitados em 03 de junho de 2013 às 15:36:01
Brincadeiras Cantadas


O que é?
Vivência de brincadeiras populares de roda de nossa cultura.


Para quem?
Crianças de seis a dez anos.


Em quanto tempo?
Aproximadamente 90 min.


Onde fazer?
Em qualquer espaço livre.


Para quê?
Valorizar as brincadeiras como um bem cultural de seu povo.


Expectativa de aprendizagem
Ampliar o repertório de brincadeiras; aprender a combinar regras com o grupo e segui-las.




Como desenvolver


E Se?
Se alguma criança não quiser brincar, respeite. Convide-a para ajudá-la no desenvolvimento da brincadeira, ao seu lado. Na brincadeira, a adesão, a espontaneidade e a possibilidade de criação são fundamentais para garantir a essência do brincar.


Inicie conversando com as crianças sobre as brincadeiras cantadas que conhecem, estimulando que as
descrevam e cante trechos para que as outras crianças tentem reconhecê-las. Preste atenção em quantas e quais brincadeiras elas vão citar e quais serão identificadas. Esse dado é importante para situar você em relação à necessidade de investir na apropriação, pelas crianças, de brincadeiras populares tradicionais entre a gente brasileira.

Diga que nesta oficina elas vão brincar de algumas dessas brincadeiras de roda, acompanhadas de belas canções que vão aprender e, quem sabe, ensinar para seus filhos e netos, no futuro. São elas:
Senhora Dona Sancha; Você gosta de mim?; Pobre e Rica. 
Explique que essas brincadeiras são muito antigas, algumas delas vêm de lugares muito distantes da Europa e foram introduzidas na história da colonização do país. Por virem de uma outra cultura trazem, às vezes, uma letra de canção sem sentido para nós, mas que é reproduzida assim mesmo pela população. Além disso, ao passar de geração para geração, as palavras das canções vão sofrendo modificações. Por isso muitas vezes, cantamos sem saber exatamente o que estamos cantando. É o caso da expressão “de marré deci”, de uma das canções a serem trabalhadas na oficina: Pobre e Rica.
Brincadeira : Senhora dona Sancha 
Uma criança será a dona Sancha e ficará no centro da roda, de olhos vendados.  Você poderá fazer um sorteio para definir a criança que irá começar. A roda gira, com as crianças cantando a primeira quadra da canção da brincadeira que você pode acessar aqui:
Letra cantiga Senhora Dona Sancha

Dona Sancha canta, então, a segunda quadrinha. As crianças da roda cantam novamente os mesmos versos do início, param e trocam de lugar, rapidamente. Dona Sancha se aproxima de uma delas, toca o (a) colega e tenta reconhecê-lo (a), falando seu nome. Se acertar, toma o seu lugar na roda e o (a) colega vai para o centro da roda. Se não acertar, a brincadeira recomeça. E assim por diante...


Brincadeira: Você gosta de mim?
As crianças fazem uma roda e uma delas fica no meio. A roda gira e as crianças cantam a cantiga da brincadeira, cuja letra e música estão disponíveis nos sites abaixo:
Letra da música: Você gosta de mim

A última quadra de versos é cantada acompanhada de palmas, batidas de pé e rodopios, tanto pelas crianças da roda como pela criança que está no centro. Esta escolhe um (uma) colega para abraçar, com o (a) qual troca de lugar. Assim, a brincadeira segue.

Brincadeira: Pobre e Rica
Nesta brincadeira, as crianças se organizam em uma fileira. À frente delas uma criança faz o papel de “mãe pobre”.  Do outro lado, apenas uma criança, a “mãe rica”. A mãe pobre e a mãe rica podem ser definidas por sorteio.
Entre as mães faz-se um diálogo longo, em que a mãe rica pede, a cada vez, uma das filhas da mãe pobre, falando seu nome. A mãe pobre pergunta o ofício que a mãe rica dará a ela e consulta a filha escolhida para ver se está de acordo. Se estiver, a mãe pobre diz à mãe rica: “esse ofício lhe agrada, de marré, marré, marré, esse ofício lhe agrada de marré deci”. A criança sai da fileira e inicia uma fileira do lado da mãe rica. Mas, se a filha não estiver de acordo, a mãe pobre diz “esse ofício não lhe agrada, de marré, marré, marré, esse ofício não lhe agrada de marré deci.” E a criança continua com a mãe pobre. O diálogo é cantado e todas dançam enquanto as mães conversam.
Depois que todas as filhas já escolheram se querem ir com a mãe rica ou ficar com a mãe pobre, o lado da mãe rica canta a penúltima estrofe e o lado da mãe pobre canta a última.


Ganha a mãe que ficar com mais crianças.  Veja a letra e a música da brincadeira aqui.

Agora, se você quiser saber o que significa a expressão “de marré, marré, marré” e a expressão “de marré deci”, veja as explicações disponíveis no site Revista de História.com.br


Hora de avaliar
Depois de brincarem bastante, sentem-se em círculo para conversar sobre as brincadeiras: de qual gostaram mais, que canção acharam mais bonita. Uma a uma, retome com as crianças o conteúdo das canções e discuta um pouco o que entenderam de cada uma, ao brincar, e o que não entenderam. Faça três rodadas (uma para cada brincadeira) e peça que atribuam uma nota de 0 a 10 para cada uma.
  
O que mais pode ser feito?
Você pode estimular uma pesquisa das crianças junto a familiares, sites e livros sobre brincadeiras infantis, que poderão compor um livro ou um blog para divulgação.

A ONG/escola pode montar um projeto com as crianças sobre a história das brincadeiras, com o apoio de professores de História, Arte e Língua Portuguesa, envolvendo atividades de visitação a uma biblioteca, com preparação antecipada entre ONG/escola e bibliotecário(a), para fazer rodas de leitura sobre o assunto; entrevistas com historiadores;  audição de CDs com músicas. O produto final do projeto poderá ser a produção de um vídeo com as crianças brincando e falando sobre as brincadeiras e com os educadores e professores contextualizando sua origem e história . O vídeo poderá ser enviado para outras ONGs/escolas e para o acervo da biblioteca parceira.

Gostou?

Consulte a oficina deste banco "Jogos e brincadeiras na praça: a gente aprende, a gente ensina".


Para saber mais

O brincar é um processo historicamente construído. As crianças aprendem a brincar com os outros membros de sua cultura e suas brincadeiras são impregnadas pelos hábitos, valores e conhecimentos de seu grupo social.


As mães ou pessoas responsáveis pelos cuidados com os bebês, através dos vínculos afetivos estabelecidos, interagem com eles, criando diferentes situações que poderíamos identificar como o início desse processo. Do aconchego materno, acalantos e sorrisos surgem os jogos de pegar, esconder e achar, bater palminhas, fazer “serra, serra, serrador”; os objetos são explorados , batendo, golpeando, balançando. Constituem-se também brincadeiras as cócegas, as caretas e as pantomimas diversas.


A familiaridade e a repetição das brincadeiras tornam possível o seu final previsível, o que permite à criança usufruí-la com tranquilidade.


Quando estão mais velhas, as crianças associam outros elementos à brincadeira e ampliam seus parceiros. Assim, aproximadamente aos dois anos, começam as brincadeiras de faz de conta; mais tarde, surgem as brincadeiras corporais de correr para escapar de pegador, saltar, pular amarelinha, pular corda, subir em árvores. Surgem também os jogos em que as regras são previamente combinadas e devem ser seguidas por todos os participantes.


Os jogos e as brincadeiras infantis propiciam o desenvolvimento da imaginação, o espírito de colaboração, a socialização e ajudam a criança a compreender melhor o mundo.


Atualmente, devido ao progresso e às mudanças dele decorrentes, as brincadeiras e os jogos infantis populares estão sendo substituídos pela televisão, pelos jogos eletrônicos e pelo computador. A evolução urbana também tem contribuído para isso, pelo fato de se trocar a moradia em casas por prédios de apartamentos, além do sentimento generalizado de insegurança no país, o que faz com que as calçadas deixem de ser um local de divertimento infantil, como eram há algum tempo atrás, principalmente nas cidades pequenas do interior.


Brincadeira é um bem cultural, faz parte da história de um povo de algum lugar e, portanto, deve ser preservada como patrimônio imaterial desse povo.


Fonte de Referência:

O BRINQUEDO e a brincadeira na infância [Cyrce Andrade, Marina Célia Dias, Maria Lúcia Medeiros, Zoraide Faustinoni da Silva]. São Paulo: Cenpec, 2009.

Jogos e brincadeiras na praça: a gente aprende, a gente ensina
O que é
Um encontro de gerações, no qual os mais velhos aprendem brincadeiras com os mais novos e os mais novos aprendem com os mais velhos.

Para quem?

Crianças (a partir de seis anos) e adolescentes.
Em quanto tempo?

Dois encontros;  um na sala, de 90 minutos, e um na praça, de 120 minutos , aproximadamente.

Onde fazer?

Na sala e na praça (ou em algum local público próximo).


Materiais

  Cordas, bolas de gude, de meia, de plástico e de couro; redes; piões; petecas; tabuleiros e peças de dama e de xadrez; outros objetos disponíveis para o desenvolvimento de brincadeiras

  Alto - falante

  Música de ciranda


Para quê?

Valorização das manifestações lúdicas de todas as épocas, reconhecendo que as brincadeiras são bens culturais a serem preservados porque constituem patrimônio imaterial de um povo. Veja o Portal do Iphan.

Expectativa de aprendizagem

Conviver bem com pessoas de diferentes gerações; compartilhar o que sabe, colaborando com a aprendizagem dos outros; usufruir de logradouros públicos.

Como desenvolver
1º encontro:

Fazendo a proposta Na roda, fazendo o acolhimento do dia, desafie-os a falar, cada um, o nome de uma brincadeira, sem repetir o que o colega já falou, por várias rodadas. Após a primeira rodada, faça outra e outra, até  esgotar o repertório do grupo. Esse deverá ser um momento descontraído e divertido, talvez alguns inventem nomes de brincadeiras que não existam, apenas para não deixarem a roda parar. Lembre-os que o importante é recuperar o maior número de brincadeiras possível. 
Se eventualmente você fez a oficina “Brincadeiras que vão e que vêm”, retome o “Quadro das brincadeiras de hoje “ e o “Quadro das brincadeiras de ontem” e, juntos, observem quais daquelas brincadeiras foram citadas nas rodadas, quais ficaram de fora. Se não fez, pergunte com quem aprenderam as brincadeiras indicadas, valorizando as contribuições da família para ampliar o repertório do grupo.


Pergunte se gostariam de aprender mais brincadeiras e também de ensinar as que já sabem para outras crianças da ONG/escola e para suas famílias.
 
Que tal organizar uma manhã de brincadeiras e jogos na praça entre crianças, adolescentes e adultos? Dê um tempo para o grupo discutir e trazer novas ideias. O passo seguinte é pôr mãos à obra, pois há muito trabalho pela frente: é preciso conversar com a direção da instituição para autorização e providências,  definir local e público, verificar se há necessidade de comunicação à subprefeitura local, fazer convites para as pessoas e planejar o grande dia. Organize junto com o grupo qual a melhor maneira para a realização do evento, considerando todas as atividades, antes e durante . O grupo poderá se dividir em comissões: 
- comissão de comunicação - irá produzir os convites, cartazes (pois não se pode esquecer da propaganda). Nos cartazes, precisam aparecer o que é o evento, a data, o local, o horário e o lembrete para trazerem os objetos das brincadeiras que irão ensinar;  - comissão de produção - providenciará os materiais necessários para o dia do evento; 
- comissão de registro – responsável, no dia do evento, por fotografar e entrevistar as pessoas;
- comissão de divulgação – planejará como e onde distribuir os cartazes e convites (colar cartazes  convidativos nos estabelecimentos comerciais próximos é uma sugestão).
Que tal chamar algumas pessoas das famílias para participar de algumas reuniões de planejamento conjunto? É importante saber com quantas pessoas, no mínimo, vai se poder contar no dia para ensinar brincadeiras; definir algumas brincadeiras a serem propostas pelos adultos ou pelas crianças; de que materiais vão precisar para desenvolvê-las e como providenciá-los; quantos grupos aproximadamente serão formados, misturando-se crianças e adultos e como  irão se distribuir pela praça.
Para isso, a visita conjunta  de crianças, adolescentes e adultos ao local se faz necessária. Também deverão pensar em como acolher o público e estimular sua participação, ensinando outras brincadeiras que conheçam.No dia do encontro, para facilitar a organização, cada grupo de brincadeiras deverá contar com uma dupla de coordenadores: um adulto e uma criança/adolescente.
E se?
E se o público ficar tímido? Nesse caso, a dupla coordenadora continua a conversa e as perguntas sobre as brincadeiras de que gostam (para as crianças) e do que gostavam de brincar e como eram essas brincadeiras (para os adultos), deixando-os falar, até sentir que o clima está descontraído; é interessante também se propor a ajudar o voluntário a ensinar a brincadeira. Se ele não gostar de falar em público, por exemplo, poderá explicar a brincadeira para os coordenadores e estes para o grupo.

Se não foi realizada a pesquisa durante o encontro, organize com eles uma pequena enquete para se informarem da opinião das famílias a respeito do evento, com as mesmas perguntas.
































 

Uma dupla de coordenadores também ficará responsável para circular entre os grupos e dar suporte, se necessário, a eles.Um alto-falante seria bem vindo para fazer a comunicação com todos que estão na praça, no dia do encontro.
Um dos familiares, que seja desinibido e comunicativo poderia ser convidado a assumir o papel de locutor para animar o encontro, dando informações sobre o que está acontecendo nos grupos e anunciando serviços ofertados pelos equipamentos sociais públicos do território, além de dar a palavra para os participantes (crianças, adolescentes e adultos) opinarem sobre o evento.Você também pode organizar uma comissão de adolescentes para percorrer a praça, fazendo uma pesquisa de opinião com as pessoas, enquanto estiver ocorrendo o encontro. Veja aqui.


2º encontro
Tomando a praça, de brincadeira.No dia do evento, a chegada do grupo à praça deve ser bem antes do público convidado, para que se possam arrumar os espaços e os materiais das brincadeiras, com certa folga.

Cada grupo de brincadeiras fica no local combinado com os respectivos coordenadores; à medida que os convidados forem chegando, poderão escolher livremente o grupo de que  participarão. A qualquer momento, as pessoas podem variar de grupo, participando das outras brincadeiras oferecidas na praça.

A dupla coordenadora inicia uma conversa, se apresenta, pede para as pessoas se apresentarem, explica o objetivo do encontro, diz que vai ensinar umas brincadeiras, que quem souber ajuda e, depois, quem quiser pode ensinar outras. Mas tem uma regra: é preciso alternar brincadeira de adulto com brincadeira de criança. É só começar.


Durante todo o encontro, o alto-falante irradia a festa, informa onde podem tomar água e dá avisos sobre os serviços da região aos presentes: campanhas do posto de saúde; época próxima de matrículas em escolas, futuras festas do bairro. Por fim, anuncia o fim da manhã ou tarde das brincadeiras, convidando todos para uma grande ciranda.

Hora de avaliar
Após o encontro, de volta à organização, faça uma roda específica com seu grupo para conversar sobre as impressões que tiveram: gostaram? Do que mais gostaram: de aprender ou de ensinar? Não gostaram de alguma coisa? De quê? As famílias vieram e participaram? Que brincadeiras aprenderam? O que mais funcionou bem? O que não funcionou? O que mudariam?Esse é o momento de serem apresentados os resultados da pesquisa de opinião pela comissão específica, se ela aconteceu.
  
O que mais pode ser feito?
Um livro com todas as brincadeiras que aconteceram na praça, o qual poderá ser patrocinado por algum comerciante ou empresário da região, com direito a lançamento e festa, na mesma praça. 

Gostou?
Consulte a oficina “Brincadeiras que vão e que vêm”, deste banco.
Os livros:

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2002

CENPEC- Projeto Brincar- O brinquedo e a brincadeira na infância - 2009 (Cyrce Andrade, Marina Célia Dias, Maria Lúcia Medeiros, Zoraide Faustinoni da Silva);

CENPEC e FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL Tendências para educação Integral. 2011. disponível aqui.

O vídeo: Brincando na Corte


Para saber mais

O fortalecimento da relação da ONG/escola com as famílias é algo a ser buscado quando se tem como perspectiva a educação integral de crianças e de adolescentes.


Assim, convidar pais, mães, outros familiares e moradores para compartilhar suas experiências culturais com as crianças é uma ação que faz parte do trabalho educacional que vai nessa direção. Essa iniciativa possibilita conhecer e integrar as práticas culturais locais à ação da instituição e estreita vínculos entre os diferentes espaços pelos quais as crianças circulam.


Da mesma forma, é importante que as crianças saiam do espaço institucional e brinquem em outros espaços públicos do território, como praças, parques e clubes municipais, pois essas experiências ampliam o seu repertório cultural, ao mesmo tempo que divulgam e valorizam os equipamentos sociais dos quais a comunidade dispõe, tornando-os verdadeiros espaços de convivência democrática e de aprendizagem.


Fonte de referência

AMIGOS  da Escola nos Esportes - Arte ( Izabel Yuriko Abe). São Paulo: Cenpec; TV Globo, 2000. (Todos pela Educação).
Brincadeiras que vão e que vêm


O que é?
Um inventário das brincadeiras de hoje e de ontem.


Para quem?

Crianças (a partir de seis anos) e adolescentes.


Em quanto tempo?
Dois encontros de aproximadamente 90 minutos cada um.


Onde fazer?
Na sala, na biblioteca, no pátio.


Materiais

  Folhas de sulfite
  Folhas de papel pardo
  Lápis de cor
  Folhas de papel pardo
  Lápis de cor


Para quê?
Perceberem que as brincadeiras têm uma origem histórico-cultural e podem ser transformadas com o tempo, de acordo com os novos contextos.


Expectativa de aprendizagem

Desenvolver a habilidade de planejar, fazer e sistematizar uma pequena investigação; identificar as brincadeiras do passado que permaneceram vivas, as que foram transformadas e as que se extinguiram; identificar os locais mais utilizados da cidade para brincadeiras.

Como desenvolver

1º encontro - Fazendo o inventário de brincadeiras de hoje

Em roda, sentados no chão, converse com as crianças sobre os jogos e brincadeiras que costumam brincar e onde brincam, procurando identificar quais são os mais usuais, os preferidos e os espaços onde acontecem e de quais gostam mais.
Incentive a fala perguntando: Vocês brincam aqui, não brincam? De quê? E em casa? E em que outros lugares? Já brincaram numa praça? Como é a praça em que brincam? É protegida? Cuidada? Poderia ser diferente? Tem algum equipamento para fazer exercício, banheiro público, bebedouro, lugar para jogar o lixo? Com quem costumam brincar?

Depois de uma boa rodada de conversa, distribua sulfite e lápis de cor e peça para escreverem o nome de sua brincadeira preferida e desenharem a si próprios brincando. Façam um varal para expor as produções. O grupo circulará, observando os desenhos dos colegas e procurando identificar as brincadeiras que mais aparecem e os locais mais usados, organizando, em seguida, um quadro coletivo, com sua orientação, por ordem da frequência maior ou menor em que aparecem. Clique aqui para ver exemplo do quadro.

Após serem registradas as atividades, é importante conversar sobre como elas são, como podem ser descritas, se possuem regras, se essas regras podem ser recriadas para ficar melhor. Observe se nessa relação aparecem jogos virtuais, quais são e quem tem acesso a eles. Gostam? Por quê? Estimule que falem sobre seus hábitos de acessar os jogos virtuais: quais, quando, onde, para conhecê-los melhor e poder dar orientações, se necessário.

Explore também os lugares onde brincam, nomeando-os e pergunte quantas vezes por semana costumam brincar nesses lugares. Ao terminar, peça que olhem o quadro e identifiquem o que chama mais a atenção. Depois de falarem, questione: por que será que algumas brincadeiras apareceram mais? E quais os lugares que aparecem, são diferentes ou são sempre os mesmos? Onde estão situados na cidade? Há diferença entre o que fazem as meninas e os meninos? Por que acham que isso acontece?

É importante discutir nesse momento as questões de gênero, de forma que identifiquem como cultural o fato de algumas brincadeiras serem mais comuns entre meninas ou entre meninos. É importante também analisar que espaços da cidade são ofertados para as crianças e os adolescentes, a fim de irem percebendo que a cidade pertence aos cidadãos que nela habitam e que eles têm direito a espaços próprios para lazer. Cuide para que ouçam uns aos outros, esperem sua vez para falar e procurem expressar bem o que pensam.

Após essa reflexão, proponha que desenvolvam algumas dessas brincadeiras no pátio. Ajude-os a se organizarem em grupos de acordo com as brincadeiras escolhidas, a combinarem o jeito de brincar e deixe que se divirtam. No caso das brincadeiras mais movimentadas, oriente-os a se hidratarem, tomando água nos intervalos.


E se?
Não force. Brincadeira é prazer e não punição. Ninguém deve ser obrigado a brincar. Converse, veja se a criança aceita ficar em outro grupo, com outra brincadeira ou então a convide para ajudar a fazer contato com os grupos ou observar e anotar algumas informações importantes para momentos posteriores.













 
2º encontro - Fazendo o inventário de brincadeiras de ontem

Em roda, problematize com as crianças a origem das brincadeiras: essas brincadeiras que conhecem, vêm de onde? Com quem aprenderam? Com os pais? Com os irmãos? Com os colegas? Será que sempre se brincou assim? Ou será que era diferente em outros tempos? Vamos saber sobre isso? Que tal fazermos uma investigação com nossos familiares mais velhos?


Organizem, juntos, um pequeno roteiro e definam um prazo para a realização da investigação com os familiares. Clique aqui para ver exemplo. Se houver crianças que ainda não escrevem, poderão desenhar ou pedir ajuda para os membros da família.


No dia combinado, em grupos, eles socializam com os colegas os depoimentos que trouxeram, descrevendo as brincadeiras antigas e apontando semelhanças e diferenças existentes entre as dos familiares e as suas.


Depois, no coletivo, abrindo a roda, eles falarão sobre as descobertas que fizeram. Estimule-os a identificar o que permaneceu e quais foram as mudanças que ocorreram nas brincadeiras de geração para geração. Observe que permanências e mudanças acontecem com todos os produtos culturais materiais (objetos das mais variadas naturezas) e imateriais (lazer, arte, ciência, religião), que o homem cria no decorrer de sua história. http://www.brasil.gov.br/sobre/cultura/patrimonio/patrimonio-material-e-imaterial
Proponha, em seguida, que façam um novo quadro para relacionar as brincadeiras sobre as quais tomaram conhecimento com a investigação. Veja exemplo, clicando aqui.


É interessante observar quais brincadeiras suscitaram maior curiosidade e propor que façam um convite para que os autores dos depoimentos venham falar com o grupo e brincar com eles. Organizem a recepção da visita: dia, horário, local, perguntas a serem feitas aos familiares; escrevam os convites e entregue em mãos, pelos colegas que são parentes ou por e-mail, se eles utilizam essa forma de comunicação.


Fechando a atividade, coloque no chão tinta guache, lápis de cor e várias folhas de papel pardo coladas para que montem um grande painel com os desenhos de ontem e de hoje, o qual será exposto em lugar bem visível.


Depois de pronto, avalie com eles como ficou o painel, se apareceram as brincadeiras de que falaram: as que conheciam antes da oficina, as que passaram a conhecer com os colegas, durante a oficina, e as que aprenderam com os familiares.
Apresente, então, a tela de Peter Brueghel “Brincadeiras Infantis” . Essa tela também constitui um grande painel de brincadeiras; trata das brincadeiras de rua existentes no tempo desse pintor flamengo (Holanda). Foi pintada em 1560. Nele são representadas aproximadamente 84 brincadeiras. Provoque-os a encontrar algumas parecidas com as do painel que acabaram de construir e descobrir outras, desconhecidas que irão compor o seu quadro das brincadeiras de ontem.
A seguir, cada um escolhe uma brincadeira representada em qualquer dos dois painéis e fica perto dela para compor com outros colegas, que também a escolheram, um grupo para brincar. Sua mediação nesse momento é importante para garantir que todos tenham vez e voz.

Hora de avaliar
Na roda, finalizando a atividade, peça para avaliarem a oficina. Gostaram de fazer a investigação com as famílias? Acham que aprenderam brincadeiras que não conheciam? E a respeito do quadro de Brueghel, o que têm a dizer? Gostaram? Em que espaço as pessoas do quadro estão brincando? E em relação aos espaços que eles próprios brincam, são aproveitados vários espaços da cidade? Ou não? Por quê?



O que mais pode ser feito?

Um inventário dos possíveis lugares de se brincar na cidade, por meio de pesquisa em sites da prefeitura: secretaria de esporte, de parques e jardins; uma carta às autoridades administrativas do bairro, reivindicando a melhoria dos lugares que estão inadequados e mais espaços públicos adequados para crianças e adolescentes se divertirem brincando, jogando.


Gostou?

Consulte a oficina “Jogos e brincadeiras na praça: a gente aprende, a gente ensina”, deste banco.
Os livros:

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2002

CENPEC- Projeto Brincar- O brinquedo e a brincadeira na infância - 2009 (Cyrce Andrade, Marina Célia Dias, Maria Lúcia Medeiros, Zoraide Faustinoni da Silva);

CENPEC e FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL Tendências para educação Integral. 2011. disponível aqui.

O vídeo: Brincando na Corte


Para saber mais

O fortalecimento da relação da ONG/escola com as famílias é algo a ser buscado quando se tem como perspectiva a educação integral de crianças e de adolescentes.


Assim, convidar pais, mães, outros familiares e moradores para compartilhar suas experiências culturais com as crianças é uma ação que faz parte do trabalho educacional que vai nessa direção. Essa iniciativa possibilita conhecer e integrar as práticas culturais locais à ação da instituição e estreita vínculos entre os diferentes espaços pelos quais as crianças circulam.


Da mesma forma, é importante que as crianças saiam do espaço institucional e brinquem em outros espaços públicos do território, como praças, parques e clubes municipais, pois essas experiências ampliam o seu repertório cultural, ao mesmo tempo que divulgam e valorizam os equipamentos sociais dos quais a comunidade dispõe, tornando-os verdadeiros espaços de convivência democrática e de aprendizagem.


Fonte de referência

AMIGOS  da Escola nos Esportes - Arte ( Izabel Yuriko Abe). São Paulo: Cenpec; TV Globo, 2000. (Todos pela Educação).
Gol gigante


O que é?
Jogo de futebol adaptado para muitos jogadores.


Para quem?
Crianças (a partir de nove anos) e adolescentes.


Em quanto tempo?
Um encontro de  aproximadamente 90 min.


Onde fazer?
Na quadra.


Materiais

  Bola de futebol de salão;
  Giz.


Para quê?
Desenvolver a flexibilidade de raciocínio e a capacidade de adaptar-se a novas situações.


Expectativa de aprendizagem
Criar adaptações nos ambientes, para produzir inclusão.



Como desenvolver

Sentados em círculo, pergunte o que conhecem do futebol de salão, o futsal. Eles sabem que o futsal é uma adaptação do futebol tradicional? E que o jogo foi adaptado para se poder jogar em lugares menores, nas grandes cidades, quando elas começaram a perder as várzeas dos rios para as canalizações e construções?E se? Se eles não conhecerem bem o futsal, fale um pouco sobre sua origem, história e regras.

Se o futsal é uma adaptação, nós podemos adaptá-lo adaptar o futsal. Então, convide-os a vivenciar o “Gol Gigante”, um futebol de salão adaptado para permitir um maior número de participantes.
Divida a quadra em quatro partes. Forme duas equipes, cada uma subdividida em duas subequipes: uma de jogadores de campo e outra de goleiros:

Os goleiros da equipe A e B ocupam a área demarcada para impedir a realização de gols da equipe adversária. Os jogadores de campo, como no futsal, tentam marcar gol na equipe adversária. A diferença do jogo tradicional é o tamanho do gol, que pega toda a extensão da quadra, e o número de goleiros, que equivale ao número de jogadores.
Quando um gol for marcado por uma das equipes, as duas devem inverter as posições dos subgrupos: os goleiros passarão a ser jogadores e os jogadores passarão a ser goleiros.
Cada equipe joga 15 minutos em cada lado da quadra, com 10 minutos de intervalo.

Hora de avaliar
Após o jogo, sentados em roda, conversem sobre como foi vivenciar o futebol adaptado. Foi esquisito ter muitos goleiros ou foi divertido? E na hora de chutar a gol, foi mais fácil ou mais difícil? Gostaram de todos poderem participar? Peça para que, em duplas, atribuam uma nota de 0 a 10 à atividade e justifiquem.

O que mais pode ser feito?
Seria interessante que fossem desafiados a fazer adaptações em outros jogos de futebol, como o futebol de praia e de botão, e em outras modalidades esportivas como vôlei, basquete, handball, queimada.
O grupo poderá convidar outras turmas da organização / escola para uma rodada só de jogos adaptados, inventados por eles, organizando um campeonato diferente, só de demonstração das invenções, as quais poderão ser registradas e virar um almanaque, com a ajuda de algum professor ou oficineiro.


Para saber mais
Geralmente atribui-se aos jogos esportivos um caráter rígido e imutável, como se sempre eles tivessem tido as mesmas regras e exigido os mesmos procedimentos dos participantes.

No entanto, como qualquer produção humana, eles são passíveis de transformações e essas acontecem em função de necessidades emergentes em algum momento na sociedade, em função de fatores econômicos ou sociais.

Como uma das características mais acentuadas da sociedade contemporânea é a sucessão de mudanças, nos vários campos de atuação, é importante que crianças e adolescentes aprendam a ter flexibilidade para adaptar-se a situações inesperadas e inusitadas, assim como produzir transformações e adaptações compatíveis com as exigências presentes.
Além disso, felizmente, hoje em dia, alguns valores importantes para a humanidade como a diversidade, o respeito ao diferente e a inclusão tornam-se, gradativamente, consistentes, pela atuação de grupos militantes. Isso implica encontrar novas formas de convivência social, de forma que todos possam participar e ter acesso ao que a sociedade oferece.


Fonte de referência

HORA de se Mexer (Adriano Vieira, Ivone C. Almeida, Laércio M. Jorge). São Paulo: Cenpec; Febem-SP;  SEE-SP, 2002. (Educação e Cidadania, 3).


Gostou?

Consulte a oficina “A nova regra do jogo” deste banco de oficina.
Cesta Gol


O que é?
Prática e reflexão envolvendo a relação movimento / respiração / cansaço.


Para quem?
Crianças (a partir de 9 anos) e adolescentes.


Em quanto tempo?
Um encontro de  aproximadamente 90 min.


Onde fazer?
Na quadra.


Materiais

 Tiras de sulfite
  Lápis
 Trave de gol
 Cesta de basquete
 Quatro bolas: de futebol de campo, de futsal, de handebol e de basquetebol


Para quê?
Compreender a necessidade de se movimentar para desenvolver resistência e manter a saúde.


Expectativa de aprendizagem
Desenvolver a concentração na realização de movimentos e uma rotina de prática de atividade física.
  
Como desenvolver

Ao iniciar, pergunte se já repararam no ritmo de seus batimentos cardíacos; se têm ideia de quantas vezes o coração bate em um minuto. O que acontece com esse ritmo, quando corremos? Por que será? Diga-lhes que a oficina do dia terá a função de responder a essas questões
Pergunte se sabem medir seus batimentos. Para isso é preciso contar a pulsação sentida no pescoço ou no punho, utilizando-se os dedos indicadores e médios, durante dez segundos. Multiplica-se esse número por 6 e teremos o número de batidas por 60 segundos (1minuto). Distribua tiras de papel sulfite e peça a cada um que meça seus batimentos. Certifique-se de que eles encontraram a pulsação, antes de começar. Se tiver um relógio grande, com ponteiro de segundos, para o qual todos possam olhar, melhor. Se não tiver, você mede o tempo, pedindo para quem tiver relógio também ajudar. Eles deverão anotar o número de batidas na tira e registrar como está sua respiração: normal ou acelerada?
Em seguida, convide-os a jogar o Cesta-gol, explicando como funciona o jogo que poderá ter a participação de todos.
Forme duas equipes, alinhando cada uma sobre a linha lateral da quadra, conforme o desenho abaixo, definindo o lado em que cada equipe deverá atacar.
Numere os participantes de cada equipe, começando do 1. Assim, haverá dois jogadores com o mesmo número, um de cada equipe.




 

E se?
Se eles não souberem, peça aos que sabem para fazer uma
demonstração antes do início do jogo
Se na quadra não houver trave, desenhe o espaço do gol com giz
colorido; se não houver cesta, sugira que quatro participantes, dois
a dois, formem uma cesta de cada lado do gol.






























Mostre as bolas de futebol, de futsal, de handebol e de basquetebol e entregue para eles, para que todos sintam a diferença de peso e tamanho. Eles jogarão com todas as bolas simultaneamente. Verifique se sabem como se joga com cada uma delas, no jogo correspondente.

Caso você também tenha dúvidas, procure o professor de Educação Física da ONG ou da escola.
Explique como funciona o jogo. Ao iniciar, você lançará uma das bolas e chamará um número. Conforme a modalidade da bola lançada, os jogadores do número chamado entram na quadra e tentarão fazer gol ou cesta, no lado designado para sua equipe atacar. Assim que um deles fizer gol ou cesta, voltam para a lateral da quadra, onde estavam. Você chama outro número, lançando outra bola. Caso os jogadores demorem a fazer cesta ou gol, após meio minuto, por exemplo, você pode lançar outra bola e chamar outro número. Eles perceberão que dois jogos estão ocorrendo, simultaneamente, com bolas diferentes. Ao longo do jogo, você pode chamar grupos de números, formando miniequipes. No final todos estarão envolvidos no jogo, movimentando-se bastante. O jogo dura 30 minutos.


Terminado o jogo, oriente uma nova medição da pulsação e o registro dela, ao lado da primeira. Da mesma forma, irão registrar como está a respiração agora. Pergunte o que observam. O que houve com os batimentos cardíacos, após a atividade? E com a respiração? Ficaram cansados? Por que será que nos cansamos ao realizar atividade física com movimentos intensos? Dê um tempo para que levantem suas hipóteses e, em seguida, explique por que isso acontece.


Hora de avaliar
Sentados em círculo, cada um falará sobre suas descobertas a respeito do próprio corpo, avaliando como está sua resistência, se seus batimentos cardíacos subiram muito com a atividade, se ficaram muito cansados. Em caso positivo, é hora de pensar em mudar hábitos, deixar o sedentarismo. Cada um expressará sua avaliação e o que acha viável fazer para mudar a situação, de forma gradativa e sem exageros.


O que mais pode ser feito?

A maior parte de nossos movimentos requer a utilização de oxigênio para transformar o alimento em energia para os músculos (movimentos aeróbicos). O oxigênio é obtido pela respiração e sua distribuição para o corpo é feita pelo sangue bombeado pelo coração.

Quando fazemos exercício físico, gastamos muita energia porque os músculos estão trabalhando intensamente. Assim, não só precisamos de mais energia, como necessitamos repô-la, rapidamente. A respiração se acelera, permitindo a obtenção de oxigênio em tempo mais curto; o coração bate mais rapidamente, transportando o oxigênio obtido para os músculos. Nestes, o oxigênio transportado reage com substâncias alimentares ali presentes, como o açúcar, gerando energia.


Gostou?
Consulte a oficina A nova regra do jogodeste banco.


Para saber mais
Acessar os meios tecnológicos disponíveis na sociedade é um direito de todo cidadão e saber situar-se no local onde se vive no mundo é condição de cidadania.


Ao trabalhar com mapas, tanto impressos como virtuais, em duas ou três dimensões, as crianças e adolescentes desenvolverão habilidades importantes para se movimentar no mundo contemporâneo, aprendendo a utilizar ferramentas específicas e eficientes e a fazer leitura de imagens das paisagens do território para além, puramente, do seu relevo e de sua hidrografia, buscando compreendê-los num espectro mais amplo.


Assim, situar-se num determinado local não se limita ao aspecto geográfico desse local. É preciso ler outros indícios que compõem a sua paisagem, como por exemplo: quem habita esse território? Tem verde, árvores, praças? Como são as casas? Os imóveis são antigos, modernos ou há uma mistura de estilos? As ruas são asfaltadas? Quanta gente mora aí?


Segundo o geógrafo Milton Santos, “O território é o chão mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence”. (Santos, 2003)
O território constitui a base material sobre a qual a sociedade produz sua história. A relação entre território e sociedade é viva e dinâmica, um constitui o outro.

Fonte de referência
VIEIRA, Adriano; JORGE, Laércio de Moura. Movimento é vida: Ensinar e Aprender - Educação Física - Ensino Fundamental Ciclo II. São Paulo: Cenpec, 2007.

SAÚDE, uma questão e cidadania (Maria Isabel I. Soncini, Magaly T. dos Santos, Maria da Penha B. Youssef). São Paulo: Cenpec; Febem-SP;  SEE-SP, 2002. (Educação e Cidadania, 4).
Que música é essa?


O que é?
Conjunto de atividades que visam oferecer vivências de apreciação da obra de Cândido Portinari, a partir de brincadeiras infantis.


Para quem?
Crianças de 8 a 10 anos.


Em quanto tempo?
Em duas sessões de aproximadamente 90 minutos cada uma.


Onde fazer?
Em um ambiente aberto e em uma sala da instituição/escola.


Materiais

 Bola
 Pincéis
 Papel branco
 Guache e pincéis
 Lápis de cor
 Massinha de modelar
 Computador com acesso à internet
 Fita crepe


Para quê?
Apreciar pinturas de Portinari dedicadas à infância, em três movimentos: fazer, ver e contextualizar. 



Como desenvolver

Sessão 1: Brincar, representar
e expor
 
Acolha o grupo convidando-o para um momento de brincadeiras infantis.  Proponha-lhes, por exemplo: soltar pipa; jogo de futebol, pula-cega, pula- carniça

E Se?

Se você sugerir aos meninos e meninas a confecção de brinquedos, como pipas, nunca é demais lembrar que é importante que você esteja atento (a) a certos cuidados. Por exemplo: a confecção de pipas exigirá  a utilização de tesouras e a manipulação de varetas, entre outras atividades, o que pode ser potencialmente perigoso.

Para organizar estes jogos consulte:
 Como se faz Pipas!! – 4 minutos, 27 jul. 2008, youtube.com

 Brincadeiras: Pula carniça, sela, mula!

 Futebol  
Depois de um tempo, conduza a turma para uma sala da instituição/escola e abra uma breve conversa sobre as brincadeiras. Indague, por exemplo: O que vocês acharam destas brincadeiras? Vocês conheciam todas? Sabem os nomes das brincadeiras? Como se sentiram ao participar delas?
Após essa conversa, ofereça alguns materiais (papel branco, lápis de cor, tinta guache, pinceis, massinha de modelar etc.) e solicite a todos que representem as brincadeiras das quais participaram por desenho, pintura ou escultura.
Não se esqueça de orientar a turma para identificar o trabalho. Terminado essa fazer. documento as produções e seus autores, por meio de fotos., e organize uma exposição. Convide outros integrantes da instituição/escola a conhecerem os trabalhos.

Sessão 2: Conhecer Portinari
Em outro dia, retome a exposição das brincadeiras e, a partir dela, informe o grupo que um famoso pintor brasileiro, Candido Portinari, representou brincadeiras infantis em seus quadros.  Para conhecer este pintor convide o grupo a observar algumas dessas obras (em livros ou na Internet).
Mostre, então, os seguintes quadros:
 Futebol (1935)
 Meninos soltando pipa (1943)
 Meninos soltando papagaios (1947)
 Meninos Brincando (1955)
 Palhacinhos na gangorra (1957)
 Meninos pulando carniça (1957)
 Moleques pulando sela (1958)
 Menino com estilingue (1947)
 Menino com estilingue (1958)
 Meninos no balanço (1960)


E Se?
Caso possa, seria interessante providenciar cópias em papel destas obras e de suas fichas técnicas (a descrição técnica pode ser obtida clicando - se o mouse sobre as imagens indicadas na lista acima, no seguinte endereço: http://www.portinari.org.br/candinho/
abertura.htm



Com as reproduções em mãos e os resultados das pesquisas do grupo, conduza uma nova conversa sobre as obras de Portinari. Problematize, com questões tais como:

Vocês conhecem as brincadeiras retratadas por Portinari? Já brincaram de algumas delas? Se Portinari retratasse as brincadeiras de hoje, o que seria?
 Portinari retrata em suas pinturas diversas temáticas, entre elas a infância, talvez como uma forma de manter viva a lembrança de sua vida de criança em Brodowski, cidade onde nasceu,no interior de São Paulo.

 Nos quadros Meninos Brincando” e “Palhacinhos na gangorra”, Portinari utiliza diversas cores..Estas cores transmitem a vocês sentimentos de alegria, de tristeza, ou indiferença?
Para saber mais sobre a obra de Portinari, clique aqui.
As cores quentes (vermelho, marrom, amarelo) nas vestimentas e rostos das crianças e dos palhacinhos retratados no plano principal das telas indicam a energia, o vigor e a alegria das crianças nas brincadeiras de que participam.  Já os tons em branco talvez venham para expressar a leveza dos movimentos infantis, por mais vigorosas que sejam as atividades em que se envolvam.
Sobre este assunto consulte: A concepção de infância retratada nas obras de Cândido Portinari
 No quadro “Meninos na Balança”, Portinari consegue produzir com as cores um efeito especial: a transparência. O que elas permitem ver?   
Neste caso as transparências permitem perceber o movimento da balança.  Conforme elas (as balanças) se movimentam pode-se ver partes diferentes dos corpos

 Nas obras “Meninos soltando pipas” e “Meninos soltando papagaios”,
Portinari usa também do recurso do plano principal e do plano de fundo. Quais sensações as figuras do plano de fundo nos trazem?
Nestes quadros, os elementos do plano de fundo sugerem a percepção da  distância e da profundidade, além da altura e da largura. Isto é: a tridimensionalidade. Dessa forma, Portinari aproxima a imagem que retrata, da realidade. Conforme escritos biográficos, o pintor em determinado momento de sua vida artística abandonará o compromisso com a tridimensionalidade e assumira postura mais moderna em suas obras
 No quadro “Futebol”, além do jogo e dos jogadores, o artista também retrata outros elementos. Olhando para eles, o que vocês diriam deste lugar?
A imagem, além do jogo de futebol, retrata também um ambiente rural típico de cidades interioranas do Brasil: as cores (da terra e da plantação), a religiosidade (o mastro em forma de cruz); a pecuária (animais pastando e vegetação rasteira); índices de festas populares (o mastro no topo da casa).>
Durante a conversa, faça uma síntese dos principais aspectos da obra, na visão da turma.  E, se achar conveniente, ofereça alguns dados sobre a história de vida deste pintor.
Nesta síntese, não se esqueça de pontuar os movimentos de apreciação de obras de arte da  oficina: primeiro as crianças e jovens tiveram oportunidade de produzir suas próprias obras; depois, viram as obras de arte de Portinari em uma exposição; na sequência, conversaram sobre o contexto artístico dessas obras com base na análise das ficha técnicas e na leitura dos elementos dos quadros (cores, planos, figuras etc.) além de conhecerem alguns aspectos da biografia do importante pintor.
Para terminar, reúna numa única exposição as obras do grupo feitas no inicio desta oficina e a reprodução dos quadros de Portinari.


Hora de avaliar
Para avaliar, organize com o grupo um esquema ilustrado dos movimentos da apreciação de obras de arte (fazer, ver e contextualizar).



O que mais pode ser feito?
Além de pesquisa de outras obras de Portinari que retratam brincadeiras infantis (www.portinari.org.br) o grupo poderá ser convidado a organizar um painel com pinturas sobre brincadeiras. Para este trabalho você precisará disponibilizar papel, pincéis e guache.
Caso as crianças e jovens não conheçam murais, pode-se mostrar alguns feitos por Portinari.
Um estudo sobre as cores quentes e frias também poderá ser interessante, veja o  aqui.

Gostou?

Consulte neste catálogo a Oficina "Apreciar e conhecer música", deste banco.
Para saber mais
Veja também outros trabalhos de Portinari:
Tic tac poc poc (jogo de espelho e de movimento)


O que é?
Jogo de observação e imitação de movimentos.


Para quem?
Crianças e jovens, a partir dos 08 anos.


Em quanto tempo?
Uma sessão de 60 minutos.


Onde fazer?
Espaço aberto ou sala ampla.


Materiais

Não há.


Para quê?
Desenvolver atenção e capacidade de observação. Praticar reflexos e o treino da agilidade. Treinar a concentração. 



Como desenvolver

Inicie o jogo com um aquecimento coletivo:
1. Estando todos os meninos e meninas em pé, devem-se formar duplas, distribuindo-se pela sala ou espaço, com certa distância umas das outras.
2. Peça que cada membro da dupla fique um de frente para o outro, e que ambos procurem, por alguns instantes, observar-se em silêncio. Escolhe-se quem será o espelho e quem será a figura.
3. Ao seu comando, a figura começa a fazer um gesto ou movimento, o qual deve ser rigorosamente imitado pelo espelho. O gesto pode variar: levantar os braços, bater palmas, saltitar, abrir e fechar as pernas, comportar-se como o polichinelo, agachar-se... Você pode formar dupla com alguém do grupo, para servir de modelo.
4. Depois de um tempo de experimentação, os papéis se invertem.
Terminado o aquecimento, começa o jogo propriamente dito:
1. Oriente o grupo a formar um círculo.
2. Um dos jogadores, o primeiro do circuito, deve dar início ao jogo, executando um movimento repetido conforme o ritmo de uma canção ritmada curta.
3. A canção mais comum utilizada nesse jogo é a sequência rítmica onomatopaica TIC-TAC-TIC-TAC-TIC-TAC-POC-POC
4. O jogador ao lado direito observa e, ao final da sequência inicial, deve repetir o movimento do colega. Ao mesmo tempo, o jogador que iniciou o percurso muda de movimento.
5. Assim, inicia-se um circuito de movimentos. Quem errar o movimento sai do jogo.
6. É importante não interromper a canção, mesmo que alguém erre o movimento e saia do jogo, para não quebrar o ritmo do circuito.
A rodada termina quando o movimento inicial do primeiro jogador retornar a ele.
Durante o circuito, nada poderá ser dito, exceto a canção ritmada.


Hora de avaliar
Observe simplesmente se os meninos e meninas são capazes de se observar, tentando respeitar ao mesmo tempo o ritmo da brincadeira. Ao final, converse com o grupo sobre as dificuldades e facilidades, e sobre o que cada um sentiu ao participar dessa brincadeira.



O que mais pode ser feito?
Você pode criar variações desse jogo, acrescentando dificuldades. Por exemplo: a um sinal seu (o bater de uma palma, por exemplo), o circuito de movimentos se inverte. Ou, então, em vez de um só círculo, fazem-se dois círculos, um dentro do outro, com os meninos e meninas frente a frente, de modo que os do círculo de dentro devam imitar os do círculo de fora.
Pode-se também combinar com a turma uma sequência prévia de movimentos.
E, como se trata de um jogo, “prêmios” e/ou “punições” podem ser estabelecidos para quem completa o circuito ou quem sai Você também poderá utilizar esse jogo sempre que quiser promover uma atividade que exija concentração e atenção do grupo, para prepará-lo.


Gostou?

A oficina “Esculturas com o corpo” permitirá um trabalho complementar ao deste jogo.
Esculturas com o corpo


O que é?
Atividade lúdica para a percepção das partes do corpo, dos movimentos e articulação entre eles.


Para quem?
Crianças e jovens, a partir de 6 anos.


Em quanto tempo?
Uma sessão de 90 minutos.


Onde fazer?
Espaço aberto, de preferência plano e ao ar livre. Se não for possível, uma sala ampla.


Materiais

 Câmera fotográfica.


Para quê?
Desenvolver a percepção do próprio corpo, do movimento e articulação das suas partes. Perceber a importância da quinesfera. 


Como desenvolver
E se?

Durante a atividade, pode ser que uns esbarrem nos outros, encostem - se, choquem - se. Se os movimentos estiverem muito rápidos, no meio dos comandos de movimento, você introduz outros como: "Tomem cuidados uns com os outros, para não se machucarem", "Prestem atenção uns nos outros, observem como se movimentam, o que fazem".














Prepare o ambiente: afaste tudo o que possa atrapalhar o movimento dos participantes do grupo. É preciso que haja espaço livre porque todos devem movimentar-se bastante.
Reúna o grupo num grande círculo e explique a proposta: “Vamos criar esculturas utilizando os nossos próprios corpos”.
Para iniciar, será importe promover um aquecimento coletivo. Convide os meninos e meninas a formarem um grande círculo. Peça que fiquem em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo e tentem relaxar. Peça que, devagar, ergam os braços como se quisessem pegar uma coisa no alto de uma prateleira, sugira que fiquem na ponta dos pés. Em seguida, sugira que se abaixem, como se fossem apanhar algo que caiu no chão. Você pode introduzir comandos como: “Estiquem os braços”, “Ergam as pernas”, “Virem o pescoço para cima”, “Mexam-se livremente”. Depois de um tempo de experimentações livres, peça que comecem a caminhar aleatoriamente pelo espaço, tentando ocupá-lo. Primeiro bem devagar, depois mais rapidamente, depois devagar de novo. Marque o ritmo da caminhada por meio de contagem ou de músicas. Quando perceber que o grupo já está aquecido e que todos já estão se movimentando, você para a contagem ou a música, pouco a pouco.
Peça que fechem os olhos e respirem profundamente por uns momentos. Assim, estarão prontos para o trabalho.          
Após o aquecimento, comece o trabalho com os seguintes comandos:
 Imagine que você é um pássaro bem grande. Abra as asas e comece a voar.
 Agora vamos pousar, bem devagar.
 Agora, você é um gato, subindo no muro.
 Muito bem!! Em cima do muro, cuidado para não cair, ande passo a passo, se equilibrando.
 Salte de volta para o chão!
 Se você fosse uma cobra, como andaria?
 Muito bem! De cobra, você se transformou em uma bola bem grande.
 A bola está rolando, bem devagar.
 E se você fosse uma mesa, como seria?
 A mesa está de pernas para o ar!!

Depois desses comandos, peça que todos fiquem deitados no chão, de barriga para cima, de olhos fechados, mexendo-se o mínimo possível, por alguns instantes. Quando perceber que o grupo relaxou um pouco, solicite que formem duplas.
Um será o “Escultor” e o outro será a “Escultura”. Pode-se decidir no “par ou ímpar” quem será o quê.
O escultor vai esculpir sua escultura: deverá “modelar” do jeito que for possível — dobrando os membros, pedindo que a escultura assuma diferentes posições, até chegar à forma final.
Em seguida, trocam-se os papéis: o escultor vira escultura.
Para concluir, cada um deve assumir sua forma de escultura e ficar imóvel por um instante. Nesse momento, você fotografa o grupo. Essa será a imagem do “Museu de Esculturas do Corpo”.
Após a fotografia, todos podem se deitar de novo no chão para descansar por uns instantes.


Hora de avaliar
Durante o movimento e a construção das esculturas, observe se as crianças e jovens são capazes de irem percebendo seu próprio corpo e o dos colegas. Ao final, depois que o grupo estiver descansado, converse sobre como se sentiram sendo “escultor” e sendo “escultura”, sobre o que acharam dos movimentos e o que conseguiram aprender com o próprio corpo e com o movimento dos colegas. O importante é que você detecte se cada um foi capaz de perceber que os movimentos e o próprio corpo ocupam um lugar no espaço e interagem com ele. Esse espaço é a “quinesfera”.



O que mais pode ser feito?
Você poderá, posteriormente, mostrar ao grupo as fotografias obtidas e complementar as reflexões sugeridas e já iniciadas, conforme o item “Hora de avaliar”.
Pode também trazer imagens de figuras humanas em movimento e conversar com os meninos sobre os limites e possibilidades de movimentos do corpo.
Se possível, será interessante fazer o grupo assistir a algum espetáculo de dança ou ginástica. Há inúmeros filmes (recentes ou antigos) que podem ser vistos e sobre os quais se pode conversar, sempre tendo como ponto de discussão o corpo e suas possibilidades de movimento.

Gostou?

Veja a oficina “A dança coral”, para complementar o trabalho iniciado.


Para saber mais
Para saber mais sobre o conceito de “quinesfera”, você poderá conhecer o trabalho de um importante coreógrafo do século XX, chamado Rudolf Laban.

Veja o trabalho da ONG Morungaba no You Tube.

Consulte também o artigo “Dança educativa: um fato em escolas de São Paulo”, de autoria de Marta Thiago Scarpato, disponível aqui.
Objetos em ação
O que é?
Oficina cujo objetivo é promover a integração entre membros de um grupo.


Para quem?
Jovens a partir de 14 anos.


Em quanto tempo?

O tempo pode variar conforme o tamanho do grupo, entre 30 e 180 minutos.


Onde fazer?
Sala ampla ou espaço ao ar livre.


Materiais

Objetos portáteis, à livre escolha dos participantes.


Para quê?
Desenvolver o senso de observação e a capacidade de tomada rápida de decisões. Trabalhar noções como identidade individual e coletiva.


Como desenvolver


E Se?

Se o grupo estiver muito curioso sobre o que vai ser feito ou para que será usado o objeto, diga simplesmente que se trata de um jogo cujo objetivo é fazer com que todos se conheçam melhor. Se você fornecer muitas explicações para o grupo nesse momento inicial, poderá comprometer o resultado do jogo.

Se ao final de um certo tempo mais ou menos longo o grupo não chegar ao fim do jogo, esse fato indicará a você que o grupo poderá precisar de algumas outras ações de integração, ou atividades que levem uns aos outros a se conhecerem melhor. Nesse caso, esclareça ao grupo a motivação do jogo, discutindo o que leva a todos a não chegarem a um consenso. 






























Este jogo é muito adequado quando se necessita promover a integração entre membros de um grupo, sejam eles já conhecidos ou não. Também pode ser executado numa situação de conflito, já deflagrado ou iminente. A atividade demanda atenção e concentração.
Pode-se dizer também que auxilia o grupo a solucionar problemas de inter-relações.
Para começar, você precisará combinar com dois ou três participantes do grupo a estratégia para dar início ao jogo. Chame esses participantes escolhidos e converse com eles rapidamente, sem que os demais notem, sobre o que devem fazer para ajudar você a iniciar o jogo: peça-lhes que escolham um objeto qualquer, algo de que gostem ou que tenha a ver com eles, e que, assim que você iniciar o jogo, eles repitam o mesmo gesto que você fizer. Esses três participantes não devem se sentar um ao lado do outro, no círculo.
Dê início ao jogo: reúna o grupo num círculo e fique você também no círculo como participante. Peça que se sentem e que escolham um objeto pessoal qualquer e tenham esse objeto em mãos. Então dê início ao jogo sem dar ao grupo muitas explicações sobre o que acontecerá.
Você se levanta, se aproxima do centro do círculo e cuidadosamente deposita lá o objeto escolhido por você, sem dizer nada. Retorna ao seu lugar. Em seguida, um dos participantes que combinou com você o início do jogo fará a mesma coisa que você fez. O segundo também. E também o terceiro. Desta forma, o grupo deverá perceber que o objeto escolhido deverá ser depositado em algum lugar dentro do círculo, estabelecendo alguma relação com os demais objetos. À medida que o grupo for ficando mais confiante, você pode se levantar e “ajeitar” algum objeto que lhe pareça fora do lugar. Fazendo assim, você dará a entender que os outros poderão também alterar posições de objetos, mexer neles, colocá-los em interação com outros, transformá-los.
Proocure manter o silêncio. Se o grupo começar a fazer algum barulho ou conversar, faça algum gesto (sem usar palavras) que indique ao grupo que não se deve falar neste momento.
Essa dinâmica do jogo se mantém até que todos tenham posicionado o objeto escolhido em algum lugar dentro do círculo e até que nenhum participante sinta vontade de modificar a posição de algum dos objetos. Isso pode levar mais ou menos tempo, o importante é que cada um do grupo tenha o direito de se manifestar até que se sinta confortável com os objetos no círculo. Você detectará o momento de terminar o jogo quando ninguém mais se levantar para modificar a posição dos objetos.


Hora de avaliar
No momento que o jogo terminar, você então toma a palavra, convidando todos a ficarem em pé, próximo dos objetos, formando um círculo menor em torno deles. Peça que observem atentamente a imagem formada e que cada um explique por que escolheu aquele objeto e o que esse objeto representa para ele.  Um por um, todos devem ter direito de falar e se expressar. Em seguida, você convida cada um a observar a imagem formada e, um a um, dizer o que essa imagem representa, que sentidos pode ter. Você pode anotar o que os meninos e meninas disserem nesse momento.
É importante apenas observar se o grupo foi capaz de constituir a atividade com tranquilidade, de modo que cada um, ao final, tenha podido expressar o que sentiu ao escolher o objeto e o que percebeu da imagem formada.
Pode ser que o grupo não chegue ao final e você tenha sido obrigado a interromper o jogo. Se isso acontecer, no momento da avaliação, comente com o grupo esse fato, e deixe que expressem livremente o porquê de não terem se sentido confortáveis com a disposição dos objetos. 



O que mais pode ser feito?

Após o jogo, para descontrair o grupo e relaxar, você poderá proporcionar uma atividade que envolva movimentos, alongamento do corpo, se possível ao ar livre.


Gostou?

Veja neste banco de oficinas uma atividade chamada Dança coral, cujo objetivo é semelhante ao deste jogo e que poderá ser utilizada em continuidade a essa atividade, sobretudo se o grupo, ao final, não chegar a um consenso sobre a posição dos objetos no círculo.
Um calendário divertido


O que é?
Rotina de atividades que combinam brincadeiras tradicionais, contação de histórias e conhecimento do calendário.

Para quem?
Crianças a partir dos 06 anos.

Materiais

Cartazes com os calendários; Materiais variados para a leitura das histórias e a realização das brincadeiras.

Onde fazer?

Espaço aberto e amplo (como um pátio) e sala da organização ou escola.
Em quanto tempo?
Sessões de 90 minutos.

Para quê?
Desenvolver a noção de frequência e a de repetição, as quais regem o calendário, por meio da criação de uma rotina de brincadeiras com contação de histórias. Estimular a concentração e a atenção. Promover o respeito ao outro e a importância do trabalho coletivo



 E para desenvolver?
Ao entrar na escola ou começar a frequentar espaços públicos, as crianças se deparam com uma rotina que se desenvolve ao longo do ano: a realização das atividades que regem a vida escolar estão ligadas a datas (início e fim das aulas, férias, feriados, festas, eventos escolares e outros, de todo tipo). Essas datas, por sua vez, são regidas pelo calendário. Mas nem sempre é fácil ajudar as crianças a entender como funciona, em linhas gerais, o calendário. Na sua organização ou escola você pode ajudar as crianças a entender como funciona o calendário e, principalmente, construir a noção de repetição e frequência. A oficina sugerida trabalha essas questões.

A primeira coisa a fazer é perguntar às crianças, no início do dia: “Que dia é hoje?”, e observar suas respostas, que podem ser precisas ou não. Acolha todas as respostas, permitindo que todos falem. Em seguida, você afixa-as numa parede da sala uma tabela, confeccionada em cartolina ou no flip chart, imitando o mês do calendário, com espaços abaixo de cada dia para fazer anotações.

Diga às crianças que na tabela há os dias do mês e da semana. Sublinhe o dia com uma caneta colorida e, no espaço, você escreve quais atividades vai realizar no dia, ao mesmo tempo que fala em voz alta os nomes dessas atividades. Essas atividades devem ser:

- A brincadeira do dia (você escreve o nome da brincadeira escolhida);

- A história do dia (você escreve o nome da história escolhida).

No mesmo dia da semana seguinte, retome a tabela, pergunte às crianças se elas se lembram daquela brincadeira e da história. Deixe-as falarem livremente e, em seguida, repita o mesmo procedimento: pergunte o dia, anote-o na tabela, assim como as atividades do dia e execute-as.

Esse procedimento deve se repetir com a mesma frequência e, à medida que forem passando as semanas e os meses, você vai obter um registro dessa rotina, ao mesmo tempo em que terá construído o calendário com as crianças.

É importante não repetir a mesma brincadeira nem ler a mesma história para não comprometer a idéia de rotina e de frequência.

Hora de avaliar
Conforme for repetindo o procedimento, você irá percebendo, pelas respostas das crianças, se elas começam a se apropriar da noção de rotina e de frequência, associando o mesmo dia da semana à realização de determinadas atividades.

Ao mesmo tempo, devem começar a surgir na fala das crianças perguntas e questionamentos sobre quando será a próxima sessão de brincaderias e de histórias. Quando você notar que os meninos e meninas começam a prever quando essas sessões vão acontecer, por meio de falas espontâneas, então a idéia de frequência associada a uma rotina de atividade já terá sido incorporada. Nesse momento, você retoma as tabelas com o registro dos meses, dos dias da semana e das atividades realizadas e pode explicar às crianças o significado do calendário (para que serve, como funciona, etc.), porque então elas já terão se apropriado de sua dinâmica e compreenderão o seu funcionamento mais facilmente.

Depedendo da faixa etária das crianças, isso pode levar mais ou menos tempo. Não tenha pressa.


O que mais pode ser feito?

Você pode estabelecer, dentro do calendário, outras atividades rotineiras para desenvolver durante a semana de atividades. Assim, o processo de apropriação do calendário e a percepção de que a cada dia há um conjunto de ações mais ou menos previsíveis a acontecer auxiliará as crianças a entrarem em sintonia com as atividades planejadas por você.

Sobretudo para crianças pequenas, a rotina semanal pode ser de grande ajuda, pois estrutura suas ações em torno de atividades que se repetem, o que dá segurança para elas.

Gostou?
Procure a oficina “A leitura dos contos da tradição” se quiser aprofundar o trabalho com a leitura de histórias. Essa oficina indica caminhos que podem ser utilizadas para você ajudar as crianças a desenvolver estratégias próprias de leitura.

Para saber mais
Clique nos links "Brincadeiras de tradição" e "Histórias da tradição" para você conhecer uma relação com doze brincadeiras e uma sugestão para trabalhar com as crianças a leitura das histórias.



*As histórias da tradição

Há um conjunto muito grande de histórias que constituem a tradição brasileira. Escritores como Clarice Lispector, Ana Maria Machado, Regina Machado, entre outros, publicaram versões dessas histórias em forma de contos para crianças. Na internet encontram-se também inúmeros links com versões dessas histórias. Você poderá simplesmente ler essas histórias com as crianças ou, se preferir conhecer uma estratégia de leitura e abordagem dessas histórias, veja a oficina “Leitura de contos da tradição.


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