Adaptação
É tudo novidade
Jaciara de Sá
Até ir para a
creche, a criança tem um relacionamento social restrito à sua casa, com os seus
pais ou responsáveis, e a alguns familiares. Ao freqüentar um novo ambiente,
ela precisa de um período para se adaptar ao espaço, às pessoas e às novas
relações que vão surgir. O sucesso desse processo depende do acolhimento que a
instituição oferece. Na escola, a mediação do educador é determinante, pois a
ele compete introduzir o novato no grupo. O ideal é manter os cuidados
específicos e individuais que a criança está acostumada a ter em casa. Por
isso, é importante que um dos pais ou um responsável acompanhe os primeiros
dias na creche: além de mostrar ao educador aspectos relevantes da rotina
familiar, ele vai transmitir à criança segurança até que ela consiga ficar
sozinha. Para a adaptação ser completa, é fundamental também o educador
compartilhar com a família as experiências inéditas que os pequenos vivenciam
na escola.
1. A música dos
nomes
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Idade
- A partir de 4 meses.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Objetivos
- Reconhecer o próprio nome e reforçar o vínculo com o educador.
Escolha uma
música na qual você possa incluir o nome das crianças. Alguns exemplos: “Se Eu
Fosse um Peixinho”, “A Canoa Virou”, “Ciranda, Cirandinha” e “Fui no Itororó”.
Reúna a turma em um local agradável e cante. Os bebês também podem participar,
já que a intenção é fazer com que se familiarizem com os nomes. Aos que já
andam, sugira uma roda, que vai se formando com aqueles que ouvem o próprio
nome.
2. Hora da colheita
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Idade
- A partir de 3 anos.
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Tempo
- Uma hora.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Cartolina ou papel cartão, argila, tinta, dado com um lado de cada cor,
miniatura de um passarinho (de plástico ou origami) e vasilhas ou cestinhos
coloridos.
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Objetivos
- Integrar-se ao grupo e colaborar com os colegas.
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Preparação
- Cole uma gravura ou desenhe uma árvore cheia de galhos do tamanho de uma
cartolina para servir de tabuleiro. Faça frutinhas de argila, deixe secar e
pinte-as com as mesmas cores do dado que será usado no jogo. Em uma das faces
dele, desenhe um passarinho. Confeccione também cestinhas de origami ou arrume
vasilhas com as mesmas cores do dado e providencie um brinquedo em forma de passarinho.
Coloque o tabuleiro sobre uma mesa e espalhe as frutinhas pelos galhos. O
passarinho deve ficar solto. Em volta do tabuleiro, espalhe as cestinhas
coloridas. Jogo para quatro crianças.
Uma criança por vez lança o dado, retira
da árvore a fruta da mesma cor indicada pelo dado e coloca-a na cestinha,
também da mesma tonalidade. Se o dado cair com a face que traz o passarinho, é
ele quem fica com a fruta. O objetivo é colher todas antes que o passarinho as
coma.
3. Teatro de bonecos
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Idade
- A partir de 1 ano e meio.
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Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades, pátio ou biblioteca.
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Material
- Fantoches ou dedoches.
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Objetivo
- Conhecer a rotina da escola enquanto conversa com os personagens.
Sente-se com as crianças no chão e faça
os bonecos “conversarem” com cada uma. Você pode fazer perguntas como:
- Quem trouxe você para a escola hoje?
- Você tem amigos? Quem são?
- Você já brincou no parque?
- Você já tomou lanche?
4. Mamãe tem
cartinha pra você!
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Idade
- A partir de 2 anos.
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Tempo
- Uma hora.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Canetas hidrográficas, Papel e envelopes.
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Objetivos
- Tranqüilizar-se quanto aos sentimentos de adaptação (exemplo: tristeza) e
compartilhar com os pais as atividades escolares.
Distribua uma
folha de papel e canetas hidrográficas para cada criança e peça que faça uma
cartinha aos pais. Quando todas terminarem os desenhos, chame uma por uma e
pergunte a quem a mensagem é endereçada e o que ela deseja comunicar. Escreva o
que a criança disser na mesma folha usada por ela. É importante perguntar se
ela quer entregar a carta à pessoa apontada. Em caso positivo, coloque-a em um
envelope e oriente a criança a entregá-la ao chegar em casa. Caso contrário,
guarde o desenho com as demais atividades.
Interação
Agir e conhecer
Jaciara de Sá
Até os 3 anos, a
interação da criança com o ambiente se dá por meio da observação e da
exploração do espaço, incluindo tudo o que está contido nele. Assim, para que
ela adquira conhecimento por meio da ação, você pode planejar atividades que
utilizem objetos variados, diversificando as possibilidades de interação também
com o espaço e os colegas. Como a criança está aprendendo a falar, é
fundamental conversar com ela durante as brincadeiras, mesmo que ela ainda não
compreenda ou responda.
5. Quem está aqui?
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Idade
- De 2 a 3 anos.
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Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala com pouca luz.
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Material
- Lanternas pequenas.
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Objetivos
- Descobrir o que há no espaço e olhar os colegas de outra maneira.
Entregue uma
lanterna pequena e acesa para cada criança. Depois, leve-as a um espaço com
luminosidade reduzida e sem móveis, para que não se machuquem. Ao chegar ao
local, deixe que andem livremente pela sala, incentivando-as a explorar o
ambiente. Uma idéia é procurar os colegas. Elas podem também iluminar partes do
corpo do outro e tentar descobrir quem é.
6. Hoje é dia de novidade
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Idade
- A partir de 4 meses.
·
Tempo
- Uma hora.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Caixa, objetos com diversas formas, texturas e tamanhos (caixinhas encapadas
com papel ou tecido contendo areia, pedrinhas ou grãos variados), bexigas com
um pouco de água dentro, pedaços de conduíte, rolos de papel-toalha pintados ou
encapados, luvas cirúrgicas com talco, argolas, potes de filme fotográfico com
miçangas, garrafas PET pequenas com pedaços de papel colorido, espelhinhos,
chocalhos, tampas de vasilhas e sachês. Obs.: as caixas ou outros objetos que
contêm miudezas devem estar bem vedadas, para que o conteúdo não escape.
·
Objetivos
- Conhecer os objetos e formas de interagir.
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Preparação
-Espalhe almofadas pelo chão para a sala ficar aconchegante e coloque as
crianças sentadas sobre elas. Os bebês também podem entrar na roda, acomodados
em assentos próprios.
Inicie a
brincadeira dizendo à turma que você trouxe uma caixa cheia de surpresas.
Abra-a e tire de dentro dela um objeto por vez, mostrando as várias
possibilidades de manuseio, as cores e os desenhos. Essa mediação é fundamental
para despertar o interesse da garotada: é observando e imitando sua ação que a
criança vai ampliar o repertório de movimentos e criar variações. Quando isso
acontecer, chame a atenção das demais para o novo jeito de brincar. Assim você
continua estimulando a imitação. Explore ao máximo cada peça, sacudindo,
jogando, empilhando, torcendo ou colocando próximo ao ouvido. Só depois
entregue-a as crianças. Distribua todo o conteúdo da caixa e permita que elas
troquem as peças entre si. Os bebês interagem pelo olhar, mas também podem
brincar. Se eles ainda não conseguirem segurar os objetos, ajude-os. Essa
atividade pode ser repetida várias vezes na semana, com os mesmos objetos ou
outros novos que você trouxer. Guarde-os sempre limpos.
7. Cantinho de leitura
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Idade
- A partir de 9 meses.
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Tempo
- De 10 a 15 minutos por dia.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Tapete ou colchão, almofadas ou sofá em miniatura, bonecos de pano e
fantoches de personagens familiares às crianças e vários livros.
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Objetivos
- Interessar-se por histórias e explorar os livros.
A experiência de
manusear livros desde os primeiros meses de vida colabora com o aprendizado da
leitura. Escutar histórias com regularidade também favorece a formação de
melhores leitores e apreciadores do universo literário. Organize em sua sala um
espaço de leitura que as crianças possam freqüentar e explorar, entrando em
contato diariamente com livros, álbuns de imagens, fantoches e bonecos de pano.
Vale lembrar que esse espaço deve ser confortável, acolhedor e atrativo. Assim,
as crianças se envolvem por um tempo maior com suas atividades. Os livros e
demais materiais expostos precisam ser resistentes. Se acontecer de algum ser
rasgado ou amassado, conserte e ponha em uso novamente. Leia livros para o
grupo. Por causa da idade, as crianças não ficarão sentadas em roda, como as
mais velhas. O interesse de uma criança pequena por uma história lida pode ser
percebido por reações de alegria ou tentativas de encenar a história. Observe
esses sinais e incentive as crianças que os emitiram. Ao escolher as histórias
para ler ou contar, opte por livros com ilustrações de qualidade. Não se
preocupe com variedade, porque as crianças pequenas gostam de ouvir várias
vezes a mesma história. Antes ou depois da leitura, lembre de dar um tempo para
as crianças manusearem livremente os livros.
8. Arte com mingau
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Idade
- De 8 meses a 1 ano e meio.
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Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades ou pátio.
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Material
- Maisena, corante alimentar e água.
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Objetivo
- Interagir com o espaço.
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Preparação
- Em uma panela, dissolva uma colher de sopa de maisena para cada copo de água.
A quantidade é de acordo com o número de crianças ou o tamanho do espaço onde a
atividade será realizada. Coloque pitadas de corante até a mistura ficar com a
cor que você deseja. Leve-a ao fogo e mexa até que se transforme em um mingau.
Deixe esfriar. Avise os pais para mandarem roupas velhas no dia da brincadeira.
Espalhe a mistura no chão da sala onde
as crianças vão brincar. Deixe-as andar, engatinhar e rolar sobre o mingau,
interagindo com o espaço. Atenção para que todos se divirtam e ninguém se
machuque. Incentive as várias possibilidades de movimento.
Identidade
Quem sou eu
Jaciara de Sá
A construção da
identidade é gradativa e se dá por meio das interações sociais. Ora as crianças
imitam o outro, ora diferenciam-se dele. Para ajudar os bebês nesse processo,
você pode criar situações nas quais eles se comuniquem e expressem desejos,
desagrados, necessidades, preferências e vontades. Brincadeiras feitas em
frente do espelho ajudam a criança a reconhecer suas características físicas.
Já o desenvolvimento da auto-estima se dá conforme a criança incorpora a
afeição que os outros têm por ela e a confiança da qual é alvo.
9. Todo mundo na janelinha
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Idade
- De 9 meses a 2 anos.
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Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Cartolina, caneta hidrocor, cola e uma foto de cada criança.
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Objetivo
- Favorecer o reconhecimento da própria imagem e da dos colegas.
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Preparação
- Em uma cartolina, desenhe um trenzinho com o número de vagões correspondente
à quantidade de crianças. Pendure o cartaz na parede da sala antes de elas
chegarem. No dia da brincadeira, peça aos pais que mandem uma foto do filho ou
da filha.
Peça aos
pequenos que sentem em roda e coloquem a foto no meio do círculo. Aconchegue os
bebês no grupo e converse com todos. Comente uma foto por vez. Mostre a imagem
e diga: “Olha a Aninha!”, “Onde você estava?”, “Na praia, não é?”, “O seu
biquíni era azul?”, “Quem já foi à praia?” Chame as crianças pelo nome, pois é
muito comum na Educação Infantil o uso de apelidos. Depois dos comentários,
cole as fotos nos vagões e deixe elas apreciarem. Inclua uma foto sua também. O
trenzinho fica na classe até as férias. Você vai perceber que, sempre que
possível, as crianças vão chamar as pessoas que se aproximam da sala para ver
as fotos.
10. Produzidos para o baile
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Idade
- A partir de 2 anos.
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Tempo
- 40 minutos.
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Espaço
- Sala ampla.
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Material
- Espelho de corpo inteiro, aparelho de som, tecidos, fantasias e maquiagem
(testada dermatologicamente, antialérgica e sem álcool).
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Objetivo
- Favorecer a construção da identidade com o uso do espelho.
Leve as crianças
para uma sala que tenha um ou vários espelhos grandes para que todas consigam
se ver ao mesmo tempo. Deixe as fantasias e os tecidos à disposição delas.
Comece a atividade avisando que vai haver um grande baile e, por isso, elas
precisam colocar uma roupa especial e se maquiar. Faça você a pintura no rosto
das crianças ou peça ajuda a outro educador. Quando a turma estiver pronta,
coloque músicas animadas e comece o baile. Depois que as crianças dançarem
livremente, conduza a atividade sugerindo que façam caretas em frente do
espelho, dobrem os joelhos, levantem os braços, expressem tristeza, balancem a
cabeça e movimentem os tecidos que seguram. Sugestão: maquie-se e fantasie-se
você também para curtir junto.
11. Cadê minha foto?
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Idade
- A partir de 1 ano e meio.
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Tempo
- Uma hora.
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Espaço
- Todos os espaços da escola e o tanque de areia.
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Material
- Fotos das crianças, cola e plástico adesivo.
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Objetivo
- Reconhecer a própria imagem e a dos colegas.
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Preparação
- Encape as fotos com o plástico adesivo para que não estraguem. Elas devem ser
as que estavam no trenzinho, descrito na atividade Todo Mundo na Janelinha (na
pág. ao lado). Esconda-as no tanque de areia.
Quando as crianças
entrarem na sala, comente: “Onde estão as fotos do painel? Sumiram! Alguém viu?
Não? Vamos procurar? Devem estar em algum lugar na escola...” Indique alguns
espaços para elas procurarem as imagens, deixando o tanque de areia por último.
Se a foto encontrada não for a da própria criança, peça que ela a entregue ao
dono. Quando todos estiverem com as próprias fotos, podem voltar para a sala e
colá-las novamente no painel.
12. Cada um é do seu jeito
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Idade
- 3 anos.
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Tempo
- Uma hora.
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Espaço
- Sala de atividades ou pátio.
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Material
- Papel Kraft, tesoura, canetas hidrocor e fita adesiva.
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Objetivos
- Construir a imagem do próprio corpo e trabalhar a auto-estima.
Cada criança
deita sobre uma folha de papel para que você possa desenhar a silhueta dela.
Recorte o contorno, escreva o nome da criança e entregue a ela para completar o
desenho com olhos, mãos, joelhos etc. Nesse momento, incentive a criança a
observar o próprio corpo. Não espere nada figurativo. Quando todos concluírem o
trabalho, cole as silhuetas lado a lado na parede e estimule a observação:
“Olha! A Iara é mais alta que o Pedro”. Converse bastante sobre as
particularidades de cada uma. Esse diálogo contribui para a construção da
auto-imagem e da auto-estima, pois a criança interioriza o afeto que você e os
colegas têm por ela, expresso na conversa.
13. Caixas de surpresas
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Idade
- A partir de 2 anos.
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Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades ou pátio.
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Material
- Caixas de sapatos e espelhos pequenos protegidos por uma moldura resistente.
Se não houver espelhos na escola, peça aos pais para providenciarem.
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Objetivo
- Brincar com a própria imagem.
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Preparação
- Peça aos pais que enviem uma caixa de sapatos enfeitada de casa. Antes de a
atividade começar, cole o espelho no fundo de cada caixa.
Reúna as crianças em círculo e entregue
a cada uma sua caixa. Primeiro, peça a elas que apenas segurem. Comente as
diferenças entre elas. Fale das cores, dos desenhos, se têm brilho... E avise:
“Sempre que vocês abrirem a caixa encontrarão uma surpresa”. A primeira
“surpresa” será a criança se ver dentro da caixa, refletida no espelho.
Mantenha o espelho na caixa e, a partir da segunda vez, cada uma deve ter algo
diferente, como maquiagem, escova de cabelo, sachês ou outros objetos que façam
parte do acervo da creche.
Movimento
Meu corpo
Suzel Tunes
Para a criança
pequena, mover-se é muito mais do que mexer o corpo ou se deslocar. É uma forma
de se comunicar. A aquisição de novas habilidades permite que ela atue de forma
cada vez mais independente no mundo. Essa autonomia só é conseguida com a
confiança em si mesma e no ambiente. Por isso, é fundamental que a escola
ofereça possibilidades de autoconhecimento e um espaço seguro e estimulante.
14. Corrida de obstáculos
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Idade
- Até 3 anos.
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Tempo
- De10 a 20 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades ou pátio.
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Material
- Colchonetes, tatames ou tapetes de EVA e obstáculos, como bancos, cordas,
túneis, rampas etc.
·
Objetivo
- Desenvolver a coordenação motora, noções de espaço, lateralidade, equilíbrio,
deslocamento, esquema corporal, ritmo e atenção.
·
Preparação
- Organize a sala forrando o chão com os colchonetes. Espalhe pelo ambiente
alguns obstáculos.
Proponha às
crianças diferentes movimentos: ajude-as a rolar com braços e pernas esticados,
para a frente e para trás; sugira que engatinhem por baixo da mesa ou de uma
corda amarrada a uma altura baixa, dentro de um túnel, em uma rampa, em
diferentes direções e em ziguezague; dê uma força também para elas andarem de
frente e de costas em cima de um banco ou sobre materiais diversos, devagar e
rápido, com passos de formiguinha e de gigante; incentive-as a trabalhar o
impulso com pulos, saltos para a frente e para trás, livres ou sobre
obstáculos.
15. Cabaninha transparente
·
Idade
- Até 3 anos.
·
Tempo
- De 30 a 50 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades ou parque.
·
Material
- Tule com metragem suficiente para que as paredes da cabana cheguem até o chão
ou várias tiras coloridas e compridas de papel celofane, bambolê, cola,
tesoura, barbante, fita dupla face ou crepe e pequenos ganchos de metal no
teto.
·
Objetivos
- Interagir com outras crianças e adultos; pesquisar diferentes sons e efeitos
visuais com o uso de transparências, cores e texturas; ter controle motor e
limites corporais em espaço pequeno; e se movimentar e se adequar a um espaço
que muda de forma quando manipulado.
Preparação -
Prenda pedaços grandes de tule ou tiras compridas de papel celofane em árvores,
brinquedos de parque etc. Eles devem ir até o chão. Na sala, o tule ou celofane
pode ser preso a pequenos ganchos no teto, com uma abertura central. Outra
opção é amarrar tiras num bambolê, formando um círculo de caimento vertical com
diversas aberturas por toda a circunferência. O tule é transparente e tem
elasticidade e leveza, facilitando a manipulação das crianças sem a ajuda do
adulto. Já o papel celofane produz um efeito visual de transformação das cores
do ambiente e diferentes sons ao ser manipulado.
As crianças podem brincar livremente de
esconder e aparecer, vendo o mundo de diferentes cores.
16. Esta é leve, esta é pesada
·
Idade
- De 7 meses a 3 anos.
·
Tempo-
De 15 minutos a uma hora.
·
Espaço
- Sala ampla, pátio com solo liso ou gramado.
·
Material
- Várias caixas de papelão resistente de diferentes tamanhos, jornais,
revistas, cola, tesoura, fita adesiva larga, fita crepe e plástico adesivo.
·
Objetivos
- Desenvolver a autonomia; pesquisar habilidades corporais; relacionar o corpo
com o peso e o volume dos objetos; e desenvolver aspectos sociais, afetivos e
cognitivos.
·
Preparação
- Deixe algumas caixas vazias e encha outras com jornais. Feche todas muito bem
e decore-as com recortes de revistas ou fotos de bichos, brinquedos, objetos,
meios de transporte, famílias, pessoas, situações de brincadeiras, de convívio
social etc. A decoração deve ser feita de forma livre por você. Em alguns
momentos, as imagens vão enriquecer suas aulas, quando o tema for bichos ou
transportes, por exemplo. Encape as caixas com plástico adesivo para o material
durar mais e para facilitar a limpeza.
Espalhe as
caixas vazias e estimule as crianças a realizar diferentes atividades com elas,
como carregar, empurrar, virar, rolar, empilhar etc. Com as mais pesadas, elas
vão explorar outros movimentos: debruçar, subir, pular, equilibrar, saltar e
virar.
17. Como na praia
·
Idade
- De 1 a 3 anos.
·
Tempo
- De 15 a 30 minutos.
·
Espaço
- Tanque ou chão de areia.
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Material
- Roupas confortáveis, fôrmas de vários tamanhos e desenhos, baldinhos, pás,
colheres, água e um aparelho de som.
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Objetivos
- Estimular a coordenação motora e o equilíbrio; oferecer estímulos sensoriais;
e desenvolver a autonomia e a socialização.
Permita que as
crianças mexam com a areia livremente, apenas evitando que levem as mãos sujas
à boca ou joguem areia nos olhos dos colegas. Ao mesmo tempo, estimule-as a
perceber a textura da areia e as diferenças de toque quando ela está molhada ou
seca. Isso possibilita novas experiências sensoriais. Questione se é mais fácil
moldar quando ela está molhada ou seca. As crianças fazem desenhos e modelam a
areia usando fôrmas e baldinhos, individualmente ou com a ajuda do colega. Elas
podem também caminhar sobre a areia, experimentando como fica o equilíbrio numa
superfície fofa. Outra opção é imprimir o formato das mãos ou dos pés,
reconhecendo o próprio corpo (observando formas e tamanhos) na marca deixada.
Depois, elas comparam as pegadas com os próprios pés. Enquanto a criançada anda
no tanque, experimente colocar para tocar algumas músicas que falem sobre os
pés.
Agressividade
Liberar as energias
Suzel Tunes
Mordidas, tapas,
puxões de cabelo... Até os 3 anos de idade, é comum a criança expressar seus
desejos e frustrações com atitudes que não são lá muito delicadas. Cabe ao
adulto mostrar que há outras formas de se relacionar com o mundo. Oferecer às
crianças um ambiente tranqüilo e acolhedor é o primeiro passo para diminuir a
agressividade natural nessa fase: quanto maior o bem-estar, menor a necessidade
de se expressar agressivamente.
18. Cuidado com a boneca
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Idade
- De 1 a 3 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Bonecas, roupinhas de boneca, retalhos de tecido, mamadeiras e chupetas.
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Objetivos
- Brincar de faz-de-conta durante o jogo simbólico; tocar o colega; e ter um
bom relacionamento com o grupo.
Esta brincadeira
é para meninos e meninas, pois tem o objetivo de desenvolver o relacionamento
interpessoal, promovendo atitudes de cuidado e carinho com o outro –
necessidades que são comuns a todos, independentemente do sexo. Isso vai se dar
no faz-de-conta, momento que a criança aprende sobre as interações sociais. Por
isso, é importante ter seu espaço garantido e valorizado na rotina. Proponha
que cada um pegue uma boneca e cuide dela como se fosse sua filha. Os pequenos
devem dar banho, trocar fralda e fazer carinho.
19. Chuvinha de papel
·
Idade
- De 8 meses a 3 anos.
·
Tempo
- De 15 a 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Revistas e jornais velhos.
·
Objetivos
- Relaxar de forma ativa (e não apenas em posição de repouso) e interagir de
maneira lúdica com o educador e os colegas.
Sente-se com a
turma no chão, em torno de uma pilha de revistas e jornais velhos. Deixe que
todos manipulem e rasguem as páginas livremente. Junte os papéis picados num
monte e jogue tudo para o alto. Vai ser uma festa! Depois, o papel picado pode
ser aproveitado em colagens ou modelagem de bonecos.
20. Papai veio brincar
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Idade
- De 3 meses a 1 ano.
·
Tempo
- 30 minutos.
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Espaço
- Sala ampla.
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Material
- Aparelho de som, CDs ou fitas cassete com músicas infantis, bolas, fantoches
e panos coloridos.
·
Objetivo
- Interagir ludicamente com os pais por meio da brincadeira.
·
Preparação
- Decore o ambiente com os panos.
Coloque uma
música e peça para o pai ou a mãe se sentar no chão com o filho. Você pode
conduzir as brincadeiras, como rolar uma bola para a criança ou brincar com um
fantoche, apresentando possibilidades de interação. Os pais se inspiram em você
ou criam brincadeiras.
21. Jogo das expressões
·
Idade
- De 2 a 3 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Cartolina, pincéis atômicos ou tinta.
·
Objetivos
- Nomear os sentimentos e conversar sobre suas possíveis causas.
·
Preparação
- Desenhe na cartolina várias carinhas com expressões faciais que demonstrem
sentimentos de tristeza, alegria, raiva, medo, susto etc. Deixe algumas em
branco para nomear um sentimento que apareça no decorrer da brincadeira.
Convide a
criança a apontar a que mais revela a maneira como ela se sente naquele momento
e a explicar os motivos daquela sensação. Ela pode, por exemplo, estar com
raiva do colega porque tirou um brinquedo da sua mão.
22. Caminhada solidária
·
Idade
- De 1 ano e meio a 3 anos.
·
Tempo
- De 5 a 10 minutos.
·
Espaço
- Áreas livres ou outros espaços.
·
Objetivos
- Desenvolver a idéia de grupo e a tolerância.
Esta proposta
pode ser aplicada sempre que as crianças tiverem de andar juntas, como da sala
para o pátio. Quem quiser correr tem de se controlar. Quem for mais lento
precisa se apressar. Se houver alguém com dificuldade de locomoção, o grupo
todo terá de esperá-lo.
Artes Visuais
Grandes talentos
Suzel Tunes
Nos primeiros
anos de vida, as crianças estão imersas no universo das imagens. Começam a
perceber que podem agir sobre papéis ou telas provocando mudanças e produzindo
algo para ser visto – experiência que já é estética. Oferecer diferentes
materiais aos pequenos é uma maneira de ampliar a capacidade de expressão deles
e o conhecimento que têm do mundo. A vivência artística da criança será mais
rica se ela tiver acesso a tintas, pincéis, lápis e canetas.
23. Pintar e despintar
·
Idade
- De 1 a 2 anos.
·
Tempo
- De 10 a 15 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Um vidro grosso (janela, porta de vidro ou outra superfície transparente,
desde que bem fixa, para garantir segurança), tinta guache, rolinho, pincel, esponja
ou as mãos.
·
Objetivos
- Explorar e reconhecer o corpo como produtor de marcas; perceber e reconhecer
as características do vidro (transparência, dureza e frieza); e observar e
perceber as transformações, movimentos, formas e cores por meio da luz que
atravessa o vidro.
Antes de começar
a pintura, estimule as crianças a observar a superfície e suas características
(lisa, fria, transparente...). Brinque de fazer caretas do outro lado do vidro,
de pôr a mão atrás dele para a criança tentar pegar e de amassar o rosto contra
ele. Depois, as crianças podem espalhar a tinta e observar que onde está
pintado não há mais transparência. Proponha que elas pintem com o dedo e
observem que a transparência volta por onde o dedo passa. Forme uma roda de
conversa para retomar as experiências vividas no processo.
24. Marca registrada
·
Idade
- De 1 a 2 anos.
·
Tempo
- De 5 a 10 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Cartolina ou outro tipo de papel e sagu no sabor morango ou uva.
·
Objetivos
- Explorar os materiais (sagu e papel); perceber a marca pessoal; construir a
auto-imagem; ordenar formas; e relacionar sensações corporais e registro
gráfico.
Pinte com o sagu
a palma das mãos das crianças para que elas a imprimam sobre o papel. Você pode
pintar a sua e fazer a demonstração. Não faça o trabalho por elas. Dê liberdade
de movimentos aos pequenos, mesmo que não façam carimbos, mas pinturas livres
(foto na pág. ao lado). Uma variação possível desta atividade é a pintura da
sola dos pés, que pode ser feita com as crianças que já andam. Elas podem
imprimir os pés enquanto caminham sobre um papel comprido. Chame a atenção para
o fato de as marcas ficarem bem visíveis no início e irem desaparecendo à
medida que a tinta é gasta.
25. Rasgue e cole
·
Idade
- De 7 meses a 3 anos.
·
Tempo
- De 10 a 20 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Papel Kraft grande, cola de farinha, revistas e papéis variados (forminha de
brigadeiro, embalagem de bala de coco, figurinhas etc.).
·
Objetivo
- Perceber diferentes formas, cores e estruturas tridimensionais.
·
Preparação
- Faça a cola: misture em uma panela 1 litro de água, 3 colheres de sopa de
farinha de trigo e 1 colher de vinagre. Mexa até engrossar e deixe esfriar. Dê
às crianças diversas revistas para recortarem sem tesoura.
Coloque sobre a
mesa uma folha de papel Kraft já pincelada com cola de farinha em toda a área.
Deixe à disposição das crianças os vários tipos de papel e recortes de revistas
para que elas colem no papel Kraft. Vale sobrepor imagens. Ao final, pode-se fazer
um painel coletivo e expor o trabalho.
26. Um pincel muitos papéis
·
Idade
- De 2 a 3 anos.
·
Tempo
- De 15 a 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Lápis de cor, giz de cera grande ou pincel grosso e vários tipos de suporte,
como papel espelho, cartolina, papel cartão de cores diferentes, papel
enrugado, papéis com recortes inusitados (com um furo no meio, por exemplo) ou,
ainda, madeira, argila etc.
·
Objetivos
- Experimentar diferentes suportes gráficos; explorar várias possibilidades de
registro gráfico; perceber diversas formas de expressão; e desenvolver
habilidades motoras (dependendo do material, o ato de desenhar exige mais ou
menos força, delicadeza para não rasgar etc.).
Com um mesmo
pincel, lápis de cor ou giz de cera, as crianças desenham sobre papéis de
diferentes cores, formas, tamanhos e texturas (e até sobre outros tipos de
materiais, como a madeira). Elas vão perceber diferentes efeitos ou tonalidades
de um lápis, por exemplo, quando usado sobre superfícies diversas.
Música
Descobrir sons
Helena Fruet
A criança
consegue perceber sons e se expressar por meio deles desde os primeiros meses
de vida. Por desenvolver outras capacidades, como sensibilidade, intuição,
reflexão, criatividade, coordenação motora, dicção e ritmo, é importante
começar a educação musical desde o berçário. Você pode incentivar os pequenos a
cantar, além de educá-los musicalmente ao brincar com a voz, explorando
possibilidades diversas como imitar ruídos e os sons de animais, de trovão etc.
É essencial ter em mente que você atua como modelo e deve incentivar bons
hábitos, como respirar tranqüilamente e manter-se relaxado e com boa postura,
além de não gritar ou forçar a voz.
27. A natureza fala
·
Idade
- De 2 a 3 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Material
- Desenhos, recortes ou vídeos mostrando animais e cenas da natureza.
·
Objetivos
- Brincar com a voz e trabalhar as possibilidades de sons que podemos emitir;
estimular a criatividade e a imaginação; e aumentar o repertório.
Com base nas imagens, faça perguntas
como: “Que som faz esse animal?”, “Como é o barulho do trovão?” ou “Como esse
pássaro canta?” e deixe as crianças brincarem livremente.
28. Que som é esse
·
Idade
- De 6 meses a 2 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Objetos que emitam sons – chocalhos, sinos, matracas –, instrumentos musicais
e brinquedos próprios para a idade.
·
Objetivo
- Descobrir e produzir diferentes sons.
O bebê é
estimulado a descobrir os sons que um objeto emite. Espalhe diversos brinquedos
por perto da criança e estimule-a a descobrir cada som movimentando o objeto:
tocando, apertando, chocando-o com outro (foto na pág. ao lado). É importante
estimular a pesquisa de possibilidades para produzir sons em vez de ensinar um
único modo de tocar um instrumento, por exemplo.
29. Brincos e parlendas
·
Idade
- De 6 meses a 3 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Material
- Letras de músicas, brincos e parlendas.
·
Objetivo
- Se divertir com a música.
Parlendas
são brincadeiras com rima e sem música. Brincos são geralmente cantados e
envolvem movimentos corporais, como cavalinho ou balanço.
Exemplo de brinco
Serra, Serra, Serrador
(Sente a criança em suas pernas, de
frente para
você e fique de mãos dadas com ela,
fazendo movimentos de balanceio para a frente e para trás.)
Serra, serra, serrador
Serra o papo do vovô
O vovô está cansado
Deixa a serra descansar
Exemplo
de parlenda
Lá em Cima do Piano
(Pode ser usado para escolher quem
vai começar uma brincadeira.)
Lá em cima do piano
Tem um copo de veneno
Quem bebeu morreu
O azar foi seu
30. Novo repertório
·
Idade
- De 6 meses a 3 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Aparelho de som e fitas cassete ou CDs variados.
·
Objetivo
- Estimular o contato com a música e aprender a ouvi-la.
A música deixa
de ser trilha sonora ou pano de fundo de outras atividades e passa a ser o
foco. Além de estimular o ouvir, mostre à criança como acompanhar o som –
batendo palmas, por exemplo, ou até mesmo cantando. É importante que ela tenha
contato com um repertório musical variado – de música clássica a ritmos
regionais brasileiros. Se você souber, toque um instrumento musical e cante,
estimulando a criança a prestar atenção aos sons.
Cuidados e Segurança
Carinho e atenção
Cuidar e educar
são ações que se complementam para promover um crescimento saudável. O
desenvolvimento das crianças na Educação Infantil depende das oportunidades de
aprendizagem oferecidas pelo mundo que as cerca. O momento do banho ou da
alimentação pode ser tão rico quanto o de uma atividade de artes plásticas.
Tudo depende de como é organizado.
Fralda sequinha
O tom de voz da
pessoa que cuida regularmente do bebê e seu jeito de tocá-lo informam a ele
sobre as relações humanas. Antes de levar a criança para o trocador, é bom
dizer que vai trocar sua fralda para ajudá-la a ficar limpa, seca e
confortável. Primeiro, coloque-a num bebê-conforto, com cinto de segurança,
próximo a você, enquanto organiza o material necessário e lava as mãos. Forre o
trocador com a toalha da criança e cubra-a com papel-toalha na região onde
apoiará as nádegas, para evitar o contato com algum resíduo que possa
contaminá-la. Sempre olhe em seus olhos e converse com ela durante a troca.
Remova as roupas sujas e a fralda com cuidado para evitar que fezes e demais
secreções respinguem e contaminem você e o ambiente. Dobre a fralda suja sobre
si mesma e jogue-a no lixo, que deve ter tampa acionada por pedal e estar
perto. Se o bebê estiver com resíduo de fezes, limpe sua pele com água morna
corrente e sabonete líquido neutro. Se for apenas de urina, use chumaços de
algodão embebido em água morna. Deposite o algodão usado no lixo, assim como as
luvas – caso esteja usando. Lave as mãos da criança com sabonete e água
corrente. Seque bem as dobras da pele e coloque a fralda limpa verificando se
ficou confortável. Acomode a criança no bebê-conforto enquanto organiza o
ambiente e a sacola da criança. Lave as mãos e retorne com ela para a sala.
Longe do perigo
Há normas específicas para a construção
e a adaptação de espaços de Educação Infantil, publicados tanto pelo Ministério
da Saúde como pelo da Educação. Todos os materiais (brinquedos, mobiliários e
utensílios) e as atividades devem seguir as normas de segurança biológica
(sobre toxicidade e contaminação) e evitar acidentes. Manuais sobre o preparo
da alimentação e a higiene do espaço e dos brinquedos, elaborados por
profissionais habilitados, devem ser adotados. Nas creches, os acidentes mais
graves – que podem ser fatais – são engasgos, aspiração de vômito ou de
alimentos e quedas. As crianças podem também engolir pequenos objetos ou
introduzi-los em orifícios do corpo. Há registros, ainda, de intoxicação com
produtos de limpeza, assim como erro na hora da medicação. Toda creche deve ter
um protocolo de como agir em caso de acidentes, saber a quem chamar e como
remover a criança, se necessário. Todos os educadores devem ser treinados por
profissionais habilitados, a cada seis meses, em técnicas de suporte básico de
vida para crianças. Os pais precisam preencher uma ficha contendo informações
sobre atendimento em situação de urgência e emergência, autorizando a remoção
do filho e fornecendo o nome do serviço de saúde em que deseja que ele seja
atendido.
Hora de papar
A alimentação na creche deve ser
integrada à rotina de casa. Um local para as mães amamentarem é essencial. Como
algumas trazem o leite materno para alimentar os bebês na sua ausência, é
necessário saber armazená-lo, degelá-lo, aquecê-lo e oferecê-lo. Também é
preciso conhecer o cardápio adequado para bebês que estão em aleitamento misto
(leite materno e não materno) e saber preparar e servir papa de frutas ou de
legumes ao bebê em processo de desmame. Seguir cuidados de higiene e segurança
no preparo e na oferta dos alimentos evita graves riscos à saúde, como
intoxicação alimentar. Tenha sempre em mente a necessidade de prevenir
engasgos, aspiração de líquidos regurgitados e, caso esses acidentes ocorram,
saber como socorrer as crianças. Alimentar os bebês requer atenção
individualizada e segurança. Após os 6 meses, aqueles que ainda não se sentam
sem apoio das mãos devem receber as papas em cadeirinhas tipo bebê-conforto. Os
demais ficam em cadeirões colocados em semicírculos. Assim, você atende dois ou
três ao mesmo tempo. Por volta dos 8 meses, as crianças podem receber uma
colher para ir aprendendo a pegar o alimento e levá-lo à boca – tudo bem se
elas quiserem tocar a comida ou levá-la à boca com as mãos. Os pratos devem ser
fundos, inquebráveis e lavados com água quente e detergente neutro. Crianças
que já andam podem se sentar em cadeiras adequadas à sua altura e, pouco a
pouco, aprender a servir-se, com a sua ajuda. Faz parte da aprendizagem lavar
as mãos antes das refeições e usar babador ou guardanapo.
Educação Infantil
Rumo à maturidade
Integradas à Educação Básica há
apenas dez anos, as creches e pré-escolas trabalham para ganhar qualidade,
aliando o cuidado com a criança a atividades educativas
Suzel Tunes
Houve um tempo em que não existiam crianças no mundo. Apenas adultos em
miniatura. Foi só no século 17 que surgiu a idéia de infância: a sociedade
começou a perceber que aqueles pequeninos seres tinham um jeito de pensar, ver
e sentir característicos. Com a descoberta da infância nasceu, também, a
preocupação com a Educação Infantil.
A criação de escolas para esse nível de ensino começou no século 18, com
a Revolução Industrial. Na Europa, essas primeiras instituições tinham o
propósito de cuidar dos filhos das operárias, e no Brasil não foi diferente. A
inserção da mulher no mercado de trabalho fez surgir os primeiros
estabelecimentos de Educação Infantil no país, no final do século 19. Eles eram
filantrópicos até a década de 1920, quando se iniciou um movimento pela
democratização do ensino.
Aos poucos, o poder público começou a assumir a responsabilidade por
essa escola – que se consolidou com a Constituição de 1988: “O dever do Estado
com a educação será efetivado mediante a garantia de (...) atendimento em
creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade”. Assim, os
pequenos passaram a ser reconhecidos como cidadãos e ganharam o direito de ser
atendidos em suas necessidades específicas para se desenvolverem.
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), em 1996, a educação até os 6 anos ficou definida como a primeira etapa
da Educação Básica. A Educação Infantil passou então a ser dividida assim:
creche – para crianças até 3 anos – e pré-escola – de 4 a 6 anos. Essa divisão
só foi alterada em maio do ano passado, com a sanção presidencial à Lei Federal
n.º 11.114, que define que as crianças com 6 anos completos devem ser
matriculadas no 1º ano do Ensino Fundamental. Dessa forma, a Educação Infantil
passou a atender crianças até 5 anos de idade.
A
escola toda é um espaço educativo
Nos últimos dez anos, a idéia de
que a creche era um local em que as crianças ficavam apenas para serem cuidadas
deu lugar a uma nova concepção. Hoje, mesmo os pais que têm tempo e condições
financeiras de manter a criança em casa optam por enviá-la à escola desde cedo,
por acreditar que é um espaço privilegiado de desenvolvimento e socialização.
Uma decisão acertada, na opinião de Lino de Macedo, professor da Universidade
de São Paulo (USP), em São Paulo. Ele ressalta que a Educação Infantil inicia o
processo de escolarização de modo lúdico, estimula a autonomia e promove o
desenvolvimento dentro de um contexto integral, no qual o cuidar está inserido
entre os objetivos pedagógicos. “O cotidiano é uma oportunidade de
aprendizagem”, exemplifica Lino. “Até o banheiro é uma sala de aula, onde se
podem aprender conceitos de higiene e cuidados pessoais.”
Todos os ambientes da escola,
portanto, devem ser pensados para permitir o uso pedagógico e a livre
circulação dos alunos. “A criança precisa de lugares amplos e pequenos,
fechados e abertos, onde possa fazer suas explorações”, afirma Lino. Afinal, na
Educação Infantil, os conteúdos pedagógicos devem ser desenvolvidos com base na
vivência da criança – suas relações afetivas, experiências de interação com o
mundo, movimentos e, naturalmente, as brincadeiras, que abarcam todos os outros
aspectos.
A brincadeira é valorizada como
uma das principais atividades da creche e da pré-escola. “Mas não adianta
brincar de casinha todo dia do mesmo jeito”, alerta Zilma de Oliveira,
professora da USP. Para estimular a criança e promover seu desenvolvimento, é
preciso propor novos temas, oferecer brinquedos, cenários e materiais variados.
É necessário ainda interagir, enriquecendo o universo cultural da criança, como
ensinava o russo Lev Vygotsky (leia quadro na próxima página).
Escolas que têm um programa
fechado demais, composto apenas de atividades pedagógicas, acabam deixando
pouco tempo para o ócio e a liberdade de criação. Para Lino de Macedo, um erro
comum cometido pelas pré-escolas é tentar antecipar o currículo do Ensino
Fundamental. Trabalhar a leitura com alunos de 4 anos não pode ser uma forma de
antecipação, mas apenas uma estratégia para colocar as crianças em contato com
histórias. Ele diz que a escola de Educação Infantil tem funções próprias. Mas
muitas vezes afasta-se de seus objetivos, seja para atender a expectativas
equivocadas da família, seja por ignorância acerca das necessidades do aluno em
cada faixa etária.
Existem no país documentos de boa
qualidade, como o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que
podem ajudar os professores nessa tarefa. Esta edição especial de NOVA ESCOLA também
tem essa função. Em dois grandes capítulos, dedicados à creche e à pré-escola,
estão reunidas 91 sugestões de atividades – além de orientações quanto aos
cuidados com higiene, alimentação e segurança dos pequenos.
Necessidade de expansão ainda é
muito grande
A busca pela qualidade do
atendimento na Educação Infantil, de acordo com Sílvia Pereira de Carvalho,
coordenadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, envolve questões complexas
ligadas a políticas públicas, orçamento, implantação de planos de carreira e
formação profissional. Os dados do último Censo Escolar, realizado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no ano de 2005,
revelam que a Educação Infantil está em expansão. Houve um acréscimo de 4,35%
nas matrículas em relação a 2004. “Mas a demanda reprimida ainda é enorme,
especialmente na faixa até 3 anos”, afirma Maria Malta, pesquisadora da
Fundação Carlos Chagas, em São Paulo.
De acordo com ela, não são as
crianças mais carentes que estão sendo atendidas primeiro. As famílias menos
favorecidas moram em locais que estão entre os mais mal atendidos pela escola
pública: na zona rural, em bairros periféricos das grandes cidades ou mesmo em
bairros clandestinos ou terrenos de invasões, nos quais o poder público custa a
chegar. “Pesquisas realizadas em vários países atestam que as crianças que
cursam a pré-escola têm melhor desempenho escolar no futuro”, diz. E,
naturalmente, é entre as mais necessitadas que esse ganho se torna evidente,
pois as da classe média têm acesso a outros estímulos para se desenvolver.
Diferentemente do que acontece na
Europa, onde já existem movimentos organizados de pais fiscalizando o
atendimento e cobrando qualidade, no Brasil a participação da família na
Educação Infantil ainda é uma questão delicada. Falta conhecimento sobre o que
esperar da escola e sobram preconceitos e desconfianças de lado a lado. “É
preciso reconhecer que há ciúme mútuo”, alerta Zilma. De um lado, é necessário
superar a crença antiga de que a educadora está substituindo a mãe; de outro,
entender que a mãe que deixa o filho pela primeira vez na escola está insegura.
Também colaboraria para melhorar
esse relacionamento a realização das reuniões de pais em horários alternativos
ou aos sábados. Hoje, esses encontros costumam ser marcados em horário
comercial e, quando os pais não comparecem, são vistos como displicentes.
Algumas escolas mantêm regras muito rígidas, como não permitir que os
familiares entrem na unidade. “Se a mãe pode levar o filho à creche mais tarde,
por que obrigá-la a chegar às 6 da manhã? Por que ela tem de ficar sentada na
calçada, esperando a hora da saída?”, aponta Maria Malta.
Uma parceria afinada entre educadores e familiares
é o primeiro passo para a construção de uma escola de Educação Infantil consciente
de seu papel. Para Zilma, tão ou mais importante do que estudar os grandes
teóricos da educação é estar disposto a escutar o que os pais têm a dizer e
sempre refletir sobre a prática pedagógica. Ela sugere que os educadores gravem
a si próprios durante uma roda de conversa com os alunos para observar como
eles reagem em cada situação. “Se reconhecendo como aprendiz, o educador cresce
com seu aluno.” E, com ele, se aprimora a Educação Infantil, para ocupar com
competência um lugar de destaque dentro do sistema educacional brasileiro.
Você
aprende com...
• Jean Piaget (1896-1980): a conhecer os estágios
de desenvolvimento. Para o suíço, o processo de construção do conhecimento
ocorre em etapas, que evoluem progressivamente por meio de estruturas de
raciocínio que surgem com base em um mecanismo de adaptação do organismo a
novas situações. É, portanto, pelas próprias experiências que a criança
constrói seu conhecimento – concepção que originou o famoso termo
"construtivismo".
• Henri Wallon (1878-1962): a valorizar os espaços
da sala de aula e a liberdade de movimento. Segundo o francês, é por meio das
emoções que a criança se relaciona com o mundo e se desenvolve. E o aspecto
emocional está intimamente ligado ao orgânico: altera os batimentos cardíacos,
a respiração, a tensão muscular. Assim, a criança precisa de espaço para
movimentar-se, expressar suas emoções e relacionar-se afetivamente com o mundo.
• Lev Vygotsky (1896-1934): a interagir com os
alunos. O russo defendeu uma teoria sociocultural do desenvolvimento: para ele,
é nas relações pessoais que o ser humano se constrói; é por meio delas que o
indivíduo internaliza os elementos da cultura. A aprendizagem impulsiona o
desenvolvimento e, portanto, o professor tem o papel de interferir, propondo
desafios, desencadeando avanços e estimulando a interação entre as crianças.
Adaptação
Um novo ambiente
Jaciara de Sá
Adaptação é o
esforço que a criança realiza para ficar bem no espaço coletivo, onde relações,
regras e limites são diferentes daqueles que ela conhece em casa. No contexto
escolar, não basta a iniciativa dela para se ajustar à nova situação. Acolher,
aconchegar e procurar o bem-estar e o conforto físico e emocional são
responsabilidades dos educadores. Para turmas a partir dos 4 anos, é importante
explicar como será o dia, deixando que se adaptem, no seu ritmo, à rotina.
Outra boa estratégia é incluir os pais na programação dos primeiros dias de
aula e estabelecer uma parceria com eles.
31. Salada de frutas, igual de casa
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Cerca de uma hora.
·
Espaço
- Refeitório.
·
Material
- Frutas que as crianças trazem de casa, uma vasilha grande, facas sem fio ou
de plástico e pratos suficientes para todas as crianças.
·
Objetivo
- Integrar-se ao grupo.
Após as crianças
lavarem as mãos, reúna todas em torno de uma mesa grande. Entregue a cada uma
um pratinho e uma faquinha para que possam picar as frutas que trouxeram de
casa – e que você já descascou. Os pedaços de frutas devem ser despejados em
uma vasilha grande deixada no centro da mesa e misturados. A salada de frutas
será servida às crianças logo após o preparo, na hora do lanche. A atividade,
se realizada com freqüência, contribui para que os pequenos desenvolvam a
continuidade temporal e, assim, saibam que, depois do preparo, vem o lanche e
que logo se aproxima o momento em que alguém da família vai buscá-los,
transmitindo-lhe mais tranqüilidade.
32. Cuidados com os peixinhos
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Aquário, peixes e ração.
·
Objetivos
- Manter os peixes vivos; cuidar deles; demonstrar sentimentos; e aprender a
lidar com a perda, quando os peixes morrem.
Leve os peixes e
os outros materiais à escola e monte o aquário junto com as crianças para que
elas se sintam responsáveis por ele. Os peixes pertencem a todas as crianças,
sem distinção. Elas devem ajudar você a cuidar do aquário, limpando-o e dando
de comer aos peixinhos. Se algum deles morrer, você deve lidar com a situação
de maneira realista, explicando que o peixe morreu e que a turma deve
enterrá-lo num jardim ou em um vaso de planta após se despedirem dele. Se todos
os peixes morrerem, a turma decide se terá um novo aquário.
33. Desenho livre para começar
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Canetas hidrocor e folhas de papel branco de tamanhos variados.
·
Objetivos
- Desenhar e ter contato com o material usado na atividade.
As crianças
sentam-se em mesas coletivas (com até quatro lugares) e fazem desenhos
individuais e livres com os materiais à disposição. Observe não apenas o que o
desenho expressa mas também se há alguém que não esteja acostumado a realizar
esse tipo de atividade e auxilie-o a utilizar os novos materiais.
34. Esta é a escola
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- 15 minutos.
·
Espaço
- Entrada ou próximo à sala de atividades.
·
Objetivo-
Conhecer a rotina da escola.
Quando a criança
está indo à escola pela primeira vez, tenha uma conversa com ela e com o
responsável que a acompanha. Lembre-se de que essa é uma situação nova para
ambos e, por isso, é preciso acolhê-los. Primeiro se apresente. Depois, conte a
eles o que vai acontecer, qual é a proposta da escola e a programação do dia
(foto na pág. ao lado). Assim, a criança fica sabendo após qual atividade é
hora de reencontrar a família.
Cantos
Para todos os gostos
A organização da
sala de aula em cantos diversificados possibilita à garotada escolher o que vai
fazer entre várias opções oferecidas. Essa oportunidade contribui para a
autonomia da criança – já que sua escolha não depende da intervenção direta do
professor – e permite a ela observar as próprias dificuldades e seus gostos e
interesses. A atividade nos cantos pode ser promovida no início da aula – para
integrar a turma – ou no final do dia, com foco maior na descontração. Todas as
sugestões a seguir podem ser realizadas simultaneamente.
35. Faz de conta que...
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 minutos a uma hora.
·
Espaço
- Sala de atividades ou locais próximos, onde você possa observar todas as
crianças e auxiliá-las quando necessário.
·
Material
- Brinquedos ou objetos que possam simbolizar ambientes como escritório,
consultório médico, salão de beleza, sorveteria etc. Exemplos: caixa de
papelão, agenda, gravata, maleta, caixinha de remédio, algodão, chapa de raio
X, touca de banho, pente, escova, espelho etc.
·
Objetivos
- Estimular a imaginação; ampliar a compreensão dos diferentes papéis;
construir regras com outros jogadores; aprender a brincar de maneiras diversas
com os mesmos materiais; e divertir-se.
·
Preparação
- O primeiro passo é levantar os temas de interesse das crianças para orientar
a criação das caixas temáticas. Organize os cantos com os materiais, sugerindo
variados ambientes.
As crianças
brincam de faz-de-conta utilizando o material disponível. O espaço pode ser
alterado de acordo com a vontade delas. É fundamental sempre proporcionar à
turma novos desafios, com a oferta de mais objetos para alterar o ambiente.
Faça intervenções durante a brincadeira somente se você for solicitado pelas
crianças.
36. Espaço para criar
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades ou locais próximos, onde você consiga observar todas as
crianças e atendê-las quando necessário.
·
Material
- Kits de acordo com a atividade a ser desenvolvida. Colagem: tesoura sem
ponta, cola, papel e fita crepe. Desenho: papel, giz de cera, lápis de cor e
canetas hidrocor. Pintura: pincel, tinta e papel. Escultura: massa de modelar e
argila. Você pode criar, ainda, uma caixa só com modelos, como imagens de obras
de arte e fotos de animais ou de flores, por exemplo, para servir de
referência.
·
Objetivos
- Despertar a criatividade; incentivar a expressão de idéias de forma plástica;
ampliar os conhecimentos sobre as próprias crianças e o mundo; e proporcionar
experiências em diferentes linguagens e com materiais diversos.
Apresente os
materiais, separando aqueles que a turma já conhece dos demais, que são
novidade. É recomendável explicar os cuidados necessários ao utilizar, por
exemplo, as canetas hidrocor (não forçar a ponta e tampá-las após o uso), os
lápis (precisam ser apontados), a cola (deve ser tampada após o uso) etc.
Definido o tema, cada criança inicia seu trabalho. Terminada a atividade,
exponha as obras em diferentes espaços da escola, valorizando a produção de
cada um e permitindo a apreciação coletiva. Outra opção é oferecer uma pasta ou
uma caixa de papelão para as crianças guardarem seus trabalhos em classe.
37. Quem quer jogar
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 20 minutos a uma hora.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou parque.
·
Material
- Jogo da memória, dama, pega-vareta, futebol de botão, bolinha de gude, bingo
etc.
·
Objetivos
- Compartilhar experiências e dúvidas; reforçar o relacionamento pessoal; e
habituar-se a cumprir regras.
Para apresentar
o jogo à classe toda, há vários caminhos, como começar pelo objetivo e as
formas possíveis de atingi-lo; perguntar às crianças como imaginam que ele é,
pela observação das peças; ou jogar uma partida com um convidado para que todos
assistam. Se optar pela explicação em pequenos grupos, convide um adulto ou uma
criança mais velha para ensinar as regras aos novos participantes. Feita a
apresentação, dê tempo à turma para jogar e aprender a estratégia. Quando uma
criança passa a jogar bem, pode ser convidada a compartilhar suas habilidades
com todos (foto na pág. ao lado).
Interação
Eu e o mundo
Jaciara de Sá
Interagir é
relacionar-se com o espaço, os objetos e as pessoas ao redor. Dessa maneira é
que se dá a construção do conhecimento. Ao educador cabe oferecer
possibilidades para que a criança experimente o espaço, explore os objetos e se
relacione com as pessoas. A partir dos 4 anos, há um salto qualitativo no nível
de interação, porque a linguagem oral está mais desenvolvida e, assim, os
pequenos expressam melhor seus desejos, sentimentos e idéias. Os conflitos
também fazem parte da interação e são importantes para o desenvolvimento.
38. Percursos de aventura
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Pátio.
·
Material
- Bambolês, colchões, mesas, bancos, cordas etc.
·
Objetivos
- Conhecer diferentes possibilidades de transitar pelo espaço e interagir com
os objetos.
Preparação - Em
um local amplo, prepare um caminho com os objetos sugeridos ou variações em
forma de um circuito fechado.
Leve as crianças ao circuito e peça que
formem uma fila no ponto de partida. Oriente como o circuito deve ser percorrido.
Se ele começa com cinco bambolês enfileirados, peça às crianças que pulem com
um pé só dentro de cada bambolê. Se o “obstáculo” seguinte for um banco
comprido, você pode dizer a elas para subirem e andarem de lado sobre o banco.
Após as orientações, a brincadeira começa: as crianças, em fila, fazem o
percurso. Quando todos tiverem percorrido o caminho, peça que o primeiro da
fila invente um novo jeito de percorrê-lo, sendo imitado pelos demais. Se a
turma for pequena, todos se revezam nesse papel. Senão, é possível sortear
alguns para aquele dia.'
39. Adivinhe o que é?
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- 20 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Uma caixa grande e objetos variados.
·
Objetivo
- Ampliar o conhecimento das características dos objetos.
·
Preparação
- Com as crianças, enfeite uma caixa grande (maior do que a de sapatos), que
será usada para esconder um objeto por vez. Você e sua turma podem pintar a
caixa, colar figuras, encapar etc.
Com a caixa
pronta, escolha um dia na semana para realizar a atividade, que pode ser
semanal durante todo o ano letivo. No primeiro dia, reúna as crianças no chão,
em roda, e segure a caixa fechada com o objeto que você escolheu para elas
adivinharem. Exemplo: uma panela. Comece a dar pistas para que as crianças
construam a noção do que é o objeto: fica na cozinha, existe de vários
tamanhos, tem cabo, a base é redonda, é feita de alumínio etc. Quando alguém
descobrir, abra a caixa e mostre o objeto, pedindo que todos confiram as dicas
dadas. Em seguida, sorteie uma criança para levar a caixa para casa e trazê-la
com um objeto na próxima semana. Peça a ela que pense em boas dicas e converse
sobre essas pistas antes de iniciar a atividade.
40. Cadê o par?
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Garrafa PET ou lata de leite em pó, areia, grãos de arroz, miçangas,
parafusos, pedrinhas, clipes etc.
·
Objetivo
- Explorar as possibilidades sonoras dos objetos.
·
Preparação
- Escolha um recipiente em que caibam diferentes objetos pequenos. A garrafa
PET é uma opção. Encape 12 delas de modo que fiquem idênticas. Em cada par
coloque a mesma quantidade de um único objeto, como parafusos, e feche bem.
Reúna as
crianças em roda e coloque no centro as 12 garrafas idênticas para que elas encontrem
os pares com base no som. Assim, a primeira escolhe uma das garrafas e balança.
Pega outra e faz o mesmo. Se as duas tiverem o mesmo som, ela tenta adivinhar o
que há dentro dela. Depois, a criança abre as garrafas para conferir, mostra o
conteúdo aos colegas e fica com o par até o fim da brincadeira. Se as garrafas
escolhidas tiverem sons diferentes, a criança as recoloca no centro da roda e
passa a vez para outro colega. A brincadeira termina quando todos os pares de
garrafas tiverem sido encontrados.
41. Caça ao tesouro
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Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 40 minutos.
·
Espaço
- Pátio.
·
Material
- Um tesouro, papel e caneta.
·
Objetivo
- Interagir com um local já conhecido.
·
Preparação
- Escolha um objeto para ser o tesouro, como um livro de histórias que as
crianças ainda não conheçam. Esconda o tesouro em algum ponto do pátio e
elabore as pistas. Para criá-las, escolha antes os locais em que serão
espalhadas, ou seja, qual será a rota que os pequenos deverão percorrer.
Leve as crianças
até o pátio e leia as pistas. A primeira pode ser: “Vá até a árvore mais alta
deste lugar”. Ao chegar lá, deve haver outra dica, como: “Sua próxima pista
está no lugar preferido pelos goleiros de futebol”, e assim por diante. As
pistas proporcionam à criança a chance de interagir com o espaço já conhecido
de uma nova maneira. Assim que for encontrado, o tesouro deve ser
compartilhado. Se for o livro de histórias, a atividade termina com a leitura
dele.
Artes Visuais
Que talento
Suzel Tunes
Na pré-escola,
as crianças já representam o mundo simbolicamente. Com a criação artística e em
contato com a arte, desenvolve-se o domínio dessa nova linguagem. Por isso, é
preciso propor atividades que estimulem a criação individual e coletiva, a
exploração de novos materiais e a reflexão acerca dos conteúdos artísticos de
autoria de cada um, assim como os produzidos pelos colegas ou artistas
consagrados.
42. Pintura no azulejo
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 15 a 30 minutos.
·
Espaço
- Onde houver uma parede de azulejos.
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Material
- Tinta guache e pincéis.
·
Objetivos
- Expressar-se de maneira artística em um suporte diferente; valorizar a
produção, expondo o produto final; e respeitar a criação dos colegas.
Convide as
crianças a desenhar sobre uma parede de azulejos (foto acima). A atividade é
coletiva, mas cada um é livre para fazer seu desenho, desde que respeite o
espaço e a produção do outro. Deixe em exposição por um período, após o qual
pode ser limpo para dar lugar a uma nova criação.
43. Panorama cultural
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio, museus e galerias de arte.
·
Material
- Folhas de papel branco, tinta guache, giz de cera, lápis de cor, canetas
hidrocor, tela para pintura, tintas diversas, carvão, giz pastel, tecidos e
tábuas.
·
Objetivos
- Ampliar o repertório artístico e cultural com a observação e identificação de
diversas obras de arte; e estimular a expressão artística por meio de diversas
técnicas, estilos e materiais.
Apresente à
turma histórias de artistas e réplicas de obras de arte. Se possível, convide
um artista da cidade a visitar a escola, para que ele mostre seus trabalhos e
compartilhe sua produção artística com a turma. Idas a museus e exposições de
artes podem ser incluídas no projeto. Depois de analisada a obra dos diferentes
artistas, as crianças produzem os próprios trabalhos – que não devem ser cópias
das obras estudadas. Todas as criações ficam em exposição na escola. Trabalhe
com este projeto duas vezes por semana. Ele pode durar até três meses.
44. Móbiles e maquetes
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Diversos tipos de tinta, pincéis e suportes, sucata (jornais, papelão,
barbantes, garrafas PET etc.), argila, cola, fita adesiva etc.
·
Objetivos
- Desenvolver diferentes formas de expressão e habilidades artísticas; fazer
representações bidimensionais e tridimensionais; e integrar a expressão
artística a outras áreas do conhecimento.
Escolha um tema
de interesse das crianças, que já esteja sendo estudado, para ser desenvolvido
também de forma artística. Eleja dois dias da semana para trabalhar este
projeto. Se a turma está aprendendo sobre astronomia, por exemplo, monte um
Sistema Solar na forma de móbile, com bolas de isopor pintadas. Antes, porém,
leve um globo terrestre para a sala de aula e apresente à garotada. Aproveite
para mostrar as posições em que ficam a Lua, o Sol e os outros planetas do
Sistema Solar. Conte às crianças sobre a viagem do homem à Lua. Para isso, leve
vídeos, fotos e ilustrações sobre o assunto. É possível também programar uma
visita com os alunos ao planetário de sua cidade. Uma outra opção é aproveitar
as aulas sobre o meio ambiente para a garotada construir uma maquete.
45. A muitas mãos
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Cinco minutos por criança.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Papel, lápis, lápis de cor, giz de cera e canetas hidrocor.
·
Objetivos
- Estimular a criatividade e trabalhar em equipe.
Dê a partida
para o processo de criação fazendo uma pequena intervenção no papel: um desenho
pela metade, alguns traços, a colagem de um recorte de revista ou um simples
barbante. Depois, o papel vai passando de mão em mão, para que seja continuado
num tempo determinado (cerca de cinco minutos). Para que a turma não se
disperse, vários desenhos podem ser iniciados ao mesmo tempo. Ao final da
atividade, é interessante propor uma conversa sobre o resultado.
Linguagem Oral
Hora do bate-papo
Cristiane Marangoni
A fala é o
principal instrumento de comunicação das crianças com os professores e seus
colegas. Porém, é recente a tendência de torná-la um conteúdo na Educação
Infantil. Hoje se sabe que todos precisam saber se expressar e usar a linguagem
em variadas situações comunicativas: conversas, entrevistas, seminários, ao
telefone, entre tantas outras. Para desenvolver a comunicação oral desde cedo,
é importante diversificar os assuntos tratados em sala de aula. O grupo pode
discutir sobre uma reportagem, um fato recente ou até sobre um texto científico.
Trazer outras pessoas para bater papo também ajuda. Uma advertência: quando
planejar, avalie se a situação reproduz o que acontece na sociedade. Fazer um
rodízio para que todos falem em uma roda de conversa, por exemplo, é uma coisa
que não existe no mundo adulto.
46. Caderno de recordação
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 40 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Fotos ou objetos relacionados aos relatos e uma caixa para guardá-los,
caderno ou gravador.
·
Objetivos
- Contar de forma cada vez mais organizada as próprias experiências e despertar
o interesse em ouvir os colegas.
As crianças vão
falar de suas experiências pessoais, como os passeios de férias, os encontros
com familiares, as brincadeiras com animais de estimação e acontecimentos
marcantes. Organize a turma sentada em roda e explique como será a atividade.
Deixe à disposição dos pequenos materiais que ajudem a organizar as lembranças
e tragam mais detalhes das experiências. Defina com a turma quantos dias da
semana serão utilizados para o trabalho. Providencie um caderno ou um gravador
para que as crianças possam rever seus relatos, fazer acréscimos ou
reorganizá-los.
47. O primeiro seminário
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Livros, filmes, informativos, TV, filmadora, fita de vídeo, cartolina,
canetas ou lápis, lápis de cor ou canetas hidrocor.
·
Objetivos
- Interação entre apresentadores e platéia; aprender procedimentos de pesquisa,
como seleção de informações e síntese; elaborar roteiros; e organizar uma
apresentação oral para informar o novo conhecimento para outras turmas.
Escolha um
assunto de interesse da turma ou apresente vários para que a garotada eleja um.
Separe materiais como livros, filmes e artigos de imprensa e reserve alguns
dias para os alunos pesquisarem. Mostre o texto para aqueles que ainda não
sabem ler convencionalmente, leia para eles ou peça aos que já são leitores que
façam esse papel. Fotos e ilustrações também são de grande ajuda. Depois,
prepare uma situação na qual os pequenos conversem com pessoas mais
experientes. Os adultos não precisam ter uma relação direta com o assunto que
está sendo estudado, pois o foco, nesse momento, é apenas desenvolver a
comunicação. Reúna todos em uma roda e converse sobre a experiência vivida.
Planeje com as crianças a apresentação oral do que foi estudado e elabore um
cronograma de trabalho – que inclui a preparação de roteiros e ilustrações para
apoiar essa comunicação verbal. Enquanto uns expõem, os demais pensam em perguntas
para fazer. Organize momentos de avaliação com a sala toda. Essa estratégia é
útil para identificar o que está faltando e novas pesquisas podem ser
necessárias. Dê mais um tempo para isso e prepare novas rodadas de
apresentação, dessa vez gravadas em vídeo. Reúna a classe e pergunte se alguém
percebeu algum problema nas filmagens e o que se pode fazer para melhorar. Na
hora do desfecho, pergunte à turma: “Onde será a apresentação?”, “Como será a
disposição dos apresentadores para que todos possam vê-los e ouvi-los?”, “Onde
ficarão os ouvintes?”, “Haverá textos e ilustrações de apoio?” Por fim, elabore
coletivamente os cartazes e convites para o evento e marque a data. Este
projeto dura até quatro meses.
48. Todos são autores
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 10 a 15 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades ou biblioteca.
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Material
- Livros, fantasias e fantoches.
·
Objetivos
- Desenvolver a criatividade; o respeito pela fala do outro; e o discurso
narrativo.
Organize as
crianças sentadas em roda e comece contando uma história que elas conheçam bem.
Pode ser um conto ou uma fábula. Repentinamente, pare e peça a elas que
continuem, sendo fiéis ao texto ou inventando. Deixe-as contar até um
determinado trecho e retome lendo a história original. É possível também
inverter a ordem pedindo que os pequenos contem ou criem o início. Deixe
fantoches e fantasias à disposição para a atividade ficar mais interessante.
49. Sessão de teatro
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- De 30 a 40 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades e pátio.
·
Material
- Fantasias, maquiagem e adereços.
·
Objetivos
- Desenvolver a expressão corporal; desinibir; e interagir com os colegas.
Para esta
atividade, as crianças precisam já ter ouvido muitas histórias e saber de cor
as falas dos personagens. Escolha algumas bem conhecidas e oriente a turma para
se dividir em grupos, de acordo com as histórias que cada uma deseja encenar.
As próprias crianças se encarregam de dividir os papéis, pois, com essa idade,
já têm autonomia para isso. Durante um tempo, você vai enfatizar a fala e a
entonação de cada personagem e outros aspectos importantes em um teatro, como a
expressão corporal e a desinibição. Com essa parte resolvida, já é possível
pensar no vestuário, nos adereços e no cenário. As crianças ensaiam um pouco a
cada dia para se apresentarem no pátio da escola para as outras turmas.
50. Meu diário
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De cinco a dez minutos por dia.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Caderno, caneta ou lápis, cola ou fita adesiva, fotos e objetos relacionados
às experiências diárias.
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Objetivos
- Elaborar relatos e construir um diário com escritos, fotos e outros objetos.
Ao fim de cada
dia, reúna as crianças para falar sobre as coisas mais marcantes que cada uma
viveu na escola. Anote as falas em um caderno e cole lembranças que apóiem
esses relatos, como fotografias, embalagem de algum lanche que foi dividido
entre os colegas ou um desenho feito em grupo. Depois das duas primeiras
semanas, as crianças podem levar o diário para casa, uma por vez, para contar à
família as aventuras do dia-a-dia na escola. Esta atividade pode se estender
pelo ano todo.
51. Contadores de histórias
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 20 a 40 minutos por dia.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Livros ou histórias memorizadas, tapete, almofadas, gravador e fitas cassete.
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Objetivos
- Recontar histórias; gravar uma fita cassete com as narrativas favoritas do
grupo para presentear as turmas de crianças menores; conhecer e apreciar textos
literários; e falar das preferências e dos sentidos do texto.
O primeiro passo
é selecionar as histórias que você vai ler ou contar para sua turma. Elas devem
despertar ou manter nos ouvintes o interesse e o prazer em escutá-las. Na hora
da leitura, organize a turma de maneira que todos possam escutá-lo e enxergar
as ilustrações, se houver. Apresente o texto em forma de breve resumo e
explique as razões de sua escolha. Leia ou conte em voz alta e destaque o que
achar interessante. Garanta um tempo para conversar livremente sobre o texto ou
até mesmo para relê-lo. Faça isso com várias histórias. Depois que as crianças
já conhecerem um bom repertório de memória, reúna-as em uma roda e peça a um
voluntário da própria turma que conte uma história para os colegas. Grave a narração
e avalie com todos: “É possível escutar?”, “Precisa de fundo musical?”, “Tem
muito ruído?” Caso precise de um ambiente mais silencioso, por exemplo,
providencie uma sala com uma acústica melhor. Considerando todas as colocações,
ensaie com os pequenos e grave todas as histórias em uma fita. Compare o
resultado inicial com o final e discuta. Está pronto um presente para uma outra
turma da escola. Planeje uma data para a turma entregá-lo.
52. Roda de conversa
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 15 a 40 minutos por dia.
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Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Tapete, almofadas e material sobre o tema a ser tratado. Se for uma notícia,
por exemplo, é preciso um jornal ou uma revista.
·
Objetivo
- Falar e ouvir sobre sentimentos, emoções, curiosidades e descobertas.
Esta atividade
deve ser promovida diariamente, de preferência antes de todas as outras.
Sentadas em círculo num lugar aconchegante, as crianças falam de si, expressam
sentimentos, opiniões e pontos de vista. Em contrapartida, elas aprendem a ouvir
os outros. Planeje a rotina coletivamente com a turma, que decide a seqüência
de ações e a dinâmica do grupo. É um bom momento também para resolver conflitos
e para tratar de assuntos de interesse comum, como uma notícia que está na
mídia. É importante que a roda de conversa aborde o que realmente acontece
entre as crianças, afinal ela é um retrato de suas relações sociais.
Linguagem Escrita
Em contato com a escrita
Cristiane Marangoni
As crianças
pequenas não vão mais à escola apenas para receber cuidados e brincar. Hoje se
sabe que na Educação Infantil é possível pesquisar, fazer contas e trabalhar
com livros. Os especialistas afirmam que quanto antes elas conhecerem a
linguagem escrita mais possibilidades de inclusão terão numa sociedade letrada.
O objetivo nesta fase não é, necessariamente, ensinar a ler e escrever, mas
proporcionar a interação com a língua escrita. Para isso, é fundamental
selecionar bons livros e evitar os textos simplificados e infantilizados. Não
há necessidade de escolher um livro para ensinar algo além da linguagem, como
uma moral, ou associá-lo a um questionário ou a um desenho. A leitura tem valor
em si.
53. Os nomes estão em jogo
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Pedaços de papel cartão com 20 por 12 centímetros, caneta hidrocor, régua,
tesoura, saco plástico e botões.
·
Objetivo
- Ler e escrever usando os nomes próprios por meio de jogos.
Quadricule os
pedaços de papel cartão. Os espaços devem ter 5 por 2 centímetros. Escreva os
nomes das crianças aleatoriamente nas cartelas e distribua. Lembre-se de que
elas devem ser diferentes umas das outras para que todas as crianças não ganhem
juntas. Escreva o nome de cada uma em pedacinhos de papel e coloque-os dentro
do saco. Sempre utilize letra bastão maiúscula. Sobre as mesas, coloque
punhados de botões que serão usados como marcadores. Comece o jogo sorteando um
nome. Dê um tempo para que todos procurem nas cartelas. Se você tiver crianças
não-leitoras, escreva o nome sorteado no quadro para que elas possam procurar.
Ganha quem conseguir preencher a cartela primeiro.
54. Este é o meu material
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 20 a 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Pedaços de papel cartão com 20 por 7 centímetros, lápis ou canetas hidrocor,
etiquetas ou tiras de papel e fita adesiva.
·
Objetivo
- Ler e escrever os nomes próprios ara identificar o material pessoal.
·
Preparação
- No começo do ano letivo, quando a turma tem novos materiais, como cadernos e
pastas, escreva nos pedaços de papel cartão o primeiro nome de cada criança com
letra bastão maiúscula.
Entregue a cada
criança o cartão com o nome dela, etiquetas e lápis ou canetas hidrocor. Cada
uma escreve o próprio nome com base no modelo fornecido por você e, depois,
etiqueta o material. Ensine à turma onde e como colar. Caso utilize tiras de
papel, oriente a turma a fixá-las com a fita adesiva.
55. A turma dita, você escreve
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- De 15 a 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Retroprojetor, folhas de transparência, canetas de duas cores para
retroprojetor, lápis e papel.
·
Objetivos
- Criar uma nova versão para um enredo conhecido; produzir textos orais com
destino escrito; revisar; e apropriar-se da linguagem escrita.
Peça às crianças
que elejam uma história de que gostem e que seja conhecida de todas. Quando
chegarem a um consenso, elas a recontam e depois ditam o texto para você
escrevê-lo no quadro-negro. Após essa etapa, você passa essa história para a
folha de transparência exatamente com os termos que elas usaram. No dia
seguinte, coloque o texto no retroprojetor e leia. As crianças apontam quais
revisões devem ser feitas. Marque as alterações com caneta de outra cor. A
pontuação ainda não é corrigida por elas, pois é um conteúdo de que ainda não
têm domínio. É possível que a turma não perceba alguns erros. Nesse caso, chame
a atenção do grupo perguntando se há algo para ser modificado. No último dia,
coloque de novo o texto já corrigido no retroprojetor. É importante voltar ao
trabalho inicial (o texto que elas ditaram para você) para que a turma compare
com o produto final e perceba a importância da revisão e que aspectos do texto
foram modificados. Repita esse procedimento com mais três ou quatro contos.
Depois, você pode montar um livro para ser doado à biblioteca ou ser dado de
presente para os pais.
56. Letras móveis
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- De 40 a 50 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Figuras do mesmo campo semântico (não misture objetos com animais, por exemplo)
e letras bastão maiúsculas móveis. Providencie uma quantidade maior de
alfabetos do que os grupos da sala.
·
Objetivo
- Escrever com a ajuda de letras móveis.
Divida a turma
em grupos de quatro. Se não for possível, trabalhe em duplas. Cuide para que as
crianças do mesmo grupo tenham níveis de aprendizagem parecidos (assim,
evita-se que uma faça toda a tarefa). Entregue algumas ilustrações para cada
grupo e peça às crianças que escrevam o nome da figura. Seu papel, enquanto
elas escrevem, é fazer pequenas intervenções quando necessário e anotar como
elas estão escrevendo para saber o quanto cada uma ainda pode avançar. A lista
de nomes, os cartazes e os textos que ficam na sala de aula servem de apoio
nessa hora. Se puder, mantenha as letras organizadas em uma caixa para as
crianças as visualizarem melhor.
57. Bons livros são exemplos
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Idade
- A partir de 4 anos.
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Tempo
- De 20 a 30 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Acervo de livros, tapete e almofadas.
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Objetivo
- Familiarizar-se com a linguagem escrita por meio de livros.
Um requisito
importante é ter um bom acervo de livros, com histórias interessantes do ponto
de vista da linguagem. Veja a diferença entre duas versões de Branca de Neve. A
primeira: “Certo dia, em um reino distante, nasceu uma linda princesinha, com
os cabelos negros como ébano, a pele branca como a neve e os lábios vermelhos
como sangue”. A segunda: “Nasceu Branca de Neve, uma menininha muito bonita...”
Na primeira, você encontra uma história cheia de detalhes. Na outra, a
linguagem é pobre. Escolha uma história e leia. É importante conhecer o texto
previamente para saber que ritmo será empregado na hora da leitura. Prepare o
melhor clima para o momento da atividade. Isso inclui uma sala com boa acústica
e uma apresentação envolvente. Você deve mostrar às crianças o que está lendo.
Eventualmente, faça esta atividade fora da sala, mas lembre-se de que, se
houver muita poluição sonora a atenção das crianças tende a se dispersar.
58. Agenda da turma
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Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Papel, grampeador e canetas ou lápis.
·
Objetivos
- Ler e escrever usando os nomes próprios; fazer cópia; usar uma agenda;
familiarizar-se com a escrita e obter informações sobre os colegas.
Liste em um
papel o lugar onde vai ficar cada informação da agenda: nomes, números de
telefone ou endereços e datas de aniversário. Risque todos os outros papéis da
mesma forma ou tire cópias. É importante que os espaços já estejam delimitados
para facilitar a organização na hora que as crianças forem completar. Peça à
turma que traga anotado o próprio número de telefone e o dia do nascimento. Se
precisar, envie um bilhete aos pais pedindo essas informações. Se houver
crianças que não tenham telefone, elabore uma agenda com os endereços. Mostre
às crianças o lugar de cada informação escrevendo os dados de uma delas no
quadro. Cada uma deve copiar essas informações no seu papel. No início, você
deve determinar a ordem na qual os nomes vão aparecer, mas, à medida que o
trabalho avançar, é possível convidar a turma a pensar quem será o próximo da
seqüência. Para começar, será apenas um nome a cada dia, mas esse ritmo deve
aumentar conforme a atividade se tornar familiar. Por fim, organize as folhas
de cada um em ordem alfabética e grampeie. Agora cada um tem sua agenda.
59. Quem está presente?
·
Idade
- A partir de 4 anos.
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Tempo
- Cerca de 15 minutos.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Folhas de cartolina, fita crepe e giz de cera ou canetas hidrocor.
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Objetivos
- Aprender a ler e escrever usando os nomes próprios e identificar o nome dos
colegas.
·
Preparação
- Confeccione uma lista de chamada grande utilizando as cartolinas. Escreva
nelas os nomes de todas as crianças em uma coluna, à esquerda. Risque outras
linhas verticais, à direita. Cada coluna será destinada a um dia do mês. Cole
os cartazes na parede numa altura ideal para a turma.
Logo no início
do dia, reúna a turma sentada em um semicírculo próximo aos cartazes. Proponha
que um voluntário vá até a parede para ler o nome de cada um em voz alta e
verificar a presença ou a ausência dos colegas. Os demais acompanham a leitura,
pois o escolhido pode não saber algum nome ou se confundir. É comum isso
acontecer quando os nomes têm a mesma inicial. É importante combinar com as
crianças a forma de marcar as faltas e as presenças. Ícones, como estrelinhas
ou bolinhas, podem ser usados. No final, converse sobre quem faltou e faça com
a turma a contagem de quantos foram. Você pode variar a atividade fazendo sozinha
a chamada ou pedindo que cada um marque o próprio nome.
60. Livros 5 estrelas
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- Variável.
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Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Um mural, lápis, papéis e um acervo de bons livros.
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Objetivos
- Desenvolver o comportamento leitor; fazer um intercâmbio cultural; e criar
uma comunidade de leitores.
Peça às crianças
que pensem num livro de que gostem muito e que desejem recomendar aos colegas
de outra classe. Elas farão isso por meio de recados que serão colocados num
mural, que deve estar num local comum às turmas de toda a escola. Se a garotada
ainda não souber escrever, todos ditam o texto e você escreve. Funciona assim:
o Jardim A, por exemplo, indica um livro para o Pré B. Este, por sua vez, pode
dizer se gostou ou não e também recomendar outro livro. A atividade deve ser
feita com grupos que já tenham certa familiaridade em ouvir histórias. Reserve
um dia na semana, durante um semestre, para este trabalho.
Matemática
Mais do que contas
Cristiana Felippe
As medidas e os números estão
presentes desde muito cedo em nossa vida, nos jogos, nas brincadeiras e
principalmente nos desafios. Se um garoto ganha duas balas e o outro apenas
uma, eles têm a noção de que um está ganhando menos, mesmo que ainda não
conheçam os números. As crianças devem ter contato desde muito pequenas com a
Matemática, por meio de jogos e brincadeiras para desenvolver o raciocínio e a
lógica e incentivar a resolução de problemas da própria vida. Resolver desafios
matemáticos torna os pequenos mais confiantes e eles passam a valorizar o
próprio esforço, além de perceberem a importância do trabalho em equipe. No
entanto, não basta apenas brincar para saber Matemática. O planejamento da
atividade e a sua orientação são fundamentais para o sucesso do aprendizado.
61. Livro de recordes
·
Idade - 5 anos.
·
Tempo - 45 minutos por dia.
·
Espaço - Sala de atividades.
·
Material - Livro de recordes, lápis ou caneta,
papel e fita métrica.
·
Objetivos
- Escrever um livro dos recordes da classe; refletir sobre a organização do
sistema de numeração; e comparar medidas.
Faça uma pesquisa com as crianças
sobre recordes em reportagens ou livros, como o Guinness. Vocês podem pesquisar
sobre o maior edifício do mundo, a menor bicicleta etc. No dia seguinte,
proponha que elas coletem informações desse tipo na própria escola: qual a
classe com maior número de alunos, o maior número de sapato, a criança que tem
mais irmãos, quem tem mais cachorros ou gatos em casa etc. Cada uma dessas
informações pode compor uma página do livro dos recordes. Outra sugestão é
verificar quem é o mais alto da sala e pedir para as crianças anotarem as
medidas. Elas usam a fita métrica para aprender como diferenciar medidas
próximas, como 130 e 132 centímetros. É importante que elas conheçam esses números.
Vale ressaltar que nesta atividade você deve tomar cuidado para não incentivar
situações que possam estimular o preconceito. Exemplo: o mais narigudo, o mais
orelhudo, o mais baixinho etc. Numa segunda fase da atividade, pode ser
sugerida uma pesquisa como tarefa de casa, na qual as crianças devem descobrir
quem é o mais alto da família e quanto mede e depois comparar com as medidas da
classe. Em sala, todas as alturas serão representadas em tiras de cartolina
colocadas no meio de uma roda para que as crianças possam verificar qual é a
maior.
62. Um litro quatro copos
·
Idade - 5 anos.
·
Tempo - De uma a duas horas.
·
Espaço - Pátio ou quadra de esportes.
·
Material - Dois copos de tamanhos diferentes,
xícara de chá, embalagens de leite e garrafas plásticas vazias para cada grupo
de quatro crianças.
·
Objetivos
- Explorar estimativas e comparar a capacidade de diferentes recipientes.
Com a classe dividida em grupos,
proponha problemas que utilizem os diversos recipientes.
1) Quantos copos cabem em 1 litro
de leite? Pegue um dos copos e a embalagem de leite vazia. Encha o copo de
vidro com água e despeje na embalagem. Veja quantas vezes o procedimento é
repetido até que a embalagem esteja cheia. Se você mudar de copo, o que
acontece?
2) Onde cabe mais leite: em uma
xícara de chá ou em um copo?
3) Com 1 litro de leite, podemos
encher mais xícaras ou mais copos?
4) Se na sua casa há oito pessoas
para o almoço e apenas uma garrafa de refrigerante, todas elas poderão beber um
copo cheio dessa bebida? Peça às crianças que façam estimativas e determinem
qual a resposta correta, discutindo e registrando os resultados de cada um dos
problemas. Outra sugestão é explorar receitas com a turma e planejar uma “tarde
dos sucos”. As crianças escolhem os sucos que desejam fazer, planejam quem
convidarão para saboreá-los, calculam o número de pessoas e a quantidade de
suco que farão, bem como os ingredientes necessários para que todos os
convidados se sirvam.
63. Aula de culinária
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Idade - A partir de 4 anos.
·
Tempo - Uma hora.
·
Espaço - Copa ou refeitório.
·
Material - Receita escrita em letra bastão
maiúscula, ingredientes da receita, utensílios de cozinha e avental.
·
Objetivos
- Cozinhar seguindo uma receita como forma de ampliar os conhecimentos sobre
medidas e quantidades; e trabalhar com as noções de tempo (de cozimento) e
quantidade (dos ingredientes em litros, gramas etc.).
Preparação - Pesquise uma receita
que inclua diferentes unidades de medida, para que seja possível compará-las, e
tire cópias em número suficiente para todas as crianças. Providencie os
ingredientes e utensílios necessários.
Distribua as receitas para as crianças e peça para
todas ajudarem a levar os ingredientes e utensílios para a cozinha. As crianças
lêem a receita e seguem os passos descritos. Nesse momento, cada uma tem uma
função. Enquanto uma mede, a outra coloca dentro da tigela e outra mistura.
Depois, comparam se uma xícara de farinha cabe num copo e verificam quanto
significam 500 gramas, por exemplo. Além disso, você pode mostrar que, se o
número de pessoas a ser servidas for maior, a quantidade de ingredientes deve
ser aumentada – um modo de introduzir conceitos de multiplicação e divisão.
Somente você ou outro adulto deve mexer no fogo. No final, a turma ajuda a
limpar o local e a lavar os utensílios utilizados.
64. Quem tem mais tampinhas
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Idade - A partir de 4 anos.
·
Tempo - 30 minutos.
·
Espaço - Sala de atividades.
·
Material - Dado, bandeja de papel (ou tampa de
caixa de camisa) contendo 80 tampinhas ou botões e quatro pratinhos de
sobremesa - para cada grupo de quatro.
·
Objetivos
- Aprender a contar; comparar quantidades; resolver problemas envolvendo adição
e subtração; e desenvolver a capacidade de argumentação em grupos.
Organize as crianças em grupos de
quatro e dê a cada uma um pratinho. Uma por vez, elas jogam o dado e pegam da
bandeja a quantidade de tampinhas correspondente ao número tirado, colocando em
seu prato. Isso é repetido até que as tampinhas da bandeja acabem. Ganha quem
tiver o maior número de tampinhas. A cada vez que você trabalhar o jogo com
seus alunos, um novo aprendizado será explorado. Proponha que as crianças
discutam o que compreenderam do jogo e como fizeram para saber quem ganhou a
partida em cada grupo. Em outra vez, você pode pedir um desenho. Outras
alternativas são elaborar com eles um texto coletivo a respeito das regras do
jogo ou explicando o que aprenderam enquanto jogavam. Uma opção na regra é dar
a cada jogador o mesmo número de tampinhas, que vão sendo devolvidas à bandeja
conforme o número que sai no dado. Ganha quem primeiro esvaziar o prato.
Pode-se também usar dois dados e somar os pontos antes de retirar as tampinhas.
65. Na mosca!
·
Idade - A partir de 4 anos.
·
Tempo - Uma hora.
·
Espaço - Pátio ou quadra.
·
Material - Um quadro de formas geométricas para
cada seis crianças e bolas de meia.
·
Objetivos - Reconhecer figuras; treinar noções de
direção; e trabalhar o desenvolvimento corporal.
·
Preparação
- Desenhe várias figuras (um triângulo rosa, um círculo amarelo etc.) em uma
cartolina ou papel Kraft e coloque esse painel em algum lugar do pátio.
Ao seu comando, uma criança de
cada vez atira a bola de meia em direção a uma figura geométrica indicada no
painel. Se ela acertar, tem o direito de continuar, seguindo um novo comando
seu para acertar outra figura. A criança continua até errar.
66. O melhor caminho
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Idade - A partir de 4 anos.
·
Tempo - Variável.
·
Espaço - Sala de atividades e arredores da escola.
·
Material - Pequeno mapa de quatro quarteirões
próximos da escola e lápis para preencher outros pontos do mapa.
·
Objetivos
- Dominar as relações com o espaço; representar e descrever de forma ordenada o
mundo em que vivemos; aprender a se localizar e a interpretar informações
matemáticas num plano; e reforçar noções de direita e esquerda e de frente e
trás.
Dê às crianças um mapa de quatro
quarteirões dos arredores da escola, com a indicação de onde eles estão
localizados. Depois, leve a turma para um passeio com o objetivo de explorar a
região. Em grupos de quatro, os alunos devem representar os lugares mais
significativos do percurso realizado (por exemplo: um clube, um supermercado,
uma livraria, um rio). Em classe, eles comparam as posições dos lugares
marcados pelos outros grupos. Se quiser, fotografe pontos de referência do caminho
realizado com as crianças e peça que organizem as fotos na seqüência em que
foram feitas. Elas devem contar quarteirões, observar quantas ruas precisaram
atravessar para chegar ao destino e também prestar atenção no que está à
direita e à esquerda. Numa segunda fase do trabalho, os alunos podem explicar
com desenhos, para os colegas, outros trajetos, como o de sua casa até a
escola. Este trabalho pode durar duas semanas.
67. Coleção de figurinhas
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Idade - 5 anos.
·
Tempo - Variável.
·
Espaço - Sala de atividades ou pátio.
·
Material
- Um álbum de figurinhas para cada grupo de quatro crianças e um para a sala
toda, e uma versão ampliada da tabela de controle de figurinhas que aparece no
final do álbum para afixar na sala.
·
Objetivos
- Coletar, organizar e classificar dados em tabelas; ler e comparar números;
adquirir noções de adição e subtração; contar; e resolver problemas.
Combine um dia da semana para
trabalhar com os álbuns. Nesse dia, cada um traz um ou dois pacotes de
figurinhas que serão usadas para completar os álbuns dos grupos. As repetidas
vão para o álbum da sala. Aproveite esse momento para apresentar questões e
desafios aos alunos. Converse sobre quantas figurinhas foram colocadas em cada
álbum ou quem conseguiu completar mais ou menos lacunas e quantas foram.
Pergunte se uma determinada figurinha foi colada em algum álbum,
identificando-a pelo número, ou qual é o número da última figurinha do álbum.
Lance problemas. 1) Sabendo que cada envelope tem três cromos e que no grupo A
foram abertos oito envelopes, quantas figurinhas eles viram? 2) Quando o grupo
abriu os envelopes, percebeu que em um deles havia dois cromos repetidos e em
três envelopes todos eram repetidos. Dos cromos vistos pelo grupo, quantos eles
puderam colar no álbum? É importante estimular a criança a confrontar os erros,
considerando-os como uma oportunidade de corrigir tentativas frustradas e não
como algo ruim. Não é bom induzir a criança à resposta correta, porque ela
precisa aprender a utilizar diversas estratégias para resolver um problema.
Consultoria: Kátia Cristina Stocco Smole, do
Mathema Formação e Pesquisa, em São Paulo; e Priscila Monteiro, do Centro de
Educação e Documentação para Ação Comunitária, em São Paulo
Movimento
Corpo em ação
Suzel Tunes
Nesta fase, os
gestos começam a se submeter ao controle voluntário, e a coordenação e o
equilíbrio melhoram. Além de aperfeiçoar as habilidades e oferecer novos
desafios, as atividades propostas podem integrar o aprendizado sensório-motor
com o desenvolvimento simbólico e cognitivo da criança e sua socialização.
68. Chute, arremesso e toque
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 15 a 30 minutos.
·
Espaço
- Pátio.
·
Material
- Bola macia, peteca, raquete e disco ou vara.
·
Objetivo
- Desenvolver habilidades motoras básicas: deslocamento, equilíbrio,
coordenação, noções de espaço, lateralidade e ritmo.
Com o auxílio da
bola, estimule as crianças a explorar diferentes movimentos. Primeiro, o de
arremessar: com uma ou duas mãos, para trás, por baixo das pernas, de cima para
baixo, de baixo para cima. Além da bola, podem-se utilizar outros objetos, como
disco ou vara, que trabalham diversos esquemas motores no gesto de arremessar.
Depois, os movimentos de chutar, quicar como no basquete (com a criança parada
ou seguindo trajetos) ou rebater a bola com as mãos ou a peteca com uma
raquete.
69. Danças folclóricas
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades e pátio.
·
Material
- Fantasias e adereços relacionados à dança ou manifestação folclórica escolhida,
CDs com as músicas pesquisadas e livros sobre danças.
·
Objetivo
- Aprender sobre danças ou outras manifestações folclóricas brasileiras,
relacionando o trabalho com movimento a atividades de outras áreas do
conhecimento.
Inicie este
projeto propondo às crianças uma pesquisa sobre danças ou manifestações
folclóricas brasileiras, como maracatu, bumba-meu-boi, coco, samba, capoeira,
festa junina etc. Depois, você ensina essas danças à turma. Compartilhe o
produto final da pesquisa de várias maneiras: apresentações de dança, exposição
de fotos e desenhos das crianças sobre manifestações culturais de regiões
diferentes.
70. Imitando bichos
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades, sala de vídeo, jardim ou zoológico.
·
Material
- TV, vídeos que mostrem animais da água, da terra e do ar em movimento (caso
não seja possível realizar pesquisas in loco, num jardim, no zoológico ou num
aquário, por exemplo), retalhos de tecido, pedaços de espuma, almofadas,
aparelho de som e CDs com música instrumental.
·
Objetivos
- Observar e reproduzir a forma de locomoção de diferentes animais; fazer
comparações com o movimento humano; e ampliar a compreensão de si mesmo e do
mundo.
Ofereça às
crianças sugestões de bichos cujos movimentos elas possam reproduzir. Isso deve
ser feito com a exibição de vídeos ou levando-as a um local onde observem de
perto, como no zoológico ou num parque. Organize sessões de criação e
demonstração de movimentos. Por exemplo: “Como se move um animal pesado – um
elefante ou hipopótamo?” “E um passarinho bem pequeno – um beija- flor?” Quando
a criança compreende e tenta reproduzir os movimentos de outros seres, conhece
as próprias potencialidades expressivas e valoriza a representação por meio de
gestos. A turma pode usar retalhos de tecido e outros materiais para ajudar na
composição do personagem, ampliando as possibilidades expressivas. Coloque uma
música instrumental como fundo. Uma variação possível desta atividade é uma
brincadeira de mímica: uma criança imita um animal para os colegas e o
professor descobrirem qual é.
Autonomia
Seguros de si
A autonomia nada
mais é do que a capacidade da criança de experimentar sozinha. Para seu
desenvolvimento, é fundamental acreditar que todos têm, desde pequenos,
condições de tomar decisões e fazer escolhas. Essa convicção proporciona um
ambiente que dá oportunidades à garotada. O fato de elas sentirem que as
pessoas ao seu redor acreditam em suas idéias favorece o desenvolvimento
saudável de uma identidade pessoal, de uma auto-imagem positiva e do processo
de socialização. Não há uma atividade específica que promova a autonomia, mas
todas as ações e relações na comunidade escolar precisam ser permeadas de um
princípio de confiança.
71. Cada coisa no seu lugar
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Idade
- 4 anos.
·
Tempo
- Uma hora.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Canetas hidrocor, etiquetas e caixas de organização de materiais.
·
Objetivo
- Compartilhar a responsabilidade pela organização dos materiais da sala, com
autonomia para usá-los e guardá-los.
Esta proposta
pode durar um mês. Sente em roda com a turma e proponha a todos organizar os
materiais, conversando sobre o modo como eles se encontram agora. Fale sobre a
necessidade de um critério para dispor os objetos de uso cotidiano e deixe as
crianças falarem livremente. Registre as sugestões. Em outro momento, retome os
critérios anotados e peça às crianças que escolham os que vão utilizar para a
atividade. Faça uma lista dos nomes usados para cada tipo de material a ser organizado.
Por exemplo: casinha (para os objetos usados nesse tipo de brincadeira);
leitura (para os livros que ficam na sala); pintura (para tintas e pincéis).
Você pode também promover oficinas para preparar as caixas onde vão ficar os
materiais. As crianças pintam, fazem uma colagem, encapam com jornal e colam
para que fiquem mais resistentes. Prontas as caixas e agrupados os materiais,
organize a turma em pequenos grupos para guardar os objetos e escolher o lugar
em que ficará cada caixa (foto na pág. ao lado). Em uma nova etapa, sugira à
garotada que escreva nas etiquetas os nomes dos materiais e cole na caixa e/ou
no espaço onde ela ficará. Reforce a idéia de que, assim, todos vão pegar e
guardar os materiais sem necessitar tanto de sua ajuda. Lembre que é importante
manter a ordem dos materiais. Dessa forma, as crianças constroem valores como
cooperação, responsabilidade coletiva e confiança em si mesmas e nos outros.
72. Vamos ao zoológico
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades e demais espaços.
·
Material
- Livros, revistas e outras fontes de informação sobre os animais do zoológico,
isopor, cola, papelão, barbante, pedaços de madeira, bichos (podem ser de
plástico, de massinha ou de papel machê), fita adesiva colorida, pedaços de
madeira, arame, jornal, diferentes tipos de papéis e canetas hidrocor.
·
Objetivo
- Exercer a possibilidade de escolha e de tomar decisões.
Pergunte à turma quem já foi ao
zoológico (se não houver um em sua cidade, você pode substituí-lo por outro
local, como um sítio, onde são plantadas as frutas vendidas na feira). Converse
com as crianças sobre o que se pode ver e aprender num lugar como esse, com o
apoio de livros, revistas, fotos etc. Proponha uma visita ao zoológico (ou a
outro espaço escolhido). Faça com a turma um roteiro de coisas interessantes
para ser observadas. Durante a visita, permita que todos fiquem livres para
comentar e desenhar tudo o que despertar interesse. Voltando da visita,
converse sobre o que foi visto, o que chamou a atenção, aquilo de que mais
gostaram e não gostaram. Sugira a montagem de uma maquete. Pergunte aos
pequenos como eles acham que poderiam fazê-la. Deixe que se organizem em
pequenos grupos para colocar em prática suas idéias. Ajude-os a tornar
possíveis suas propostas e sugestões. Organize o tempo para que as equipes se
encontrem periodicamente, realizem suas tarefas e pensem sobre novas
possibilidades. Ofereça os materiais necessários e auxilie a turma a buscar os
que não estão acessíveis. Promova rodas de conversas entre todos para que
troquem experiências, compartilhem idéias e pensem no produto coletivo comum,
que é a maquete. Por fim, pense com sua turma quem deve ser convidado para
conhecer o trabalho e como será feito esse convite. Este trabalho pode durar
até três meses.
Diversidade
Viva a diferença
Helena Fruet
Aceitar o outro
como ele é precisa ser um tema constante no cotidiano infantil, principalmente
por ocorrer numa fase de construção da identidade. Na escola, isso se reflete
em atividades que abordam as diferenças de habilidade, conhecimento, gênero,
etnia, credo religioso e tipo físico. É fundamental que as práticas dos
professores sejam adequadas em relação à aceitação da diversidade. Situações
mal resolvidas podem causar baixa de auto-estima, internalização de
preconceitos e rejeição da própria identidade, entre outros problemas.
73. Baixos e altos gordos e magros
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 40 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Imagens de personalidades de diferentes tipos físicos recortadas de jornais e
revistas.
·
Objetivos
- Desfazer preconceitos; ganhar auto-estima; e aceitar a diversidade física.
Na hora em que
as crianças forem medidas e pesadas para acompanhar o crescimento, aproveite
para conversar sobre as diferenças físicas e o respeito a todos. Isso inclui
não usar apelidos maldosos, por exemplo. Caso a medição não seja feita pela
escola, faça esse procedimento para dar início a esta atividade. Imagens de
personalidades bem-sucedidas em diversas áreas podem ser usadas para mostrar
que não existe tipo físico perfeito ou melhor que o outro. Um exemplo:
Clodoaldo Silva (nadador, vítima de paralisia cerebral, que conquistou seis
medalhas de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Atenas).
74. Bonecas de todas as raças
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 40 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Material
- Tecido de algodão nas cores preta, marrom e branca, manta acrílica, linha,
agulha, canetas para tecido, retalhos de tecidos estampados, lã colorida, cola
e tesoura.
·
Objetivo
- Aceitar as diferentes etnias confeccionando bonecas de pano (negras, índias,
brancas e orientais).
Diga aos alunos
que eles vão se retratar e, por isso, devem escolher as cores dos tecidos de algodão
(preto, marrom e branco) de acordo com sua cor de pele. Para a realização dessa
atividade, é necessária a ajuda dos adultos. Além da escola, envolva os pais e
a comunidade. As crianças levam para casa os pedaços de pano para ser
recortados e costurados (pelos adultos) em forma de bonecas, deixando uma
abertura. Para facilitar o trabalho, envie junto com o material um molde de
papel. Em sala de aula, as crianças enchem as bonecas com manta acrílica.
Depois, elas desenham os rostos com caneta para tecido, além de vesti-las e de
enfeitá-las como quiserem. Tufos de lã podem virar cabelos e retalhos de tecido
se transformam em roupas.
75. Estas é a minha família
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 20 a 40 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Cartolina, cola, tesoura e fotos dos parentes.
·
Objetivo
- Perceber a mistura de raças existente no Brasil e que a maioria das crianças
é fruto dessa mistura.
Comece a
atividade pedindo que as crianças perguntem aos pais de onde eles e os avós
vieram e qual a nacionalidade dos antepassados. Na aula seguinte, proponha uma
conversa sobre o assunto, com cada um contando como são seus pais e avós. Caso
as crianças não conheçam algum de seus familiares, não há problema. Elas devem
falar sobre aqueles com quem têm contato. É importante que você se certifique
dos casos mais delicados, pois pode ser que alguma família não queira tocar no
assunto. Consulte os responsáveis antes para saber como abordar o tema. Depois,
peça às crianças para trazer fotos dos avós, dos pais e de si mesmas. Com sua
ajuda, elas colam as fotografias em uma cartolina na forma de uma árvore
genealógica. Para quem não tem foto, proponha um desenho representando essas
pessoas. Depois, os trabalhos vão para uma exposição.
Gênero
Sem essa de "não pode"
Helena Fruet
A transmissão de
valores de igualdade e respeito entre as pessoas de sexos diferentes é uma das
responsabilidades do educador. É preciso estar atento para combater os padrões
estereotipados dos papéis do homem e da mulher. Ao repetir um clichê como
“menino não chora”, difundem-se valores equivocados e preconceituosos.
76. Futebol misto
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 40 minutos.
·
Espaço
- Gramado, ginásio ou quadra.
·
Material
- Bola de futebol.
·
Objetivo
- Perceber que não procede, nessa idade, a idéia de que há esportes que só
podem ser praticados por um dos sexos.
Na idade
pré-escolar, ainda não há uma diferença muito grande de aptidões físicas entre
meninos e meninas. Ambos podem realizar as mesmas atividades esportivas sem
muita desigualdade no rendimento. Um jogo de futebol com times mistos, montados
pelo professor, é uma forma de integrá-los e fazê-los ver que todos podem jogar
juntos. Divida a turma em equipes heterogêneas e inicie o jogo.
77. Você tem medo de que?
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 45 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Uma história infantil que fale sobre medo e imagens de coisas que dão medo
desenhadas ou recortadas de revistas e jornais.
·
Objetivo
- Perceber que sentir medo é normal.
Os meninos
geralmente são educados para não temerem nada. Durante esta atividade, você
pode derrubar o estereótipo. Converse com a turma sobre medo. Uma historinha
infantil na qual o tema esteja presente, como Os Três Porquinhos, pode ser o
gancho para o início do debate. Divida as crianças em grupos só de meninos e só
de meninas e peça que discutam o assunto. Depois, abra uma roda para que as
crianças falem sobre as coisas que as fazem sentir medo. Se os meninos não se
mostrarem à vontade para falar do assunto, diga que é natural ou comum sentir
medo de certas coisas e que não há mal nisso. Exemplifique com imagens de um
cachorro bravo, de ratos, do escuro e de ladrão.
78. Gente de todo perfil
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- Imagens de jornais, revistas e livros de pessoas de outras culturas.
·
Objetivo
- Perceber que em outras culturas os costumes são diferentes, inclusive nos
hábitos de vestir.
Essa é uma boa
oportunidade para fazer as crianças pensarem nos estereótipos físicos de cada
sexo. Estimule o debate sobre a vaidade masculina tendo como base imagens de
homens usando saia, como os escoceses, ou brincos e colares, como os índios
brasileiros.
79. O papel de cada um
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Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- De 45 minutos a uma hora.
·
Espaço
- Sala de atividades.
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Material
- Roupas de adulto masculinas e femininas.
·
Objetivo
- Identificar as funções sociais de homens e mulheres.
Comece um
bate-papo com as crianças sobre o que os pais fazem (profissão, lazer,
trabalhos domésticos etc.). Proponha, então, uma brincadeira de faz-de-conta
deixando que as crianças escolham seus papéis e se caracterizem com roupas de
adulto. Observe como elas exploram os papéis masculinos e femininos. Depois,
converse com elas fazendo perguntas como: “Quem na sua casa trabalha mais?”,
“De quem é a obrigação do trabalho de casa e o de ganhar dinheiro?”, “O que eu
posso fazer em casa para ajudar?”, “Menino pode fazer as mesmas coisas que
menina?” Nessa proposta, o importante não é ensinar ou mudar o brincar das
crianças em relação às questões de gênero, mas conversar sobre o assunto
ampliando o olhar delas sobre o tema.
Sexualidade
Como eu nasci
Helena Fruet
A partir dos 3
anos de idade a criança tem uma noção de gênero e sexualidade. Já sabe se é
menino ou menina, descobre os genitais e as sensações de tocá-los. A educação
sexual nessa fase deve limitar-se a satisfazer as curiosidades dos pequenos e a
resposta não deve ir além do que foi perguntado. Algumas das questões normais
da idade são: “Por que eu tenho pipi e ela não?”, “Como o bebê foi parar dentro
da minha mãe?”, “Como o bebê vai sair de lá?” É possível e desejável trabalhar
essas questões de forma natural. Não é sempre necessário dar aulas específicas
de educação sexual, mas pode-se trabalhar questões relacionadas à sexualidade
nas atividades sobre corpo humano.
80. Beijo, abraço e aperto de mão
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Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 50 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
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Material
- Um pano para vendar os olhos.
·
Objetivo
- Perceber que é gostoso fazer carinho no outro e quais são os toques adequados
em cada relacionamento (por exemplo: beijo na boca é para gente mais velha).
Uma criança ou
um adulto lidera a brincadeira. Alguém da turma é escolhido para ter os olhos
vendados com um pano. O líder aponta os demais colegas, um por um, e vai
perguntando àquele que não está vendo: “É este?” Quando ele responder que sim,
o líder faz a pergunta seguinte: “O que você quer dele? Beijo, abraço ou aperto
de mão?” Escolhida uma das opções, os dois trocam o cumprimento e a venda passa
para as outras crianças, uma por vez. Se acontecer de dois alunos dizerem que
são namorados e quiserem dar o beijo na boca, explique que apenas os mais
velhos é que podem fazer isso.
81. Você sabia que...
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- De 20 a 30 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades ou corredor.
·
Material
- Mural, papéis e canetas.
·
Objetivo
- Tratar de assuntos ligados à sexualidade de forma natural e satisfazer
curiosidades.
·
Preparação
- Reúna as crianças sentadas em roda e comece uma conversa sobre o corpo
humano. Anote as descobertas que a garotada faz em um papel.
Comece a montar
um painel sobre o corpo humano junto com as crianças. Coloque os registros
feitos anteriormente por você e pergunte a elas o que acham que merece ser
estampado no mural. Uma sugestão é dar o título de “Você sabia que...”, seguido
das descobertas: “...os meninos têm pênis e as meninas têm vagina?”, “...nem
todos, só alguns, espermatozóides conseguem chegar até o óvulo?” e “...os
meninos fazem xixi em pé?”
82. Nosso amigo Juvenal
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 45 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades.
·
Material
- O livro O Joelho Juvenal, de Ziraldo (Ed. Melhoramentos), duas meias sociais
masculinas, jornal, bola de isopor pequena, fita adesiva, cola, tesoura,
elástico, canetas, lápis de cor ou giz de cera, linha, agulha, roupas velhas e
sucata.
·
Objetivo
- Identificar o corpo humano como um sistema integrado.
Com as crianças
sentadas em círculo, conte a história O Joelho Juvenal, que fala sobre as
aventuras do joelho de um garoto levado. Em seguida, peça para cada criança
identificar seus joelhos e outras partes do corpo. Junto com elas, destaque
diferenças entre os joelhos e demais partes do corpo (mãos, cabelos, altura etc.).
Feito isso, inicie a criação do Boneco Juvenal, enchendo as duas meias sociais
com jornal amassado e costurando a “boca” de uma na da outra; monte a cabeça
com o material disponível (bola de isopor ou de jornal). Depois, ele pode ser
vestido com roupas velhas e enfeitado com acessórios. O Boneco Juvenal fará,
então, parte da turma.
Natureza e Sociedade
Pesquisa de campo
Por volta dos 4
anos, as crianças começam com os mais variados tipos de questionamento sobre o
mundo à sua volta. A escola precisa responder a essas inquietações colaborando
para que a curiosidade se torne ainda mais aguçada. O estudo de temas sobre
natureza e sociedade na Educação Infantil deve enfatizar a aproximação da turma
com a investigação, como formulação de perguntas e explicações sobre o assunto
estudado; utilização de diferentes fontes para buscar informação; visita a
locais como bibliotecas e museus; leitura e interpretação de registros visuais
(desenhos, fotografias) etc.
83. Livro gigante
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades e pátio.
·
Material
- O Livro do Papel, de Ruth Rocha e Otávio Roth (Ed. Melhoramentos), cola,
tesoura, papel cartão ou papelão, papel reciclado, areia, terra, pedrinhas,
galhos e folhas, carvão, palitos de dente, de sorvete e de churrasco, corda,
jornal etc.
·
Objetivos
- Entender a importância do meio ambiente; observar a natureza; e mudar o olhar
para o mundo.
Leia para a
turma O Livro do Papel, que conta a história do papel. Deixe todos observarem
livremente as ilustrações do livro verificando como foram feitas e com que
materiais. Proponha a confecção de uma reprodução da obra, em tamanho gigante e
com material em alto-relevo. Convide os alunos para um passeio, em que possam
recolher galhos, folhas, pedrinhas etc. Na hora de montar a edição, pode-se
optar por papel cartão ou papelão com cerca de 1 metro de altura por 50
centímetros de largura, que serão as folhas do livro. Faça o papel reciclado
(ver instruções abaixo) com os alunos, recorte algumas folhas no tamanho A3 e
cole-as em cada página. Essas folhas vão ser a base de sustentação dos outros
elementos que farão parte da história. Sobre o papel reciclado, as crianças
devem reproduzir as ilustrações do original, porém apenas com os materiais que
coletaram na escola. O resultado será um livro gigante só com objetos
reaproveitados e em alto-relevo, que deverá ser guardado na biblioteca ou em
alguma sala, de modo a preservar ao máximo sua vida útil. Este trabalho, se
realizado um pouco todos os dias, dura uma semana.
84. Receita do papel reciclado
Rasgue jornais,
revistas e outros papéis em pedaços não muito grandes e coloque em um balde.
Derrame água quente sobre eles e deixe amolecer por uma noite. No dia seguinte,
retire o excesso de água do papel e bata no liquidificador com três colheres de
sopa de cola branca e algumas gotas de anilina de qualquer cor. Aperte a massa
com as mãos e passe na peneira para retirar toda a água. Coloque a massa para
secar ao sol, esticando-a com as mãos até obter o tamanho, formato e espessura
desejados. Depois de seca, recorte as folhas.
85. Motoristas nota 10
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- 20 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades ou pátio.
·
Material
- Cartolina, caixas de papelão, carrinhos de brinquedo, sucata, canetas
hidrocor, fitas adesivas coloridas e apito.
·
Objetivo
- Ganhar noções de respeito às regras de trânsito.
Proponha a
confecção de uma maquete que mostre o que acontece no trânsito. Nela haverá
ruas, calçadas, placas de sinalização, semáforos, faixas de pedestre, postos de
gasolina etc. Cada criança transita com seu carrinho de brinquedo e uma delas
(ou você) será o guarda, para orientar os demais. A garotada deve imitar cenas
da vida adulta, como circular apenas em vias permitidas, parar no sinal
vermelho, esperar o pedestre atravessar na faixa etc. Não é um jogo de
estratégia, com foco na vitória, mas uma atividade lúdica. Se houver espaço na
escola, a atividade pode ser realizada com carrinhos em que a garotada transite
de verdade (foto na pág. ao lado).
86. Minimuseu da moda
·
Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- Variável.
·
Espaço
- Sala de atividades e outros espaços.
·
Material
- Painel, fotos antigas das crianças e de seus antepassados, imagens retratando
a moda no Brasil, cabides, prateleiras, sapatos, chapéus e fichários ou pastas
para guardar imagens.
·
Objetivo
- Compreender a idéia de transformação do vestuário ao longo do tempo.
Peça às crianças
que tragam fotos delas e de seus antepassados, além de roupas e acessórios
antigos e atuais. Proponha que as crianças conversem com pessoas mais velhas
sobre como eram as roupas na época delas, quem as confeccionava e onde eram
compradas. Reserve um espaço na sala para receber esse material, com cabides
para expor as roupas. Conforme o estudo avança, o painel pode ser ampliado com
imagens da moda.
Limites
Meus espaços
Na fase
pré-escolar, a palavra “limite” tem vários significados, que vão das
potencialidades físicas da criança e sua atuação no grupo até a tolerância em
relação à frustração e a aceitação das regras coletivas. É importante destacar
que a noção de limite só é alcançada por meio do autoconhecimento e não pelos
parâmetros alheios. O papel do adulto é dar condições para que a criança adote
uma disciplina própria. O objetivo de um trabalho envolvendo o tema, portanto,
é abrir caminho para que os pequenos se sintam seguros, observando e
respeitando o campo de ação do outro. Em qualquer situação lúdica, podem ser
trabalhados o conceito de limite. Cabe a você mediar as relações e as atitudes
das crianças durante as brincadeiras. Quanto mais vivências você apresentar,
mais elas se fortalecem diante dos próprios medos e frustrações. Por isso, ao
fim de cada jogo, é interessante fazer uma avaliação em conjunto com a turma a
respeito dos conflitos surgidos e dos resultados obtidos e planejar futuras
adaptações.
87. Craques na estratégia
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Idade
- 5 anos.
·
Tempo
- 30 minutos.
·
Espaço
- Pátio ou sala de atividades.
·
Material
- Cartolina, lápis de cor ou giz de cera, tesoura e TNT verde e vermelho (para
tabuleiro de mesa). Giz colorido, fita adesiva e camisetas verdes e vermelhas
(para tabuleiro no chão).
·
Objetivo
- Desenvolver o senso de estratégia de acordo com as limitações do espaço
físico, do tempo para agir, das regras do jogo e da capacidade alheia.
·
Preparação
- Primeiro, confeccione o tabuleiro. Desenhe na cartolina ou no chão do pátio
sete círculos concêntricos, cortados por oito linhas que só não atravessam o
círculo central (foto na pág. ao lado). Pinte o diagrama. Para as peças,
recorte quatro círculos de TNT vermelho e sete de verde. Se o jogo for no chão,
vista as crianças com camisetas dessas mesmas cores.
O nome deste
jogo é Ringo. Nele, jogam duas crianças ou dois grupos, cada um representando
um time. As peças verdes são as atacantes e o objetivo delas é tomar a casa
central do tabuleiro, chamada de Fortaleza. As vermelhas são as defensoras, que
devem impedir a meta das verdes. Ao todo, são 49 casas, sendo que as únicas
três pintadas de amarelo são zona neutra, ou seja, nenhuma peça pode ser tomada
pelo adversário nessas casas. Cada casa só pode ser ocupada por uma única peça.
Disponha as sete atacantes nos espaços perto da borda do tabuleiro. O único espaço
vago será a casa da zona amarela. Coloque as quatro defensoras nas casas ao
redor do círculo central. As peças atacantes devem sempre se mover de fora para
dentro do círculo, enquanto as defensoras podem andar tanto para a frente
quanto para trás. Todas podem se movimentar lateralmente, desde que no mesmo
círculo em que se encontram. Nenhum jogador pode passar a vez, ou seja, o
movimento é obrigatório sempre. Para tomar uma peça, deve-se saltar sobre a
mesma e cair na casa imediatamente posterior (vazia), como no jogo de damas.
Mais de uma peça pode ser tomada na mesma jogada, também como na dama. As
defensoras podem tomar peças em qualquer sentido do tabuleiro. Se o atacante
conseguir chegar à Fortaleza com apenas uma peça, ela ainda pode ser tomada pelas
defensoras, que devem agir da mesma maneira: saltando sobre ela e caindo na
próxima casa vazia. Ou seja, as atacantes só vencem o jogo quando conseguem
colocar duas peças no círculo central. Já as defensoras vencem quando tomam
seis peças das atacantes ou impossibilitam por completo o movimento delas.
88. Para falar de emoções
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 20 a 25 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades ou biblioteca.
·
Material
- Livros ou vídeos com temas relacionados ao respeito às diferenças e à
expressão dos sentimentos. Sugestões de livros: Diversidade (Tatiana Belinky,
Ed. Quinteto); O Leão que Rugia Flores (Mônica Stahel, Ed. Martins Fontes); Bom
Dia, Todas as Cores! (Ruth Rocha, Ed. Quinteto). Sugestão de vídeo: Por Que
Precisamos Uns dos Outros (Didak).
·
Objetivos
- Desenvolver a capacidade de auto-regulação de conhecimento das
potencialidades corporais e de uso do corpo na expressão de emoções; e
aprimorar a percepção de si como parte de um todo (família, escola etc.).
Informe às
crianças que será apresentado o vídeo Por Que Precisamos Uns dos Outros. Esse
filme mostra um grupo de animais que não quer se juntar a outro porque eles
falam e têm aparência diferente da deles. Porém, os “diferentes” são salvos de
uma enchente graças a essas outras características. Após a sessão, proponha a
comparação do enredo com a situação escolar, apontando como os integrantes da
turma podem auxiliar uns aos outros. Exemplo: aquele que sabe pintar melhor
ajuda o amigo que sabe recortar bem, que vai ajudar o primeiro.
Música
Viagem pelos sons
Helena Fruet
As crianças
aprendem a ouvir e diferenciar sons, ritmos e volume e percebem que um som pode
ser grave ou agudo, curto ou longo, forte ou suave. A iniciação musical mantém
uma forte relação com o brincar. Nesse aprendizado, os pequenos exercitam
também habilidades que serão úteis nos anos seguintes, como a métrica e as
noções de rima e ritmo.
89. Como está fica
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 45 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Material
- Um aparelho de som e fitas cassete ou CDs variados.
·
Objetivo
- Descobrir o contraste entre som e silêncio.
Você fica no
controle do aparelho de som. Enquanto a música toca, as crianças devem caminhar
ou dançar – pode ser ou não no ritmo. Quando a música pára, elas também param
imediatamente do jeito que estão e ficam sem se mexer até a música recomeçar.
90. Uma banda de sucata
·
Idade>
A partir de 4 anos.
·
Tempo>
De 30 a 45 minutos.
·
Espaço>
Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Material>
Sucata e objetos recicláveis (como latas, papelão, caixas, embalagens e palitos
de sorvete), grãos, bexigas, conchas, pedrinhas, elásticos, cola, tesoura e
fita adesiva.
·
Objetivos>
Experimentar a produção de sons; conhecer o funcionamento de instrumentos
musicais; e exercitar a criatividade.
A aula de artes
se mistura à de música nesta atividade. A idéia é trabalhar à vontade com
sucata. Estimule a criança a criar um instrumento ou a fazer uma nova versão de
um que já existe, utilizando o material disponível. Uma latinha cheia de grãos
vira um chocalho; tampas de plástico e embalagens de ovos, quando tocadas com
uma varinha, produzem o som de uma bateria; um cesto de lixo de ponta-cabeça
vira um tambor; um pedaço de papelão ondulado se transforma em um reco-reco...
Outra opção é o tambor de bexiga, feito com uma lata vazia. Cubra a boca da
lata com um pedaço de bexiga e prenda-a com um elástico. Latas de diferentes
formas e tamanhos produzem sons diferentes.
91 No ar a rádio novela
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Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 45 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
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Material
- Um gravador, cascas de coco, apitos, papelão e papel celofane.
·
Objetivo
- Descobrir os efeitos sonoros de alguns materiais e como reproduzi-los.
Transformar o
texto de um livro em uma história narrada pelo rádio, como uma radio novela, é
uma proposta interessante para fazer a turma pesquisar e reproduzir sons. Numa
primeira atividade, conte uma história e proponha que ela seja dramatizada por
meio de sons. Planeje com a garotada quais ruídos serão reproduzidos e como
isso será feito. Alguns exemplos de sons que os pequenos podem ser estimulados
a criar: toque do telefone, tique-taque do relógio, galo ou pássaros cantando,
barulho do mar. Com objetos, eles vão imitar sons como o trote de cavalos
(batendo cascas de coco), crepitar do fogo (amassando papel celofane), abrir
garrafa com rolha (fazendo o som com o dedo na boca) etc. Numa segunda
atividade, é hora de recontar a história com sons. A atividade pode ser feita
ao vivo ou registrada com um gravador.
92. Todos viram música
·
Idade
- A partir de 4 anos.
·
Tempo
- De 30 a 45 minutos.
·
Espaço
- Sala de atividades, pátio ou jardim.
·
Material
- Tambores, chocalhos, xilofones, triângulos, reco-recos, instrumentos de sopro
e de cordas etc.
·
Objetivos
- Explorar sons e descobrir instrumentos musicais.
Nessa idade, é
mais importante estimular a pesquisa sobre a produção de sons do que ensinar a
tocar um instrumento. Providencie alguns instrumentos musicais ou peça à turma
que traga de casa. Distribua-os entre as crianças e deixe-as livres para
explorar todas as potencialidades sonoras.
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