quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

 

Os três porquinhos

Era uma vez, na época em que os animais falavam três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.
A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.
Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse: 
__Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos. 
A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar materiais e construírem uma casa. 
Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos: 
__Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe. 
Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar. 
Cada porquinho queria usar um material diferente. 
O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: 
__ Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. 
O porquinho mais sábio advertiu: 
__ Uma casa de palha não é nada segura. 
O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite: 
__ Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar. 
__ Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger? 
__ Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa? 

Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho. 
O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar. 
Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando. 
__Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos. 
Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas. 
O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. 
Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada. 
__Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio. 
O porquinho mais velho, porém não ligou para os comentários, nem par a as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! 
Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. 
Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo. 
O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: 
__ Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão!- mentiu o porquinho cheio de medo. 
__ Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador. 
O porquinho continuou quieto, tremendo de medo. 
__Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu ou soprar vou soprar muito forte e sua casa irá voar. 
O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um à vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão. 
O lobo correu atrás. 
Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. 
__Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo. 
Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta. 
Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:
__Porquinhos, me deixemeu entrar só um pouquinho! __ De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz. - disseram os porquinhos. 
__ Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não agüentou e caiu. 
Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. 
Chegando lá pediram ajuda ao mesmo. 
__Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho. 
Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: 
__ Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! 
__Pode esperar sentado seu lobo mentiroso. - respondeu o porquinho mais velho. 
__ Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. 
Soprou novamente mais forte e nada. 
Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa. 
O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte. 
Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora. 
__ Calma, não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição. - Advertiu o porquinho mais velho. 
No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas. 
__ Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos. 
Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -__ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor? 
Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco. 
O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou: 
__ Frutas fresquinhas, quem vai querer? 
Os porquinhos responderam: 
__ Não, obrigado. 
O lobo insistiu: 
Tome peguem três sem pagar nada, é um presente. 
__ Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui. 
O lobo furioso se revelou: 
__ Abram logo, poupo um de vocês! 
Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor. 
De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado. 
Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. 
O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinhos entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo. 
___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. 
Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar. 
Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não agüentando as saudades, foi morar com os filhos.
Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.

Caixa de texto:                                                                                                       Termine de ilustrar  a história


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


                                      

                                                                                  A Festa no Céu

Entre os bichos da floresta, espalhou-se a notícia de que haveria uma festa no Céu. 
Porém, só foram convidados os animais que voam. 
As aves ficaram animadíssimas com a notícia, começaram a falar da festa por todos os cantos da floresta. Aproveitavam para provocar inveja nos outros animais, que não podiam voar. 
Um sapo muito malandro, que vivia no brejo, lá no meio da floresta, ficou com muita vontade de participar do evento. Resolveu que iria de qualquer jeito, e saiu espalhando para todos, que também fora convidado. 
Os animais que ouviam o sapo contar vantagem, que também havia sido convidado para a festa no céu, riam dele. 
Imaginem o sapo, pesadão, não agüentava nem correr, que diria voar até a tal festa! 
Durante muitos dias, o pobre sapinho, virou motivo de gozação de toda a floresta. 
_ Tira essa idéia da cabeça, amigo sapo. – dizia o esquilo, descendo da árvore. - Bichos como nós, que não voam, não têm chances de aparecer na Festa no Céu. 
_ Eu vou sim.- dizia o sapo muito esperançoso. - Ainda não sei como, mas irei. Não é justo fazerem uma festa dessas e excluírem a maioria dos amimais. 
Depois de muito pensar, o sapo formulou um plano. 
Horas antes da festa, procurou o urubu. Conversaram muito, e se divertiram com as piadas que o sapo contava. 
Já quase de noite, o sapo se despediu do amigo: 
_ Bom, meu caro urubu, vou indo para o meu descanso, afinal, mais tarde preciso estar bem disposto e animado para curtir a festa. 
_Você vai mesmo, amigo sapo? - perguntou o urubu, meio desconfiado. 
_ Claro, não perderia essa festa por nada. - disse o sapo já em retirada. - Até amanhã! 
Porém, em vez de sair, o sapo deu uma volta, pulou a janela da casa do urubu e vendo a viola dele em cima da cama, resolveu esconder-se dentro dela. 
Chegada à hora da festa, o urubu pegou a sua viola, amarrou-a em seu pescoço e voou em direção ao céu. 

Ao chegar ao céu, o urubu deixou sua viola num canto e foi procurar as outras aves. O sapo aproveitou para espiar e, vendo que estava sozinho, deu um pulo e saltou da viola, todo contente. 
As aves ficaram muito surpresas ao verem o sapo dançando e pulando no céu. Todos queriam saber como ele havia chegado lá, mas o sapo esquivando-se mudava de conversa e ia se divertir. 
Estava quase amanhecendo, quando o sapo resolveu que era hora de se preparar para a "carona" com o urubu. Saiu sem que ninguém percebesse, e entrou na viola do urubu, que estava encostada num cantinho do salão. O sol já estava surgindo, quando a festa acabou e os convidados foram voando, cada um para o seu destino. 
O urubu pegou a sua viola e voou em direção à floresta. 
Voava tranqüilo, quando no meio do caminho sentiu algo se mexer dentro da viola. Espiou dentro do instrumento e avistou o sapo dormindo, todo encolhido, parecia uma bola. 
- Ah! Que sapo folgado! Foi assim que você foi à festa no Céu? Sem pedir, sem avisar e ainda me fez de bobo! 
E lá do alto, ele virou sua viola até que o sapo despencou direto para o chão. 
A queda foi impressionante. O sapo caiu em cima das pedras do leito de um rio, e mais impressionante ainda foi que ele não morreu. 
Nossa Senhora, viu o que aconteceu e salvou o bichinho. 
Mas nas suas costas ficou a marca da queda; uma porção de remendos. É por isso que os sapos possuem uns desenhos estranhos nas costas, é uma homenagem de Deus a este sapinho atrevido, mas de bom coração. 


 

 

 

 

                                                                                             

                                                                                      Pinóquio

Era uma vez, um senhor chamado Gepeto. Ele era um homem bom, que morava sozinho em uma bela casinha numa vila italiana.
Gepeto era marceneiro, fazia trabalhos incríveis com madeira, brinquedos, móveis e muitos outros objetos. As crianças adoravam os brinquedos de Gepeto. 
Apesar de fazer a felicidade das crianças com os brinquedos de madeira, Gepeto sentia-se muito só, e por vezes triste. Ele queria muito ter tido um filho, e assim resolveu construir um amigo de madeira para si. 
O boneco ficou muito bonito, tão perfeito que Gepeto entusiasmou-se e deu-lhe o nome de Pinóquio. 
Os dias se passaram e Gepeto falava sempre com o Pinóquio, como se este fosse realmente um menino. 
Numa noite, a Fada Azul visitou a oficina de Gepeto. Comovida com a solidão do bondoso ancião, resolveu tornar seu sonho em realidade dando vida ao boneco de madeira.
E tocando Pinóquio com a sua varinha mágica disse: 
__Te darei o dom da vida, porém para se transformar num menino de verdade deves fazer por merecer. Deve ser sempre bom e verdadeiro como o seu pai, Gepeto. 
A fada incumbiu um saltitante e esperto grilo na tarefa de ajudar Pinóquio a reconhecer o certo e o errado, dessa forma poderia se desenvolver mais rápido e alcançar seu almejado sonho: tornar-se um menino de verdade.
No dia seguinte, ao acordar, Gepeto percebeu-se que o seu desejo havia se tornado realidade. 
Gepeto, que já amava aquele boneco de madeira como seu filho, agora descobria o prazer de acompanhar suas descobertas, observar sua inocência, compartilhar sua vivacidade. Queria ensinar ao seu filho, tudo o que sabia e retribuir a felicidade que o boneco lhe proporcionava.
Sendo assim, Gepeto resolveu matricular Pinóquio na escola da vila, para que ele pudesse aprender as coisas que os meninos de verdade aprendem, além de fazer amizades. 
Pinóquio seguia a caminho da escola todo contente pensando em como deveria ser seu primeiro dia de aula estava ansioso para aprender a ler e escrever. 
No caminho, porém encontrou dois estranhos que logo foram conversando com ele. Era uma Raposa e um Gato, que ficaram maravilhados ao ver um boneco de madeira falante e pensaram em ganhar dinheiro à custa do mesmo. 
__ Não acredito que você vai à escola! Meninos espertos preferem aprender na escola da vida! – falou a Raposa se fazendo de esperta. 
_ Vamos Pinóquio, sem desviar do nosso caminho! Gritou o pequeno e responsável grilo. 
A Raposa e o Gato começaram a contar que estavam indo assistir ao show do teatro de marionetes. Pinóquio não conseguiu vencer sua curiosidade, para ele tudo era novidade, queria conhecer o teatro divertido, do qual os dois estranhos falavam. 
__ Acho até que você poderá trabalhar no teatro, viajar conhecer novas pessoas, ganhar muito dinheiro e comprar coisas para você e para quem você gosta. Continuou a instigar a Raposa. 
O pequeno grilo continuou a falar com Pinóquio, mas este estava tão empolgado que nem o escutava mais. 
Pinóquio então, seguiu com a Raposa e o Gato, rumo à apresentação do teatro de marionetes, deixando seu amigo grilo para trás. 

A Raposa e o Gato venderam o boneco par ao dono do teatro de marionetes. 
Pinóquio sem perceber o acontecido atuou na apresentação dos bonecos e fez grande sucesso com o público.
Ao final da apresentação, Pinóquio quis ir embora, porém o dono do teatro vai a Pinóquio a sua chance de ganhar muito dinheiro, sendo assim o trancou numa gaiola. 
Pinóquio passou a noite preso, chorando, lembrou do seu pai e teve medo de não vê-lo novamente. 
Já estava amanhecendo quando o Grilo enfim, conseguiu encontrar Pinóquio. Mas não o conseguiu libertar da gaiola. Nesse momento, apareceu a Fada Azul que perguntou ao boneco o que havia acontecido. 
Pinóquio mentiu, contou que havia se perdido e encontrado o dono do teatro de marionetes, que o prendeu e o obrigou AA trabalhar para ele. 
Pinóquio se assustou com o que havia acontecido em seguida.Seu nariz dobrar de tamanho. Assustado, o boneco começou a chorar. 
__ Não chore, Pinóquio! Disse a Fada Azul abrindo com a sua varinha mágica o cadeado da gaiola. __ Sempre que você mentir seu nariz o denunciará e crescerá. A mentira é algo aparente, é errado e não deve fazer parte de quem possui um bom coração. - Continuou a Fada. 
__ Não quero ter esse nariz! Eu falo a verdade! Quis saber como era um teatro de marionetes e sai do meu caminho. Acabei me dando mal. 
__ Não minta novamente, Pinóquio! Lembre-se que para ser um menino de verdade, você deve fazer por merecer. - disse a fada , desaparecendo em seguida. 
Pinóquio estava voltando para casa com o grilo, quando viu três crianças correndo sorridentes em uma direção oposta à sua. 
Como era muito curioso, Pinóquio perguntou a um dos meninos onde ele ia. 
__ Estamos indo pegar um barco para a Ilha da Diversão.Lá existe um enorme parque com brinquedos e doces à vontade. Criança lá não estuda. Só se diverte! 
Pinóquio achou a idéia de uma ilha como aquela tentadora. Parou no meio do caminho e olhou na direção dos meninos que corriam. 
__ Não, Pinóquio! Dúvida, não! O que eles estão fazendo parece bom, divertido, mas é errado. Fazer o que é errado traz más conseqüências. – disse o esperto grilo. Os meninos, já um pouco distantes chamavam Pinóquio para ir junto. 
__Ah! Grilo, eu vou só conhecer a ilha. Não ficarei lá para sempre. - disse o inocente boneco, já correndo em direção aos meninos. 
O grilo não concordou, mas seguiu Pinóquio, afinal era responsável por ele. 
Pinóquio entro num barco cheio de crianças que ia para a tal ilha. 
Ao chegarem na ilha, as crianças correram em direção aos brinquedos. Podia-se brincar à vontade, comer doces o quanto quisessem. 
O grilo observava, desapontado, o boneco se divertindo. 
A noite chegou, e as crianças exaustas de tanto brincar, dormiram no chão, espalhadas pelo parque. Algumas sentiam dores na barriga de tanto comer doces. 
Pinóquio estava quase dormindo, quando o grilo o acordou. 
__Pinóquio, o que está acontecendo? 
__O que grilo? Estou com sono. Está acontecendo que todos estão dormindo. - disse o boneco sonolento. 
_ Não estou falando disso, Pinóquio! Falo das orelhas de vocês! Estão com orelhas... de burro! – disse o grilo preocupado. 
Pinóquio despertou e assustado correu em direção a um lago, para ver seu reflexo na água. 
Várias crianças já haviam percebido o que estava acontecendo e choravam assustadas. 
Pinóquio ficou com m muito medo, pois via que outras crianças já estavam também com rabo de burro. 
O grilo chamou o boneco para saírem imediatamente da ilha. Devia ser algum feitiço. Em troca da diversão que tiveram estavam se transformando em burros. 
Pinóquio correu em direção a um pequeno barco.Com ele, iam o grilo e outras crianças. Porém, ninguém conseguia dirigir o barco. 
Pinóquio, chorando, chamou a fada Azul. 
_ Fada Azul, por favor, nos ajude! 
A fada apareceu, ficou feliz por Pinóquio pedir ajuda também pelas outras crianças. 
Ao perguntar ao boneco o que havia acontecido, a Fada recebeu deste outra mentira. Pinóquio mentiu que havia seguido um menino que ia para a mesma vila que o Gepeto morava e acabaram se perdendo. No mesmo instante, o nariz do boneco começou a crescer. 
Assustado, Pinóquio lembrou do que a fada havia dito e falou a verdade. 
Seu nariz voltou ao normal, e a Fada anulou o feitiço que estava fazendo Pinóquio e as outras crianças se transformarem em burros. 
Pinóquio seguiu com o grilo em direção à sua casa na vila. Sentia muita saudade do seu pai Gepeto. Estava começando a entender que o seu pai queria sempre o melhor para ele, e o melhor, naquele momento, era a seu lar, a escola e a vila. 
Ao chegar em casa, Pinóquio não encontrou Gepeto. Com medo, ficou imaginando que Gepeto poderia ter morrido de tristeza com o seu sumiço. Mas o grilo encontrou um bilhete de Gepeto, pendurado na porta. No bilhete, Gepeto dizia que ia de barco procurar o seu filho amado. Pinóquio foi em direção à praia, junto com o grilo. Chegando lá, não viram nenhum sinal do barco do Gepeto. 
Pinóquio ficou sabendo por uns pescadores que um pequeno barco havia sido engolido por uma baleia naquela manhã. O boneco imediatamente pensou que se tratava de Gepeto e atirou-se ao mar, para procurar a tal baleia. O grilo foi atrás de Pinóquio. Ambos nadaram bastante até encontrarem uma enorme criatura. O grilo avisou ao boneco que aquela era uma baleia. Pinóquio se colocou na frente do animal e em poucos segundos foi engolido por ela. O grilo que o acompanhava todo o tempo, também foi engolido. Ao chegarem no estômago do animal, viram um pequeno barco e Gepeto, triste, cabisbaixo, sentado com as mãos na cabeça. Ao ver o boneco, Gepeto sorriu e correu ao seu encontro. Pinóquio abraçou o pai e pediu desculpas por ter agido mal. 
__ A única coisa que importa meu filho, é que você está bem. -disse o bondoso velhinho
Pinóquio teve a idéia de fazerem uma fogueira com pedaços de madeira do barco, assim a baleia podia espirrar e atirá-los para fora da sua barriga. 
O plano deu certo, e a baleia espirrou o barco onde estavam Gepeto, Pinóquio e o grilo. Ao chegarem à praia, Pinóquio e Gepeto novamente se abraçaram felizes por ter dado tudo certo. 
_ Prometo ser obediente, papai! Não mentir e cumprir meus deveres. –disse o boneco. 
Gepeto ficou orgulhoso do filho. Sabia que Pinóquio tinha aprendido valiosas lições. 
Nesse momento, a Fada Azul apareceu e sorridente disse ao boneco: 
__ Você aprendeu as diferenças entre o bem e o mal. O valor do amor, da lealdade. Tudo o que fazemos tem uma conseqüência, que pode ser boa ou ruim dependendo de como agimos. Por tudo o que você aprendeu e pelo modo como agiu, agora farei de você será um menino de verdade! 
Assim, a Fada transformou Pinóquio em um menino de verdade. E este viveu muito feliz com o seu pai, Gepeto, e com o amigo grilo.


Caixa de texto: Ilustre a história  

 


                                                                      

 

 

 

 

 

 

                                                                       Branca de Neve e os sete anões

Um dia, a rainha de um reino bem distante bordava perto da janela do castelo, uma grande janela com batentes de ébano, uma madeira escuríssima. Era inverno e nevava muito forte.
A certa altura, a rainha desviou o olhar para admirar os flocos de neve que dançavam no ar; mas com isso se distraiu e furou o dedo com a agulha. 
Na neve que tinha caído no beiral da janela pingaram três gotinhas de sangue. O contraste foi tão lindo que a rainha murmurou: 
— Pudesse eu ter uma menina branquinha como a neve, corada como sangue e com os cabelos negros como o ébano…
Alguns meses depois, o desejo da rainha foi atendido. 
Ela deu à luz uma menina de cabelos bem pretos, pele branca e face rosada. O nome dado à princesinha foi Branca de Neve. 
Mas quando nasceu à menina, a rainha morreu. Passado um ano, o rei se casou novamente. Sua esposa era lindíssima, mas muito vaidosa invejosa e cruel. 
Um certo feiticeiro lhe dera um espelho mágico, ao qual todos os dias ela perguntava, com vaidade: 
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. 
E o espelho respondia: 
— Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior. 
O tempo passou. Branca de Neve cresceu, a cada ano mais linda… 
E um dia o espelho deu outra resposta à rainha. 
— A sua enteada, Branca de Neve, é agora a mais bela. 
Invejosa e ciumenta, a rainha chamou um de seus guardas e lhe ordenou que levasse a enteada para a mata e lá a matasse. E que trouxesse o coração de Branca de Neve, como prova de que a missão fora cumprida. 
O guarda obedeceu. Mas, quando chegou à mata, não teve coragem de enfiar a faca naquela lindíssima jovem inocente que, afinal, nunca fizera mal a ninguém. 
Deixou-a fugir. Para enganar a rainha, matou um veadinho, tirou o coração e entregou-o a ela, que quase explodiu de alegria e satisfação. 
Enquanto isso, Branca de Neve fugia, penetrando cada vez mais na mata, ansiosa por se distanciar da madrasta e da morte. 
Os animais chegavam bem perto, sem a atacar; os galhos das árvores se abriam para que ela passasse. 
Ao anoitecer, quando já não se agüentava mais em pé de tanto cansaço, Branca de Neve viu numa clareira uma casa bem pequena e entrou para descansar um pouquinho. 
Olhou em volta e ficou admirada: havia uma mesinha posta com minúsculos sete pratinhos, sete copinhos, sete colherezinhas e sete garfinhos. No cômodo superior estavam alinhadas sete caminhas, com cobertas muito brancas. 
Branca de Neve estava com fome e sede. Experimentou então uma colher da sopa de cada pratinho, tomou um gole do vinho de cada copinho e deitou-se em cada caminha, até encontrar a mais confortável. Nela se ajeitou e dormiu profundamente. 
Os donos da casa voltaram tarde da noite; eram sete anões que trabalhavam numa mina de diamantes, dentro da montanha. 
Logo que entraram, viram que faltava um pouco de sopa nos pratos, que os copos não estavam cheios de vinho… Estranho. 
Lá em cima, nas camas, as cobertas estavam mexidas… E na última cama — surpresa maior! — estava adormecida uma linda donzela de cabelos pretos, pele branca como a neve e face vermelha como o sangue. 
— Como é linda! — murmuraram em coro. 
— E como deve estar cansada — disse um deles —, já que dorme assim. 
Decidiram não incomodar; o anão dono da caminha onde dormia a donzela passaria a noite numa poltrona. 

Na manhã seguinte, quando despertou, Branca de Neve se viu cercada pelos sete anões barbudinhos e se assustou. Mas eles logo a acalmaram, dizendo-lhe que era muito bem-vinda. 
— Como se chama? — perguntaram. 
— Branca de Neve. 
— Mas como você chegou até aqui, tão longe, no coração da floresta? 
Branca de Neve contou tudo. Falou da crueldade da madrasta, da sua ordem para matá-la, da piedade do caçador que a deixara fugir, desobedecendo à rainha, e de sua caminhada pela mata até encontrar aquela casinha. 
— Fique aqui, se gostar… — propôs o anão mais velho. 
— Você poderia cuidar da casa, enquanto nós estamos na mina, trabalhando. Mas tome cuidado enquanto estiver sozinha. Cedo ou tarde, sua madrasta descobrirá onde você está, e se ela a encontrar… Não deixe que ninguém entre! É mais seguro. 
Assim começou uma vida nova para Branca de Neve, uma vida de trabalho. 
E a madrasta? Estava feliz, convencida de que beleza de mulher alguma superava a sua. 
Mas, um dia, teve por acaso a idéia de interrogar o espelho mágico: 
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. 
E o espelho respondeu com voz grave: 
— Na mata, na casa dos mineiros, querida rainha, está Branca de Neve, mais bela que nunca! 
A rainha entendeu que tinha sido enganada pelo guarda: Branca de Neve ainda vivia! Resolveu agir por si mesma, para que não houvesse no mundo inteiro mulher mais linda do que ela. 
Pintou o rosto, colocou um lenço na cabeça e irreconhecível, disfarçada de velha mercadora, procurou pela mata a casinha dos anões. Quando achou, bateu à porta e Branca de Neve, ingenuamente, foi atender. 
A malvada ofereceu-lhe suas mercadorias, e a princesa apreciou um lindo cinto colorido. 
— Deixe-me ajudá-la a experimentar o cinto. Você ficará com uma cintura fininha, fininha — disse a falsa vendedora, com uma risada irônica e estridente, apertando cada vez mais o cinto. 
E apertou tanto, tanto, que Branca de Neve se sentiu sufocada e desmaiou, caindo como morta. A madrasta fugiu. 
Pouco depois, chegaram os anões. Assustaram-se ao ver Branca de Neve estirada e imóvel. 
O anão mais jovem percebeu o cinto apertado demais e imediatamente o cortou. Branca de Neve voltou a respirar e a cor, aos poucos, começou a voltar a sua face; melhorou e pôde contar o ocorrido. 
— Aquela velha vendedora ambulante era a rainha disfarçada — disseram logo os anões. 
— Você não deveria tê-la deixado entrar. Agora, seja mais prudente. 
Enquanto isso, a perversa rainha, já no castelo, consultava o espelho mágico e se surpreendeu ao ouvi-lo dizer: 
— No bosque, na casa dos anões, minha querida rainha, há Branca de Neve, mais bela que nunca. 
Seu plano fracassara! Tentaria novamente. 
No dia seguinte, Branca de Neve viu chegar uma camponesa de aspecto gentil, que lhe colocou na janela uma apetitosa maçã, sem dizer nada, apenas sorrindo um sorriso desdentado. A princesinha nem suspeitou de que se tratava da madrasta, numa segunda tentativa. 
Branca de Neve, ingênua e gulosa, mordeu a maçã. Antes de engolir a primeira mordida, caiu imóvel. 
Dessa vez, devia estar morta, pois o socorro dado pelos anões, quando regressaram da mina, nada resolveu. 
Não acharam cinto apertado, nem ferimento algum, apenas o corpo caído. 
Branca de Neve parecia dormir; estava tão linda que os bons anõezinhos não quiseram enterrá-la. 
— Vamos construir um caixão de cristal para a nossa Branca de Neve, assim poderemos admirá-la sempre. 
O esquife de cristal foi construído e levado ao topo da montanha. Na tampa, em dourado, escreveram: “Branca de Neve, filha de rei”. 
Os anões guardavam o caixão dia e noite, e também os animaizinhos da mata – veadinhos, esquilos e lebres —todos choravam por Branca de Neve. 
Lá no castelo, a malvada rainha interrogava o espelho mágico: 
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. 
A resposta era invariável. 
— Em todo o mundo, não existe beleza maior. 
Branca de Neve parecia dormir no caixão de cristal; o rosto branco como a neve e de lábios vermelho como sangue, emoldurado pelos cabelos negros como ébano. Continuava tão linda como enquanto vivia. 
Um dia, um jovem príncipe que caçava por ali passou no topo da montanha. 
Bastou ver o corpo de Branca de Neve para se apaixonar, apesar de a donzela estar morta. Pediu permissão aos anões para levar consigo o caixão de cristal. Havia tanta paixão, tanta dor e tanto desespero na voz do príncipe, que os anões ficaram comovidos e consentiram. 
— Está bem. Nós o ajudaremos a transportá-la para o vale. A donzela Branca de Neve será sua. 
Com o caixão nas costas, puseram-se a caminho. 
Enquanto desciam por um caminho íngreme, um anão tropeçou numa pedra e quase caiu. Reequilibrou-se a tempo. 
O abalo do caixão, porém, fez com que o pedaço da maçã envenenada, que Branca de Neve trazia ainda na boca, caísse. Assim a donzela se reanimou. Abrindo os olhos e suspirando se sentou e, admirada, quis saber: 
— O que aconteceu? Onde estou? 
O príncipe e os anões, felizes, explicaram tudo. 
O príncipe declarou-se a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Branca de Neve aceitou felicíssima. 
Foram para o palácio real, onde toda a corte os recebeu. 
Foram distribuídos os convites para a cerimônia nupcial. Entre os convidados estava a rainha madrasta — mas ela mal sabia que a noiva era sua enteada. Vestiu-se a megera suntuosamente, pôs muitas jóias e, antes de sair, interrogou o espelho mágico: 
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. 
E o fiel espelho: 
— No seu reino, a mais bela é você; mas a noiva Branca de Neve é a mais bela do mundo. 
Louca de raiva, a rainha saiu apressada para a cerimônia. Lá chegando, ao ver Branca de Neve, sofreu um ataque: o coração explodiu e o corpo estourou tamanha era sua ira. 
Mas os festejos não cessaram um só instante. E os anões, convidados de honra, comeram, cantaram e dançaram três dias e três noites. Depois, retornaram para sua casinha e sua mina, no coração da mata. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                     Cachinhos dourados e os 3 ursos

Era uma vez, uma família de ursinhos; o Pai Urso, a Mãe Urso e o Pequeno Urso. Os três moravam numa bela casinha, bem no meio da floresta. 
O Papai Urso, o maior dos três, era também o mais forte, muito corajoso e tinha uma voz bem grossa. A Mamãe Urso era um pouco menor, era gentil e delicada e tinha uma voz meiga. O Pequeno Urso era o menorzinho, muito curioso e sua voz era fininha.
Certa manhã, ao se levantarem, Mamãe Urso fez um delicioso mingau, como era de costume. Porém, o mingau estava muito quente. 
Sendo assim, mamãe Urso propôs que fossem dar uma voltinha junta pela floresta, enquanto o mingau esfriava. 
E assim fizeram. Mamãe Urso deixou o mingau em suas tigelinhas, esfriando em cima da mesa e os três ursos saíram pela floresta. 
Enquanto eles estavam fora, apareceu por ali uma menina de cabelos loiros cacheados, era conhecida como Cachinhos Dourados. Ela morava do outro lado da floresta, num vilarejo, e tinha o mau hábito de sair de casa sem avisar seus pais. 
Quando se aproximou da casinha dos ursos, já muito cansada de tanto andar, resolveu bater na porta.
Bateu, bateu, mas ninguém respondeu. 
Assim, ao perceber que a porta estava apenas encostada, resolveu entrar. 
Ao entrar, se deparou com uma mesa forrada com uma bela toalha xadrez e em cima da mesa havia três tigelinhas de mingau. 
Como estava com muita fome, e não viu ninguém na casa, resolveu provar a iguaria. 
Provou, então, o mingau da tigela maior, mas achou-o muito quente. 
Provou o da tigela do meio e achou-o muito frio. 
Provou o mingau da tigelinha menor e achou-o delicioso, não resistiu e comeu-o todo. 
Após comer o mingau, Cachinhos Dourados foi em direção à sala. Lá encontrou três cadeiras, como estava muito cansada, resolveu sentar-se. 
Achou a primeira cadeira muito grande e levantou-se a seguir. 
Sentou-se, então, na cadeira do meio, mas achou-a desconfortável e ainda grande demais. 
Sentou-se na cadeirinha menor e achou-a muito confortável e num bom tamanho. Porém, sentou-se tão desajeitadamente que a quebrou. 
Ainda cansada, Cachinhos Dourados resolveu subir às escadas. 
Encontrou um quarto com três caminhas, uma grande, uma média e uma pequena. 
Tentou deitar-se na cama maior, mas achou-a muito dura. Deitou-se na do meio e achou-a macia demais. Deitou-se na menor e achou-a muito boa. Estava tão cansada que não resistiu e acabou pegando no sono. 
Enquanto ela dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Foram logo à cozinha para tomar o mingau, que era o café da manhã. Estranharam a porta aberta, e logo perceberam que alguém havia estado ali. 
__Alguém mexeu no meu mingau! - rosnou o Papai Urso. 
__Alguém comeu do meu mingau! – disse brava a Mamãe Urso. 
__ Alguém comeu todo o meu mingau! –gritou o Pequeno Urso. 
Os três ursos se dirigiram para a sala. Papai Urso olhou para sua cadeira e exclamou: 
__ Alguém sentou na minha cadeira! 
Mamãe Urso, com sua voz, já não tão meiga, reclamou: 
__ Alguém também sentou na minha cadeira! 
O Pequeno Urso, chorando, queixou-se: 
__ Alguém quebrou a minha cadeirinha! 
Os três subiram as escadas, e foram em direção ao quarto. 
Papai Urso olhou para sua cama e perguntou: 
__ Quem deitou na minha cama? 
Mamãe Urso olhou para sua cama e disse: 
__Alguém esteve deitado na minha cama e deixou-a bagunçada! 
O Pequeno Urso, muito bravo, gritou: 
__Alguém está deitado na minha caminha! 
Cachinhos Dourados acordou com o grito de Pequeno Urso. 
Ficou muito assustada ao ver os três ursos bravos olhando para ela. 
Seu susto foi tão grande que em um só pulo saiu da cama e já estava descendo as escadas. Mal deu tempo para que os ursos piscassem os olhos. Num segundo pulo, Cachinhos Dourados pulou a janela e saiu correndo pela floresta, rápida como o pensamento. 
Depois desse enorme susto a menina aprendeu a lição, nunca mais fugiu de casa, muito menos entrou em casa de ninguém sem ser convidada. 

Caixa de texto: Desenhe onde morava a família dos 3 ursos.
 

 

 

 




 

 

 

 

Chapeuzinho vermelho

Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma menina de olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosos quanto valiosa.
Um dia, com um retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou uma belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e os olhos negros da menina. 
Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-la de “Chapeuzinho Vermelho”. 
Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair de casa. Morava numa casinha, no interior da mata. 
De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam alguns mantimentos.
Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das quais a avó gostava muito, mas, quando acabou de assar os quitutes, estava tão cansada que não tinha mais ânimo para andar pela floresta e levá-las para a velhinha. 
Então, chamou a filha: 
— Chapeuzinho Vermelho vá levar estas broinhas para a vovó, ela gostará muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de cozinhar. 
— Vou agora mesmo, mamãe. 
— Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho, sem desviar do caminho certo. Há muitos perigos na floresta! 
— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe. A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A vovó gostava de comer as broinhas com manteiga fresquinha e geléia. 
Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada e escura. No meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, o ruído dos machados dos lenhadores. 
A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na frente um lobo enorme, de pêlo escuro e olhos brilhantes. 
Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que ela devia ser macia e saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só. Mas não teve coragem, temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu usar de astúcia. 
— Bom dia, linda menina — disse com voz doce. 
— Bom dia — respondeu Chapeuzinho Vermelho. 
— Qual é seu nome? 
— Chapeuzinho Vermelho
. — Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho, onde está indo assim tão só? 
— Vou visitar minha avó, que não está muito bem de saúde. 
— Muito bem! E onde mora sua avó? 
— Mais além, no interior da mata. 
— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho. 
— Numa casinha com as venezianas verdes, logo29 após o velho engenho de açúcar. 
O lobo teve uma idéia e propôs: 
— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e você poderá seguir por este. Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta. 
— Um, dois, três, e já! — gritou o lobo. 
Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera para ele o trajeto mais breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó. 
Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas enormes patas. 
— Quem é? — perguntou a avó. 
O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder: 
— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro de geléia e manteiga fresca. 
A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu: 
— Puxe a tranca, e a porta se abrirá. 
O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou a pobre vovozinha, antes que ela pudesse gritar. 
Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das cobertas e ficou à espera de Chapeuzinho Vermelho. A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho, parando aqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora ficava observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um pouco para colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma procissão de formigas e correu atrás de uma joaninha. 
Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta. 
— Quem está aí? — perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz. 
Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensou que fosse porque a vovó ainda estava gripada. 
— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, um pote de geléia e manteiga bem fresquinha! 
Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder: 
— Puxe o trinco, e a porta se abrirá. 
— Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta. 
O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando aparecer a touca que a vovó usava para dormir. 
Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no armário, minha querida netinha, e venha aqui até a minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudará a me aquecer um pouquinho. 
Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito da doença? E foi reparando: 
— Oh, vovozinha, que braços longos você tem! 
— São para abraçá-la melhor, minha querida menina! 
— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem! 
— São para enxergar também no escuro, minha menina! 
— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem! 
— São para ouvir tudo, queridinha! 
— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem! 
— É para engolir você melhor!!! 
Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu a pobre Chapeuzinho Vermelho. 

— Agora estou realmente satisfeito — resmungou o lobo. Estou até com vontade de tirar uma soneca, antes de retomar meu caminho. 
Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito menos barulho. 
Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal!? Vou dar uma espiada.” 
Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu? 
O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga parecendo um grande balão! 
O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo, que já matara muitas ovelhas e cabritinhos. 
— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver! 
Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para31 atirar, mas então lhe pareceu que a barriga do lobo estava se mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó, sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu ainda possa ajudar!”. 
Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve, começou a cortar a barriga do lobo ainda adormecido. 
Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho, na segunda, uma cabecinha loura, na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora. 
— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor, assim poderá libertar minha avó, que o lobo comeu antes de mim. 
O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu também a vovó, um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva. 
— E agora? — perguntou o caçador. — Temos de castigar esse bicho como ele merece! 
Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma grande quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador que arrumou tudo bem direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes que havia feito. 
Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre as árvores e aguardaram. 
Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido indigesta a vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que, quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do córrego. 
O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas. Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da mamãe: “Não pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo seu — caminho”. 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                       João e Maria

Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
— Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…
— Há uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada. — Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
— Não chore — tranqüilizou-a o irmão — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé em Deus. 
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão. 
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.

As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer. 
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem que lá dentro tem muito mais para vocês. 
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até caírem no sono e confortáveis caminhas. 
Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. 
Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava. 
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar. 
- Dê mais comida para ele! 
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança. 
- Maria ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver. 
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado. 
Assustada, Maria começou a chorar. 
— Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa. 
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse: 
_Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer? 
- Menina boba! Disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro. A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Mariazinha foi direto libertar seu irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas.
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo à floresta.
Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.
Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.
Ao chegarem à cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraçá-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.


Caixa de texto: Ilustre a história 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


                                                                                    O patinho feio

A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.
Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.
Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.
Tranqüilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.
Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!
— É grande e sem graça! — falou o peru.
— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas. 
O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação. 
Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia. 
A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.
O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.
Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam.
Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o suficiente.
Infelizmente, a fase tranqüila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os caçadores!
Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu se salvar, escondendo-se no meio da mata.
Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram os disparos, o patinho fugiu de lá. 
Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse.
Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num cantinho e logo dormiu.
Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.
Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente.
— Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte! 
Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.
Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo.
Caminhou, caminhou e achou um lugar tranqüilo perto de uma lagoa, onde parou.
Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento suficiente.
Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras e o vento esfriava cada vez mais.
Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.
Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram vôo, bem alto.
O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.
Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes. 
Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.
Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.
O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança.
Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo.
— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.
Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas. 
Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio. 
Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.
Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:
— Vamos fazê-lo voar! 
— Vamos escondê-lo em algum lugar!

E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.
Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. br> A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.
Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.
Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.
Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca. 
Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.
Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.
O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.
— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.
Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranqüilamente na água.
— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.
E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.
— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação. 
Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!
Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade. 
Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.
O menorzinho disse, surpreso:
— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.
E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.
Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           João e o pé de feijão

  Era uma vez um menino chamado João que vivia com sua mãe, uma pobre viúva, numa cabana bem longe da cidade.
Um dia, a mãe de João disse: - Joãozinho acabou a comida e o dinheiro. Vá até a cidade e venda a nossa vaquinha, o único bem que nos resta.
João foi para a cidade e, no caminho, encontrou um homem que o convenceu a trocar a vaquinha por sementes de feijão. O homem disse:
- Com estas sementes de feijão jamais passarão fome. João acreditou e trouxe as sementes para casa. Quando a mãe de João viu as sementes, ficou furiosa. Jogou tudo pela janela.
Na manhã seguinte, João levantou com muita fome e foi até o quintal. Ficou espantado quando viu uma enorme árvore que ia até o céu. Nem chamou sua mãe. Decidiu subir pelo pé de feijão até chegar à copa.
João ficou maravilhado ao encontrar um castelo nas nuvens e quis vê-lo de perto. De repente, uma mulher enorme surgiu de dentro do castelo e o agarrou: - O que faz aqui, menino? Será o meu escravo. Mas o gigante não pode saber, por isso, vou escondê-lo. Se ele vir você, com certeza vai comê-lo.
O gigante chegou fazendo muito barulho. A mulher havia escondido João num armário. O gigante rugiu:
- Sinto cheiro de criança! E farejou em todos os cantos à procura de uma criança que estivesse escondida ali. A mulher adiantou-se e respondeu para o gigante: - Este cheiro é da comida que irei servir. Sente-se à mesa, meu senhor.
O gigante comeu o saboroso alimento. Depois, ordenou a uma galinha prisioneira que pusesse um ovo de ouro, e a uma harpa que tocasse uma bela melodia. Então, o gigante adormeceu em poucos minutos.
Vendo que a mulher havia se esquecido dele, João saiu do armário e, rapidamente, libertou a galinha e também a harpa. Mas a galinha cacarejou e a harpa fez um som estridente. Por isso, o gigante despertou.
Com a galinha debaixo do braço e a harpa na outra mão, João correu e o gigante foi atrás dele. João chegou primeiro ao tronco do pé de feijão e deslizou pelos ramos. Quando estava quase chegando ao chão, gritou para sua mãe, que o esperava: - Mamãe vá buscar um machado, tem um gigante atrás de mim!
Com o machado, João cortou o tronco, que caiu com um estrondo. Foi o fim do gigante. E todas as manhãs, a galinha põe ovos de ouro e a harpa toca para João e sua mãe, que viveram felizes para sempre e nunca mais sentiram fome.

Caixa de texto: Ilustre a história
 

 

 

 

 

 

 

 

 


                                                                       A Arca de Noé

Há milhares de anos, numa terra bem distante, vivia um homem chamado Noé. Noé e sua família eram felizes, porque amavam a Deus. Mas nem tudo na cidade onde Noé morava era bom.
As pessoas brigavam e faziam muitas coisas más. Um dia, Deus ficou cansado de ver a terra que Ele tinha criado sendo tão maltratada pelos seus moradores, e os homens, os quais Ele havia feito com tanto amor, serem tão maus. Então Deus decidiu destruir a terra com uma chuva bem forte, um dilúvio. Mesmo estando triste com os moradores da terra, Deus se lembrou de Noé, que era um bom homem, e prometeu que salvaria a ele e à sua família. Para isso, Ele ordenou: "Noé, construa um barco bem grande e entre nele com seus filhos, suas filhas, seus netos e os seus parentes.
Também coloque dentro desta arca um casal de cada animal que há sobre a terra”. E assim Noé fez. Mas enquanto ele construía o grande barco, as pessoas riam, o chamavam de louco. "Chover?

Que ideia absurda! “Nunca choveu...” diziam alguns. Mas Noé continuava alertando aos homens sobre o que iria acontecer.E um dia, quando a arca ficou pronta, Noé entrou nela com sua família e os animais. Um anjo travou a porta do barco do lado de fora, e então começou a chover...
Foi uma chuva muita forte, que transbordou rios, encobriu casas e montanhas. O povo mau, desesperado e com medo, pedia socorro a Noé. Mas ele não podia abrir a arca. Era tarde demais.
O dilúvio durou 40 dias, e todos os que viviam na terra, morreram. Menos Noé, sua família e um casal de cada animal, que ficaram por todo esse tempo seguros dentro da arca.
Quando a chuva parou e as águas baixaram, eles saíram do barco, e Noé agradeceu a Deus. Deus o abençoou e fez uma aliança: disse que nunca mais a terra seria destruída por um dilúvio.
Então Ele colocou no céu um lindo arco-íris, como um sinal, para que toda vez que olharmos para o arco colorido entre as nuvens, estejamos nos lembrando da promessa




 

 

 

 

 

 

                                                       

 

 

 

                                                                                    Peter Pan

Peter Pan vive junto com sua fadinha chamada Sininho na Terra do Nunca. Uma vez, Peter saiu da Terra do Nunca e foi voar por aí e começou a escutar uma voz doce, a voz de uma menina que, contava uma história. Ele curioso, foi até a janela dessa menina e se apaixonou a primeira vista!
A menina linda se chamava Wendy, tinha cabelos castanho claro e olhos verdes. Ela tinha dois irmãos: João e Miguel. Peter se apresentou a eles e os convidou para dar uma volta. Os irmãos de Wendy não queriam ir, mas a irmã estava tão fascinada com aquilo tudo que foram para acompanhá-la.

E eles foram voando de mãos dadas com Peter Pan e encantados com aquilo tudo que estava acontecendo e não acreditando que eles estavam voando. Já para Peter, isso era a coisa mais normal do mundo. Wendy e seus irmãos conheceram a aldeia dos índios, avistaram o barco pirata e viram os meninos perdidos. Tudo isso de lá de cima. De repente, Capitão Gancho avista Peter Pan e seus novos amigos e manda canhões em direção a eles. Wendy neste momento quase foi atingida e se desequilibra e ameaça cair. Porém, Peter a segura, fazendo com que os dois se apaixonem cada vez mais. Peter, Wendy e seus irmãos conseguem fugir e vão se esconder na casa dos meninos perdidos. Eles moravam dentro de uma árvore oca e usavam roupas todas rasgadas. Se encantaram com Wendy e seu cheiro. Wendy vendo que eles nunca tinha tido contato com uma menina, começou a contar lindas histórias para eles.

              Um belo dia, Capitão Gancho raptou a Princesa dos Índios. Todos se mobilizaram e Peter Pan a salvou do Capitão Gancho. O tempo passou e não satisfeito, o Capitão armou o plano de raptar desta vez os meninos perdidos e conseguiu! Os raptou e os levou para seu navio. Lá, ele os jogaria no mar para serem engolidos pelo crocodilo tic tac. Mas quando o pior iria acontecer, Peter Pan aparece e salva seus amigos. Ele luta valentemente contra o Capitão Gancho e vence a batalha.

Wendy então pede para voltar com seus irmãos para sua casa, pois seus pais poderiam estar preocupados. Peter Pan então os leva. Ao chegar à casa de Wendy, seus irmãos entram e ela fica para dar o último adeus a Peter Pan. Eles conversam e ela pergunta se ele não quer ficar ali com eles. Ele diz que não, pois a Terra do Nunca é a sua casa e lá ele não cresceria e poderia viver para sempre como criança. Ele se despede de Wendy e voa. Ela o observa pela janela, o contemplando e pede bem baixinho que ele nunca deixe de olhar por ela.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                 ÍNDICE

•Os 3 porquinhos

                                                                   •A Festa no Céu

•Pinóquio

              •Branca de Neve

 

•Cachinhos Dourados e os 3 ursos

                                                                                                   •Chapeuzinho Vermelho

•João e Maria

                    

           •O Patinho Feio

                                                                   •João e o Pé de Feijão

•A Arca de Noé

                                 •Peter Pan

 

 

                                              Projeto : “QuEm CoNtA Um CoNtO AuMeNtA Um PoNtO

 

 

 

Durante o ano que se passou foram tantas histórias, tanto faz de conta.

Agora que o ano letivo chegou ao fim, a imaginação não pode parar por isto elaboramos uma coletânea de histórias carregadinhas de amor  e fantasia.

Espero que o mundo da leitura continue em casa, na rua, na escola onde você for.

 

E espero que todos vocês possam:

 

VIVER FELIZES PARA SEMPRE!
 


 

 

 

                                                                                                                                

                                                                                                                           

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              Tia Cássia

                                                                                                                                                                                    2013

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