1. ESCOLA TRADICIONAL:
Desenvolvida no século
XIX a Escola Tradicional caracteriza-se por não permitir o questionamento das
autoridades, sendo as decisões inquestionáveis. O gestor é um burocrata
autoritário, cuja preocupação fundamental é controlar e aplicar programas e
ordens oriundas dos órgãos governamentais. O aluno é um ser passivo e seu papel
é receber ordens, normas e recomendações do professor, executar a disciplina, a
obediência e o espírito de trabalho. O professor é autoritário e transmite um
saber fragmentado, desfocado do contexto, enciclopédico. Preocupa-se com a
memorização e repetição dos conteúdos.
A base do processo
didático é dedutivo, aonde o ensino vai do abstrato ao concreto, do geral para
o particular. Quanto aos materiais didáticos, estes resumem-se aos
livros-texto, com muitos conteúdos e informações conceituais. A avaliação tem a
função de controlar a aprendizagem, e o único instrumento utilizado são os
exames, pois para os seguidores da Escola Tradicional, os exames refletem a
capacidade de retenção e acúmulo de conhecimento memorizado pelos alunos. Em
outras palavras, a iniciativa cabe ao professor, que é, ao mesmo tempo, o
sujeito do processo de ensino e aprendizagem, o elemento decisivo e decisório
no ensino. A questão pedagógica é aprender.
Dessa maneira, o
conceito de ensino é transmissão de conhecimentos, instruções, repassar
conteúdos prontos, e aprender é memorizar e acumular informações . O método
utilizado baseia-se em aulas expositivas e explicativas. O professor fala
aquilo que sabe sobre determinado assunto e espera que o aluno saiba reproduzir
o que ele lhe disse. É o detentor do saber e do controle. O saber matemático é
pronto e acabado.
As críticas a este tipo
de ensino deram origem a um novo pensamento sobre as questões do ensino.
2. ESCOLA NOVA
Assim surge a escola
nova (XIX), chegando até a segunda metade do século XX, como um movimento
contra as mazelas do modelo tradicional, propondo uma escola mais aberta,
descentralizada e crítica da sociedade.
A iniciativa desloca-se
para o aluno e o centro da ação educativa situa-se na relação professor-aluno,
partindo do princípio de que o aluno é o centro da escola, o protagonista
principal do processo de ensino aprendizagem, em torno do qual as interações
com o meio social e a questão pedagógica é aprender a aprender. São valorizadas
a participação, autogestão e auto-responsabilidade.
Com a Escola Nova,
o eixo da questão pedagógica passa do intelecto para o sentimento, do aspecto
lógico para o psicológico, dos conteúdos cognitivos para os métodos e processos
pedagógicos, do professor para o aluno, do esforço para o interesse, da disciplina
para a espontaneidade, da quantidade para a qualidade, de uma pedagogia com
inspiração filosófica para uma pedagogia de inspiração experimental, baseada
nas contribuições da Biologia e da Psicologia. Ensinar é criar condições de
aprendizagem. O importante não é aprender, mas aprender a aprender. O professor
passa a estimulador e orientador da aprendizagem.
A avaliação passa a ter natureza qualitativa, havendo a participação ativa dos alunos e o seu crescimento subjetivo no processo de construção da sua aprendizagem. Nesta escola, o processo de ensino-aprendizagem centra-se na atividade e a experiência do aluno, sendo conduzido pelo professor a partir da experiência do aluno, da observação, da manipulação, de atividades sobre realidades concretas tendo como instrumento ou recurso didático o livro-texto, o qual é utilizado nas experiências e atividades dos alunos. O lema é atividade, vitalidade, liberdade, individualidade e coletividade.
3. A ESCOLA ATIVA
A Escola Ativa, embora
tenha surgido como reação à escola tradicional, fundamenta-se nos princípios da
Escola Nova. As idéias desse novo paradigma têm início no Brasil na década de
20 do século XX, influenciando as reformas educacionais brasileiras, o que pode
ser constatado na Constituição de 1934, na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação LDB – (Lei nº 4.024/1961) e na Lei nº 5.692/1971, que reformularam a
educação básica brasileira, especificamente o ensino de 1º e 2º graus.
Neste modelo escolar são privilegiadas as relações pessoais, assim, na relação professor-aluno, o professor remete-se para uma posição de facilitador de um processo de aprendizagem que é da iniciativa do aluno. A criatividade, a iniciativa, a liberdade individual, a ação e a descoberta, são valores que preconizam todas as relações de trabalho.
Portanto, a organização
curricular orienta-se no sentido de atender os interesses e vivências dos
alunos, onde os programas se manifestam abertos e pouco estruturados. As aulas
transformam-se em oficinas de aprendizagem de destrezas, hábitos, e técnicas
para descobrir o mundo, onde alunos e professores aprendem e fazem coisas
juntos, inclusive a elaboração do próprio livro didático. Como o que importa é
o processo de aprendizagem, a escola ativa não dá ênfase à avaliação.
4. A ESCOLA
COMPORTAMENTALISTA
Tendo como principal
fonte de inspiração a psicologia behaviorista representada por John Watson,
Skinner e outros, a escola comportamentalista nasceu da insatisfação dos
educadores com os modelos pedagógicos evidentes nas concepções da escola nova e
da escola ativa. Sua base é a pedagogia por objetivos, disciplina e padrões
elevados de eficácia. O papel fundamental dos envolvidos no processo
educacional é ler “a cartilha” da legislação e interpretá-la corretamente,
através de um estilo de direção burocrata centralizada. Assim, são valorizados
os papéis das estruturas e dos organogramas normalizados.
Dessa maneira, a
relação professor-aluno é marcada pelo poder burocrata do professor que, a
partir dos objetivos gerais definidos verticalmente pelo Estado, deve verificar
se os alunos estão conseguindo atingi-los no decorrer do processo de ensino e
aprendizagem. Com esta concepção, o saber é transmitido em pequenas unidades
previamente divididas em função de objetivos específicos susceptíveis de serem
mensuráveis. Para o aluno, resta receber e aceitar os conteúdos sem questionar,
o que torna o currículo uma estrutura fechada com receitas para cada objetivo.
No que se refere aos
materiais didáticos, estes se resumem ao livro-texto do aluno e funciona como
um roteiro para facilitar o trabalho do professor no sentido de atingir os
objetivos propostos.o controle absoluto de todas as ações é realizado em todas
as etapas do processo de ensino, através de instrumentos de avaliação
considerados infalíveis.
5. A ESCOLA
CONSTRUTIVISTA
Associado às
contribuições de Bruner, Novak, Ausebel e Outros, esta concepção do
conhecimento e da aprendizagem que derivam, principalmente, das teorias da
epistemologia genética de Jean Piaget parte da idéia de que o homem não nasce
inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele
responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o
seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
De acordo com AZENHA
(1997, p.18) “A concepção piagetiana do funcionamento intelectual inspira- se
fortemente no modelo biológico de trocas entre o organismo e o ambiente” A
relação professor-aluno é formada por um professor mediador no processo de
ensino aprendizagem, a quem compete planejar, orientar, organizar, proporcionar
recursos, e encaminhar as diferentes atividades realizadas pelos alunos. Ou
seja, não é mais um simples instrutor ou avaliador, mas um facilitador que
deixa o controle de tal processo por conta do aluno.
Para a corrente
construtivista a aprendizagem é um processo de construção individual do sujeito
que não copia a realidade, mas a constrói a partir de suas representações
internas. A interpretação pessoal rege o processo de conhecer, o qual
desenvolve seu significado através da experiência; rejeita a apresentação de
conhecimentos prontos.
No construtivismo o
professor deve ser subtraído a sua formação dos conteúdos escolares em prol do
desenvolvimento de habilidades que o levem a gerar a autonomia no aluno que é
pesquisador no processo de aprendizagem. A forma de avaliar nesta escola também
é diferente dos moldes tradicionais que muitas escolas estão acostumadas, ela
deve ser mediadora, formativa e a favor do aluno.
De acordo com esta
corrente, o aluno deve participar ativamente do próprio aprendizado, mediante a
experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do
raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo
as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.
As escolas que usam o método construtivista têm características de estrutura diferentes das escolas que usam outros métodos.Apesar disto, o construtivismo recebe algumas críticas por fugir das características que estão instaladas nos processos de aprendizagem. Muito se fala de inovação, trabalhar a realidade dos alunos, serem mediadores, mas a maioria ainda adota a pedagogia da decoreba.
As escolas que usam o método construtivista têm características de estrutura diferentes das escolas que usam outros métodos.Apesar disto, o construtivismo recebe algumas críticas por fugir das características que estão instaladas nos processos de aprendizagem. Muito se fala de inovação, trabalhar a realidade dos alunos, serem mediadores, mas a maioria ainda adota a pedagogia da decoreba.
Um dos princípios da
pedagogia de Paulo Freire é a crença na capacidade de o aluno organizar sua
própria aprendizagem. Assim, o professor assume o papel de um orientador da
aprendizagem por meio de atividades centradas na discussão de temas sociais e
políticos, tendo como base do ensino a realidade social dos alunos. Nessa
concepção, o homem é considerado um ser situado num mundo material, concreto,
econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-lhe
transformar essa situação através de ações coletivas para a busca descrição,
análise e soluções para os problemas extraídos da realidade.
A busca do conhecimento
é imprescindível, entendida como atividade inseparável da prática social, e não
deve se basear no acúmulo de informações, mas, sim, numa reelaboração mental
que deve surgir em forma de ação, sobre o mundo social.
Dessa forma, a escola
deve ser valorizada como instrumento de luta das camadas populares, propiciando
o acesso ao saber historicamente acumulado pela humanidade, porém reavaliando a
realidade social na qual o aluno está inserido. A educação se relaciona
dialeticamente com a sociedade, podendo constituir-se em um importante
instrumento no processo de transformação da mesma. Sua principal função é
elevar o nível de consciência do educando a respeito da realidade que o cerca,
a fim de torná-lo capaz para atuar no sentido de buscar sua emancipação
econômica, política, social e cultural.
Neste sentido, as atividades escolares se constituem em um processo de participação ativa por meio de diferentes atividades a discussão, os relatos de experiências vividas, a pesquisa participante, trabalhos em grupo e outros atos educativos de caráter reflexivo.
A pedagogia de Paulo
Freire contribuiu para que os educadores em geral procurassem pensar o seu
trabalho docente sob novos paradigmas, voltados para a inclusão social, a
ética, a liberdade e a autonomia, onde o currículo seja compreendido em sentido
amplo e com uma prática pedagógica centrada na ação-reflexão-ação, onde o
diálogo seja o caminho para a transformação da realidade.
Além disto, suas idéias
contribuíram para reforçar a importância da participação democrática e o
exercício da autonomia na construção de projetos político-pedagógicos, de
maneira que os professores possam lutar contra as receitas e pacotes
governamentais elaborados sem a participação da comunidade escolar, ao mesmo
tempo em que incentivou a incorporação de saberes necessários a prática de uma
educação crítica. Vale ressaltar como contribuição também, o respeito aos
saberes socialmente construídos e a necessidade de serem discutidos alguns
saberes, suas razões políticas e ideológicas, bem como a visão de matemática na
percepção de alunos e professores.
É fundamental para o
educador matemático a formação didática, considerando o papel desta ciência na
sociedade e por oferecer a estes profissionais melhores condições para um
ensino voltado para a formação da cidadania. Isto porque, um bom desempenho em
sua ação pedagógica vai depender dos conhecimentos teóricos e práticos, com
destaque nos aspectos culturais, sociais, formativos e políticos. Em outras
palavras, a didática promove o conhecimento da Matemática como conhecimento,
como dimensão cultural e social, o que permite comunicar, interpretar, prever,
conjeturar e raciocinar logicamente.
Os PCNs subsidiam os
professores em suas reflexões sobre a prática docente numa sociedade em
constantes e rápidas mudanças, funcionando como suporte na elaboração de
propostas pedagógicas que atendam às exigências do mundo moderno, tecnológico e
globalizado, propondo uma formação curricular segundo os princípios da
contextualização e da interdisciplinaridade. Embora a maioria dos profissionais
envolvidos em educação saiba disto, as práticas observadas contrariam os
discursos apresentados sobre a questão. A mesma aula, o mesmo modo de transmitir
o conhecimento, as mesmas concepções de ensino, aprendizagem e avaliação,
convivem em descompasso com as mudanças tecnológicas, com os novos paradigmas.
IRECÊ – BAHIA
2010
REFERÊNCIAS
AZENHA. Maria da Graça. Construtivismo:
De Piaget a Emilia Ferreiro. São Paulo: Ática, 1997.
Textos e outros
recursos disponibilizados na biblioteca do AVA.
Fonte: http://sirlene58.blogspot.com.br
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