Características do conto
Características
do conto :O conto caracteriza-se como uma modalidade narrativa
Desde
pequeninos ouvimos histórias contadas por alguém, seja por familiares, amigos,
e uma grande parte delas pelos livros. Quem não conhece a história do
Chapeuzinho Vermelho, A bela Adormecida, Os Três Porquinhos, entre tantas
outras, não é verdade?
E
quando falamos sobre elas, lembramo-nos de alguns elementos que já são do nosso
conhecimento, isto é, sabemos que são contadas por alguém, que acontecem em um
determinado lugar e com algumas pessoas, entre outros aspectos. Há também
aquele do qual não podemos nunca nos esquecer: o fato de que toda história
pertence a uma modalidade de texto – o chamado texto narrativo, ou seja, está
relacionado com o ato de narrar, relatar sobre um determinado assunto.
Entre
os tipos de textos que representam esta modalidade está o conto, que se
caracteriza por ser uma narrativa curta, no qual o espaço e o tempo são
reduzidos, com também, apresenta poucos personagens.
Estas
são algumas das características que a ele pertencem, mas há outras que também
precisamos conhecer. Para isso, logo abaixo segue um exemplo, e por meio dele
estudaremos todas as partes que serão discutidas. Então, vamos à análise:
* Introdução (ou apresentação) –
Constitui o início da história a ser narrada. Neste momento, o narrador
apresenta os fatos iniciais, os personagens e, na maioria das vezes, o tempo e
o espaço.
* Complicação (ou desenvolvimento)
–
Representa a parte em que se desenvolve o conflito. O conflito é o momento em
que algo começa a acontecer, e nós, como leitores, ficamos surpresos à espera
do que está por vir .
* Clímax –
É o momento mais tenso da narrativa, pois tudo pode acontecer, podendo ser
aquilo que esperávamos ou não.
* Desfecho (ou conclusão) –
Revela o final da história, a solução para o conflito, sendo que este fim
poderá ser de vários modos: triste, alegre, surpreendente, engraçado, e até
mesmo... trágico!!!
A princesa e a ervilha
Havia
uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa, mas não se contentava
com uma princesa que não fosse de verdade. De modo que se dedicou a procurá-la
no mundo inteiro, ainda que inutilmente, pois todas que via apresentavam algum
defeito. Princesas havia muitas, porém não podia ter certeza, já que sempre
havia nelas algo que não estava bem. Assim, regressou ao seu reino cheio de
sentimento, pois desejava muito uma princesa verdadeira!
(Esta parte representa a introdução
da história)
Certa
noite, caiu uma tempestade horrível. Trovejava e chovia a cântaros. De repente,
bateram à porta do castelo, e o rei foi pessoalmente abrir.
No
umbral havia uma princesa. Mas, Santo Céu, como havia ficado com o tempo e a
chuva! A água escorria por seu cabelo e roupas, seu sapato estava desmanchando.
Apesar
disso, ela insistia que era uma princesa real e verdadeira.
"Bom,
isso vamos saber logo", pensou a rainha velha.
E,
sem dizer uma palavra, foi ao quarto, tirou toda a roupa de cama e colocou uma
ervilha no estrado, em seguida colocou vinte colchões sobre a ervilha, e sobre
eles vinte almofadas feitas com as plumas mais suaves que se pode imaginar.
Ali
teria que dormir toda a noite a princesa.
(Nesta parte constatamos a
complicação, pois algo de novo aconteceu... Mas será o que ocorre depois disso?
Algo mais emocionante ainda? Será que com tudo isso a princesa ainda perceberá?
)
Na
manhã seguinte, perguntaram-lhe como tinha dormido.
-Oh,
terrivelmente mal! - disse a princesa. Não consegui fechar os olhos toda a
noite. Vá se saber o que havia nessa cama! Encostei-me em algo tão duro que
amanheci cheia de dores. Foi horrível!
(Aqui, percebemos o clímax, ou,
seja o momento de maior expectativa)
Ouvindo
isso, todos compreenderam que se tratava de uma verdadeira princesa, já que
havia sentido a ervilha através dos vinte colchões e vinte almofadões. Só uma
princesa podia ter uma pele tão delicada.
E
assim o príncipe casou com ela, seguro que sua era uma princesa completa. A
ervilha foi enviada a um museu onde pode ser vista, a não ser que alguém a
tenha roubado.
(Aqui, certamente que você percebeu
que se trata do final e, para a alegria de todos, feliz, não é mesmo?)
o gênero conto vem estruturado da
seguinte maneira:
→ Possui uma extensão curta,
conciso;
→ Apenas uma linha dramática, pois
não há tempo para dispersão da idéia principal, dessa maneira, as ações se
encaminham para o desfecho;
→ Em virtude da concisão do conto,
o tempo também é curto, então, existe apenas uma linha de encaminhamento
temporal. Logo, o recurso do flash back é raro.
→
Quanto ao desfecho, todas as ações desenvolvidas no texto têm o intuito
de encaminhar o enredo para o grande final, ora um final enigmático, ora , às
vezes, sem final, ou até mesmo sem um desenvolvimento flagrante.
→
O mais comum, entretanto, é o conto com uma estrutura tradicional, isto
é, com início, meio e fim. E esse final deve sempre ser uma surpresa, a
resolução de um enigma, a inversão de uma situação que deveria seguir em
direção oposta, ou que pareceria sem resolução.
→ O suspense deve acompanhar todo o texto, já
que o objetivo é prender o leitor , então o escritor lhe fornece a cartase – a
risada, o susto, a surpresa.
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