Dificuldades de aprendizagem na
leitura e na escrita
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Dificuldade de
aprendizagem são todas as dificuldades encontradas no âmbito escolar e
relacionadas com a aprendizagem, esse artigo abordará as dificuldades
relacionadas à área da leitura e da escrita. Por meio desse ensaio procuramos
compreender como ocorre a aprendizagem, e a partir disso, procuramos
identificar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais que... Dificuldades de
aprendizagem na leitura e na escrita:um desafio nos anos iniciais do Ensino
Fundamental
Dificuldade de aprendizagem são todas as
dificuldades encontradas no âmbito escolar e relacionadas com a aprendizagem,
esse artigo abordará as dificuldades relacionadas à área da leitura e da
escrita. Por meio desse ensaio procuramos compreender como ocorre a
aprendizagem, e a partir disso, procuramos identificar os aspectos cognitivos,
emocionais e sociais que influenciam o processo de ensino/aprendizagem,
especificamente da leitura e da escrita. O estudo é do tipo qualitativo e a coleta
de dados foi realizada por meio de questionário que foram aplicados com
professores das salas de recursos e entrevista realizada com a equipe
pedagógica de duas escolas do município de Chopinzinho/PR. Ao finalizar a
pesquisa consideramos que o professor tanto da sala de recursos como da sala
regular de ensino precisam de metodologias e recursos adequados para trabalhar
com as crianças, mas para isso, a escola necessita apoiá-los e principalmente
oferecer formação para os professores, a fim de instrumentalizá-los para
trabalhar com a diversidade da sala de aula.
PALAVRAS-CHAVE: aprendizagem;
dificuldades de aprendizagem; leitura; escrita. |
1 INTRODUÇÃO
Ao adentrar ao espaço escolar a criança se depara
com situações desafiadoras e muitas vezes conflitantes. O ser humano desde o
nascimento aprende e se desenvolve, segundo Vygotsky. Diferentemente da
aprendizagem proporcionada pela família, primeiro ambiente de aprendizagem, ao
meio escolar precisa planejar situações de aprendizagem, e essas requerem do
professor pensar nas diferenças individuais. Nesse sentido convém lembrar que o
processo de aprender é singular, ou seja, cada pessoa tem uma forma de reconstruir
o seu conhecimento. Mas o grande desafio está em descobrir como cada sujeito
aprende e principalmente dentro de um processo sócio-histórico e como algumas
crianças têm mais dificuldades para aprender do que outras.
Dessa forma o estudo procurou responder aos
seguintes questionamentos: como ocorre a aprendizagem dos alunos que tem
dificuldade de aprendizagem (DA)? Qual a área de aprendizagem que as crianças
encontram mais dificuldade na leitura ou escrita? Como é o desenvolvimento
psicossocial, emocional, cognitivo e físico? Qual papel a escola assume frente
ao desafio de ensinar? Sendo que para respondermos a essas questões recorremos
a uma pesquisa bibliográfica e de campo, com uma abordagem qualitativa.
Desta forma, visando analisar quais são as
principais dificuldades que os alunos apresentam, questionamos os professores
das salas de recursos e pedagogos de duas escolas do município de
Chopinzinho/PR, procurando identificar os tipos de atendimentos que são
disponibilizados pelas escolas.
Para fundamentação teórica utilizamos como
principais autores: CORREIA e MARTINS (1991), GARCÍA (1998), GÓMEZ e TÉRAN
(2009) e ZORZI (2003).
O artigo num primeiro momento abordará como ocorre
o processo de aprendizagem, na sequência os marcos históricos sobre as DA, os
desafios encontrados pelos professores ao trabalhar com esse alunado, bem como
as DA especificas na área da leitura e escrita e um enfoque sobre as salas de
recursos.
As dificuldades de aprendizagem se compõem, sobre
tudo por questões relacionadas à cultura de cada indivíduo e queremos através
deste estudo mostrar que as vivências interferem, com muita relevância, na
formação dos nossos alunos.
2 DISCUTINDO COMO OCORRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Para que a aprendizagem aconteça são necessários
alguns fatores primordiais como o desenvolvimento cerebral, o psíquico, o
social, o cognitivo e o afetivo. Por isso, se torna importante as vivências, as
relações na sociedade, os sentimentos e a cultura que pertencemos, pois a
sociedade impõe aos sujeitos o seu desenvolvimento progressivo, e a estimulação
da aprendizagem e do conhecimento.
Segundo Gómez e Téran (2009), a aprendizagem
depende de cada pessoa, é algo interno, mas acaba se constituindo a partir da
interação entre os sujeitos, e ocorre ao longo da vida. No cérebro das pessoas
ocorrem períodos que são fundamentais para desenvolver alguns estímulos,
períodos estes sensíveis a estimulação ambiental, necessário para que ocorram
mudanças. Esses períodos são chamados de janela de oportunidades (Gómez e
Téran, 2009), onde a criança com três anos de idade assume o seu controle
emocional, por volta de quatro anos começa a desenvolver o raciocínio lógico e
matemático, aos seis anos desenvolve o vocabulário e as habilidades motoras, e
finalmente com dez anos aprimora a linguagem e desperta o interesse pela
música.
Vale ressaltar que, para o alcance da aprendizagem,
é importante respeitar que cada indivíduo aprende de uma maneira singular,
dependendo da estrutura cerebral e afetiva de cada um.
Para Gómez e Téran (2009), o homem já nasce
inserido em uma sociedade organizada, com normas e uma história. A relação
entre as pessoas permite que ocorram algumas manifestações simbólicas como a
linguagem e o pensamento. Por meio desta relação entre o sujeito e o mundo, a
aprendizagem continua ocorrendo, fazendo disso uma atividade funcional, com
sentido e organização.
Segundo Gomes e Téran (2009) para levar em
consideração as bases neurofuncionais e os processos psicológicos é necessário
ponderar os processos neuropsicológicos.
Nesse sentido:
Entende-se como neuropsicologia o estudo dos
distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais,
investigando, especificamente, os distúrbios dos comportamentos adquiridos,
pelos quais cada homem mantém relações adaptadas com o meio. Somente há pouco
mais de cem anos é que se passou a conhecer o funcionamento ao nível do córtex
cerebral, por meio do estudo das lesões espontâneas localizadas e ressecções
parciais do cérebro, que permitiram demonstrar que as diversas partes
hemisféricas não possuem a mesma função e que existe uma organização cerebral
semelhante em todos os indivíduos. (PAULA et al. 2006 p. 225)
Os processos neuropsicológicos, que envolvem o
cérebro e o comportamento, e intervêm na aprendizagem são definidos como:
processamento perceptivo ou gnosias, praxias ou processamento psicomotor,
atenção, memória, percepção, pensamento e linguagem. Vejamos:
As gnosias ou processamento perceptivo fazem
referência ao reconhecimento do mundo, por meio da sensibilidade.
A organização cognitiva cerebral está subordinada
às capacidades gnósticas. Quando um estímulo visual, auditivo, olfativo ou
tátil é captado por um receptor específico, localizado no órgão sensorial
correspondente, é interpretado pelo sistema nervoso. (...) No córtex cerebral é
iniciado o processo de reconhecimento configuracional. Esta é a fase perceptiva
denominada processo gnósico ou gnosia. (GÓMEZ e TÉRAN, 2009, p.48).
Dependendo da ação que valorizamos podemos utilizar
diferentes formas de gnosias, por exemplo, a visual, auditiva ou tátil.
As Praxias ou processamento psicomotor é a execução
de atos voluntários complexos e organizados, que aprendemos durante toda a
vida. Tais movimentos vão se tornando mais elaborados e requintados a partir da
repetição deles, como andar, comer, escrever.
Dessa forma, afirma Rodrigues:
As praxias são as habilidades dirigidas à execução
gestual, a praxia melocinética ou a ideomotora, praxias especificas com a buço
facial. As funções executivas estão envolvidas no controle e na regulação de
processos cognitivos mais simples. (RODRIGUES, 2011, p.7)
Essas aquisições motoras desenvolvem um exercício
do sistema nervoso nomeado de psicomotricidade, esse processo abrange as
interações cognitivas, emocionais, simbólicas e sensório-motoras, fazendo com
que o indivíduo desenvolva sua personalidade de maneira íntegra.
Atenção é para Oliveira (1997), um processo
neurológico de controle voluntário para seleção de informações que o cérebro
humano deve captar no momento, sem esse processo seria impossível uma ação
organizada. A atenção é método mais eficaz para a obtenção do conhecimento.
Para que ocorra o processo de atenção é necessário a disposição neurológica do
cérebro para receber os estímulos. Este procedimento tem seu desenvolvimento
progressivo e complexo envolvendo o psicológico, neurológico e cognitivo.
Nessa perspectiva, Rodrigues afirma:
A atenção é todo processo associado à seleção e à
organização da informação, isto é, a uma atividade que processe os componentes
básicos necessários para a concentração e a ação. Temos a atenção visual e a
espacial. A percepção de faces é uma atividade de relevância no cotidiano do
ser humano. (RODRIGUES, 2011, p.6)
Desta forma, considera-se que a atenção é a maneira
que admite sustentar a finalidade de aprender e lembrar, sendo um elemento
imprescindível para a memória.
FONTE: psico pedagogia
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