sábado, 7 de outubro de 2017




                                                                      




                                                                                Sam Mc Bratney

Era hora de ir para a cama, e o Coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do Coelho Pai.
       Ele queria ter certeza de que o Coelho Pai estava ouvindo.
       -- Adivinha quanto eu te amo – disse ele.
       -- Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar – respondeu o Coelho Pai.
       -- Tudo isto – disse o Coelhinho, esticando os braços o mais que podia.
       Só que o Coelho Pai tinha os braços mais compridos. E disse:
       -- E eu te amo tudo isto!
       -- Hum, isso é um bocado, pensou o Coelhinho.


-- Eu te amo toda a minha altura – disse o Coelhinho.
       -- E eu te amo toda a minha altura – disse o Coelho Pai.
       Puxa, isso é bem alto, pensou o Coelhinho.
       Eu queria ter braços compridos assim.



Então o Coelhinho teve uma boa idéia. Ele se virou de ponta-cabeça, apoiando as patinhas na árvore.
       -- Eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés!
       -- E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés – disse o Coelho Pai, balançando o filho no ar.

 Eu te amo a altura do meu pulo! – riu o Coelhinho, saltando para lá e para cá.
       -- E eu te amo a altura do meu pulo – riu também o Coelho Pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.
       Isso é que é saltar, pensou o Coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim.
       -- Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio – gritou o Coelhinho.
       -- Eu te amo até depois do rio, até as colinas – disse o Coelho Pai.
       È uma bela distância, pensou o Coelhinho.


Ele estava sonolento demais para continuar pensando.
       Então ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite. Nada podia ser maior que o céu.
       Eu te amo ATÉ A LUA! – disse ele, e fechou os olhos.
       -- Puxa, isso é longe – disse o Coelho Pai. – Longe mesmo!
       O Coelho Pai deitou o Coelhinho na sua caminha de folhas.
       E então se inclinou para lhe dar um beijo de boa-noite. Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo:
       -- Eu te amo até a lua... IDA E VOLTA!





















Nenhum comentário: