terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A Educação do Campo, construída num espaço de lutas dos movimentos sociais e sindicais do campo, é traduzida como uma “concepção político pedagógica, voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com a produção das condições de existência social, na relação com a terra e o meio ambiente, incorporando os povos e o espaço da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, os pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas” (CNE/MEC, 2002).


Ao investir na Educação do Campo, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia assume o compromisso com uma política especifica que possibilite a universalização do acesso dos povos que vivem e trabalham no/ do campo a uma educação que conduza a emancipação deste segmento da população, num diálogo permanente com os movimentos sociais. O foco das ações está no enfrentamento de dificuldades educacionais históricas, no processo de reconhecimento da identidade das escolas e na construção de um currículo que atenda as especificidades dos povos.

A finalidade da Educação do Campo, portanto, é oferecer uma educação escolar especifica associada à produção da vida, do conhecimento e da cultura do campo e desenvolver ações coletivas com a comunidade escolar numa perspectiva de qualificar o processo de ensino e aprendizagem.
Legislação
O re­co­nhe­ci­mento do lugar da Edu­cação do Campo na Le­gis­lação Bra­si­leira é fruto, so­bre­tudo, de mo­bi­li­za­ções e ar­ti­cu­la­ções dos seg­mentos so­ciais or­ga­ni­zados por uma edu­cação como di­reito fun­da­mental e con­dição bá­sica para o exer­cício da ci­da­dania dos povos que vivem no/do campo. A partir do final dos anos 1990, uma série de eventos e a cri­ação do Mo­vi­mento Ar­ti­cu­lação Na­ci­onal Por Uma Edu­cação do Campo e o PRO­NERA, mo­bi­lizou o poder pú­blico a ga­rantir, na pri­meira dé­cada de sé­culo XXI, uma le­gis­lação es­pe­ci­fica para a Edu­cação do Campo com­posta hoje pelos se­guintes marcos le­gais:

Na­ci­onal

RE­SO­LUÇÃO CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002- Ins­titui as Di­re­trizes Ope­ra­ci­o­nais para a Edu­cação Bá­sica nas Es­colas do Campo, um con­junto de prin­cí­pios e pro­ce­di­mentos para serem ob­ser­vados nos pro­jetos das ins­ti­tui­ções que in­te­gram os di­versos sis­temas de en­sino.

PA­RECER CNE/CEB Nº 1/2006 - Re­co­menda a adoção da Pe­da­gogia da Al­ter­nância em es­colas do campo

RE­SO­LUÇÃO nº 2, de 28 de abril de 2008- Es­ta­be­lece di­re­trizes com­ple­men­tares, normas e prin­cí­pios para o de­sen­vol­vi­mento de po­lí­ticas pú­blicas de aten­di­mento da Edu­cação Bá­sica do Campo.

DE­CRETO nº 7.352, de 4  de no­vembro de 2010- Dispõe sobre a Po­lí­tica Na­ci­onal de Edu­cação do Campo e o Pro­grama Na­ci­onal de Edu­cação na Re­forma Agrária – PRO­NERA.


Lei nº 12.695, de 25 de julho de 201 - Dispõe sobre o apoio téc­nico ou fi­nan­ceiro da União no âm­bito do Plano de Ações Ar­ti­cu­ladas; al­tera a Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009, para in­cluir os polos pre­sen­ciais do sis­tema Uni­ver­si­dade Aberta do Brasil, na as­sis­tência fi­nan­ceira do Pro­grama Di­nheiro Di­reto na Es­cola; al­tera a Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007, para con­tem­plar com re­cursos do FUNDEB as ins­ti­tui­ções co­mu­ni­tá­rias que atuam na edu­cação do campo[..]

Es­ta­dual
LEI ES­TA­DUAL nº 11.35, de 23 de de­zembro de 2008- Ins­titui o Pro­grama Es­ta­dual de Apoio Téc­nico-Fi­nan­ceiro às Es­colas Fa­mília Agrí­cola – EFAs e Es­colas Fa­mi­li­ares Ru­rais – EFRs  do Es­tado da Bahia.

DE­CRETO Nº 14.110, de 28 de agosto de 2012 - Dispõe sobre a re­gu­la­men­tação da Lei nº 11.352, de 23 de de­zembro de 2008, que ins­titui o Pro­grama Es­ta­dual de Apoio Téc­nico-Fi­nan­ceiro às Es­colas Fa­mília Agrí­cola - EFAs e Es­colas Fa­mi­li­ares Ru­rais - EFRs do Es­tado da Bahia, através de en­ti­dades sem fins lu­cra­tivos[...]
Documentos de Referência
RE­FE­RÊN­CIAS PARA UMA PO­LÍ­TICA NA­CI­ONAL DE EDU­CAÇÃO DO CAMPO – CA­DERNO DE SUB­SÍ­DIOS. Mi­nis­tério da Edu­cação – Grupo Per­ma­nente de tra­balho de Edu­cação do Campo. Este do­cu­mento am­plia as dis­cus­sões sobre a Edu­cação do Campo com os di­versos Mi­nis­té­rios, di­fe­rentes ór­gãos pú­blicos, mo­vi­mentos so­ciais e or­ga­ni­za­ções não-go­ver­na­men­tais, com vistas à for­mu­lação e im­ple­men­tação de po­lí­ticas de edu­cação e de de­sen­vol­vi­mento sus­ten­tável do campo. Cons­titui-se num ins­tru­mento de tra­balho para edu­ca­dores, ges­tores pú­blicos, mi­li­tantes so­ciais e para todos aqueles que com­pre­endem a edu­cação como di­reito fun­da­mental e con­dição bá­sica para o exer­cício da au­to­nomia ci­dadã pelos su­jeitos que no campo vivem, tra­ba­lham, pro­duzem bens e cul­tura e an­seiam his­to­ri­ca­mente pelo cum­pri­mento do dever pre­cípuo do Es­tado bra­si­leiro, que é o de ofe­recer as ga­ran­tias e as con­di­ções ne­ces­sá­rias à uni­ver­sa­li­zação da edu­cação em todos os ní­veis para todos os bra­si­leiros e bra­si­leiras( MEC, 2004)

CA­DERNOS TE­MÁ­TICOS SECAD - 2 Edu­cação do Campo: di­fe­renças mu­dando pa­ra­digmas. Mi­nis­tério da Edu­cação/SECAD, 2007.​Esse do­cu­mento se des­tina a con­tri­buir com o de­bate e a com­pre­ensão dos me­ca­nismos e im­pli­ca­ções que têm ca­rac­te­ri­zado as in­ter­ven­ções do Es­tado e as ações da so­ci­e­dade civil para a edu­cação dos povos do campo. Parte da com­pre­ensão das nu­ances con­cei­tuais e me­to­do­ló­gicas in­trín­secas à sua na­tu­reza po­lí­tico-pe­da­gó­gica e tem por fi­na­li­dade in­formar e es­cla­recer os ges­tores pú­blicos sobre a sua di­mensão po­lí­tica ( MEC/SECAD, 2007).

PA­NO­RAMA DA EDU­CAÇÃO NO CAMPO Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­tudos e Pes­quisas Edu­ca­ci­o­nais Anísio Tei­xeira, 2007. Livro que apre­senta al­guns dados le­van­tados pelo IBGE e pelo INEP, que per­mitem uma ra­di­o­grafia do meio rural e das es­colas ali lo­ca­li­zadas, vi­sando à ori­en­tação para de­fi­nição e for­ma­tação de po­lí­ticas para a edu­cação dos povos do campo.

CON­SELHO ES­COLAR E A EDU­CAÇÃO DO CAMPO- Ca­derno 09 Mi­nis­tério da Edu­cação. Se­cre­taria de Edu­cação Bá­sica – Bra­sília : MEC, SEB, 2010. Este ca­derno in­tegra o Pro­grama Na­ci­onal de For­ta­le­ci­mento dos Con­se­lhos Es­co­lares e tem como ob­je­tivo con­tri­buir para que o Con­selho Es­colar possa atuar como um dos ins­tru­mentos de gestão de­mo­crá­tica nas Es­colas do Campo. Apre­senta algu¬mas re­fle­xões sobre a Edu­cação do Campo e as Es­colas do Campo, a partir do en­ten­di­mento das or­ga­ni­za­ções so­ciais e en­ca­minha su­ges­tões para que cada co­le­tivo es­colar possa es­ta­be­lecer seus pró­prios me­ca­nismos que as­se­gu­rarão a par­ti­ci­pação so­cial na de­li­mi­tação de suas ações, dando des­taque ao Con­selho Es­colar como uma es­tra­tégia ímpar nesse con­texto de de­mo­cra­ti­zação da edu­cação e da so­ci­e­dade ( MEC/ SEB, 2006).

DI­RE­TRIZES CUR­RI­CU­LARES NA­CI­O­NAIS PARA A EDU­CAÇÃO IN­FANTIL - Mi­nis­tério da Edu­cação. Se­cre­taria de Edu­cação Bá­sica – Bra­sília: MEC, SEB, 2010. Reúne prin­cí­pios, fun­da­mentos e pro­ce­di­mentos de­fi­nidos pela Câ­mara de Edu­cação Bá­sica do Con­selho Na­ci­onal de Edu­cação, para ori­entar as po­lí­ticas pú­blicas e a ela­bo­ração, pla­ne­ja­mento, exe­cução e ava­li­ação de pro­postas pe­da­gó­gicas e cur­ri­cu­lares de Edu­cação In­fantil. Apre­senta ori­en­ta­ções para cons­trução da Pro­posta Pe­da­gó­gica d as In­fân­cias do Campo, re­a­fir­mando a ne­ces­si­dade de re­co­nhecer os modos pró­prios de vida no campo como fun­da­men­tais para a cons­ti­tuição da iden­ti­dade das cri­anças mo­ra­doras em ter­ri­tó­rios ru­rais.

CARTA DE SAL­VADOR- 2004 - Do­cu­mento oriundo de uma pro­dução com pro­po­si­ções apre­sen­tadas por um co­le­tivo de su­jeitos no I Se­mi­nário Es­ta­dual da Edu­cação do Campo, pro­mo­vido pelo Mi­nis­tério da Edu­cação em par­ceria com a UN­DIME e Se­cre­taria da Edu­cação


Contextualização
A cons­trução da po­lí­tica de Edu­cação do Campo diz res­peito às lutas his­tó­ricas dos mo­vi­mentos so­ciais em prol de uma es­cola no e do campo que for­ta­leça a iden­ti­dade e a di­ver­si­dade dos povos que ali vivem e tra­ba­lham. Traduz o re­sul­tado de um pro­jeto edu­ca­tivo que re­vela os prin­cí­pios, a luta, os de­sejos, as ex­pe­ri­ên­cias dos di­versos su­jeitos, que vis­lumbra uma edu­cação que su­pere o mo­delo de­si­gual e ex­clu­dente que ainda per­meia no ce­nário da edu­cação bra­si­leira.

A con­cepção de Edu­cação do Campo nasce a partir da ação dos su­jeitos co­le­tivos, or­ga­ni­zados em mo­vi­mentos so­ciais do campo e que se apre­senta com o pro­pó­sito de re­sistir às in­tensas trans­for­ma­ções ocor­ridas no campo, em função da ex­pansão do ca­pi­ta­lismo e da mo­der­ni­zação da agri­cul­tura. Nessa pers­pec­tiva, a edu­cação do campo é con­ce­bida como ação po­lí­tica que en­tende que os povos do campo têm o di­reito de serem edu­cados nos lu­gares onde vivem e que eles são su­jeitos que com sua par­ti­ci­pação de­mandam e pro­põem um pro­jeto de edu­cação vin­cu­lado à sua cul­tura e às ne­ces­si­dades hu­manas e so­ciais.

As iden­ti­dades dos su­jeitos do Campo, na Bahia, in­te­gram a di­ver­si­dade so­ci­o­cul­tural e po­lí­tica da cons­ti­tuição do pró­prio es­paço rural que compõe o Es­tado. A partir das di­versas formas de pro­dução de vida no campo, os su­jeitos do campo cons­ti­tuem ca­te­go­rias so­ciais como agri­cul­tores fa­mi­li­ares cam­po­neses, ar­ren­da­tá­rios, pes­ca­dores, ri­bei­ri­nhos, as­sen­tados e acam­pados da Re­forma Agrária, qui­lom­bolas, in­dí­genas, atin­gidos por bar­ra­gens, fundo e fecho de pasto,  entre ou­tros. Estas iden­ti­dades são re­con­fi­gu­radas co­le­ti­va­mente na pro­dução po­lí­tica destes su­jeitos a partir das or­ga­ni­za­ções em seg­mentos so­ciais or­ga­ni­zados.

O Es­tado da Bahia possui 27,93% da po­pu­lação re­si­dente em es­paços ru­rais. Se­gundo Censo Es­colar INE/2010, o Es­tado da Bahia possui um quan­ti­ta­tivo de ma­trí­culas nas es­colas em áreas ru­rais cor­res­pon­dente a 1.017.551, sendo 159.818 da Edu­cação in­fantil, 744.019 do En­sino Fun­da­mental e 28.984 do En­sino Médio. Destes, a taxa de dis­torção idade-série varia de 33,53 a 75,37%.

Em re­lação ao di­ag­nós­tico das es­colas do campo no Es­tado da Bahia , temos 12.875 es­ta­be­le­ci­mentos es­co­lares dis­tri­buídos em áreas ru­rais dos ter­ri­tó­rios de iden­ti­dade que compõe o Es­tado. Destes, 114 são es­ta­duais, 4 fe­de­rais, 12.696 mu­ni­ci­pais e 60 pri­vados. Dados que nos re­mete a uma re­flexão sobre o re­co­nhe­ci­mento das es­colas do campo, com base nos marcos le­gais e po­lí­ticos da edu­cação do campo cons­truídos ao longo da sua tra­je­tória.

Re­co­menda-se, por­tanto, que sejam con­si­de­radas es­colas do campo no Es­tado da Bahia:
Es­colas que com­pre­endam a Edu­cação Bá­sica em suas etapas de Edu­cação In­fantil, En­sino Fun­da­mental, En­sino Médio e Edu­cação Pro­fis­si­onal Téc­nico de nível médio in­te­grada com En­sino Médio des­ti­nadas ao aten­di­mento às po­pu­la­ções ru­rais em suas mais va­ri­adas formas de pro­dução de vida (Re­so­lução CBE/CNE nº02/2008).
Es­colas si­tu­adas em áreas ru­rais, con­forme de­fi­nição dada pela Fun­dação Ins­ti­tuto Bra­si­leiro de Ge­o­grafia e Es­ta­tís­tica – IBGE, ou aquelas si­tu­adas em área ur­bana que atenda pre­do­mi­nan­te­mente a po­pu­lação do campo. Alem disto, serão con­si­de­radas do campo as turmas anexas vin­cu­ladas a es­colas com sede em área ur­bana que fun­ci­onem con­forme con­di­ções es­pe­cí­ficas para as es­colas do campo (De­creto nº 7.352/2010).
Es­colas fun­da­men­tadas nos prin­cí­pios pe­da­gó­gicos vol­tados para a for­mação de su­jeitos ar­ti­cu­lada a um pro­jeto de eman­ci­pação hu­mana; va­lo­ri­zação dos di­fe­rentes sa­beres no pro­cesso edu­ca­tivo; for­mação dos su­jeitos da apren­di­zagem em di­fe­rentes es­paços e tempos; vin­cu­lação da es­cola à re­a­li­dade dos su­jeitos ;re­co­nhe­ci­mento da edu­cação como re­curso para o de­sen­vol­vi­mento sus­ten­tável;au­to­nomia e co­la­bo­ração entre os su­jeitos do campo e o sis­tema na­ci­onal de en­sino. (Plano Es­ta­dual de Edu­cação, 2006)
Es­cola cons­truída de acordo com a re­a­li­dade, que atue de acordo com as ne­ces­si­dades e as pe­cu­li­a­ri­dades do grupo a que se des­tina. Busca-se, então, cons­truir uma es­cola en­quanto es­paço de con­vi­vência e diá­logo cul­tural, no qual os modos, os va­lores, as normas, os con­ceitos e formas de con­viver se inter-re­la­ci­onem, numa pers­pec­tiva de con­ti­nui­dade e mu­dança. (Plano Es­ta­dual de Edu­cação, 2006).

Junto a este mo­vi­mento de re­co­nhe­ci­mento da iden­ti­dade das es­colas do campo, al­guns prin­cí­pios devem nor­tear a Edu­cação do Campo na Bahia:
Res­peito à di­ver­si­dade em seus as­pectos so­ciais, cul­tu­rais, am­bi­en­tais, po­lí­ticos, econô­micos, de gê­nero, ge­ra­ci­onal e de raça e etnia;
In­cen­tivo à for­mu­lação de pro­jetos po­lí­tico-pe­da­gó­gicos es­pe­cí­ficos para as es­colas do campo, es­ti­mu­lando o de­sen­vol­vi­mento das uni­dades es­co­lares como es­paços pú­blicos de in­ves­ti­gação e ar­ti­cu­lação de ex­pe­ri­ên­cias e es­tudos di­re­ci­o­nados para o de­sen­vol­vi­mento so­cial, eco­no­mi­ca­mente justo e am­bi­en­tal­mente sus­ten­tável, em ar­ti­cu­lação com o mundo do tra­balho;
De­sen­vol­vi­mento de po­lí­ticas de for­mação de pro­fis­si­o­nais da edu­cação para o aten­di­mento da es­pe­ci­fi­ci­dade das es­colas do campo, con­si­de­rando-se as con­di­ções con­cretas da pro­dução e re­pro­dução so­cial da vida no campo;
Va­lo­ri­zação da iden­ti­dade da es­cola do campo por meio de pro­jetos pe­da­gó­gicos com con­teúdos cur­ri­cu­lares e me­to­do­lo­gias ade­quadas às reais ne­ces­si­dades dos alunos do campo, bem como fle­xi­bi­li­dade na or­ga­ni­zação es­colar, in­cluindo ade­quação do ca­len­dário es­colar às fases do ciclo agrí­cola e ás con­di­ções cli­má­ticas;
Con­trole so­cial da qua­li­dade da edu­cação es­colar, me­di­ante a efe­tiva par­ti­ci­pação da co­mu­ni­dade e dos mo­vi­mentos so­ciais do campo.
Por fim, falar da Edu­cação do Campo, se­gundo Jesus (2010), sem dú­vida, é en­tre­laçar a his­tória de vida e tra­je­tó­rias de muitos su­jeitos so­ciais que nas­ceram e vivem no campo ou aqueles e aquelas que dele pre­cisou sair em busca de uma vida me­lhor. É pensar numa es­cola que res­peite a di­ver­si­dade cul­tural e as re­a­li­dades de todos os su­jeitos que fazem parte de cada co­mu­ni­dade, suas di­fi­cul­dades e po­ten­ci­a­li­dades, seus pro­cessos de or­ga­ni­zação, an­seios e ne­ces­si­dades, re­e­du­cando os olhares em re­lação ao per­curso for­ma­tivo de cada cri­ança, jovem e adulto com uma ma­triz pe­da­gó­gica que va­lo­rize os di­fe­rentes sa­beres, es­paços e vidas.





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