Sabemos que dentro da unidade
escolar, o papel do coordenador pedagógico nem sempre é bem definido. Muitos
acham que esse profissional exerce o cargo de auxiliar do diretor para as
questões burocráticas. Outros já acreditam que cabe a ele resolver todos os
problemas disciplinares dos alunos. E o pedagógico? Como fica? E aí que está à
denominação do cargo e na maioria das vezes está sendo esquecido. É essa a
palavra que define a tarefa do coordenador: fazer com que os professores
aperfeiçoem sua prática em sala de aula para que os alunos aprendam sempre,
mais e melhor. Para tanto, ele só tem um caminho: realizar a formação
continuada dos docentes da escola e sistematizar o plano de ensino.
É nessa mesma ótica que percebemos a
importância do papel do Coordenador em está bem definido para então desenvolver
as suas atribuições significativas para função.
De acordo com o texto “O Coordenador
Pedagógico e o Planejamento Escolar” do curso de Coordenação Pedagógica-Escola
de Gestores MEC, o coordenador como agente articulador do diálogo deve
estar atento à transformação da comunidade escolar, promover a reflexão em
torno das relações escolares e da transformação da prática pedagógica.
A confusão sobre as tarefas do
coordenador implica que ele possa desenvolver com mais eficiência o seu
trabalho.
Dentre todas as dificuldades que
surgem perante essa função é importante que compreendamos que o coordenador
pedagógico interage diretamente com os professores, diretamente com seu
trabalho docente em sala de aula e com o planejamento da escola (PPP).
O coordenador é apenas um dos atores
que compõem o coletivo da escola. Para coordenar, direcionando suas ações para
a transformação, precisa estar consciente de que seu trabalho não se dá
isoladamente, mas nesse coletivo, mediante a articulação dos diferentes atores
escolares, no sentido da construção de um projeto político-pedagógico
transformador. (ORSOLON, 2003, p. 19)
Segundo Orsolon (2003) algumas
atitudes do coordenador são capazes de desencadear mudanças no professor:
- Promover um trabalho de coordenação
em conexão com a gestão escolar. Quando os professores percebem
essa integração, sentem-se sensibilizados para a mudança, já que o planejamento
do trabalho se dá de forma menos compartimentalizado.
- Realização de trabalho
coletivo. A mudança só acontece se todos se
unirem em torno de um objetivo único, pois será mais fácil compartilhar
concepções e dúvidas, buscando uma construção coletiva.
- Mediar a competência docente. O
coordenador pedagógico deve considerar o saber, as experiências , os interesses
e o modo de trabalhar dos professores, criando condições para questionar essas
práticas e disponibilizando recursos para auxiliá-los.
- Desvelar a sincronicidade do
professor e torná-la consciente. O coordenador tem que propiciar
condições para que o professor análise criticamente os componentes políticos,
humano-interacionais e técnicos de sua atuação, para que perceba a necessidade
ou não de uma mudança em sua prática.
- Investir na formação continuada do
professor na própria escola. A formação continuada
possibilita, no interior da escola, que o professor faça de sua prática objeto
de reflexão e pesquisa, transformando-a sob a direção do projeto de
transformação da escola.
- Incentivar práticas curriculares
inovadoras. É importante que o coordenador
proponha aos professores uma prática inovadora e acompanhe-os na construção e
vivência de uma nova forma de ensinar e aprender. No entanto, é preciso que
essas práticas sejam compatíveis com as convicções, anseios e modo de agir do
professor, pois é preciso que ele acredite na importância dessa inovação para
que seu trabalho, de fato, se modifique.
- Estabelecer parceria com o aluno.
O aluno deve ser incluído no processo de planejamento do trabalho docente.
Criando oportunidades para que os estudantes participem com opiniões, sugestões
e avaliações do processo de planejamento do trabalho docente, o coordenador
possibilita que a aprendizagem seja mais significativa para alunos e professor,
pois os alunos ajudarão o professor a redirecionar a sua prática.
- Criar oportunidades para o
professor integrar sua pessoa à escola.É necessário que sejam criadas
situações para que o docente compartilhe suas experiências, se posicionando de
forma integral enquanto pessoa, cidadão e profissional, aprendendo com as
relações no interior da escola.
- Procurar atender às necessidades
reveladas pelo desejo do professor. O coordenador precisa estar
sintonizado com os contextos sociais, educacionais e o da escola onde o
professor atua para que capte essas necessidades e possa atendê-las.
- Estabelecer parceria de trabalho
com o professor. Esse trabalho possibilita
tomada de decisões passíveis de serem realizadas pois, se sentindo apoiado, o
professor se compromete mais com o seu trabalho, com o aluno e consigo mesmo.
- Propiciar situações desafiadoras
para o professor. As expectativas dos alunos em
relação ao curso, uma nova proposta de trabalho ou as ações do coordenador
podem provocar uma desinstalação do professor, que irá despertá-lo para um
processo de mudança.
É notório que essas ações acima
relacionadas trazem alguns elementos comuns: o trabalho coletivo, a formação
continuada do docente e uma constante provocação do coordenador, no sentido de
desencadear mudança em consonância com o coletivo escolar.
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