A
PIPA E A FLOR
Era
uma vez uma pipa de cara risonha que ficou enfeitiçada por uma florzinha
maravilhosa. Não conseguindo mais viver sem ela, deu sua linha para a flor
segurar. A flor, então soltou a linha para a pipa voar bem alto.
Mas
a flor, aqui debaixo, percebeu que estava ficando triste. Não, não é que
estivesse ficando triste. Estava ficando com raiva . Que injustiça que a pipa
pudesse voar tão alto, e ela tivesse de ficar plantada no chão. E teve inveja
da pipa.
Tinha
raiva ao ver a felicidade da pipa, longe dela....
Tinha
raiva quando via as pipas lá em cima, tagarelando entre si. E a flor, sozinha,
deixada de fora.
-Se
a pipa me amasse de verdade não poderia estar feliz lá em cima longe de mim.
Ficaria o tempo todo comigo...
E
a inveja juntou-se ao ciúme.
Inveja
é ficar infeliz vendo as coisas bonitas e boas que os outros têm, e nós não.
Ciúme
é a dor que dá quando a gente imagina a felicidade do outro, sem que a gente
esteja com ele.
E
a flor começou a ficar malvada.
Ficava
emburrada quando a pipa chegava. Exigia explicação de tudo.
E
a pipa começou a ter medo de ficar feliz, pois sabia que isto faria a flor
sofrer.
E
a flor foi aos poucos, encurtando a linha.
A
pipa não mais podia voar.
Via
ali do baixinho, de sobre o quintal (esta era toda a distância que a flor lhe
permitia voar) as outras pipas, lá de cima... E sua boca foi ficando triste. E
percebeu que já não gostava tanto da flor, como no início.
Rubens
Alves, A pipa e a flor. São Paulo, Loyola, s/d.,3ª edição.
A
PIPA E A FLOR
Era
uma vez uma pipa de cara risonha que ficou enfeitiçada por uma florzinha
maravilhosa. Não conseguindo mais viver sem ela, deu sua linha para a flor
segurar. A flor, então soltou a linha para a pipa voar bem alto.
Mas
a flor, aqui debaixo, percebeu que estava ficando triste. Não, não é que
estivesse ficando triste. Estava ficando com raiva . Que injustiça que a pipa
pudesse voar tão alto, e ela tivesse de ficar plantada no chão. E teve inveja
da pipa.
Tinha
raiva ao ver a felicidade da pipa, longe dela....
Tinha
raiva quando via as pipas lá em cima, tagarelando entre si. E a flor, sozinha,
deixada de fora.
-Se
a pipa me amasse de verdade não poderia estar feliz lá em cima longe de mim.
Ficaria o tempo todo comigo...
E
a inveja juntou-se ao ciúme.
Inveja
é ficar infeliz vendo as coisas bonitas e boas que os outros têm, e nós não.
Ciúme
é a dor que dá quando a gente imagina a felicidade do outro, sem que a gente
esteja com ele.
E
a flor começou a ficar malvada.
Ficava
emburrada quando a pipa chegava. Exigia explicação de tudo.
E
a pipa começou a ter medo de ficar feliz, pois sabia que isto faria a flor
sofrer.
E
a flor foi aos poucos, encurtando a linha.
A
pipa não mais podia voar.
Via
ali do baixinho, de sobre o quintal (esta era toda a distância que a flor lhe
permitia voar) as outras pipas, lá de cima... E sua boca foi ficando triste. E
percebeu que já não gostava tanto da flor, como no início.
Rubens
Alves, A pipa e a flor. São Paulo, Loyola, s/d.,3ª edição.
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