DIREÇÃO DE CLASSE E PRÁTICA DE SALA DE AULA
INTRODUÇÃO
Os graus de direcionamento das atividades na aula variam de professor
para professor; podem ser classificado em escala que vai do controle absoluto á
situação em que é deixada liberdade de iniciativa aos alunos, com pouca
interferência. Num extremo temos o que muitas vezes é definido como professor
tradicional, no outro aquele professor considerado aberto e moderno. Se
observarmos bem a maior parte dos professores situam-se em posição
intermediária. O estilo de ensino está ligado a peculiaridade do professor. Em
geral, o professor impõe sua personalidade e por isso determina um “estilo” na
condução da classe.
O conhecimento é o processo pelo qual o homem tem a possibilidade de interferir
na natureza, transformá-la e adaptá-la as suas necessidades.
A aprendizagem se modifica na história e passa pela visão de homem e de
mundo que possuí.
No processo ensino aprendizagem o ser humano é capaz de reter na
memória: usar os elementos (apreendidos) em outras situações: transmitir para
outros (socializar/mediar) e permitir o aperfeiçoamento e a evolução
científica.
No processo ensino aprendizagem existe duas relações importantes:
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Inter-psíquica = é a relação aluno/professor/cultura (sala de aula);
• Intra-psíquica = é a interação (síntese) que faz de um temática com outros conhecimentos já adquiridos e com outros mediadores.
É estabelecer e mostrar o estado em que se encontra o ensino-aprendizagem. Buscando como principal alvo o aluno, através dos métodos da construção de conhecimentos. Transmitir conhecimentos é determinar a aprendizagem a direção de classe está interligada a situação de ensino. Podemos assim dizer que a direção de classe é um dos fatores que leva o educando a formar e sistematizar determinados conhecimentos.
• Intra-psíquica = é a interação (síntese) que faz de um temática com outros conhecimentos já adquiridos e com outros mediadores.
É estabelecer e mostrar o estado em que se encontra o ensino-aprendizagem. Buscando como principal alvo o aluno, através dos métodos da construção de conhecimentos. Transmitir conhecimentos é determinar a aprendizagem a direção de classe está interligada a situação de ensino. Podemos assim dizer que a direção de classe é um dos fatores que leva o educando a formar e sistematizar determinados conhecimentos.
Há, porém vários discursos em relação ao não diretivismo, alegando as
diferenças individuais, criatividade e respeito ao aluno, tendo como princípio
que o aluno aprende o que quer e na hora que estiver disposto a querer
aprender.
Senso assim o professor fica dispensado de ensinar pelo exposto houve
uma confusão entre o respeito a individualidade, e a criatividade, pois a
educação é um processo diretivo. Mesmo quando do professor educador deixa o
aluno descobrir por si próprio tem muitos objetivos a serem alcançados.
O educando constrói seu próprio conhecimento ao aprender a diretividade
na educação em geral, e no ensino em especial é uma questão de grau.
Todos somos educadores e educandos, ao mesmo tempo. No momento que
ensinamos e somos ensinados nas diversas circunstâncias de nossas vidas.
Antes de ser professor devemos ser educadores protagonistas do novo,
revendo, prevendo e organizando, só assim podemos apresentar aos alunos
situações didaticamente estruturadas no sentido de auxiliá-los a perceber,
generalizar e formar o conhecimento, transformando-o num conhecimento
cientificamente estruturado. Por isso a direção de classe é uma necessidade
como forma de estabelecer e propor atividades de ensino–aprendizagem.
A direção de classe propõe:
Planejar as aulas;
Selecionar e estruturar os conteúdos;
Prever e utilizar adequadamente recursos incentivados e materiais audiovisuais;
Organizar atividades individuais e em grupos interessantes e bem dosadas, que auxiliem o aluno na construção do conhecimento;
Avaliar continuamente os progressos realizados pelos alunos, mostrando os seus avanços e dificuldades, e como podem aperfeiçoar o seu conhecimento.
Sugestões:
Selecionar e estruturar os conteúdos;
Prever e utilizar adequadamente recursos incentivados e materiais audiovisuais;
Organizar atividades individuais e em grupos interessantes e bem dosadas, que auxiliem o aluno na construção do conhecimento;
Avaliar continuamente os progressos realizados pelos alunos, mostrando os seus avanços e dificuldades, e como podem aperfeiçoar o seu conhecimento.
Sugestões:
Prever os conteúdos e atividades a serem desenvolvidos, bem como seus
objetivos, interesses e necessidades a nível do aluno. Planejando de forma
flexível, satisfazendo as reais necessidades do aluno.
Buscar fazer o aluno participar com sugestões planejando a aula.
Clarear qual o objetivo que se quer chegar com este ou aquele conteúdo.
Adotar atividades de diálogo no seu dia á dia de docente na sala, não esquecendo da experiências anteriores.
Propor-lhes atividades desafiadoras, situações problematizadoras, nas quais eles tenham que descrever, falar, relatar, dialogar ,escrever, comparar , observar, localizar etc.
Ao expor um novo conteúdo, verificar nos alunos novas experiências sobre tal assunto, buscando relaciona–los sempre com a realidade diária dos alunos.
Ocupar o aluno o tempo todo, com constante atividade, pois o trabalho garante também disciplina.
Perceber os avanços dos alunos no processo de construção do seu conhecimento, avaliando continuamente, fornecendo-lhes os resultados, não só com a nota mas mostrando os meios pelos quais foram avaliados (prova, trabalho, etc.) e no que erraram ou acertaram e como podem melhorar em todos os aspectos.
Ser breve na correção e retorno das avaliações, pois quanto mais o retorno mais rápido os alunos poderão corrigir-se e avançar na construção de seu próprio conhecimento.
Motivar os alunos para que eles mesmos pratiquem a auto-avaliação, com atitudes críticas sobre seu comportamento e em relação a seus próprios conhecimentos.
Enfatizar o progresso dos alunos no seu processo de aprendizagem quanto ao esforço e valorização.
Dividir distribuindo tarefas e funções de maneira que permita que cada aluno participe e coopere ativamente da aula .
Lembrando que cada região encontramos realidades diversificadas, como também encontramos cada classe com sua particularidade. Realidades diferentes com características próprias requerem que cada professor (educador) busque seu próprio aperfeiçoamento de aprendizagem onde encontrará um caminho próprio para cada realidade e cada classe diferente, se mostrando aí antes de ser um professor ,ele é um educador por excelência.
Buscar fazer o aluno participar com sugestões planejando a aula.
Clarear qual o objetivo que se quer chegar com este ou aquele conteúdo.
Adotar atividades de diálogo no seu dia á dia de docente na sala, não esquecendo da experiências anteriores.
Propor-lhes atividades desafiadoras, situações problematizadoras, nas quais eles tenham que descrever, falar, relatar, dialogar ,escrever, comparar , observar, localizar etc.
Ao expor um novo conteúdo, verificar nos alunos novas experiências sobre tal assunto, buscando relaciona–los sempre com a realidade diária dos alunos.
Ocupar o aluno o tempo todo, com constante atividade, pois o trabalho garante também disciplina.
Perceber os avanços dos alunos no processo de construção do seu conhecimento, avaliando continuamente, fornecendo-lhes os resultados, não só com a nota mas mostrando os meios pelos quais foram avaliados (prova, trabalho, etc.) e no que erraram ou acertaram e como podem melhorar em todos os aspectos.
Ser breve na correção e retorno das avaliações, pois quanto mais o retorno mais rápido os alunos poderão corrigir-se e avançar na construção de seu próprio conhecimento.
Motivar os alunos para que eles mesmos pratiquem a auto-avaliação, com atitudes críticas sobre seu comportamento e em relação a seus próprios conhecimentos.
Enfatizar o progresso dos alunos no seu processo de aprendizagem quanto ao esforço e valorização.
Dividir distribuindo tarefas e funções de maneira que permita que cada aluno participe e coopere ativamente da aula .
Lembrando que cada região encontramos realidades diversificadas, como também encontramos cada classe com sua particularidade. Realidades diferentes com características próprias requerem que cada professor (educador) busque seu próprio aperfeiçoamento de aprendizagem onde encontrará um caminho próprio para cada realidade e cada classe diferente, se mostrando aí antes de ser um professor ,ele é um educador por excelência.
No entanto vale lembrar aqui que todo professor enquanto indivíduo tem
sua personalidade orientada por valores e princípios de vida, que direta ou
indiretamente influi no seu comportamento (atitudes) diária. Não esquecendo que
o educador auxilia na formação da personalidade do educando. Na relação
professor–aluno o diálogo é indispensável.
O professor tem duas funções básicas: incentivador e orientador. Quanto
há disciplina e fórmulas prontas depende muito da postura de cada professor,
sendo sua postura dependente da linha da diretoria da instituição sendo também
a postura relacionada com o estilo de cada classe que varia muito.
Professor–aluno devem sempre propor, analisar e discutir juntos qualquer
assunto. Motivação é um processo psicológico, que depende de cada aluno e do
seu nível de aspiração.
1.1 VERDADEIRA CONTRADIÇÃO
Como inverter o sentido deste movimento? Como cortar esse círculo
vicioso desagregador e estéril? Será que, como dizem os conciliadores, a
solução está no meio da contradição repressão/liberdade? Não, o rompimento com
este círculo vicioso se dá com a compreensão de que a contradição “liberdade e
repressão” é falsa, que só serve para a desorientação pedagógica, dissipando
sua energia criadora. Que a verdadeira questão que se coloca para a construção
do trabalho de sala de aula se refere à participação coletiva e ativa.
1.2 PARTICIPAÇÃO ALIENADA E PASSIVA
Participação alienada e passiva é o que caracteriza a “integração” do
aluno, de forma geral no processo educacional como um todo. É um dado de
partida, que existe objetivamente e que não é específico de uma escola. Quando
colocamos que o “aluno alienado” é nosso ponto de partida, estamos nos
referindo a um amplo processo social que torna a pessoa como objeto, que
embrutece os seus sentidos, que a torna egoísta e preconceituosa, competitiva e
agressiva, incapaz para um relacionamento cotidiano de respeito franco (não
formal) e coletivo. E como tal atinge tanto os alunos quanto os professores.
Temos, na sala de aula, tantos microcosmos quantas forem as pessoas lá
presentes, cada uma com sua história, seu quadro de valores, suas expectativas
e ansiedades, seu potencial intelectual, suas situações afetivas (remotas e
recentes), suas idéias e crenças, sua visão de mundo, sua classe social, tipo
físico, sua participação em grupos exclusivos (que às vezes possuem até
linguagem), etc. O processo de alienação e objetivação transforma todas estas
diferenças em elementos de competitividade e fechamento. E as desigualdades,
mesmo que ocorram entre “iguais” (como os alunos), transformam-se em
verdadeiros abismos que separam brutalmente as pessoas umas das outras.
Acrescente-se a este mundo um elemento, o professor, cuja função se destaca e
se diferencia por sua própria dinâmica e teremos uma brutal separação: a “terra
de ninguém” que separa as duas trincheiras é exatamente esta alienação.
Este processo de objetivação não separa apenas as pessoas umas das
outras. Separa uma pessoa, também, de si própria. Os nossos destinos se
desenvolvem sem que neles tenhamos quase que qualquer interferência. Eles já se
encontram determinados por um jogo cego e inconsciente que independe da vontade
de seus participantes: os alunos lá estão porque a família assim determinou a
esta determinação familiar não se origina numa escolha de valores humanistas,
mas geralmente de uma concepção “financeira”, de manutenção ou de ascensão de
status. Já o professor, que descaminhos o conduziram para a sala de aula, onde
o desânimo, a passividade, a quase completa falta de estímulos predomina? São
quase inexistentes os impulsos conscientes que motivam o indivíduo a compor a
sala de aula, seja aluno ou professor. Porém eles estão lá, “forçados”, contra
a vontade, submetidos a um mecanismo cego e incompreensível. É este processo
automático e mecânico da alienação que toma a participação em sala de aula
(tanto do aluno como também do professor) totalmente passiva.
Esta separação brutal dos indivíduos e a sua passividade mecânica são
processos objetivos que brotam diretamente do organismo social. As pessoas
isoladamente não são culpadas, a culpa encontra-se na relação social, que
estrutura as pessoas sob a violência objetivada. Ora, como podemos ter a ilusão
de que um dos participantes deste turbilhão, o professor, consiga desencadear
um processo de aprendizagem num universo tão diversificado quanto este? Se suas
palavras não têm o mesmo significado para as diferentes pessoas, se as
expectativas são as mais diversas, se o próprio conteúdo que o professor
pretende passar não tem nada a ver com a realidade de cada um, sendo que,
muitas vezes, o próprio professor não sabe justificar o porquê daquele
conteúdo, a não ser com saídas evasivas como “é matéria obrigatória”, “vai
precisar no vestibular”? Como dizem que há educação, se cada um mal conhece
interesses imediatos, preconceitos, superficialidade, funcionalidade? Se a vida
tem que ficar de fora? Se não há respeito pelo desejo de aprender de alguns,
por parte daqueles que, em nome de uma pseudo-liberdade, entregam-se a um
vandalismo educacional?
Ao não perceber que o processo de alienação e objetivação é um processo
social, que se dá nas relações entre as pessoas, o professor sucumbe, passa ver
nos alunos a culpa, ao invés de compreendê-los como vítimas que, igual a ele,
encontram-se triturados e amortecidos pela “morte em vida” da alienação. A
partir deste ponto o professor cai de cabeça nesta inconsciência coletiva. Já
não consegue distinguir entre liberdade e desrespeito coletivo, não se
interessa mais em motivar os alunos. Perde a sensibilidade de aprofundar o que
é de interesse geral e se perde em minúcias ou interesses particulares. Porém
educar é romper esta cadeia de alienação, é ativar o corpo e a mente, é desenvolver
todas as potências lógicas e afetivas, é fazer funcionar “cada um dos 16
bilhões de neurônios”, verdadeiras usinas nucleares de criatividade. Então,
como educar?
1.3 PARTICIPAÇÃO COLETIVA E ATIVA
Ora, se a culpa é de relação entre os indivíduos isolados, é esta
relação que deve ser o nosso alvo prioritário. Se as pessoas encontram-se
brutalmente separadas, se existe “uma terra do ninguém” entre elas, é
necessário atravessá-la, quebrar os muros de bloqueio, unir os microcosmos num
universo criador. É necessário resgatar a humanidade perdida, quebrar o
automatismo e a passividade da participação, tornando as pessoas conscientes e
senhoras de seus destinos.
Repetindo: se a culpa é da relação social, é necessária transformá-la,
em nossa escola e na sala de aula. Criar uma nova relação educacional entre os
agentes da nossa comunidade. É esta nova relação que vai gerar novos homens. A
participação alienada e passiva devemos, pois, opor a participação coletiva e
ativa.
O aspecto coletivo da participação deve ser visto, não como um processo
despersonalizador mas, pelo contrário, como o principal instrumento de
construção de individualidade. Se a realização da humanidade e das pessoas
acontece quando elas sentem que contribuem para a construção da felicidade coletiva;
se a felicidade nunca pode ser encarada como um bem individual, mas sim um bem
coletivo; se o “mal” não reside nas pessoas, mas nas relações entre as pessoas:
então, a construção de coletividade onde estas relações se transformam,
perdendo seu caráter embrutecedor, onde as pessoas se respeitam francamente,
onde o relacionamento não seja intermediado por preconceitos e agressões, onde
o homem deixa de ser uma coisa, é o meio mais eficaz de ser formar
individualmente participantes de forma ativa e responsável.
O fator predominante na dinâmica interna em sala de aula é o
posicionamento do professor. A medida que o professor vai se posicionando, as
coisas vão caminhando. Porém é preciso que sejam repousados em conhecimentos
transmitidos, como também no modo de transmissão do professor.
O melhor livro didático poderá ser inadequado e o trabalho ficará
comprometido, pois ele apenas propõe caminhos, estimula buscas, sugere roteiros
que, no entanto, podem despertar amplas e fecundas possibilidades. A maior parte
dos livros didáticos apresentam apenas uma face da realidade, não falsa, mas
muitas vezes, pouco representativa para a maioria dos alunos.
A transmissão de um conjunto de conhecimentos desvinculado do cotidiano
deles ou a quem se destina, de um saber pronto e acabado, sempre ocupou o
primeiro plano das preocupações de muitas escolas voltada basicamente para a
consolidação e manutenção da dominação econômica, política e ideológica da
sociedade capitalista. Ao contrário de levar os alunos a um conhecimento mais
profundo da realidade e a um posicionamento crítico frente a essa realidade, a
aula na maior parte das vezes, parece servir apenas a propósitos de
memorização.
Há professores que parecem esquecer que para a assimilação dos assuntos,
importa não só a quantidade como também a qualidade dos conteúdos. O
relacionamento com a realidade vivencial do aluno é necessária a fim de levá-lo
a pensar criativamente, a resolver problemas, a manipular idéias, a fim de
proporcionar-lhe também liberdade para explorar e experimentar, em fim, de
conduzi-lo á reflexão e a ação. É de suma importância a presença do professor
na prática diária de sala de aula, pois cabe a ele a tarefa, tão necessária,
deve fazer com que o conteúdo do livro didático torne-se reflexo dos diferentes
pontos de realidade que é dinâmica e mutável.
“(…) Aquelas respostas a que o aluno aspira, tem necessidade de ser guia
do professor.”
Reformular e enriquecer cada conteúdo, desenvolvido e facilitando a
capacidade de percepção, aprender uma totalidade mas ampla e universal pois
somos nós, professores, os responsáveis pela consciência crítica que nossos
alunos obtém entre outras situações, pela vivência coletiva, pela pesquisa do
livro didático, da maneira cômoda adotado por alguns professores não permite
que tal fato ocorra.
Indagações a respeito do plano de curso que leva em considerações os
conteúdos abordados, os objetivos a serem atingidos e as estratégias a serem
empregadas em cada unidade, anexo ao livro didático. Verifica se que o trabalho
de alguns professores se limita a reproduzir tópicos de programas de ensino.
Estes professores se fazem “repetidos” pois não interrogam-se sobre aquilo que
transmitem, e os alunos, sobre o que executam.
Cabe ao professor preparo e senso crítico para a adaptação dos conteúdos
metodológicos de ensino e avaliação da realidade da clientela escolar. Parece
existir uma preocupação acentuada de alguns professores em preparar os alunos
para as provas. Não procuram relacionar com a aprendizagem anterior e a
realidade vivênciada pelos alunos, fazendo com que os conteúdos do livro
didático, muitas vezes, pareçam abstratos e de difícil compreensão.
Os professores eliminam a etapa reflexiva da leitura ao fazer com que os
alunos se encaixem na interpretação fornecida no manual do professor, certa,
pronta e acabada. Fica reforçada a idéia de que o mais importante é a técnica
de leitura em si, nada mais. O texto, como é apresentado, não ajuda a
desenvolver nos alunos a reflexão, a criatividade e a criticidade.
Transformando-os em consumidores passivos de mensagem. Professor é aquele que
guia e que tem autoridade para guiar. É preciso reagir elevar os alunos a
problematizarem, questionarem e aprovarem com criatividade.
É preciso que o professor ouça e se faça ouvir, faça com que os alunos
não só compreendam as idéias vinculadas pelos autores mas, os levam também a
posicionarem-se diante delas, dando início ao confronto das idéias
evidenciadas. A partir da dinâmica interna de sala de aula, do relacionamento
professor-aluno, é possível também descobrir formas de influenciar a dinâmica
externa para tentar modificá-la e não apenas constatar sua existência. Neste
enfoque, a utilização do livro didático, a análise da transmissão do
conhecimento pelo professor diz respeito não somente ao “como”, mas
principalmente ao “que” e ao “quando” se ensina. Deve partir em primeiro lugar
do reconhecimento do contexto do qual e a partir daqui uma certa mensagem esta
sendo transmitida.
O professor deve ser aquele que vai buscar caminhos, formas de organizar
e executar o trabalho pedagógico que respondam a uma nova concepção de
educação, que definam outros fins e que exijam novas metodologias. Nesta nova
postura, o livro didático, a mensagem transmitida por meio da linguagem oral e
escrita tem outro sentido, partido do aluno real que vive numa sociedade real,
os fins últimos são a instrumentalização do aluno para a modificação da sociedade.
Este processo ocorre na medida em que o professor e o aluno, ao utilizarem o
livro didático. Sintonizam o conteúdo discutido com o contexto escolar e
cultural mais amplo.
Utilizando-se de estratégias variadas, alguns professores procuram
trabalhar os mesmos assuntos de novas formas, não tornando o assunto cansativo,
cada nova unidade exercícios de revisão já vistas. “(…) Aprende-se muito
através do uso de procedimentos e atividades variadas e, principalmente da
discussão dos erros (… )” – professor. Dependendo da ocasião, aponta-se fontes
complementares para os assuntos estudados, incentiva-se o uso da biblioteca
mostrando-se, de certa maneira, abertos a intervenção dos alunos.
Uma das formas para resolver o problema da dificuldade de certos exercícios
que constavam no livro é aumentar o número de exemplos até se tornarem
familiares aos alunos. Através dos mais variados exercícios, o aluno pode
aprender e chegar a conclusões normativas, anulando o trabalho de pura
repetição. Na correção dos exercícios, transcrever todas as questões no quadro
e a parte de sua análise e correção, utilizar dos acertos e dos erros para
ensinar os alunos a encontrarem os “concertos” possíveis, a compreenderem
melhor, assim diminuía a possibilidades de repetição mecânica.
Partindo de situações típicas de mensagens orais e mesmo gírias, pedir
aos alunos que a traduzam para a linguagem formal e vice–versa. A valorização
da própria linguagem dos alunos, mostra-lhe a diferença entre linguagem
coloquial (formas de expressão de acordo com a cultura que pertencem) e a
linguagem culta (de acordo com as normas gramaticais). Para a correção das
falhas é preciso naturalidade de expressão e a espontaneidade na comunicação.
Após a determinada leitura de um texto didático observou-se série de
rupturas, em relação ao texto original, haviam contradições entre a realidade
textual e o contexto relacionado com a vivência dos alunos. Devemos procurar
ser cada vez mais ligações em nossas idéias e atividades. Antes de abordarem
qualquer texto, os professores devem preparar o tema, procurar despertar o
interesse da classe para o tema falando sobre o autor, discutindo a importância
ou a atualidade do assunto ou ainda comparando-a com a experiência pessoal dos
alunos. O professor pode pedir comprovação, fazendo perguntas do tipo: “como
você pode justificar essa resposta”. Não se deve constatar com a simples
obtenção da resposta certa.
Percebe-se que as respostas no livro do professor constitui apenas uma
sugestão, pois os professores aceitam dos alunos respostas que revelem ser
possíveis diante de um texto, mesmo que não corresponda exatamente ao que
constata no manual. Na verdade é com as suas experiências pessoais que o aluno
constrói a síntese da sua própria conclusão. Devemos levar o aluno a se conscientizar
de que os exercícios sobre um material escuro não objetiva a simples guarda ou
memorização, mas o compreender e a crítica.
Construção da participação coletiva e ativa:
– Ao professor cabe, pois dirigir o processo de construção de
coletividade da sala de aula. E esta direção não pode ser guiada pelos
parâmetros de contradições liberdade/repressão, mas sim pelos da
coletividade/alienação. O professor como coordenador do processo não pode ser
omisso, mas profundamente ativo.
Relacionamento:
– Muitos professores costumam deixar levar-se por situações que não são
significativas para toda a classe, mas apenas a um pequeno grupo e até, para um
só aluno. Não deve perder de vista nunca o trabalho coletivo e a partir dele
dar respostas as diferentes solicitações, evitando sempre que uma só se imponha
as outras, mesmo que partindo dos mais brilhantes alunos.
O educador deverá estar atento para os preconceitos, que são os fatores
de marginalização, frutos da ideologia dominante. Há que agir sobre eles sem
discursos cansativos, mas com firmeza e decisão suficiente que demonstram
claramente o erro e que abre o caminho da correção. Há que estar atento aos
alunos mais frágeis, que escapam a coletividade ou que resistem a ela, e saber
desenvolver uma ação paralela de orientação, dar ao aluno condições de
compreender as origens de seus desvios e que permitam a superação dos mesmos.
A construção do relacionamento humano é fundamental para o processo
educativo. Os próprios alunos percebem que uma classe unida, onde há calor
humano, respeito aceitação, é motivo de “dar gosto de vir para escola”,
ajudando, inclusive, a lidar com seus defeitos.
A construção da coletividade em sala de aula e da escola não tem nada a
ver, devido a massificação. Pelo contrário, quando o professor se volta para o
trabalho coletivo e tem nele a principal referência, é quando melhor vai poder
avaliar os seus alunos e a si mesmo, como integrantes da verdadeira prática
libertadora.
2.1 AUTO-QUESTIONAMENTO
A construção da coletividade na sala de aula exige um
auto-questionamento constante do professor. “Será que tenho convicção de que
estou transmitindo algo importante para os meus alunos, ou considero que a
matéria que ensino é chata ou de pouca importância para a vida deles? Tenho me
preparado (dentro das limitações) para as aulas ou vou apenas pelas
experiências dos anos anteriores? Tenho procurado formas adequadas de trabalhar
o conteúdo? Que tipo de relacionamento tenho tido com os alunos (em termos de
maioria): confronto, defesa, agressão, compreensão, afetividade, competição,
hostilidade, poder, ameaça ou amizade, respeito, diálogo, interesse, incentivo,
desafio construtivo, motivação? Tenho jogado a culpa só nos alunos: vocês são
alienados, individualistas, consumistas, irresponsáveis, bagunceiros, infantis,
eximindo-me de qualquer responsabilidade? A consciência crítica começa pela
autoconsciência.”
2.2 DIÁLOGO E PODER
Um relacionamento novo na construção da coletividade só se fará pelo
diálogo franco; a professores que estão dando aula apenas por uma necessidade
econômica, ou não tem afinidade psico-afetivas para trabalhar com tal faixa
etária, ou que cometam erros no decorrer do processo; que tem limitações
sensíveis, etc. Por mais difícil que possa ser este tipo de diálogo é muito
importante, pois as contradições podem aparecer e fica mais fácil, tanto para a
classe, quanto para o professor, trabalhar com elas.
Para haver diálogo verdadeiro não pode haver formas agressivas de
pressão e de poder. Isto é quase impossível na escola, pois o professor detêm o
poder numa série de situações (notas, advertências, etc.). Entretanto,
considerando o objetivo comum de melhorar as aulas, o professor deverá abrir
mão, o mais possível de algumas destas formas de poder. Por outro lado, o poder
pode ser utilizado, de forma não agressiva, para o bem da coletividade. Para
tanto, deve ser legitimado por essa coletividade e novamente a legitimação é o
diálogo. É necessário que cada ato deste poder tenha o seu conteúdo o mais
claro possível.
Por que deve haver necessidade de exercer este poder? Devemos estar
atentos para o fato de que quando se inicia um processo de transformação, a
primeira resposta pode não ser a melhor, pois é fruto de autoritarismo
assimilado, lembrando a questão do opressor e do oprimido, levantada por Paulo
Freire. De modo geral podemos dizer que, se fossemos identificar opressor e
oprimido numa sala de aula, os alunos ficariam como oprimidos. Pois, cada
oprimido “hospeda” um opressor dentro de si (modelo que foi assimilado pela
própria educação hierarquizada).Temos que reconhecer que temos limitações, mas
também muitas possibilidades inexploradas pedagogicamente.
2.3 CONDIÇÕES INICIAIS DE TRABALHO
Para que o trabalho em sala de aula possa se desenvolver, há necessidade
de se terem condições mínimas favoráveis; estas condições devem ser construídas
pelos elementos participantes do processo educativo; deve-se destacar que a
responsabilidade pela obtenção desse ambiente de trabalho é tanto do educador
quanto dos educandos: freqüentemente esperamos que outros, os superiores nos
passem as ordens, pois vivemos numa sociedade marcada pelo mando e desmando,
estruturada de cima para baixo. A sociedade é dominada pelos adultos; na sala
de aula o professor representa o mundo dos adultos e isso já contribui para a
criança ou jovem. Ter um tipo de comportamento semelhante aquele que ele tem
fora da escola com os adultos que o rodeiam (agressão gratuita). As relações
que são estimuladas geralmente são as de obediência, submissão, silêncio, enfim
de repressão de toda possibilidade de manifestações interior mais autênticas e
criativas.
O que fazer? Existem inúmeras variáveis envolvidas no processo, mas o
fato é que queremos e precisamos dar nossas aulas, e da maneira mais
satisfatória possível. Apesar que, aparentemente, a partir do velho a
perspectiva é nova: a superação do velho; o que não pode ocorrer é parar no
meio do caminho, pois aí seria, de fato, o velho. Não podemos partir do
pressuposto do falso, que todos os alunos sabem por que estão na escola, na
cabeça deles há uma mistura entre bagunça e espaço para liberdade.
O professor tem uma proposta, sendo em grande parte de sua
responsabilidade, garantir que ela aconteça, uma vez que sabe onde quer chegar,
sabe o que quer e está comprometido com o trabalho; assim não basta ensinar,
deve estar atento para que o ensinado seja aprendido (só há ensino quando há
aprendizagem).
Uma classe é um conjunto de pessoas diferentes; neste ponto entra a
necessidade da clareza, para poder assumir um certo grau de firmeza quando for
preciso. “Não se trata do fim justifica o meio”, mas de usar o meio preciso,
coerente com o fim, numa visão de totalidade. Não se perde a ternura quando se
sabe porque se endurece. Vale lembrar a frase de Santo Agostinho “Odeie o
pecado, mas ame o pecador”.
Essas considerações são apenas indicações de início de trabalho.
Efetivamente o grande desafio é a construção da proposta educacional no seu
cotidiano de sala de aula; aí sim é que teremos que possibilitar a superação de
uma participação passiva e alienada por uma participação ativa e coletiva;
entendemos que sem um clima de trabalho, por melhores que sejam as intenções,
nada se fará de significativo. Trata-se de lutar contra aquilo que impede a
efetivação da educação libertadora. É necessário uma tomada de posição do
educador diante do ato educativo: assumir uma postura pedagógica fundamentada.
Trata-se realmente de defender um tipo de educação educativa. Construção da
participação coletiva e ativa supera a pseudo-educação do repressor, supera
também os limites da sala de aula e se abre para um compromisso de
transformação da sociedade.
Pela proposta não queremos formar populistas de belos discursos e
práticas fascistas. Desejamos contribuir na formação de pessoas competentes em
conhecimentos, inseridas e comprometidas com a realidade, humanizadas, capazes
de gerar uma sociedade nova.
A nova sociedade é sonho, utopia e horizonte, mas plenamente realizável.
É sociedade onde o saber, o poder, o possuir e o viver sejam plenamente
socializados.
GRAMSCI. Os intelectuais e a Organização da Cultura. 4ª ed. Rio de
Janeiro, Civilização brasileira, 1982.
LIMA, L. C. Vasconcelos. C S – Revista Ação Pedagógica. Número 01. São Paulo, 1984.
VASCONCELLOS, C. S. Subsídios Metodológicos para uma Educação Libertadora na Escola. São Paulo, Libertad, 1989.
Apostila Fornecida Durante o Curso de Didática pela Professora Responsável.
LIMA, L. C. Vasconcelos. C S – Revista Ação Pedagógica. Número 01. São Paulo, 1984.
VASCONCELLOS, C. S. Subsídios Metodológicos para uma Educação Libertadora na Escola. São Paulo, Libertad, 1989.
Apostila Fornecida Durante o Curso de Didática pela Professora Responsável.
Auttor: Margarete Cristina Bolson
Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/direcao-de-classe-e-pratica-de-sala-de-aula/
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