Breve histórico da
Educação Infantil
O modo de lidar com as crianças na idade média era baseado em alguns
costumes herdados da Antigüidade. . Nas sociedades antigas, o status da criança
era nulo.
A Educação Infantil nem sempre teve um lugar de destaque na formação da
criança pequena. Surgiu como uma instituição assistencial que vinha com
objetivo de suprir as necessidades da criança e de ocupar, em muitos aspectos o
lugar da família.
As creches são produto da revolução industrial. No Brasil surge em
função da crescente urbanização e estruturação do capitalismo e, com ele, a
necessidade dada mulher em ocupar o mercado de trabalho, desencadeando uma
movimentação entre os operários pela reivindicação de um lugar para deixarem
seus filhos. Os pequenos, que ficavam durante muitas horas distantes de suas
mães precisavam ser cuidados.
As creches preenchiam esta necessidade para a classe
trabalhadora. Firmando-se assim ,o cuidar ,a atividade principal
dessas instituições.
Na década de 1980 dá-se um avanço em relação è Educação Infantil.
Estudos e pesquisas foram realizados com objetivo de discutir a função da
creche/pré-escola. Foi concluído que, independente da classe social, a educação
da criança pequena é extremamente importante e que todas deveriam ter. acesso a
ela.
Em 1988, a Constituição define creche/pré-escola como direito de família
e dever do Estado em oferecer esse serviço.
Dois anos depois, em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
reafirmou os direitos constitucionais em relação à Educação Infantil.
Em 1994, o MEC publicou o documento Política Nacional de Educação
Infantil que estabeleceu metas como a expansão de vagas e políticas de melhoria
da qualidade no atendimento às crianças, entre elas a necessidade de
qualificação dos profissionais, que resultou no documento por uma política de
formação do profissional de Educação Infantil.
Em 1996, com a promulgação da Emenda Constitucional que cria a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), O artigo 62 foi pioneiro ao estabelecer a
necessidade de formação para o profissional da Educação Infantil. Segundo a
lei, a formação do educador desse segmento deve ser “em nível superior,
admitindo-se, como formação mínima, a oferecida em nível médio, na modalidade
Normal”. O texto reafirma, também, a responsabilidade constitucional dos municípios
na oferta de Educação Infantil, contando com a assistência técnica e financeira
da União e dos estados .
A Educação Infantil passou a ser a primeira etapa da Educação Básica,
integrando-se aos ensinos Fundamental e Médio. Só então a Educação Infantil ganhou
uma dimensão mais ampla dentro do sistema educacional e a criança foi vista
como alguém capaz de criar e estabelecer relações, um ser sócio-histórico,
produtor de cultura e inserido nela e que, portanto, não precisa apenas de
cuidado, mas está preparado para
Com o objetivo de oferecer parâmetros para a manutenção e a criação de
novas instituições de Educação Infantil, o MEC publicou, em 1998, o documento
Subsídios para credenciamento e o funcionamento das instituições de Educação
Infantil. No mesmo ano, visando a elaboração de currículos de Educação
Infantil, cuja responsabilidade foi delegada pela LDB a cada instituição e seus
professores, o ministério editou o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil, como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Um ano
depois, em 1999, o Conselho Nacional de
Educação (CNE) publicou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil. Esses documentos são, hoje, os principais instrumentos para
elaboração e avaliação das propostas pedagógicas das instituições de Educação
Infantil do país.
A Educação Infantil passa a ser vista como a junção do educar e cuidar.
Cuidar no sentido que as necessidades básicas da criança sejam atendidas e,
educar, porque deve oferecer à criança, possibilidades de descobertas e
aprendizados.
Precisamos ter consciência de que podemos preparar nossas crianças
desde muito cedo para o exercício da cidadania.
Lei 9.131/95. Art. 3º […] III – As Instituições de Educação Infantil
devem promover em Suas Propostas Pedagógicas práticas de educação e cuidados
que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivo
cognitivos/lingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser
completo, total e indivisível. A Educação Infantil passa a ser vista não
como um artigo de luxo, mas um direito a todas as crianças brasileiras.
A Educação Infantil, para atender essa nova demanda, necessita alterar
suas práticas pedagógicas. Não há espaço para quem ainda percebe a creche como
um lugar onde só se cuida de crianças, que ainda a vê como uma
instituição essencialmente assistencialista. A proposta pedagógica é sem dúvida
uma ferramenta importante, se não fundamental, para o sucesso do processo
educacional.
Segundo Zabala (1998), a capacidade de uma pessoa para se relacionar
depende das experiências que vivem instituições educacionais são um dos lugares
preferenciais, nesta época.Para se estabelecer vínculos e relações que
condicionam e definem as próprias concepções pessoais sobre si mesmo e sobre os
demais.
… “os primeiros anos de vida da criança contribui para o desenvolvimento
do seu pensamento lógico e também de sua imaginação caminham juntos, a
imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento
realista, na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da
realidade. Esse distanciamento da realidade através de uma história por
exemplo, é essencial para uma penetração mais profunda na própria realidade,
afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na
percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda
dos quais a cognição da realidade se complica e se enriquece”. Vigotsky (1989),
No Brasil considera-se como educação infantil [1] o período de vida
escolar em que se atende, pedagogicamente, crianças com idade entre 0 e 5 anos
e 11 meses.
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional chama o
equipamento educacional que atende crianças de 0 a 3 anos de
“creche”. O equipamento educacional que atende crianças de 4 a 6 anos se chama
“pré-escola”.
ECA,Estatuto da Criança e do Adolescente .Lei N° 8.069/90
LDB,Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9.394/96
VYGOTSKY, L.S. Formação Social da Mente. SP: Martins Fontes, 1989.
ZABALA, A. A Prática Educativa:como ensinar; trad. Ernani Rosa –
Porto Alegre: ArtMed, 1998.
Autora: Josiane Rodrigues Dourado.
*Graduada em Geografia e Pedagogia com pós Psicopedagogia.
Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/breve-historico-da-educacao-infantil/
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