sábado, 1 de outubro de 2011

Violência é assunto da escola, sim!

Fechar os olhos para a violência de dentro e fora da escola só dificulta as relações entre professores e alunos e traz reflexos negativos à aprendizagem
Texto
Márcio Ferrari e Cynthia Costa (edição web)
A grave crise de segurança que atinge as cidades brasileiras é, cada vez mais, um desafio para os educadores. "A situação piorou na sociedade em geral, com ações de gangues e grupos armados e disputas entre traficantes que afetam diretamente a escola", diz a socióloga Miriam Abramovay, de Brasília.
Segundo pesquisa do Instituto Cidadania e da Fundação Perseu Abramo, a violência é o tema que mais preocupa os brasileiros entre 15 e 24 anos (55% do total), à frente de emprego (52%) e da Educação (17%). A pouca importância relativa dada à própria formação evidencia o descompasso entre o ensino e o "mundo lá fora". Segundo Ana Paula Corti, pesquisadora da Ação Educativa, de São Paulo, "a questão está muito presente no horizonte das gerações mais novas, mas as escolas não a incorporaram como fonte de intervenção pedagógica". O desconforto em relação ao assunto é fácil de entender. Trazer os temas do medo e da agressividade para a sala de aula não parece combinar com o papel construtivo e pacificador do universo escolar.
Algumas experiências, como descritas a seguir, indicam que vale a pena abandonar essa suposta neutralidade e encarar uma realidade que, de um modo ou de outro, interfere diretamente na vida de todos nós.
Fonte: Nova escola.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A sexualidade e a criança.

A sexualidade e a criança.

Testemunhamos importantes transformações tecnológicas que impulsionaram mudanças sociais e psicológicas. Com isso, ser criança hoje é bem diferente de ter sido criança poucas décadas atrás. Incorporados à sociedade de consumo, os pequenos hoje podem desejar e consumir calçados e roupas de grife, itens antes privativos de adultos.
A sexualidade não é mais restrita aos espaços privados. Ela está sendo servida não só nas TVs, mas também em outdoors, na Internet e nos impressos. A TV acaba sendo transformada numa conveniente ‘babá eletrônica’, que mantém os filhos quietos, enquanto os pais trabalham ou se ocupam com os afazeres domésticos. A modernidade, com a velocidade nas mudanças e crescente exigência para manutenção da vida profissional, trouxe um certo ‘relaxamento’ sobre as coisas da vida familiar.
A preocupação com o processo de erotização da infância deve resultar em ações voltadas antes para os resultados mais graves deste processo: a gravidez precoce e a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis. Um dos maiores problemas que temos visto é a antecipação do interesse por uma sexualidade que a criança deveria ter lá na frente. Por isso, estatísticas mostram meninas na faixa etária entre 10 e 14 anos que já são sexualmente ativas ou já são mães.
A criança não é um adulto. Adotando precocemente seus comportamentos, ela os naturaliza, sem ter passado ainda pelas naturais e velhas conhecidas etapas de amadurecimento e incorporação de valores. Desconsiderar as fases do desenvolvimento humano abre a possibilidade de efeitos nocivos ao funcionamento cognitivo, físico e mental. Se ela chegar a ser vítima de violência sexual, qual o parâmetro ela vai ter pra identificar que foi vítima de abuso?
Fonte: O Dia Online – Por Maria Aparecida Xavier (psicóloga)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O que é Pornografia Infantil

Pornografia infantil significa qualquer representação, por qualquer meio, de uma criança envolvida em atividades sexuais explícitas reais ou simuladas, ou qualquer representação dos órgãos sexuais de uma criança para fins primordialmente sexuais - Art. 2 alínea c do Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia infantil, adotado em Nova York em 25 de maio de 2000 e Ratificado pelo Brasil através do DECRETO N o 5.007, DE 8 DE MARÇO DE 2004.
A legislação brasileira em vigor tipifica como crime a conduta de Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente - Art. 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Fonte: http://www.safernet.org.br/site/denunciar

Como identificar o comportamento de um pedófilo na Internet

Como identificar o comportamento de um pedófilo na Internet

Pedófilos usam a internet para se aproximar das suas vítimas – entram em redes sociais frequentadas por crianças e adolescentes, salas de bate papo, MSN, blogs e fotoblogs.
Fingem ser da mesma idade e criam amizade usando as informações que as próprias crianças e adolescentes revelam. Por exemplo, podem fingir torcer pelo mesmo time, gostar dos mesmos filmes, das mesmas músicas.
Aos poucos, vão ganhando a confiança da criança ou do adolescente - pedem o número do telefone, o MSN. Podem oferecer presentes, oportunidades imperdíveis de algum programa ou até mesmo dinheiro. Podem convencer a criança ou o adolescente a ligar a webcam, para conseguir fotografá-la e filmá-la.
Revelam “segredos” para que a criança ou o adolescente revele os seus – depois, vão usar essas confidências para ameaçar a vítima ou obrigá-la a não contar a ninguém o que está acontecendo.

Saiba como proteger seus filhos na Internet.

1 Mantenha o computador em uma área comum da casa. Não deixe no quarto da criança usuária da Internet por ser diferente de um móvel ou de um livro.
2 Acompanhe a criança quando utilizar computadores de bibliotecas.
3 Navegue algum tempo com a criança internauta. Da mesma forma que você ensina sobre o mundo real, guie-o no mundo virtual.
4 Aprenda sobre os serviços utilizados pela criança, observe suas atividades na Internet. Caso encontrem algum material ofensivo, explique o porquê da ofensa e o que pretende fazer sobre o fato.
5 Denuncie qualquer atividade suspeita. Encoraje a criança a relatar atividades suspeitas, ou materiais indevidos recebidas.
6 Caso suspeite que alguém on-line está fazendo algo ilegal, denuncie-o às autoridades policiais ou ao site www.censura.com.br.
7 Estabeleça regras razoáveis para a criança. Discuta com ela as regras de uso da Internet, coloque-as junto ao computador e observe se são seguidas. As regras devem, por exemplo, estabelecer limites sobre o tempo gasto na Internet.
8 Se necessário, opte por programas que filtram e bloqueiam sites. Encontre um que se ajuste às regras previamente estabelecidas.
* Indicamos o NetFilter Família.
9 Monitore sua conta telefônica e o extrato de cartão de crédito. Para acessar sites adultos, a internauta precisa de um número do cartão de crédito e um modem pode ser usado para discar outros números, além do provedor de acesso à Internet.
10 Instrua a criança a nunca divulgar dados pessoais na Internet, por exemplo, nome, endereço, telefone, escola e o e-mail em locais públicos, como salas de bate-papo. É a versão moderna do “nunca fale com estranhos”. Recomende que a criança utilize apelidos, prática comum na Internet e uma maneira de proteger informações pessoais.
11 Conheçam os amigos virtuais da criança. É possível estabelecer relações humanas benéficas e duradouras na Internet. Contudo, há muitas pessoas com más intenções, que tentarão levar vantagem sobre a criança.
12 Cuidem para que a criança não marque encontros com pessoas conhecidas através da Internet, sem sua permissão. Caso permita o encontro, marque em local público e acompanhe a criança.
13 Aprendam mais sobre a Internet. Peça para a criança ensinar a você o que sabe e navegue de vez em quando.
Fonte: www.censura.com.br.

Valores e Educação

Pergunto à minha filha Mariana, de 12 anos, o que pensa da seguinte situação: um pai, vendo um filho passar fome, resolve roubar alimentos em um supermercado no bairro em que mora. Ele agiu certo ou errado ao cometer esse delito?”. Ela me responde: “Acho que ele agiu certo porque ao ver o filho com fome não suportou a cena de miséria em sua casa e não teve saída senão roubar. “Por outro lado, também agiu errado por ter roubado o supermercado; afinal, roubar é uma ação feia”.
“O que Mariana chama de “ação feia” um promotor, membro do Ministério Público, que representa a sociedade e atua como acusador contra os suspeitos de terem cometido alguma ação criminal, poderá definir o ato do pai como “ apropriação indébita de bem alheio” e um júri, formado por um juiz togado e cidadãos previamente selecionados para o julgamento do caso, poderá julgar a prática do pai como uma transgressão imputável da lei penal por dolo ou culpa, ação ou omissão.
O exemplo acima pode nos dar uma ideia da complexidade que é viver em sociedade. A luta por um mundo melhor, por uma civilização mais humana, mais democrática e mais justa tem sido historicamente construída pelo homem.
Atualmente, os governos, as organizações não governamentais e os cidadãos do mundo lutam pela equidade. O que é a equidade? É uma forma de praticar a Justiça, isto é, o respeito à igualdade de direito de cada um, que independe do que está escrito nos códigos jurídicos. No século XXI, a sociedade, civil e política, quer que todos pratiquem a equidade como expressão de um sentimento do que se considera justo, que seja expressa em forma de virtude de quem ou do que (atitude, comportamento, fato etc.) manifesta senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade de direitos dos homens.
Por isso, na Filosofia, a ética é o ramo de estudos que cuida particularmente de investigar os princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.
Podemos observar que as ações humanas, em face de sentimentos, estímulos sociais ou de necessidades íntimas, requerem, para a boa convivência na vida social, bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade. Uma pessoa, mesmo com as mais contundentes e sensíveis justificativas, em situação de privação material ou situação de fome, comete um crime ao roubar para alimentar-se. Roubar é um ato que fere a moral e os bons costumes.
Os valores não surgem na vida em sociedade como um trovão no céu. São construídos na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e organizações locais. Conhecê-los, compreendê-los e praticá-los é uma questão fundamental da sociedade atual, imersa numa rede complexa de situações e fenômenos que exige, a cada dia, atitudes éticas como a honestidade, a bondade e a virtude, consideradas, em todas as civilizações modernas, como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens.
Sem a prática de valores, não podemos falar em cidadania. A cidadania é condição de pessoa que, como membro de uma sociedade, independente da cor de sua pele, raça ou classe social, se acha no gozo de direitos que lhe permitem participar da vida política e, outrossim, pode viver, como um indivíduo que usufrui de direitos civis e políticos garantidos pelo Poder Público e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos para viver em sociedade.
Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido historicamente, a instituição escolhida pelo Estado e pela família, como o melhor lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, de modo a cumprir, em se tratando de educação para a vida em sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mundo do trabalho.
Sendo assim, caberá às instituições de ensino a missão, por excelência, de ensinar valores no âmbito do desenvolvimento moral dos educandos, através da seleção de conteúdos e metodologias que favoreçam temas transversais (Justiça, Solidariedade, Ética etc) presentes em todas as matérias do currículo escolar, utilizando-se, para tanto, de projetos interdisciplinares de educação em valores, aplicados em contextos determinados, fora e dentro da escola.
Vicente Martins
Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará.