terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Reaja ou será Morto (a)!

Reaja ou será Morto (a)!

Recentemente foi divulgado o Mapa da Violência de 2012 no qual se evidencia que a violência no Brasil tem cor. A Cor dos homicídios no Brasil, divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), apresenta dados alarmantes de assassinatos de negros. De acordo com o estudo, morreram assassinados no país 272.422 negros entre 2002 e 2010, com uma média anual de 30.269 mortes.

De acordo com o Mapa dos Homicídios no Brasil o estado da Bahia aumentou 300% o índice de homicídios. Sendo assim, cidades de Itabuna e Ilhéus apresentam índices elevados de concentração de mortes letais na faixa jovem da população. A cidade de Itabuna aparece em 10º (décimo) lugar entre os municípios com maiores taxas de homicídios de negros entre os 608 municípios com mais de 50 mil habitantes no país. Enquanto a cidade de Ilhéus, com uma população de 184.000 habitantes, apresenta taxas de 83,0% de mortes para os (as) negros (as) e 0% para os brancos (as).

Os dados por si só revelam o peso Cor da pele nos elevados índices de letalidade para os dois municípios. Sabemos que há razões diversas que explicam as ações dos indivíduos que os motivaram a prática dos homicídios. Mas, não podemos deixar de considerar o peso da Cor para os seguintes dados: no conjunto da população, entre 2002 e 2010 as taxas de homicídios brancos caíram de 20,6 para 15,5 homicídios – queda de 24,8% – enquanto a de negros cresceu de 34,1 para 36,0 – aumento de 5,6%.

Para nós, grandes partes dos homicídios estão relacionados a pratica racista. O Brasil foi estruturado culturalmente sob a égide do racismo. O mesmo encontra-se disseminado em toda a sociedade. A cor da pele escura ainda é uma significante chave de diferenciação negativa, sinônimo de estereótipos e preconceitos arraigados. Os negros e negras são hostilizados cotidianamente, são “suspeitos” por natureza, estão em condições desfavoráveis nas relações de poder.

Esse manifesto propõe incitar a sociedade civil, os municípios, os estados e a federação a reagirem diante desse diagnóstico e apresentar proposições políticas que possibilitem a construção da desracialização dos sujeitos e da sociedade no sentido de apagarmos a Cor dos Homicídios no Brasil.

MNU – Movimento Negro Unificado Ilhéus/Itabuna

Conselho Municipal da Mulher (Ilhéus), APPI, Movimento Mobiliza UESC, Grupo de Estudos NEGRALIDADE, Coletivo Feminista Marcha das Vadias (Itabuna)

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Vinicyus Sousa, Fabiane Silva Ribeiro e outras 2 pessoas curtiram isso.