segunda-feira, 23 de abril de 2012

PLANO INDIVIDUAL DE TRABALHO

XXXXXXXXXXX XXXXXXXX

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ESCOLA MUNICIPAL XXXXXXXXX

PROFESSORA SELMY ARAUJO

1. Introdução

O presente documento é uma proposta de acompanhamento individualizado do aluno, indicado pelo serviço de Educação Especial do MEC a todo o serviço público de educação em seu trabalho de inclusão. Segundo o MEC,

‘À administração municipal cabe mapear as pessoas com deficiência existentes na comunidade, identificar suas necessidades especiais, planejar a implementação dos ajustes necessários para que se possa acolhê-las e a elas responder efetivamente, garantindo orçamento para a implementação desses ajustes. Aos profissionais cabem as ações técnicas, em cooperação transdisciplinar (...)’

Fonte : Adaptações Curriculares de Grande Porte

Cabe, então, ao professor, propor uma adaptação que melhor convenha à inclusão do aluno, para que ele possa desfrutar de um aprendizado efetivo, num ambiente sócio-afetivo propício e onde sua bagagem cultural seja nosso ponto de partida para o trabalho pedagógico.

Ainda segundo o MEC,

Para atender ao conjunto de necessidades educacionais especiais do alunado, Adaptações Curriculares de Grande e/ou de Pequeno Porte podem se mostrar necessárias em três diferentes níveis do planejamento educacional : no âmbito do Plano Municipal de Educação e no do Projeto Pedagógico, tanto do Município como da Unidade Escolar ; no âmbito do Plano de Ensino, elaborado pelo professor ; no âmbito da Programação Individual de Ensino, também elaborada pelo professor.

Fonte : Adaptações Curriculares de Grande Porte

A Programação Individual de Ensino, aqui denominada de Plano Individual de Trabalho (PIT) é, então, um documento que nos foi solicitado e indicado pela profissional de apoio da Gerência de inclusão do NREMZ, com o objetivo de nos servir como guia do trabalho pedagógico desenvolvido com a aluna XXXXXXXXXXX XXXXXXXX.

O PIT nos permitirá pontuar de forma precisa e reajustável os pontos fortes da aluna que nos servirão de base para trabalhar suas dificuldades, respeitando – evidentemente – suas limitações.

2. Justificativa

No caso da aluna XXXXXXXXXX, nossa proposta de PIT está sendo elaborada com ajustes mais significativos em relação ao tempo, ao suporte (papel, livro, caderno, etc.) e aos critérios de avaliação, visto que ela já internalizou um considerável número de conceitos, com mínimas adaptações e sem apresentar reais dificuldades de aprendizagem.

Neste caso, um ponto a ser garantido é justamente a adaptação do processo ensino-aprendizagem, para que ele não se torne um obstáculo para ambas as partes. O PIT poderá, noutros termos, oferecer ao professor a tranquilidade de que o currículo foi adequado e pode ser reajustado conforme o necessário, deixando-lhe assim, o tempo necessário para a aproximação e estabelecimento do vínculo afetivo que, no caso da XXXXXXXXXX, se mostrou crucial para seu bom desempenho.

O PIT poderá, ainda, oferecer ao professor a possibilidade de fazer uma ‘varredura’ fina, área por área, nos pontos que devem ser reajustados, conforme o desempenho da XXXXXXXXXX. Isto permitirá dar um feedback mais preciso ao NREMZ e ao CMAE para que nosso trabalho conjunto se fortaleça cada vez mais.

3. Histórico da aluna

Faltas até a presente data

F

M

A

M

J

J

A

S

O

1

0

0

2J

2

0

4 / 1J

0

1 / 1J

Histórico conforme documento anexo fornecido pelo pedagogo (anexo).

4. Observações de sala de aula

A XXXXXXXXXX apresenta certas características que nos dão um norte para a adaptação de determinadas atividades :

* conforme bem pontuou a pedagoga Marta (CMAE), ela ‘desenha’ as letras, mais do que escreve, o que lhe toma um tempo maior na atividade escrita, seja ela qual for, em qualquer disciplina

* ela nem sempre gosta de desenhar coisas simples, pois diz que não sabe, no entanto, notamos que ela acaba fazendo se for incentivada, melhor que isso, faz desenhos bastante elaborados

* em Artes, supera as expectativas, compreende as consignas e faz tudo com esmero (cf. portfólio) - adora desenhar dinossauros, imita os dinossauros e sabe muito sobre eles (pode entrar na caixa de interesses)

* ela gosta de ajudar, de ser chamada para responder e de ir à lousa, o que pode ser consideravelmente incentivado ; no entanto, quando ela não quiser, isto também deve ser respeitado para que ela não se sinta acuada (a forma de chamar para participar é sempre : ‘você quer ?’) – isto tem sido proporcionado a ela, na medida em que ela demonstra desejo em participar, jamais contra sua vontade

* seus cadernos e livros são caprichados, e ela gosta de receber incentivos e elogios pelo trabalho realizado, como qualquer outra criança

* apesar do medo que ela tem de não saber fazer a letra cursiva, sua motivação em aprender e o fato de sua mãe não lhe oferecer tratamento diferenciado (e incentivá-la a fazer tal atividade), deu-lhe motivação suficiente para me pedir caligrafia – a caligrafia em si, não é tão prioritária quanto o fato de que deseje fazer a atividade e mudar seu comportamento : tentar escrever com letra menor faz com que ela se adapte aos livros, cadernos, em geral – que aceite a mudança, a novidade, sem bloqueios

* ela tem se socializado cada dia mais e melhor com vários alunos, independente de ser menino ou menina ; isto foi observado com o rodízio (não proposital) de alunos por carteira, pois tive que reajustá-los por conta de dificuldades visuais e outros problemas

* apesar da boa socialização, às vezes, ela ainda apresenta certa dificuldade em trabalhar em grupo, então, tenho escolhido a dedo quem faz grupo com ela, através das observações que faço de seu comportamento (com quem ela interage, com quem ela se sente bem, com quem ela conversa, com quem ela ri, com quem ela brinca, etc.) – isto é feito no intuito de integrá-la ao máximo com o grupo, mas também de protegê-la de certas crianças com comportamento violento, que possam vir a machucá-la, visto que não sabe se defender fisicamente

* as outras crianças, cada vez mais, estão passando a incluí-la no grupo, isto também tem ajudado para que ela se sinta bem ; nossa única dificuldade no processo de inclusão continua sendo nas aulas de EF que demandam corrida ou um andar com maior destreza (a ver, adaptações do programa de EF)

* sempre que ela dá as respostas às questões em voz alta, no conjunto da classe, chamo atenção para a resposta dada (‘a XXXXXXXXXX disse...’) – isto é importante não somente para ela, mas para que os outros vejam que ela é tão capaz quanto eles - ela está com bastante facilidade no aprendizado de Matemática

Jamais a coloco em situação de desconforto, sempre sondo as respostas dela, se percebo que ela se recusa a fazer determinada ação ou atividade, procuro respeitar e oferecer alguma alternativa de acordo com o que sei que ela gosta (não fazer, se sei que ela já sabe, fazer no caderno, etc.).

5. Plano Individual de Trabalho (PIT) de 31/10 a 02/12/2011

Consultar planilha anexa a este documento.

6. Registros XXXXXXXXXX

09/11/11 - A recusa por trabalhar em espaços pequenos começou a ser vencida. Ela agora quer tentar fazer caber as letras nos espaços menores, para poder treinar a letra cursiva.

16/11/11 – Consulta neurologista – me foi solicitado um parecer, enviado por e-mail, sem resposta por parte da médica

30/11/11 – Me foi solicitado pelos médicos, através da mãe, um parecer indicando seus movimentos contínuos na carteira, denotando masturbação devido ao seu desenvolvimento e puberdade precoce. Este documento será anexado aos pareceres médicos para solicitação de medicação de bloqueio da puberdade devido à sua neoplasia de glândula hipófise (cf. xerox documentos médicos)

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