sábado, 13 de outubro de 2012

TEATRO: “ZUMBI GRACIOSO”

para apresentação dia 17 de novembro de 2006 no teatro do CEU PERUS, comemorando o Dia da Consciência Negra – 20 de novembro.

Texto de BRUNO e DIANA da 8ª série A – Escola XXXX

Orientação e modificações: professor Fábio R.

1ª Cena: O senhor sentado vendo o algodão sendo colhido pelos escravos. (música “Zumbi” do Jorge bem Jor ou “Retirantes” de Dorival Caymmi)

Diálogo entre escravos:

———– Vivemos na escravidão. Somos tratados como animais.

———– Trabalhamos tanto e não ganhamos nada. Nem comida boa temos.

———– Devemos fugir para um lugar melhor.

———– E existe este lugar?

———– Existe o quilombo. Irei para lá. No quilombo todos são livres. O rei é Ganga Zumba, bom com todos. E seu general é Zumbi.

———– Já ouvi falar dele.

———– Vou para o quilombo lutar com Zumbi para libertar todos os escravos.

(um escravo foge, mas é recapturado pelo capitão do mato)

2ª Cena: Feitor prende um escravo fujão. Pede a ordem do senhor para castiga-lo com chicotadas. Tem a ordem e vai ao tronco onde prende o escravo e lhe dá 50 chicotadas.

Diálogo entre feitor e o Barão senhor dos escravos

Feitor_ O escravo está no tronco esperando a decisão do barão e se deixar o escravo que está no troco sem castigo os outros escravos vão acreditar na história que ele está contando e vai querer fugir.

Barão_Está bem. Deite 20 chibatadas.

Feitor_Me disculpe, Barão, mas 20 chibatadas não vai nem fazer riscos nas costas dele!

Barão_Está bem! deite-lhe 50 chibatadas.

Narrador_Logo depois o feitor foi dar as 50 chibatadas, enquanto isso a baronesa estava falando com o barão. Começa um toque de música.

Baronesa_Mas já vai começar com essa cantoria!a.

Barão_Se voce não gosta deste barulho tampe os ouvidos com algodão, Candida.

(toca a música Homeless, de Paul Simon, do seriado Raízes)

3ª Cena: No quilombo Zumbi planeja com os irmãos a invasão da fazenda e libertação dos escravos. Ganga Zumba não concorda e quer aceitar acordo de paz com Portugal. Por isso os dois começam a brigar. Depois disso, Ganga Zumba morre misteriosamente.

Diálogo no Quilombo.

Um irmão do quilombo entrega uma carta para o Rei Ganga Zumba:

“Senhor Ganga Zumba. O Rei de Portugal te propõe um acordo de paz com o quilombo de Palmares. Todos os nascidos no quilombo ficarão livres, os outros não.”

Ganga Zumba lê a carta.

Logo chega seu sobrinho Zumbi – Tio Ganga Zumba, vamos invadir a fazenda e libertar nossos irmãos.

Ganga – Isso não é possível. Estamos negociando a paz com Portugal.

Zumbi – Que paz que nada. Precisamos soltar nossos irmãos.

Ganga – Uma guerra só vai trazer dor.

Zumbi – Não é justo que fiquemos em paz enquanto tantos padecem escravidão.

Ganga – Também não é justo que tantos morram pelo bem de outros. Precisamos de paz.

Zumbi – A paz não traz igualdade. Esta paz é injusto, pois é para poucos. Precisamos de guerra.

Partidários de Zumbi e de Ganga Zumba se dividem, gritando de um lado “Paz” e de outro “Guerra”.

Chega Dandara, esposa de Zumbi.

Dandara – Que é isso Zumbi! Como briga com seu tio?

Zumbi – Ganga Zumba pensa com a razão, mas erra. A liberdade tem que ser para todos.

Ganga Zumba – Dandara, explique para seu marido que a guerra irá destruir Palmares. O melhor caminho é do negociação. A paz é sempre o melhor caminho.

Dandara – Zumbi, não brigue com seu tio. Vamos reunir um conselho e discutir este assunto. Vivemos para a felicidade e não para a dor. Se for possível, lutaremos também por nossos irmãos que estão escravizados, mas precisamos lutar juntos. Desunidos seremos fracos. Vamos! Façam as pazes.

Cena da Morte: Uma irmã do quilombo leva uma bebida para Ganga Zumba, que cai morto misteriosamente.

cena enterro de Ganga Zumba e coroação de Zumbi – Ganga Zumba está morto. Longa vida a Zumbi, nosso Rei

(toca música de capoeira. Afoxé de Dorival Caymmi)

4ª Cena: Os negros estão nas senzalas na roda de capoeira, que é a única diversão deles, o momento de alegria e lembranças; (tocar músicas de capoeira); Chega Zumbi e os irmãos do quilombo para libertá-los. O senhor descobre e manda o feitor ir atrás deles, mas eles conseguem fugir em segurança.

(toca música “Monólogo ao pé do ouvido” da Nação Zumbi, para ilustrar o ataque)

cena Ataque à fazenda, para libertar escravos. Feitor avisa o senhor:

Feitor – Chefe, tenho péssimas notícias. A fazenda está sendo invadida pelos negros quilombolas. (sai correndo com uma arma).

Senhor está preocupado. Baronesa chega assustada.

Baronesa – O que está acontecendo.

Senhor – Prepare-se. Fomos invadidos pelo capitão Zumbi.

5ª Cena: Eles chegam ao quilombo pela manhã. Com muita alegria são recebidos e festejam a liberdade com parentes, amigos e é claro com Zumbi.

(música final – “Cangoma me chamou (ouça)” de Clementina de Jesus, ou interpretada pelo grupo Mawaca)

cena final – Festa em Palmares.

– Cantos, dança e capoeira.

Narrador conta história de Palmares no alto-falante (deixar música afro com volume baixo no fundo, depois aumentar o volume – talvez usar “spirit of the forest” dos pigmeus Baka Beyond )

Narrador – O quilombo de Palmares resistiu durante quase dois séculos, tendo sido destruído apenas em 1710, após ataques do capitão do mato Domingos Jorge Velho. Zumbi morreu, mas seu sonho de justiça e liberdade continua vivo nos corações de todos os brasileiros.

PERSONAGENS:

Dandara: Diana

Senhor: Bruno

Baronesa: Marriete

Feitor:

Capitão do Mato: Tamara

Escravo Fujão: Davidson /// Rafael

Zumbi: Welverson

Tio (Ganga Zumba): Vicente

Irmãos do Quilombo: Leonardo, Eric, Tamara

Contra-regra:

Convidados: Guerreiros do Brasil, Universo Capoeira

—-

cena suprimida (após 2ª cena)

Narrador_No dia seguinte 3 escravos fugiram e um foi pego,o barão foi eté a senzala e perguntou para o escravo:

Barão_cadê os outros dois?

Narrador_O escravo não responde e o barão fica irritado, pega o chicote começa a bater no escravo. Acaba furando o olho do escravo.

Terceira parte

UM CONTO AFRICANO: A TARTARUGA E O ELEFANTE

RECONTO DE ROBSON A. SANTOS ( É MESTRE EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA, EDUCADOR BRINCANTE, PEDAGOGO, FOLCLORISTA, ESCRITOR E CONTADOR DE HISTÓRIAS. CONTATOS: PROFESSORROBSON@UOL.COM.BR)

LÁ PELAS TERRAS DISTANTES DA ÁFRICA, NA REGIÃO DO BENIN, AS MÃES CONTAM ESTA HISTÓRIA PARA SEUS FILHOS. ESTA HISTÓRIA CHEGOU AO BRASIL NO COLO DE UMA BONECA AFRICANA (NÃO ME PERGUNTEM COMO, SÓ SEI QUE FOI ASSIM QUE ACONTECEU). PRESTEM ATENÇÃO NA HISTÓRIA QUE EU VOU CONTAR!

CERTA VEZ, A TARTARUGA, QUE ERA MUITO ASTUTA E ARTEIRA, RESOLVEU PREGAR UMA PEÇA NO ELEFANTE. ESPALHOU PARA TODOS DA CIDADE QUE ELA CHEGARIA AO POVOADO MONTADO NAS COSTAS DO ELEFANTE, COMO SE ELE FOSSE O SEU CAVALO. TODOS RIRAM E ACHARAM QUE DESTA VEZ A TARTARUGA LEVARIA A PIOR.

COM UM PLANO NA CABEÇA, A TARTARUGA FOI ATÉ A FLORESTA PROCURAR O ELEFANTE QUE SE ENCONTRAVA CALMAMENTE TOMANDO SEU BANHO MATINAL.

- OLÁ, COMPADRE ELEFANTE! MUITO BOM DIA! SABE O QUE ANDAM DIZENDO DE VOCÊ LÁ NO POVOADO?

- BOM DIA, COMADRE TARTARUGA. NÃO SEI" O QUE ANDAM DIZENDO?

- QUE VOCÊ NÃO ENTRA LÁ PORQUE É MUITO GRANDE E DESAJEITADO E TEM MEDO DE ESTRAGAR ALGUMA COISA.

- ORA, MAS QUE DESAFORO. NÃO ENTRO LÁ PORQUE NEM SEI COMO CHEGAR AO POVOADO.

- POIS VAMOS RESOLVER ISSO AGORA! EU TE MOSTRO O CAMINHO. ASSIM QUANDO VOCÊ CHEGAR LÁ TODOS FICARÃO COM A CARA NO CHÃO. O ELEFANTE ACEITOU A OFERTA E SE PÔS A SEGUIR A TARTARUGA ATÉ O POVOADO. ANDARAM BASTANTE ATÉ QUE A MALANDRA DISSE:

- AI, COMPADRE, ESTOU MUITO CANSADA. BEM QUE VOCÊ PODIA ME DAR UMA CARONA EM SUAS COSTAS, NÉ? PELO SEU TAMANHO NEM VAI SENTIR MEU PESO. E O ELEFANTE COLOCOU A TARTARUGA EM SUAS COSTAS E CHEGOU À ENTRADA DO POVOADO.

- OLHA, COMPADRE, VAMOS FAZER UMA BRINCADEIRA COM A GENTE DO POVOADO. QUANDO EU COÇAR SUAS COSTAS VOCÊ CORRE E QUANDO EU COLOCAR MINHAS UNHAS EM SUAS COSTAS, VOCÊ EMPINA E COM ISSO TODOS FICARÃO DESLUMBRADOS.

E O ELEFANTE ACEITOU O COMBINADO E ASSIM FIZERAM ENTRE CORRIDAS E PULOS PELAS RUAS DO POVOADO. TUDO IA BEM, COM OS DOIS RINDO À VONTADE, ATÉ QUE A TARTARUGA DEIXOU ESCAPAR:

- NÃO FALEI QUE ENTRARIA NO POVOADO MONTADO EM MEU CAVALINHO? -E RIA PARA TODOS QUE A OLHAVAM ESPANTADOS.

- EI! - DISSE O ELEFANTE - POR ACASO EU SOU O SEU CAVALINHO? VOCÊ ME ENGANOU!

E PEGOU A TARTARUGA COM SUA TROMBA E COMEÇOU A AMEAÇÁ-LA:

- POIS AGORA EU VOU TE JOGAR NAQUELE PEDREIRA E VOCÊ VAI VER SÓ!

- PODE ME JOGAR QUE EU TENHO A CASCA DURA E NADA VAI ME ACONTECER.

- AH É! POIS ENTÃO VOU TE JOGAR NAQUELA LODAÇAL, NO MEIO DA LAMA...

- NA LAMA NÃO, POR FAVOR. NA LAMA NÃO, QUE TENHO MEDO DE ME AFOGAR.

- POIS É PARA LÁ QUE VOCÊ VAI!

E JOGOU A TARTARUGA NA LAMA. NA MESMA HORA EM QUE ELA AFUNDOU, JÁ SUBIU RINDO DA CARA DO ELEFANTE.

- AQUI É O LUGAR ONDE EU GOSTO DE FICAR.

E RIA DA CARA DO ELEFANTE. ELE BEM QUE TENTOU PISAR NELA, MAS SÓ CONSEGUIU SUJAR SUAS PATAS. ELE PISAVA DE UM LADO, ELA APARECIA DO OUTRO. ELE PISAVA DO OUTRO LADO E ELA APARECIA EM OUTRO LUGAR. FEZ ISSO UM TEMPÃO ATÉ QUE SE CANSOU E VOLTOU PARA A FLORESTA, DE CABEÇA BAIXA.

QUANDO CHEGOU À FLORESTA CONTOU PARA OS OUTROS ELEFANTES O QUE AHVAIA ACONTECIDO E ELES AINDA RIRAM DELE, DIZENDO QUE ELE NÃO DEVIA TER CONFIADO NA TARTARUGA.

E DESDE ENTÃO ELEFANTES E TARTARUGAS NÃO SÃO LÁ MUITO AMIGOS E DEPOIS DESSA PRESEPADA OS ELEFANTES QUASE NEM APARECEM NO POVOADO, POIS FICARAM COM VERGONHA.

A Bonequinha Preta

Era uma vez uma bonequinha preta , que morava em uma linda com Mariazinha . As duas brincavam o tempo todo, e até dormiam juntas quando estavam cansadas.

Todos os outros brinquedos dormiam em outros lugares, pois Mariazinha queria sempre a sua junto. Mas, o que ela não sabia, era que as bonequinhas não dormem como as meninas, aquele tempo todo, sem ver o mundo aqui fora. Eram diferentes das meninas e meninos de verdade em muitas coisas.

Mesmo assim, ensinava à sua bonequinha preferida tudo o que aprendia com a mamãe: tomar banho, escovar os dentes, trocar roupas limpas, e tudo mais.

Naquele dia, quando foi dormir um pouquinho depois do almoço, explicou direitinho à bonequinha preta que ela não deveria subir sozinha na janela:

- A janela é muito perigosa! A criança pode cair lá fora e nunca mais voltar para casa. Papai disse que precisa ter gente grande perto sempre que a gente quiser ir à janela.

Mariazinha viu que a entendeu tudo muito bem, como sempre. Então dormiu sossegada...

A bonequinha preta também começou a dormir mas, ... uma voz diferente, forte e interessante entrava pela janela trazendo uma novidade que ela não conhecia:

- Verdureiro, verdureiro!

O que será isso, pensou a . Mariazinha , que sempre sabia tudo, estava dormindo e não podia contar nada sobre verdureiros, que deviam ser seres novos e sensacionais! Ela precisava ver!

Talvez seja isto: um cara todo verde!

Ou quem sabe isto: alguém saindo assim do verde.

Também podia ser um destes: nunca tinha visto um.

- Verdureiro, verdureiro!

Ir ou não ir só um pouquinho na janela? A dúvida passou rapidinho e logo ela já estava lá, tentando olhar tudo. Ela não queria cair, mas estava difícil ver. Subiu só mais um tantinho etibum!caiu lá embaixo!

Por sorte, o verdureiro estava passando bem na hora, e a caiu em cima das verduras fofinhas de seu grande cesto. Ela era tão levinha que ele nem percebeu e continuou andando pelas calçadas com seu canto:

- Verdureiro, verdureiro!

Passou por várias ruas onde a bonequinha preta nunca tinha ido, cada vez mais longe...

Então o verdureiro decidiu voltar para casa, pois já era tarde. Entrou pela garagem escura, sem ver a assustada que estava ali. E subiu as escadas para chegar em casa, largando o cesto no chão.

A bonequinha preta começou a chorar, de tanto medo que estava daquele lugar estranho e escuro. Cair da janela assim tinha sido uma grande besteira, e não ia gostar nada de ter sido desobedecida. Então chorou e chorou mais ainda, sem nenhum consolo...

Nenhum?

Um gatinho que ia passando por ali ouviu aquele choro tão doído e ficou com muita pena da . Tentou fazer gracinhas para ela sorrir, mas não deu certo.

- Então, o que posso fazer por você?

- Não sei, eu fui olhar só um pouquinho na janela, sem saber. Ela disse para eu não ir sozinha, e agora perdi minha linda !

- Talvez eu possa ajudar. Os gatos passeiam pela noite, e se você me contar como é sua casa, talvez eu a encontre.

- É uma linda branca, com janelas azuis, e uma dentro, que deve estar muito triste agora.

E assim, o saiu pelas ruas à noite, procurando a casa certa. Procurou, procurou e...

Encontrou aquela linda branca, com janelas azuis, e uma linda que chorava muito.

-Vamos lá buscar sua bonequinha preta que caiu no cesto do verdureiro!

E lá foram os dois.

Quando chegaram, foi aquele abraço! Toda a choradeira passou e as duas se prometeram nunca mais se separar. Voltaram juntas para casa mas, na hora de se despedir do , ficaram com tanta pena, que o convidaram a morar com elas na linda . Ele gostou muito da idéia.

Assim, a história acaba com todos felizes, merecendo no fim um ponto de alegria bem grande

FIM

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