quarta-feira, 12 de setembro de 2012

INTRODUÇÃO

ADOLESCÊNCIA, SEXUALIDADE E GRAVIDEZ

Adolescência e Comportamento Sexual

A adolescência é um período de vida que merece atenção, pois esta transição entre a infância e a idade adulta pode resultar ou não em problemas futuros para o desenvolvimento de um determinado indivíduo.

No entanto, para entender como a adolescência pode favorecer o aparecimento de problemas como a gravidez precoce, o alcoolismo, abuso de drogas, entre outros, é necessário uma breve revisão sobre este período.

A palavra adolescência vem do latim "adolescere" que significa "fazer-se homem/mulher" ou "crescer na maturidade", sendo que somente a partir do século XIX foi vista como uma etapa distinta do desenvolvimento.

Atualmente, a adolescência se caracteriza como uma fase que ocorre entre s infância e a idade adulta, na qual há muitas transformações tanto físicas como psicológicas, possibilitando o surgimento de comportamentos irreverentes e desafiantes com os outros, e o questionamento dos modelos e padrões infantis que são necessários ao próprio crescimento.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a adolescência compreende um período entre os 11 e 19 anos de idade, desencadeado por mudanças corporais e fisiológicas advindas da maturação fisiológica.

A gravidez precoce é uma das concorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.

A incidência de gravidez na adolescência está crescendo e, no EUA, onde existem boas estatísticas, vê-se que de 1975ª 1989 a porcentagem dos nascimentos de adolescentes grávidas e solteiras aumentou 74,4%. Em 1990, os partos de mães adolescentes representam 12,5% de todos os nascimentos do pais. Estima-se que aos 20 anos, 40% das mulheres brancas e 64% de mulheres negras terão experimentado ao menos 1 gravidez nos EUA.

No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, numero que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia. A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir quase todas abandonam os estudos.

A pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinha pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10e 14 anos. 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.

Quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera conseqüências tardias e a longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto.

As adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas as mães também iniciaram vida sexual precoce ou engravidaram durante a adolescência.

Adolescência e Gravidez

A adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado por alguns, um momento de conflitivo ou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo.

A puberdade, que marca o inicio da vida reprodutiva da mulher, é caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescência. Uma gravidez na adolescência provocaria mudanças maiores ainda na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural. Neste caso, muitas vezes a adolescente precisaria de um importante apoio do mundo adulto para saber lidar com esta nova situação.

Porque a adolescente fica grávida é uma questão muito incomoda. São boas as palavras de Vitalee & Amâncio, segundo as quais a utilização de métodos anticoncepcionais não ocorre de modo eficaz na adolescência. A adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária.

A atividade sexual da adolescente é, geralmente, eventual, justificando para muitas coisas a falta de uso rotineiro de anticoncepcionais. A grande maioria delas também não assume diante da família a sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional, que denuncia uma vida sexual ativa. Assim sendo, alem da falta ou má utilização de meios anticoncepcionais, a gravidez e o risco de engravidar na adolescente podem estar associados a uma menor auto-estima, à um funcionamento familiar inadequado, à grande permissividade falsamente apregoada como desejável à uma família moderna ou à baixa qualidade de seu tempo livre. As facilidades de acesso à informação sexual não tem garantido maior proteção contra DST (doenças sexualmente transmissíveis) e nem contra a gravidez nas adolescentes.

Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo fato com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de ser levada a termo normalmente e sem grandes transtornos. Havendo rejeição, conflitos traumáticos de relacionamento, punições atrozes e incompreensão, a adolescente poderá sentir-se profundamente só nesta experiência difícil e desconhecida, poderá correr o risco de procurar abortar, sair de casa, submeter-se a toda sorte de atitudes que, acredita, "resolverão" seu problema.

Mesmo diante de casamentos ocorridos na adolescência de forma planejada e com gravidez também planejada, por mais preparado que esteja o casal, a adolescente não deixará de enfrentar a somatória das mudanças físicas e psíquicas decorrentes da gravidez e da adolescência.

Para se ter idéia das intercorrências emocionais na gravidez de adolescentes, a Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, foram encontrados: casos de Ansiedade em 21% delas, assim como 23% de Depressão. Ansiedade junto com Depressão esteve presente em 10%.

Importantíssima foi a incidência observada para a ocorrência de ideação suicida, presente 16% dos casos. Tentativa de suicídio ocorreu em 13% e a severidade da ideação suicida associação significativa com a severidade depressão.

Procurando conhecer algumas outras características da população de adolescentes grávidas como estado civil, escolaridade, ocupação, menarca, atividades sexuais, tipo de parto, número de gestações e realização de pré-natal, Maria Joana Siqueira refere alguns números interessantes:

Número interessantes da Gravidez na Adolescência

Porcentagem de grávidas entre 16 e 17 anos 84%

Primigestas (primeira gestação) 75%

Freqüência o pré-natal 95%

Tiveram parto normal 68%

Menarca (1ª menstruação) entre os 11 e 12 anos 52%

Não utilizavam nenhum método contraceptivo 56%

Usavam camisinha às vezes 28%

Utilizavam a pílula 16%

A primeira relação sexual ocorreu*: até os 12 anos

10% entre 14 e 16 anos 27%

entre 17 e 18 anos 18%

entre 19 e 25 anos 17%

depois dos 25 anos 2%

Referência

Ideação Suicida em Adolescentes Grávidas

Gisleine Freitas e Neury. Estudaram 120 adolescentes grávidas, com idades variando entre 14 e 18 anos.

Do total dos sujeitos, foram encontrados: casos de ansiedade em 25 (21%); casos de depressão. Ideação suicida ocorreu em 19 (16%) das pacientes.

As tentativas de suicídio anteriores ocorram em 13% das adolescentes grávidas.

Esse trabalho foi muito importante para esclarecer minhas dúvidas.

Fique sabendo que a gravidez na adolescência é um problema que se deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser levado a sério o próprio processo de parto.

Também soube que o número de adolescentes grávidas vem aumentando nos últimos anos.

Que isso vem ocorrendo por falta de cuidado das adolescentes como: o não uso de anticoncepcionais.

Finalizando a adolescência a época de viver e curtir, ir aprendendo a ser adulto e não hora de assumir o compromisso de ser mãe ou pai.

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