sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Rio de Janeiro, _____de_____________ de_____.

Aluno(a): _________________________________

A árvore generosa

Shel Silverstein

Tradução de Fernando Sabino

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Era uma vez uma árvore...

... que amava um menino.
E todos os dias o menino vinha, juntava as suas folha

e com elas fazia coroas de rei; com elas brincava de rei da floresta.

Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos, comia suas maçãs.

E brincavam de esconder.
Quando ficava cansado, o menino repousava à sua sombra fresquinha.
O menino amava a árvore...

profundamente.
E a Árvore era feliz.

Mas o tempo passou.

O menino cresceu.

E a árvore muitas vezes ficava sozinha.
Um dia o menino veio

e a árvore disse: "Menino,

venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos, repousar à minha sombra e ser feliz".
"Estou grande demais pra brincar",

o menino respondeu.

clip_image004"Quero comprar muitas coisas,

eu quero me divertir

e preciso de dinheiro.

Você tem algum dinheiro

que possa me oferecer?"
"Sinto muito", disse a árvore,

“mas eu não tenho dinheiro.

Tenho apenas minhas folhas

e tenho minhas maçãs.

Mas leve as maçãs, Menino.

Vá vendê-las na cidade.

Então terá o dinheiro, e você será feliz."

E assim o menino subiu pelo tronco, colheu as maçãs e levou-as embora.
E a árvore ficou feliz.
Mas o menino sumiu por muito tempo...

E a árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia, o menino veio e a árvore estremeceu, tamanha a sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz."
"Estou muito ocupado pra subir em árvores", disse o menino. "Eu quero uma casa pra me abrigar; eu quero uma esposa, eu quero ter filhos e para isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"
"Eu não tenho casa", disse a árvore. “A casa em que moro é esta floresta. Mas corte os meus galhos, faça a sua casa e seja feliz."
O menino depressa cortou os galhos da árvore e levou-os embora para fazer uma casa.
E a árvore ficou feliz.
O menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no dia que voltou, a árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "venha brincar."
"Estou velho para brincar", disse o menino, "e estou também muito triste."

"Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe. Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"
"Corte meu tronco e faça seu barco", disse a árvore. "Viaje pra longe e seja feliz."
O menino cortou o tronco, fez um barco e viajou.
E a Árvore ficou feliz...

Mas não muito.
Muito tempo depois, o menino voltou.
"Desculpe, Menino", disse a árvore, "não tenho mais nada pra lhe oferecer. As maçãs já se foram."
"Meus dentes são fracos demais pra maçãs", falou o menino.
"Já se foram os galhos para você balançar", disse a árvore.
"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.
"Não tenho mais tronco pra você subir", disse a árvore.
"Estou muito cansado e já não sei subir", falou o menino.
"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe oferecer", suspirou a árvore.

"Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe ... "
"Já não quero muita coisa", disse o menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."
"Pois bem", respondeu a árvore, enchendo-se de alegria. "Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar.
Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."
Foi o que o menino fez.
E a Árvore ficou feliz.

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