segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Considerações sobre educação.


Ao falar em alfabetização, trata-se a priori da questão gráfica, ou seja, a relação entre as letras e os sons da fala. Esta é uma questão de muita preocupação do professor.
         Cada letra representa um som, que por sua vez é simbolizado por uma letra. Uma letra corresponder a um som e vice versa, chamada de correspondência biunívoca, é o ideal da alfabetização, mas não é dessa forma que ocorre na prática, pois o que acontece com as letras e os sons excedem o que pode ser chamado de “casamento monogâmico”.
         As letras, ao contrário, combinam-se de maneiras diferentes formando sons diferentes, dependendo assim do lugar que ocupam na palavra. Um exemplo citado no texto é a letra “l”, que em “lata” em o som de l, mas em “jornal” tem o som da letra “u”. Essas diferenças provocam certas dúvidas no alfabetizando, que pensa que a letra “l” somente tem som “l”, a letra  “u” tem som de “u” , pois é assim que deveria acontecer.
         O educador que estiver alfabetizando deve ser cauteloso quando quanto as essas particularidades de sons e letras, para saber como repassar ao alfabetizando essa relação.
         Existem diferentes dialetos, que levam a diferentes pronúncias de uma mesma letra, modificando o som dela, isso decorrente do ambiente em que são pronunciadas, da comunidade, das variações da própria língua portuguesa, por essa razão não deve ser reprimida, e por sua vez, deve ser ensinada de acordo com sua correspondência.
         As formas de correspondência entre letras e sons podem ser aprendidas por meio de regras, que são ensinadas pelo professor capacitado para isso.
Existem letras que podem representar na mesma posição, sons diferentes, como ocorre no dialeto carioca. Dessa forma é mais difícil lidar com essas variações, mas há diversas maneiras de estudá-las.
         As relações entre os sons da fala e as letras do alfabeto são encontradas em três tipos: relação de uma para um, onde cada letra com seu som e cada som com sua letra; relações de um para mais de um, determinadas a partir da posição, onde cada letra com um som numa posição e cada som com uma letra numa posição, e, relações de concorrência, onde mais de uma letra para o mesmo som na mesma posição. Há que se dizer que existe uma gradação entre essas relações.
         A alfabetização pode por assim dizer, ser dividida em quatro etapas as quais constroem passo a passo a alfabetização. A primeira é a teoria do casamento monogâmico entre sons e letras – sons e letras pronunciadas iguais; a segunda é a teoria da poligamia com restrições de posição – letras pronunciadas de forma diferentes; a terceira etapa são as partes arbitrárias do sistema, onde mais de uma letra pode, na mesma posição representar o mesmo som, e a quarta etapa, é relacionada à morfologia das palavras, que pertencem a diferentes classes gramaticais. Nesta teoria o educador tem que ter um certo conhecimento da história da língua portuguesa, fato que irá auxiliá-lo na aplicação dos conhecimentos aos alunos.
         É importante notar que as variações ortográficas com relação aos sons da fala variam de dialeto para dialeto, e o alfabetizador deve levar isso em conta para não cometer erros. Desvalorizar essas diferenças é um erro que o educador pode vir a cometer quando não faz tal consideração.
         Muitas são as falhas na escrita, que podem ser agrupadas em três ordens, decorrente a primeira quando a aprendiz ainda está na fase de dominar as capacidades prévias da alfabetização, cometendo as falhas na leitura lenta, com soletração de cada sílaba, escrita com repetição de letras; a segunda falha é acometida quando a aprendiz pronuncia ao ler, cada letra escandindo-a no seu valor central, e na escrita faz uma transição fonética da fala, enquanto a terceira ordem de falha se limita o aprendiz a trocar letras concorrentes, como por exemplo, o “s” pelo “z”. Quando se constata que o aprendiz ainda comete falhas de segunda ordem é que ela não está alfabetizado. Somente será considerado alfabetizado o aprendiz que comete falhas de terceira ordem.
         Quanto à metodologia, são considerados dois métodos de alfabetização, quais são: método sintético, que consiste em mostrar a letras, ensinar suas correspondências com os sons e depois compor as sílabas e palavras, e método analítico que mostra primeiro as palavras e ensina a identificar nelas a correspondências entre os sons e as letras.
         A alfabetização requer cuidados especiais e cabe ao educador saber administrar os ensinamentos para que possa fazer um trabalho perfeito na sua difícil missão. 

Um comentário:

Anônimo disse...

oi gostei da sua materia. abraço.