sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"O papel de alguns diretores no encobrimento da indisciplina e da violência na escola"

Os diretores têm responsabilidades na forma como a escola previne, sanciona e resolve os problemas da indisciplina e da violência nas escolas.

Há diretores que assumem o papel de líderes e não se eximem a estarem na linha da frente do combate à indisciplina e violência contra alunos, professores e funcionários. São os que não encobrem o fenómeno e os que não têm receio de vir a público afirmar que há escolas onde a indisciplina e a violência fazem parte da cultura, do ambiente e do dia-a-dia. Esses diretores não receiam que os casos de indisciplina venham reportados nos relatórios internos e externos de avaliação nem têm medo de que os inspetores penalizem a escola por eles não encobrirem.

No tempo de Maria de Lurdes Rodrigues havia uma política oficial de desvalorização destes fenómenos e essa política convidava ao encobrimento. Demasiados diretores foram coniventes com ela.

Agora, essa política acabou. O ministro da educação vem a público condenar os casos de violência contra professores e os diretores deixaram de ter medo de falar do assunto. Ainda assim, há muitos que mantêm a política de encobrimento e há até alguns que desresponsabilizam sistematicamente os agressores, colocando-se ao lado deles e culpando as vítimas.

Os diretores que desculpabilizam os agressores, aqueles que encontram sempre uma razão para tornar a violência aceitável, (des)educam pelo exemplo que dão.  Com essa atitude reforçam o comportamento dos pais que se colocam do lado dos filhos que agridem e contra os alvos dessa agressão. Dessa forma, criam o caldo de cultura que naturaliza a violência na escola. Em última análise, interiorizam a ideia de que a violência só existe se se falar dela. Se não se falar da violência, ela desaparecer como que por milagre.

fonte: http://www.profblog.org/2012/02/o-papel-de-alguns-diretores-no.html#more.

Nenhum comentário: