terça-feira, 15 de maio de 2012

Exercícios resolvidos de Língua Portuguesa

18 questões

01. Assinale a alternativa em que está correta a correlação entre o autor e sua obra.

1– Adriano Espínola a – Táxi

2 – Clarice Lispector b – O quinze

3 – Joaquim Manoel de Macedo c – A moreninha

4 – José Alcides Pinto d – Perto do coração selvagem

5 – Machado de Assis

6 – Rachel de Queiroz

e – João Pinto de Maria – biografia de um louco

A) 1-a; 2-b

B) 2-b; 3-c

C) 2-d; 4-c

D) 5-c; 3-e

E) 6-b; 4-e

Questão 1, alternativa E

A questão 01 pede que se correlacionem os autores e suas respectivas obras, em conformidade com as indicações oferecidas. O candidato deve assinalar a alternativa E. As correlações corretas são:

1.Adriano–a.Táxi; 2.Clarice Lispector–d.Perto do coração selvagem; 3.Joaquim Manuel de Macedo–c.A moreninha; 4.José Alcides Pinto–e.João Pinto de Maria – biografia de um louco; 6.Rachel de Queiroz–b.O quinze. Não há na relação obra escrita por Machado de Assis.

02. O espírito crítico e brincalhão, visível na narrativa de A luneta mágica, é também uma das

características mais fortes de:

A) Helena.

B) Beira-sol.

C) Dôra, Doralina.

D) Os verdes abutres da colina.

E) Memórias de um sargento de milícias.

Questão 2, alternativa E

A questão 02 promove uma aproximação intertextual entre as obras indicadas para o exame e sonda as suas leituras. A resposta correta se encontra na alternativa E, pois o espírito crítico e brincalhão, visível na narrativa de A luneta mágica, é também uma das características mais fortes de Memórias de um sargento de milícias. Em Helena, os traços dramáticos vividos pela protagonista afastam o riso e a descontração. Em Beira-sol, o poeta reflete sobre questões como a relação entre língua, história,

representação poética e seus processos, excluindo a comicidade. Dôra, Doralina tem a força de uma

revisão dramática do passado, que não comporta o riso. Os verdes abutres da colina se prendem às

características dos gêneros fantástico e do absurdo, que desconstroem as representações convencionais do senso comum, sem conduzir ao riso. Memórias de um sargento de milícias, ao contrário dos anteriores, tem as marcas do romance picaresco, que brinca com o infortúnio e leva à comicidade.

03. Analise as declarações sobre o Romantismo no Brasil.

I – O público leitor romântico se constituiu basicamente de mulheres e estudantes.

II – Com a popularização do romance romântico, obras passaram a ser escritas para o consumo.

III – O romance romântico veio atender uma necessidade de um público predominantemente rural.

A) Apenas I é verdadeira.

B) Apenas II é verdadeira.

C) Apenas III é verdadeira.

D) Apenas I e II são verdadeiras.

E) I, II e III são verdadeiras.

Questão 3, alternativa D

A questão 03 pede que o candidato analise as declarações referentes ao Romantismo no Brasil. A

alternativa correta é a D. A declaração I sustenta que o público leitor romântico é basicamente

constituído de mulheres e estudantes, o que está correto. Werneck Sodré e Alfredo Bosi (1975:141-142),

entre outros historiadores da literatura brasileira, registram o papel das mulheres e dos jovens

estudantes como leitores. Escreve o primeiro: “Claro que do público possível, daquelas camadas da

população urbana que estavam em condições de conceder atenção às Letras, e que se comportavam,

nisso como em tudo, de acordo com as suas origens e condições de classe, camadas que englobavam o

estudante, a mulher, o pequeno funcionalismo, parte do grupo comercial.” (1972:212). A declaração II

é correta. A recepção do público de Macedo exemplifica tal procedimento. A veracidade histórica do

fato pode ser encontrada em livros didáticos, como o de Abdala Júnior e Samira Campedelli (1985:79),

e em obras de história da literatura brasileira. A declaração III está errada, porque o público urbano e não o rural tem suas necessidades estéticas satisfeitas. É o que ensina Werneck Sodré, ao considerar que o romance romântico “Vem atender uma necessidade, uma exigência, uma solicitação natural e espontânea do meio, quando o Brasil atinge a uma etapa de desenvolvimento em que a atividade literária se torna possível, quando a vida urbana estabeleceu as condições mínimas para a sua existência. O que ficara para trás, o passado literário colonial, nada dizia à gente que povoava as cidades, que lhes concedia um papel, que estimulava novas manifestações...” (1972:231).

04. Assinale a alternativa correta quanto às assertivas sobre Joaquim Manoel de Macedo.

I – O escritor iniciou sua carreira literária, quando o movimento romântico já sofria declínio.

II – Macedo primou pela originalidade e fez de cada romance seu uma obra que não lembrava as anteriores.

III – O romancista aliou a observação da realidade e a espontaneidade inventiva ao representar a vida social de sua época.

A) Apenas I é verdadeira.

B) Apenas II é verdadeira.

C) Apenas III é verdadeira.

D) Apenas I e II são verdadeiras.

E) Apenas II e III são verdadeiras.

Questão 4, alternativa C

A questão 04 pede que o candidato analise três assertivas sobre Joaquim Manoel de Macedo. Deve ser

assinalada a alternativa C. A assertiva I está incorreta, porque o escritor lançou-se ainda bem jovem no

início do Romantismo brasileiro e tem sido considerado o fundador do romance romântico do Brasil,

apesar de o primeiro registro histórico do gênero não lhe pertencer. A II está incorreta, pois Macedo

não primava de fato pela originalidade e não fez de cada romance seu uma obra que não lembrava as

anteriores. Com o sucesso de A moreninha, Macedo definiu-se como homem de Letras e escreveu um

vasto conjunto de obras, que incluía romances, dramas, comédias, crítica da vida social e política

brasileira. O escritor manteve-se fiel às fórmulas composicionais da sua escrita e a seu público leitor,

negando-se a absorver as inovações trazidas por Alencar, que avançava em prestígio, e por Machado

de Assis. Diz Soares Amora que, após o sucesso de A moreninha, Macedo lançou-se com entusiasmo “a

uma produção em alta escala de romances semelhantes, os quais vieram a ser, durante uns vinte anos,

uma como que ‘literatura de consumo’ de nosso grande público.” (1973:281). A assertiva III é correta,

porque o romancista aliou a observação da realidade – traço muito visível em A luneta mágica – e a

espontaneidade inventiva, que empresta à representação da sociedade uma visão ao mesmo tempo

séria e jocosa.

05. Escreva V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a declaração sobre a composição de A luneta mágica:

( ) A estrutura do romance é complexa e indefinida.

( ) Os episódios são ali associados arbitrariamente.

( ) A pretensão de moralizar costumes se faz presente.

( ) Personagens grandiosas e exemplares ocupam o primeiro plano.

A seqüência correta se acha em:

A) F – V – V – F

B) F – F – V – F

C) V – F – V – V

D) V – F – V – F

E) V – V – F – V

Questão 5, alternativa B

A questão 05 indaga sobre as características da composição de A luneta mágica e solicita do candidato

que escreva V ou F nos parênteses diante das afirmativas. A alternativa a ser assinalada é a B. Quanto

à primeira declaração, compreende-se que seja falsa, porque a estrutura do romance é nítida e se

compõe de uma primeira parte, com sua Introdução, e o capítulo Visão do mal; de uma segunda parte,

também com sua Introdução, seguida pela Visão do bem; e de um epílogo. Por sua explícita arrumação formal, não se pode considerar o romance como sendo de estrutura complexa e indefinida.

A segunda é insustentável, por afirmar que sejam os episódios do romance associados arbitrariamente.

Existe um planejamento que amarra as seqüências das ações, possibilitando-se o advento dos episódios posteriores com base em seus antecedentes. É correta a terceira declaração, porque identifica na narrativa a pretensão de moralizar os costumes, característica que remonta das primeiras formas cômicas e chega aos nossos dias, fazendo-nos rir dos vícios e defeitos humanos. As críticas de A luneta mágica miram os espaços políticos, sociais, familiares e individuais, onde se expõem as fraquezas de modo aberto ou dissimulado. As estratégias satíricas recorrem à perspectiva de um sujeito simples, até certo ponto ingênuo e pouco malicioso, que se apresenta quase sempre à margem dos valores em voga e dos procedimentos dominantes. Quanto à última declaração, as personagens que ocupam a cena textual são predominantemente a gente comum, sem maiores títulos e prestígio. Seus vícios e maus hábitos são tão realçados quanto o são as suas pequenas virtudes, o que impede considerá-las como figuras históricas grandiosas e exemplares.

06. Em sua relação com as demais personagens, o narrador demonstra:

A) a incapacidade de reconhecer os seus sentimentos.

B) a persistência em não enganar e não ser enganado.

C) a habilidade de compor uma auto-imagem ingênua.

D) o poder de controlar ações e pensamentos hipócritas.

E) a coerência de seu caráter adverso às opiniões alheias.

Questão 6, alternativa C

A questão 06 pergunta sobre o que se evidencia na relação do narrador com as demais personagens. É

correta a alternativa C. Quanto à A, por toda a narrativa se encontram passagens em que Simplício reconhece os seus sentimentos. A alternativa B erra porque Simplício engana e é enganado. A alternativa C é correta, porque o narrador demonstra a habilidade de compor uma auto-imagem ingênua e de até contrariá-la com pequenos comentários, procedimentos e sugestões. Igualmente errada é a alternativa D, já que o narrador de A luneta mágica não controla ações e pensamentos hipócritas, mas somente se ajusta dentro de uma realidade nem sempre sincera. A alternativa E é incorreta porque não se pode afirmar que o caráter de Simplício seja sempre adverso às opiniões alheias.

07. Leia o fragmento abaixo e em seguida escreva V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a declaração

sobre o trecho lido.

“O bem absoluto é Deus; mal absoluto não existe, não pode existir, porque seria o mal sem arrependimento, e sem perdão e portanto um limite à onipotência de Deus, o absurdo na verdade eterna.”

( ) O bem e o mal são forças antagônicas de igual poder.

( ) A onipotência de Deus constituiria um absurdo na Verdade eterna.

( ) O mal absoluto seria prova incontestável dos limites do poder divino.

( ) Não existem nem o bem nem o mal absolutos, somente Deus que os subjuga.

Assinale a alternativa que contém a seqüência correta.

A) V – V – F – V

B) V – F – V – F

C) F – F – V – V

D) F – V – V – F

E) F – F – V – F

Questão 7, alternativa E

A questão 07 trata da interpretação de um fragmento do romance. A resposta correta é a alternativa E,

que contém a seqüência F–F–V–F. A primeira assertiva é falsa, porque, no fragmento, patenteia-se que

o bem absoluto, coincidente com Deus, existe, enquanto não há o mal absoluto. Embora mal e bem sejam forças antagônicas, não têm igual poder, uma vez que o bem subjuga o mal, Deus é onipotente.

A segunda assertiva também é falsa. A onipotência divina está em conformidade com a Verdade eterna, não constituiria, pois, um absurdo. Absurdo seria conceber o mal como ilimitado, sem arrependimento e sem perdão, verdadeira limitação à onipotência de Deus. A terceira é verdadeira. O mal absoluto, na qualidade mesma de absoluto, a nada se submete, assim negando a onipotência divina e representando seu limite. A quarta declaração é falsa, conforme se pode inferir do comentário da primeira. O mal absoluto, de fato, não existe. O bem absoluto existe e se confunde com Deus.

Texto:

01 “O armênio começou a falar.

(...)

02 “Estudar o mundo e os homens, observando-os pela enfezada lente do pessimismo é tão

03 perigoso e falaz, como estudá-los, observando-os pelo imprudente prisma do otimismo.

04 “O velho misantropo, o homem ressentido e odiento que por terem sido vítimas de

05 enganos, de ingratidões e de traições, caluniam a humanidade, na turbação do espírito doente,

06 vendo em todos e em tudo o mal, prejudicam não só a própria, mas a felicidade de quantos se

07 deixam levar por essa prevenção sinistra que envenena e enegrece a vida.

08 “E no seu erro encontram eles duro castigo; porque em seus corações e em seu viver

09 mergulham-se no dilúvio de lodo escuro e infecto do mal que vêem ou adivinham em todos e

10 em tudo; e no furor de enxergar maldades, de condenar e aborrecer os maus, tornam-se por si

11 mesmos, proscritos da sociedade, selvagens que fogem da convivência humana.

12 “Eis aí o que te ensinei na visão do mal.

13 “Dando-te a primeira luneta mágica, eu fui o que sou – Lição; observando pela visão do

14 mal, tu foste o que és – Exemplo.

15 “O mancebo generoso e inexperiente, a jovem donzela criada entre sedas, sorrisos e flores,

16 educada santamente com as máximas de benevolência, com o mandamento do amor do

17 próximo, e ainda mesmo aqueles velhos que nunca deixaram de ser meninos, vêem sempre a

18 terra como céu cor-de-rosa, têm repugnância em acreditar no vício, deixam-se iludir pelas

19 aparências, enternecer por lágrimas fingidas, arrebatar por exaltados protestos, embair por

20 histórias preparadas, e dominar pela impostura ardilosa, e vêem por isso em todos e em tudo

21 o bem – na prática do vício imerecido infortúnio, – no perseguido sempre um inocente, – no

22 mal que se faz, indignidade, na trapaça e até no crime sempre um motivo que é atenuação ou

23 desculpa.

24 “E também esses têm no erro da sua inexperiência a sua cruel punição; porque cada dia e a

25 cada passo tropeçam em um desengano, caem nas redes da fraude e da traição, comprometem

26 o seu futuro, e muitas vezes colhem por fruto único da inocente e cega credulidade a desgraça

27 de toda sua vida.

28 “Eis aí o que te ensinei na visão do bem.

29 “Dando-te a segunda luneta mágica eu fui o que sou – Lição; observando pela visão do

30 bem, tu foste o que és – Exemplo.

31 “Escuta ainda, mancebo.

32 “Na visão do mal como na visão do bem houve fundo de verdade; porque em todo homem

33 há bem e há mal, há boas e más qualidades, e nem pode ser de outro modo, porque em sua

34 imperfeição a natureza humana é essencialmente assim.

35 “Mas a primeira das tuas lunetas mágicas não te mostrou senão o mal, e a segunda te

36 mostrou somente o bem, e para mais viva demonstração da falsidade e das funestas

37 conseqüências de ambas as doutrinas, ou prevenções, as tuas duas lunetas exageraram.

38 “Ora exagerar é mentir.

39 “Mancebo, a verdadeira sabedoria ensina e manda julgar os homens, aceitar os homens,

40 aproveitar os homens, como os homens são.

41 “A imperfeição e a contingência da humanidade são as únicas idéias que podem

42 fundamentar um juízo certo sobre todos os homens.

43 “Fora dessa regra não se pode formar sobre dois homens o mesmo juízo.

(...)

44 “Mancebo! para te levar à verdade já te lancei duas vezes no caminho do erro.

45 “Erraste acreditando no mal, erraste acreditando no bem, que te mostraram tuas duas

46 lunetas, que exageraram o mal e o bem, ostentando cada uma o exclusivismo falaz do seu

47 encantamento especial.

48 “Erraste pelo exclusivismo; porque o exclusivismo é o absurdo do absoluto no homem.

49 “Erraste pela exageração; porque exagerar é mentir.

” MACEDO, Joaquim Manoel de. A luneta mágica. São Paulo: Ática, 2001.

08. Escreva D ou I, conforme o significado do verbo cair nas frases abaixo seja diferente ou igual ao do

mesmo verbo empregado na linha 25.

( ) Nossa moeda caiu muito nos últimos tempos.

( ) Infelizes daqueles que caírem no submundo do crime.

( ) Empresas não podem deixar a qualidade de seu produto cair.

A) D – I – D

B) D – D – I

C) D – I – I

D) I – D – I

E) I – D – D

Questão 8, alternativa A

A questão 08 explora vocabulário e exige que o candidato identifique dentre três frases em que se

emprega o verbo cair, as que têm o mesmo significado deste verbo na passagem: “cada dia e a cada passo tropeçam em um desengano, caem nas redes da fraude e da traição”. O verbo cair, nessa frase, está empregado com o sentido de “ser dominado por”. A frase em que esse verbo está empregado com esse mesmo sentido é: “Infelizes daqueles que caírem no submundo do crime”, portanto, deve ser assinalada a alternativa A. De acordo com Ferreira (s/d:251), na primeira frase, o verbo cair significa “desvalorizarse (moeda, título, etc.)”; na última, “perder a qualidade; tornar-se pior, ou aquém das expectativas”.

09. Marque V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma.

( ) “embair” (linha 19) significa enganar.

( ) “proscritos” (linha 11) significa desterrados, expulsos.

( ) “odiento” (linha 4) pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por odiado.

A seqüência correta é:

A) V – F – V

B) V – V – F

C) V – V – V

D) F – V – F

E) F – F – V

Questão 9, alternativa B

A questão 09 aborda compreensão leitora e exige que o candidato saiba o sentido que têm, no texto, os

termos embair, proscritos e odiento. Está correta a alternativa B (V–V–F). Segundo Ferreira(s/d), embair

significa “enganar, iludir, seduzir” (p.507), portanto, está correto o sentido apresentado. Sendo “aquele

que foi desterrado” (p.1148) o significado de proscrito, a segunda afirmação também está correta.

Odiento significa “que tem ou guarda ódio; rancoroso” (p.991); odiado é o que recebe o ódio. É, portanto, inadequada a substituição de um termo pelo termo.

10. Assinale a alternativa em que o termo grifado tem o mesmo significado de falaz (linha 46).

A) A felicidade do ser humano parece fugaz.

B) O individualismo das pessoas é transitório.

C) É enganoso achar que o homem sincero é feliz.

D) Parece ingênuo achar que todos nascem felizes.

E) É absurdo acreditar que a criação divina é única.

Questão 10, alternativa C

A questão 10 explora vocabulário e exige que o candidato identifique, dentre cinco frases, aquela que

apresenta um termo cujo significado seja igual ao de falaz, empregado na linha 46. Falaz, de acordo com Ferreira (s/d:607), significa: “1. intencionalmente enganador; ardiloso, capcioso: 2. vão, quimérico, ilusório, enganoso”. A única frase em que aparece um desses significados é a C, portanto, a correta. Na alternativa A, aparece “fugaz”, que significa: “que foge com rapidez, rápido, veloz, fugitivo, que passa rapidamente, de pouca duração, transitório, efêmero” (p.659); na B, um sinônimo de fugaz, “transitório”; na D, “ingênuo”, que significa: “em que não há malícia, simples, franco, puro, inocente, singelo” (p.766); na E, aparece o termo “absurdo”, que significa “contrário à razão, ao bom senso, inepto, disparatado” (p.14).

11. Assinale a alternativa em que todas as palavras pertencem ao mesmo campo semântico de “infecto”

(linha 09):

A) fedido – putrefação – contaminação

B) exalação – impotente – infecundado

C) contágio – fetologia – infrutífero

D) insípido – virulento – fúria

E) feitor – bodum – fétido

Questão 11, alternativa A

A questão 11 aborda semântica e exige que o candidato identifique a alternativa em que todos os

vocábulos pertencem ao mesmo campo semântico no qual está inserida a palavra “infecto”, presente

na passagem: “E no seu erro encontram eles duro castigo; porque em seus corações e em seu viver mergulhamse no dilúvio de lodo escuro e infecto do mal que vêem ou adivinham em todos e em tudo”. De acordo com Ferreira (s/d), “infecto” significa “que tem infecção, que lança mau cheiro, que tem cheiro podre, fétido” (p.763). Assim, os termos que se associarem a esses pertencerão ao mesmo campo semântico de “infecto”. Deve ser assinalada a alternativa A, pois todos os termos – fedido (que exala fedor), putrefação (estado de putrefato; apodrecimento) e contaminação (ato de contaminar, que é provocar infecção) pertencem ao mesmo campo semântico. Nas demais alternativas há pelo menos um termo que não se enquadra nesse campo semântico. Na B, impotente (fraco, débil) e infecundado (que não foi fecundado, incapaz de produzir, não fertilizado); na C, fetologia (ramo da biologia e da obstetrícia que

se ocupa do feto) e infrutífero (que não dá resultado; baldado, inútil); na D, insípido (que não tem sabor;

que não é saboroso) e fúria (agitação violenta; ímpeto de violência; furor, exaltação de ânimo; raiva, ódio, ira); na E, feitor (administrador de bens alheios, gestor, superintendente de trabalhadores, capataz, rendeiro, caseiro).

12. No texto da prova:

I – As idéias se desenvolvem numa relação em que predomina a antítese.

II – Em “prevenção sinistra que envenena e enegrece a vida” (linha 07), o sentido é metafórico.

III – Há hipérbole em “mergulham-se no dilúvio de lodo escuro e infecto do mal” (linha 09)

Sobre as assertivas é correto afirmar que:

A) apenas I é verdadeira.

B) apenas II é verdadeira.

C) apenas III é verdadeira.

D) apenas II e III são verdadeiras.

E) I, II e III são verdadeiras.

Questão 12, alternativa E

A questão 12 trata de figuras de linguagem. Está correta a alternativa E – todas as assertivas são

verdadeiras. Ao longo do texto, as idéias se desenvolvem, estabelecendo oposição entre o mal e o bem

– antítese (item I). Em “prevenção sinistra que envenena e enegrece a vida”, há metáfora – “transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o do objeto que ela designa” (Ferreira, s/d:91); em

“mergulham-se no dilúvio, há hipérbole – “figura que engrandece ou diminui exageradamente a verdade

das coisas” (Ferreira, s/d:726).

13. Escreva V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma do trecho: “Erraste acreditando no

mal, erraste acreditando no bem, que te mostraram tuas duas lunetas, que exageraram o mal e o bem,

ostentando cada uma o exclusivismo falaz do seu encantamento especial.”(linhas 45–47).

( ) A visão exclusiva do bem e do mal é legítima.

( ) A convicção de que o bem e o mal estão separados conduz ao erro.

( ) O mérito do homem está em saber julgar de forma imparcial o que vê.

A) F – V – V

B) F – F – V

C) F – F – F

D) V – F – F

E) V – F – V

Questão 13, alternativa A

A questão 13 aborda compreensão do texto, exigindo que o candidato identifique que assertivas são

autorizadas pela leitura do fragmento destacado. O trecho faz referência ao resultado ilusório de se

observar o bem e o mal de maneira exclusiva, ou seja, olhando por um único prisma. A análise feita de

maneira pontual, exclusiva faz o observador incorrer em erro. Assim, é correta a alternativa A (F–V–

V), que assegura como verdadeiras as afirmações “A convicção de que o bem e o mal estão separados conduz ao erro” e “O mérito do homem está em saber julgar de forma imparcial o que vê”. A primeira assertiva está errada, porque assevera como legítima a observação exclusiva do bem e do mal.

14. Sobre a passagem (...) “o exclusivismo é o absurdo do absoluto no homem.” (linha 48), é correto afirmar que:

I – o poder absoluto de Deus se manifesta no homem pelo exclusivismo.

II – a absolutização de uma visão parcial e apaixonada constitui um absurdo.

III – O homem parcial e apaixonado está mais próximo do poder absoluto de Deus.

A) Apenas I é verdadeira.

B) Apenas II é verdadeira.

C) Apenas III é verdadeira.

D) Apenas I e II são verdadeiras.

E) Apenas I e III são verdadeiras.

Questão 14, alternativa B

A questão 14 trata da interpretação de um fragmento do texto. A alternativa correta é a B, pois

somente a segunda afirmação pode ser respaldada pelo fragmento. O exclusivismo aqui é interpretável

como o ver de maneira parcial e apaixonada, em que se excluem da visão os atributos, de pessoa ou

coisa, que contradigam essa visão parcializante dos fenômenos. Constitui um absurdo tornar absoluta

a visão parcial e apaixonada, a visão exclusivista, pela simples razão de ela ser parcial. A primeira e terceira afirmações não são autorizadas pelo fragmento. Naquela, afirma-se que o exclusivismo é a manifestação do poder absoluto de Deus no homem, quando, na verdade, o exclusivismo impõe limites à onipotência divina, negando-a. Nesta, assevera-se que o homem está mais próximo do poder absoluto de Deus por ser parcial e apaixonado, o que constitui equívoco. Deus, em seu poder absoluto, representa uma visão totalizante, longe da visão parcial e apaixonada do homem.

15. Assinale a alternativa em que a forma oni- apresenta sentido diferente da que se encontra em

onipotente.

A) onírico

B) onívoro

C) onicolor

D) onisciente

E) onipresente

Questão 15, alternativa A

A questão 15 versa sobre o sentido da forma oni- (do adjetivo latino omnis, e “todo, tudo”), presente no

composto onipotente, cujo significado é “que pode tudo, que é todo-poderoso”. A referida forma reaparece nas palavras onívoro (que ou o que come tudo ou de tudo), onicolor (que tem, que é matizado de todas as cores), onisciente (que sabe tudo, que tem saber absoluto, pleno) e onipresente (que está presente em todos os lugares, em todas as partes). No entanto, tal forma não consta da palavra onírico, que diz respeito a ou tem o caráter, a natureza de sonho. Em onírico, tem-se um derivado de onir(o)- (do grego oneiron (os), ou “sonho”). Portanto, o candidato deve marcar a alternativa A, que contém a única palavra em que oni- não significa “todo ou tudo”.

16. Assinale a alternativa que apresenta corretamente os antecedentes dos relativos grifados no fragmento abaixo.

“Horrorizado da aranha, desviei dela a minha luneta mágica e em movimento de repulsão levei-a até uma das extremidades do telhado, onde encontrei metade do corpo de um rato que1 me olhava esperto, e com ar que2 me pareceu de zombaria. Senti vivo desejo de estudar o rato e fixei-o com a minha luneta; mas o tratante somente me deixou exposto durante minuto e meio, e fugiu-me, deixando-me ouvir certo ruído que3 me pareceu verdadeira risada de rato.” (p.71).

que1 que2 que3

A) um rato ar o rato

B) um rato ar certo ruído

C) um rato ar vivo desejo

D) uma aranha esperto vivo desejo

E) uma aranha esperto o rato

Questão 16, alternativa B

A questão 16 explora conhecimentos sintáticos, especificamente o emprego de pronome relativo, e requer que o candidato identifique os antecedentes dos grifados no trecho “Horrorizado da aranha, desviei dela a minha luneta mágica e em movimento de repulsão levei-a até uma das extremidades do telhado, onde encontrei metade do corpo de um rato que1 me olhava esperto, e com ar que2 me pareceu de zombaria. Senti vivo desejo de estudar o rato e fixei-o com a minha luneta; mas o tratante somente me deixou exposto durante minuto e meio, e fugiu-me, deixando-me ouvir certo ruído que3 me pareceu de verdadeira risada de rato.” (p.71).

Na primeira ocorrência, o pronome relativo pode ser substituído por “um rato” (este animal olhava esperto para a personagem); na segunda ocorrência, o pronome tem ligação com o termo “ar” (a forma como o animal olhava para a personagem pareceu-lhe ar de zombaria); na terceira ocorrência, o pronome tem como antecedente o sintagma “certo ruído” (o ruído pareceu-lhe da risada de um rato). Portanto, é correta a alternativa B.

17. No trecho: “Eu não creio, não posso mais acreditar na bondade ou na virtude de homem algum; todos

são mais ou menos ruins, falsos, e indignos; há porém alguns que sem dúvida com o fim de ser mais nocivos aos outros, e para produzir maior dano, têm o merecimento de dizer a verdade nua e crua, (...)” (p.65):

I – algum e alguns são pronomes indefinidos.

II – alguns é sujeito do verbo haver.

III – algum equivale a nenhum.

Assinale a alternativa correta sobre as assertivas acima:

A) apenas I é verdadeira.

B) apenas II é verdadeira.

C) apenas I e II são verdadeiras.

D) apenas I e III são verdadeiras.

E) I, II e III são verdadeiras.

Questão 17, alternativa D

A questão 17 explora conhecimentos gramaticais e incide sobre o uso dos pronomes grifados no trecho

“Eu não creio, não posso mais acreditar na bondade ou na virtude de homem algum; todos são mais

ou menos ruins, falsos, e indignos; há porém alguns que sem dúvida com o fim de ser mais nocivos

aos outros, e para produzir maior dano, têm o merecimento de dizer a verdade nua e crua, (...)”. O

candidato deverá identificar, dentre três assertivas, as que são verdadeiras acerca do uso desses

termos. Ambas as formas, algum e alguns, são pronomes indefinidos, portanto, é correta a assertiva I.

É correta também a III, porque algum vem após o verbo da oração, posição que lhe confere uma marca

negativa (Neves, 2000:543). A assertiva II não está correta, uma vez que o verbo haver é impessoal.

Assim, deve ser assinalada a alternativa D.

18. Sobre o trecho “As próprias plantas venenosas são úteis: a ciência faz do veneno mais violento um

meio destruidor de moléstias, regenerador da saúde, conservador da vida.”, é correto afirmar que:

I – o período é composto por duas orações.

II – há somente três palavras formadas por sufixação.

III – a acentuação gráfica das palavras grifadas se justifica pela mesma regra.

A) apenas I é correta.

B) apenas II é correta.

C) apenas I e II são corretas.

D) apenas I e III são corretas.

E) apenas II e III são corretas.

Questão 18, alternativa D

A questão 18 aborda conhecimentos lingüísticos de diferentes ordens: classificação de período, formação

de palavras e aspectos de convenções da escrita, especificamente, acentuação gráfica. O candidato deverá identificar as afirmações verdadeiras, dentre três, sobre o trecho “As próprias plantas venenosas são úteis: a ciência faz do veneno mais violento um meio destruidor de moléstias, regenerador da saúde,

conservador da vida.”. Na primeira assertiva, afirma-se que o período é composto de duas orações. É

verdadeiro, “as próprias plantas venenosas são úteis” é a primeira oração e “a ciência faz do veneno mais

violento um meio destruidor de moléstias, regenerador da saúde, conservador da vida”, a segunda. Na

segunda afirmação assevera-se que nesse trecho há apenas três palavras formadas por sufixação. É falso,

há pelo menos quatro: venenosas, destruidor, regenerador, conservador. Na terceira, afirma-se que a

acentuação das palavras grifadas (próprias/ciência/moléstias) é feita pela mesma regra. É verdadeiro,

pois todas “levam acento agudo ou circunflexo os vocábulos terminados por ditongo oral átono, quer

decrescente ou crescente” (Bechara, 1999:108). Portanto, é correta a alternativa D, que apresenta I e III

como verdadeiras.

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo blog. Gostei da iniciativa das explicações nas questões.

Unknown disse...

Parabéns pelo blog. Gostei das explicações nas questões, ótima iniciativa.