quarta-feira, 1 de março de 2017

Algumas questões teóricas
[editar] Concepção da Análise do Comportamento
De acordo com a concepção da Análise do Comportamento, o processo de aprendizagem acontece na relação entre o objeto de conhecimento e o aluno. O professor programa a forma como o objeto de conhecimento será organizado, respeitando as características individuais do aluno. O objetivo é que o aluno se interesse pelo processo de conhecimento e aja sobre o objeto de conhecimento.
Apesar do que alguns críticos erroneamente afirmam, para os analistas do comportamento o aluno não deve assumir uma posição passiva durante o aprendizado. Pelo contrário, responder a questões, formular questões e relacionar diferentes conteúdos é fundamental. Para que a aprendizagem seja mais efetiva, o professor deve investigar o nível de conhecimento do aluno, identificando seus pontos fortes e fracos e adaptando os conteúdos de forma a facilitar o ensino.


[editar] Concepção Racionalista
Na concepção racionalista, a aprendizagem é fruto da capacidade interna do aluno. Ele é, ou não, “inteligente” porque já nasceu com a capacidade, ou não, de aprender. Sua aprendizagem também estará relacionada à maturação biológica, só podendo aprender determinados conteúdos quando tiver a prontidão necessária para isso. O aluno já traz uma capacidade inata para aprender. Quando não aprende, é considerado incapaz; se aprende diz-se que tem um bom grau de quociente intelectual ou (Q.I.). Nesta concepção, o papel do professor é de organizador do conteúdo, levando em consideração a idade do indivíduo.
De acordo com as pesquisas na área cognitiva de aprendizagem, quando uma pessoa apresenta uma deficiência de aprendizado em algum assunto específico, é provável que as ferramentas mentais como análise, percepção, memória, analogia, imaginação e organização mental das informações não estarão desenvolvidas apropriadamente. É necessário preparar essas competências mentais para desenvolver o aprendizado mais sistêmico antes de aplicar o conteúdo em si no aluno. Essa "capacidade inata" de aprender é vista como variável, porque, dependendo do seu sistema mental, o indivíduo pode tê-lo desenvolvido muito bem ou não. Caso negativo, uma orientação especial é capaz de desenvolver esses pontos mais precários de aprendizagem.
Por esse motivo a concepção racionalista é de cunho preconceitual. Ela se fecha num ponto estático de uma situação e não aborda os elementos possíveis e cabíveis para o desenvolver intelectual e cognitivo que toda mente humana pode desenvolver.
[editar] Concepção Construtivista
A concepção construtivista define a aprendizagem como um processo de troca mútua entre o meio e o indivíduo, tendo o outro como mediador. O aluno é um elemento ativo que age e constrói sua aprendizagem. Cabe ao professor instigar o sujeito, desafiando, mobilizando, questionando e utilizando os “erros” de forma construtiva, garantindo assim uma reelaboração das hipóteses levantadas, favorecendo a construção do conhecimento. Nesta concepção o aluno não é apenas alguém que aprende, mas sim o que vivencia os dois processos, sendo ao mesmo tempo ensinante e aprendente.
Alguns teóricos da Psicopedagogia defendem que “para que haja aprendizagem, intervêm o nível cognitivo e o desejante, além do organismo e do corpo” (Fernández, 1991, p. 74), por isso aproxima-se dos referenciais teóricos do construtivismo, pois foca a subjetivação, enfatizando o interacionismo; acredita no ato de aprender como uma interação, crença esta fundamentada nas idéias de Pichon Rivière e de Vygotsky; defende a importância da simbolização no processo de aprendizagem baseada nos estudos psicanalíticos, além da contribuição de Carl Gustav Jung pela psicologia analítica.
É necessário que o psicopedagogo tenha um olhar abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, indo além dos problemas biológicos, rompendo assim com a visão simplista dos problemas de aprendizagem, procurando compreender mais profundamente como ocorre este processo de aprender numa abordagem integrada, na qual não se toma apenas um aspecto da pessoa mas sua integralidade.
Necessariamente, nas dificuldades de aprendizagem que apresenta um sujeito, está envolvido também o ensinante. Portanto, o problema de aprendizagem deve ser diagnosticado, prevenido e curado, a partir dos dois personagens e no vínculo. (Fernández, 1991, p. 99). Assim, cabe ao psicopedagogo voltar seu olhar para esses sujeitos, ensinante e aprendente, como para os vínculos e a circulação do saber entre eles. Como afirma Paín, uma tarefa primordial no diagnóstico é resgatar o amor. Em geral, os terapeutas tendem a carregar nas tintas sobre o desamor, sobre o que falta, e poucas vezes se evidencia o que se tem e onde o amor é resgatável. Sem dúvida, isto é o que nos importa no caminho da cura (Paín, 1989, p. 35).
[editar] Regulamentação
No Brasil vivencia-se ainda a luta, para que se regulamente a profissão de psicopedagogo, de modo que este seja formado em cursos de graduação a exemplo do que já acontece na Europa, em especial, na França e em Portugal, além de outros países.
Em 2005 foi reconhecido o primeiro curso de graduação em psicopedagogia, oferecido pela
PUC/RS (em extinção)[3]. Na época o Brasil já contava com outros cursos em andamento: no Centro Universitário La Salle, (Canoas, RS) e no Centro Universitário FIEO (Osasco, São Paulo). Nesta última instituição, em 2006, foi recomendado pela CAPES o primeiro mestrado acadêmico com área de concentração em psicopedagogia.
A regulamentação brasileira tem avançado a partir do Projeto de Lei nº 128/2000 e da Lei n.º 10.891. Entretanto, a regulamentação de qualquer nova profissão, a exemplo das tentativas de regulamentação da psicanálise no Brasil, têm encontrado uma forte barreira constitucional, pois o Art. 5º da Constituição Brasileira prevê o "livre exercício profissional", sendo entendido que é desnecessário e oneroso para o Estado a regulamentação de profissões, exceto quando há risco eminente para a sociedade.
[editar] Terminologia
  • Ensinante-aprendente: termo usado para indicar que todo sujeito exerce as duas funções simultaneamente.
  • Diagnóstico Psicopedagógico: trata-se da avaliação da situação e história individual baseado nos princípios psicopedagógicos, o que difere do diagnóstico psicológico ou da avaliação educacional.
  • DIFAJ: termo cunhado por Alicia Fernández para descrever o modelo de atendimento psicopedagógico implementado pelo E.Psi.B.A. É o acrônimo para "Diagnóstico Interdisciplinar Familiar de Aprendizagem em uma Jornada".
  • Inteligência atrapada: estado de inibição cognitiva caracterizado pelo esquema mental de defesa ou fuga, desenvolvido pelo próprio sujeito que impede ou atrapalha a aprendizagem.
  • Queixa: termo que designa o problema vivenciado pelo sujeito, em geral criança ou adolescente, na visão dos pais ou de quem apresenta o caso ao profissional psicopedagogo (Ex: "Ele não consegue ler"; "Ela escreve de trás para frente"; "Ele troca as letras"; "Ele não sabe nada").
  • Vínculo: relação mútua entre a criança ou adolescente e o outro (família, colegas, profissionais etc.).
Referências bibliogáficas
  • BARBOSA, Laura Mont Serrat. A história da psicopedagogia contou também com Visca, in Psicopedagogia e Aprendizagem. Coletânea de reflexões. Curitiba, 2002.
  • BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. 2ªed. Rio de Janeiro, WAK 2004.
  • BEAUCLAIR, João. Para Entender Psicopedagogia: perspectivas atuais, desafios futuros. Rio de Janeiro, WAK, 2006.
  • FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: ArtMed, 1991.
  • FERNÁNDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora. Porto Alegre: ArtMed, 1994.
  • FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1997.
  • MERY, Janine. Pedagogia curativa escolar e psicanálise. Porto Alegre : Artes Médicas, 1985.
  • PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 3ªed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
  • SKINNER, Burrhus Frederic. Ciência e comportamento humano. 4ªed. São Paulo: Martins Fontes, 1978.
·         DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM O QUE SÃO? COMO TRATÁ-LAS?
·         Nadia Aparecida Bossa
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·         O ensino nas instituições do governo é da pior qualidade. Falo com a experiência de vários anos como supervisora de estágio na área de psicologia escolar, uma vez que os grupos de estagiários sob minha supervisão permanecem por um ano nas instituições de ensino da rede pública, e tem por tarefa realizar um diagnóstico e desenvolver um projeto de intervenção que atenda as principais necessidades da escola
·         Percebemos que muitos materiais literários estão sendo lançados na psicopedagogia que até pouco tempo, tinha carência de materiais científicos específicos para a área. Este novo lançamento do seu livro "Dificuldades de Aprendizagem" O que são? Como trata-las, é a primeira obra da psicopedagogia que explica a leigos o trabalho do psicopedagogo e sobre as diversas faces das dificuldades de aprendizagem. Era esta a sua intenção? Por que?
·         A motivação para a elaboração do Livro "Dificuldades de Aprendizagem.O que são? Como tratá-las? "foi criar um material que pudesse facilitar o enquadre junto à criança (e/ou adolescente) e seus pais, quando houvesse indicação para uma intervenção psicopedagogica. Essa necessidade surgiu da minha experiência enquanto supervisora de estágio em atendimento psicopedagógico clínico na PUC/SP. Frente à dificuldade dos estagiários em esclarecer, à criança e à família, como e porquê seria conduzido o processo de intervenção, ocorreu-me que um material ilustrado, através do qual, os personagens envolvidos no processo pudessem se identificar, poderia se constituir num instrumento valioso para o Psicopedagogo.Ao longo da trajetória de criação do material, outras demandas foram se acrescentando a motivação inicial, como por exemplo: a importância de auxiliar o professor no momento do encaminhamento do aluno com dificuldades; o esclarecimento aos acadêmicos da área da educação e da psicologia à respeito da especificidade da psicopedagogia; uma contribuição acerca da complexidade do processo de aprendizagem escolar, etc...Por fim, quando depois de pronto, passei a testá-lo, a fim de verificar sua eficácia antes da publicação, constatei o efeito terapêutico produzido pelos movimentos de identificação e projeção, das crianças que, ao se reconhecerem no personagem e nas situações presentes no livro, sentiam-se compreendidas e acolhidas. Só a título de esclarecimento, sem muito rigor teórico, estou chamando de identificação "ao processo psíquico de se reconhecer em um elemento externo" e de projeção "o processo psíquico de atribuir ao elemento externo, aspectos do mundo interno."
·         Este é um livro que deverá estar nas instituições e nos consultórios já que claramente existe a preocupação com a qualidade do material, imagens e a didática empregada nas questões/respostas que surgem a cada momento no processo daqueles que procuram e necessitam de um trabalho psicopedagógico?
·         De fato, a intenção, é que este material esteja tanto na clínica, como nas instituições de ensino em geral, e que possa ser utilizado de forma criativa, em vários momentos do processo. Que possa ainda ser manuseado muitas vezes, por isso a preocupação com o papel e que as imagens (ilustrações) superem o alcance da linguagem escrita.
·         Você é autora também do livro "A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática". A quem se direciona este livro e qual a abordagem?
·         O livro " A Psicopedagogia no Brasil : contribuições a partir da prática"é direcionado à psicopedagogos, estudantes de psicopedagogia e aos profissionais da educação e da psicologia interessados em conhecer o campo da psicopedagogia. Nesse livro, através de uma abordagem da prática procurei sistematizar os fundamentos da psicopedagogia. No capítulo I procuro definir a psicopedagogia, seus fundamentos epistemológicos e seu objeto de estudo, contextualizando-a.Nos capítulos II e III discuto a especificidade dessa prática, a questão da formação, o código de ética e os limites e as possibilidades da psicopedagogia frente a realidade brasileira. Nos capítulos IV e V procuro ilustrar, através de fragmentos de casos, a prática clínica e institucional, e comparo a prática psicopedagógica com outras práticas, ou seja, procuro delimitar nosso campo de atuação.Por fim, nas considerações finais trato da questão da identidade do psicopedagogo brasileiro , que foi sendo tecida ao longo dos capítulos do livro.
·         Como organizadora e autora lançou outros três livros "Avaliação psicopedagógica da criança de 0 a 6 anos"; "Avaliação psicopedagógica da criança de 7 a 11anos" e "Avaliação psicopedagógica do Adolescente", como é trabalhar com profissionais com outras abordagens psicopedagógicas?
·         A complexidade do fenômeno em questão - a aprendizagem humana - tem a dimensão da própria vida. Costumo trabalhar com uma definição de aprendizagem inspirada em Bleger. Em Psicologia da Conduta, Bleger nos diz que "a conduta e a personalidade têm um desenvolvimento no qual vão se organizando progressivamente, respondendo a um processo dinâmico no qual podem se modificar de maneira mais ou menos estável. Chama-se aprendizagem esse processo pelo qual a conduta modifica-se de maneira estável à raiz das experiências do sujeito."Portanto, embora o conceito de aprendizagem tenha sobre si o peso da tradição intelectualista, abarca muito mais. Por isso, a despeito da importância que esse aspecto possa ter, ele é só uma parte da aprendizagem total que o ser humano realiza.
A meu ver, essa definição de aprendizagem, por si só, justifica o caráter multidisciplinar da psicopedagogia. Assim, é imprescindível que o psicopedagogo tenha flexibilidade e abertura para integrar, articular e compartilhar conhecimentos e experiências com profissionais, cujas abordagens sejam distintas a sua. Não se pode perder de vista que trata-se de um mesmo fenômeno, analisado através de perspectivas diferentes e que não são excludentes, ao contrário, se complementam. Por isso, para mim trabalhar com profissionais com outras abordagens psicopedagógicas é sempre uma experiência muito enriquecedora.
·         Como doutora em Psicologia da Educação e Psicopedagoga, poderia esclarecer aos nossos leitores a diferença entre estes dois trabalhos, a Psicologia da Educação e a Psicopedagogia, já que estamos vivendo um momento em nossa profissão onde estes dois aspectos são confundidos por aqueles que desconhecem o trabalho do psicopedagogo?
·         No meu livro "A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática", logo na introdução faço uma discussão à respeito da diferença entre as denominações Psicologia Educacional, Psicologia Escolar e Psicopedagogia. Aqui, sem estender sobre o assunto, posso dizer que tradicionalmente a
Psicologia da Educação diz respeito a uma área que estuda a utilização dos conhecimentos teóricos da Psicologia às questões da Educação. Trata-se portanto, de um campo teórico que vai resultar em teorias da Educação. Diferentemente, a Psicopedagogia consiste numa área de aplicação, que recorre à conhecimentos das diversas áreas que estudam o fenômeno humano na compreensão do processo de aprendizagem. Quero ressaltar que não se trata, como costuma-se pensar, na aplicação da psicologia à pedagogia.
·         Como você vê a evolução da Psicopedagogia no Brasil nestes últimos anos?
·         Em certos aspectos vejo a evolução da Psicopedagogia no Brasil nestes últimos anos com otimismo.Por exemplo, no que se refere ao conhecimento que vem sendo produzido através de dissertações, teses e outras pesquisas. Por outro lado, preocupa-me a proliferação de cursos de psicopedagogia em Instituições que visam apenas a parte financeira, e conseqüentemente geram práticas irresponsáveis em nome da psicopedagogia
·         O que pensa sobre a regulamentação da profissão do psicopedagogo?
·         A regulamentação da profissão é extremamente delicada. Seu aspecto positivo reside no fato de que talvez pudesse nos preservar da proliferação de cursos sem qualidade, bem como de práticas irresponsáveis que possam comprometer a credibilidade da psicopedagogia. Existe ainda o fato de que sendo uma profissão regulamentada ficam assegurados certos espaços de atuação como por exemplo, criação da carreira para nomeação de cargo em instituições governamentais. No entanto, parece-me que frente a oposição de outros profissionais à regulamentação da profissão ( diga-se de passagem meramente uma questão de reserva de mercado ), o psicopedagogo encontra-se despreparado, correndo o risco de desencadear uma problemática que acabe por restringir sua atuação .
·         Como anda o ensino nas instituições do governo e instituições particulares?
O psicopedagogo já se faz presente de forma significativa? 
·         Esta é uma questão que me mobiliza profundamente. O meu desejo é falar sobre este ponto por horas a fio, para demonstrar minha indignação com o descaso dos nossos governantes frente a educação no nosso pais. O ensino nas instituições do governo é da pior qualidade. Falo com a experiência de vários anos como supervisora de estágio na área de psicologia escolar, uma vez que os grupos de estagiários sob minha supervisão permanecem por um ano nas instituições de ensino da rede pública, e tem por tarefa realizar um diagnóstico e desenvolver um projeto de intervenção que atenda as principais necessidades da escola.O que temos constatado através dessas experiências é um caos absoluto. Podemos dizer que ao concluírem a 8a. série os alunos mal sabem escrever. É lamentável. Em relação as instituições particulares, podemos dizer que uma pequena parcela prima de fato pela qualidade de ensino, as demais são empresas com fins lucrativos, o que vale inclusive para o ensino de Terceiro Grau. Quanto ao psicopedagogo, este se faz presente, mas no sentido de receber das escolas o encaminhamento de alunos com dificuldades de aprendizagem, do que propriamente como psicopedagogo institucional. Porém, tenho observado recentemente uma crescente demanda em relação ao psicopedagogo nas instituições particulares e até mesmo a iniciativa de alguns municípios na implantação da carreira de psicopedagogo institucional
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·         Nadia Aparecida Bossa - Pedagoga, psicóloga, psicopedagoga, mestre em psicologia da educação PUC/SP, doutora em Psicologia e Educação pela USP; Professora e supervisora da PUC/SP; Coordenadora do curso de especialização em psicopedagogia do Instituto Metodista de Ensino Superior; Professora e supervisora da Faculdade de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu
·         ANÁLISE DO PERFIL PSICOPEDAGÓGICO DA INSTITUIÇÃO
·         Simone dos Santos Antonio
·         O objetivo deste artigo é de compreender a atuação do psicopedagogo no âmbito institucional, juntamente com as necessidades e realidades vividas pelas escolas atualmente. O docente precisa motivar e envolver seus alunos para que se sintam estimulados para o seu desenvolvimento, proporcionando um ambiente que conferir ao aluno criar, comparar, discutir e perguntar, ou seja, aplicar e adquirir os conhecimentos. A intenção desse trabalho é proporcionar ao psicopedagogo, que tem um papel muito importante nesse processo de diagnostico e intervenção, um exemplo de intervenção, desde sua análise educacional, individual e até mesmo a análise da vivência individual de cada aluno envolvido. Vemos a necessidade que os alunos possuem de criar vínculos com seus professores, facilitando seu desenvolvimento cognitivo. No desenvolver o artigo fico fácil perceber a importância de um diagnóstico preciso, onde são ouvidas as diferentes visões e queixas dos agentes educacionais envolvidos.
·         Palavras-chave: Psicopedagogo, aprendizagem, intervenção.
·         INTRODUÇÃO
O psicopedagogo atua como um facilitador, identificando, diagnosticando e intervindo na solução da dificuldade de aprendizagem encontrada na criança. A intervenção psicopedagógica é importante na atuação do psicopedagogo, porém para obter-se um resultado satisfatório é necessário planejar a atuação
Segundo Coelho (2001) “Historicamente, a intervenção psicopedagógica vem ocorrendo na assistência às pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem (...) Diante do baixo desempenho acadêmico, alunos são encaminhados pelas escolas que freqüentam, com o objetivo de elucidar a causa de suas dificuldades. A questão fica, desde o princípio, centrada em quem aprende, ou melhor, em quem não aprende”.
A autora acrescenta ainda que para analisar a dificuldade de aprender inclui analisar o projeto pedagógico escolar, suas propostas de ensino e a valorização da aprendizagem. Essa ampliação através do aluno fornece ao psicopedagogo abrir espaços para que se disponibilizem recursos frente aos desafios encontrados, para que aconteça com sucesso a efetivação da aprendizagem.
Segundo a constituição federal é garantido o direito á igualdade e o direito de todos à educação. Os mesmo visam o desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. A constituição federal garante a todos o direito à educação e ao acesso a escola, assim toda escola deve atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma indivíduos.
Conforme Almeida (2009) “A aprendizagem exerce papel essencial no desenvolvimento humano, sendo sua principal característica os processos de mudança que ocorrem como resultado da experiência. Um componente essencial no processo de aprendizagem é a escola. Sendo esta, o espaço físico institucional onde se fornece de modo sistemático ensino coletivo. Deve ser entendida como espaço social responsável pela educação das pessoas, vinculada à realidade e necessidade da comunidade na qual está inserida”.
·         DESENVOLVIMENTO
Problema / Queixa principal (agentes educativos envolvidos)
Os professores consideram que as crianças em questão são incapazes de progredir na escola. Os professores não as conhecem profundamente. A turma que apresentou reprova de 70% da sala tiveram uma substituição constante de alunos que atingiu, no numero de sete professores em um ano. No próximo ano os alunos reprovados foram designados a ter aula com uma professora novata sem experiência como docente. Essas crianças repetiram novamente e foram redistribuídas pelas classes de iniciantes, a fim de recomeçar o processo de alfabetização. Os alunos não produziam, não faziam as lições, não se mobilizavam e para terem algum rendimento, acredito que precisam de estimulados.
Os principais agentes educativos envolvidos são: professores, inspetores, monitores, direção da escola e os pais dos alunos.
Segundo Oliveira (2009) “O diagnostico objetiva essencialmente orientar para um processo interventivo que seja significativo para o sujeito ou instituição em questão, no sentido de potencialização da aprendizagem”.
Sendo assim, percebemos o quanto o trabalho em equipe é importante para o sucesso de uma intervenção psicopedagógica. Sua totalidade quando envolvida com o objetivo de fortalecer a aprendizagem torna satisfatório os resultados a serem alcançados.

Hipóteses
Segundo Oliveira (2009, p.51) “Compreender o processo histórico de funcionamento e estabelecimento da estrutura maior que é a instituição, a partir das redes de relação, amplia a possibilidade de visão em relação à aprendizagem e confere maior flexibilidade de atuação e compreensão da situação atual da instituição”.
O psicopedagogo usa do diagnóstico psicopedagógico para identificar os problemas encontrados. É um processo de investigação, onde busca por pistas, selecionando e centrando-se na investigação de todo processo de aprendizagem, levando-se em conta todos os fatores envolvidos neste processo.
Devemos considerar algumas perguntas:
•Os professores são qualificados?
•Os professores são imparciais?
•A escola oferecem os recursos necessários para o bom desenvolvimento da aprendizagem das crianças?
•Os professores e a diretoria se apresentam de maneira ativa e afetiva para os alunos?
•Os pais fazem o seu papel e se preocupam em saber como os filhos esão caminhando na escola?
•As crianças se comprometem e realizam as suas tarefas?
·         A escola é um espaço relacional, onde se transmitem valores, além de estabelecerem rituais e convenções. O aluno precisa ser interpretado como um conjunto de suas condições materiais e espirituais de existência, sem esquecer que isso inclui a estrutura familiar.
Podemos levar as hipóteses que essas crianças sentem-se inferiores perante os demais alunos. Consequentemente até os professores, sentem-se frustrados por não conseguir desenvolver a grande essência de sua função – criar o estímulo e a interação entre o ensino – aprendizagem.
·         Instrumentos de Pesquisa
Oliveira (2009) conceitua que qualquer profissional que deseje trabalhar em escolas, precisa conhecer o sistema escolar, ou seja, os elementos que constituem uma estrutura formal e uma organização informal. Isso não é diferente para o profissional psicopedagogo que se sujeita a ser o articulador das relações de aprendizagem, envolvendo todos os elementos da instituição, como: programação, recursos materiais, pessoal escolar e a escola e seus subsistemas. A Autora acrescenta ainda que o profissional psicopedagogo provoca mudanças no individual e no coletivo, é importante ainda fazer uso de uma visão sistêmica que envolva todos os subsistemas.
·         A tarefa do psicopedagogo é identificar a dificuldade de aprendizagem que os alunos estão apresentando para então chegar a latente, que caracteriza a forma como a instituição escolar lida com as situações conflituosas. O psicopedagogo intervém, então, criando condições favoráveis para que a aprendizagem aconteça naquele grupo, tornando-se comprometido com a continuidade desse processo. (OLIVEIRA, 2009, p. 62).
·         Segundo Oliveira (2009), para realizar um diagnóstico de sucesso é preciso identificar alguns aspectos essenciais e seus questionamentos, como:
•Análise do contexto e leitura do sintoma: requer um pensamento sistêmico para que a visão seja ampla e imparcial. Ex: “Quais são os envolvidos?”, “Qual a responsabilidade de cada um deles?”;
•Explicação das causas em relação ao sintoma: é preciso analisar os obstáculos, através do diagnóstico institucional. É necessária uma pesquisa da dimensão histórica da causa das queixas. Ex: “Por que as crianças não aprendem?”, “Por que reprovam tantos anos”;
•Explicação da origem do sintoma e causas históricas: “analisar as concepções construtivista, estruturalista e interacionaista que embasam a epistemologia convergente”;
•Análise do distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados aceitáveis: o diagnóstico psicopedagógico devem estar relacionados com as propostas da instituição;
•Indicação e encaminhamentos: é preciso que o psicopedagogo possua vários instrumentos de intervenção para atuar com precisão e variedade.
·         Participação dos agentes educativos na pesquisa avaliativa
Ação do psicopedagogo é intervir junto aos agentes educativos, não só professores que atuarão com essa turma na sala de aula, mas todos os envolvidos como direção, monitores, inspetores e outros profissionais, usando de uma orientação psicopedagógica, que pode acontecer através de reuniões mensais.
As reuniões mensais não devem ser individuais, mas com o grupo, favorecendo a troca de informações e possibilitando uma maior compreensão dos problemas enfrentados pela sala. O apoio dado não deveria ocorrer através da descrição individual de cada aluno, visando evitar a criação de rótulos, por fim desestimulando os professores.
Segundo Almeida (2009) “Portanto, é relevante que o professor conheça o processo da aprendizagem e esteja interessado nas crianças como seres humanos em desenvolvimento. Ele precisa saber o que seus alunos são fora da escola e como são suas famílias”.

Planejamento e medidas intervenção frente o diagnóstico realizado
Conforme Coêlho (2001) que apesar dos esforços que as escolas tradicionalmente oferecem para a solução dos problemas encontrados no processo de aprendizagem dos alunos, a escola, muitas às vezes não se dispõe a alterar o seu sistema de ensino e acolher o aluno que possui dificuldades necessidades.
O estudo psicopedagógico atinge plenamente seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem daquele aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender as necessidades de aprendizagem. Desta forma, o fazer pedagógico se transforma, podendo se tornar uma ferramenta poderosa no projeto terapêutico. (COÊLHO, 2001).
·         É preciso realizar uma entrevista com todos os envolvidos para a exposição dos motivos pelos quais as crianças não aprendem e consequentemente reprovam de ano. O processo de diagnóstico é real é verdadeiro para o caso em si. O sintoma deve ser percebido como algo que não está caminhando bem.
Conforme Oliveira (2009, p.72) “Normalmente, o sintoma ou a queixa, configura-se pela descrição da dificuldade de aprendizagem de um indivíduo ou de um grupo”.
Seguindo ainda Oliveira apud Simone Carlberg, que organizou um instrumento para essa observação, chamado de EOCMEA – Entrevista Operativa Centrada na Modalidade de Ensino Aprendizagem. Baseado no EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, desenvolvido por Visca.
Como o EOCMEA pode aproximar do objeto de estudo para perceber o que o grupo sabe e não sabe. Após toda etapa de investigação e estudo, vê-se a necessidade de fazer uma devolutiva a todos os envolvidos do que foi percebido e concluído.
·         Uma solução que pode ser considera, seria a introdução de uma professora de apoio, que auxiliaria a professora em suas atividades, inclusive fora do período escolar, mas no ambiente da escola.
Este procedimento atenderia para que os alunos com dificuldades voltassem para casa com todas as tarefas realizadas. A professora de apoio que, tem o papel de criar um forte vínculo de confiança com os alunos, os empolgando na realização da aprendizagem.
A teoria do vínculo criada por Pichon Reviére, já dizia que as pessoas se relacionam de acordo com seus modelos de vinculação. Sendo o vínculo uma estrutura psíquica, complexa e de caráter e responsabilidade social.
Paralelamente ao trabalho de orientação, a intervenção psicopedagógica também inclui os pais, que através de reuniões, poderão acompanhar o trabalho realizado pelos professores e o desenvolvimento dos seus filhos. Abandonando o papel de espectadores, assumiram a posição de parceiros, participando, opinando e cobrando. Incorporados realmente ao trabalho de equipe, com a função e responsabilidades dos pais bem definidas.
Consequentemente, treinar os professores para que atuem com dedicação e comprometimento com as crianças, proporcionando à eles, que na maioria possuem problemas familiares, um relação de apoio e preocupação. Acredito que o expor às crianças da importância dos estudos de uma maneira lúdica, onde os mesmo deixem de se sentirem excluídos, pelos colegas que “não repetem de ano”.
·         CONSIDERAÇÕES FINAIS
Coelho (2001) “Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, sobretudo quando os professores são especialistas nas suas disciplinas”.
Percebo que o psicopedagogo institucional diagnostica e conduz a equipe na resolução do conflito existente no ensino, na aprendizagem enas relações entre professores e alunos. Sendo assim o psicopedagogo tem um papel importantíssimo no contexto escolar, não apenas para fazer acompanhamento de casos, como para dar o apoio e a orientação aos professores e para servir de ponte de comunicação entre os envolvidos no contexto escolar.
Concordo com a colocação de Almeida (2009) que relata “A efetiva ação da Psicopedagogia tem se constituído num espaço plural e multidisciplinar, em busca do conhecimento articulado entre o psíquico e o cognitivo e as suas relações com a gênese da aprendizagem, objetivando trabalhar com os distúrbios de aprendizagem e a oferta de sugestões para a melhoria da qualidade do ensino”.
Concluo esse artigo reafirmando ainda mais a grande importância do psicopedagogo dentro de uma instituição educacional e sua intervenção por meio de medidas confiáveis e atualizadas que trazem o individuo a sua realidade. Proporcionando assim melhor qualidade no processo de ensino-aprendizagem desenvolvido entre alunos e professores.
·         REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Marjorie Calumby Gomes de. A psicopedagogia institucional frente ao desafio da inclusão escolar. Artigo publicado em 08.Dez.2009. Disponível em
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/artigos_marjorie_psicopedagogia_institucional.htm. Acesso em 04.01.2010 às 12:30:30
COÊLHO, Ana Silvia Borges Figueiral. A intervenção psicopedagógica na parceria com os professores. Artigo publicado em 02.Jan.2001. Disponível em <
http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=169:a-intervencao-psicopedagogica-na-parceria-com-os-professores&catid=10: psicopedagogia&Itemid=21> . Acesso em 11.12.2009 às 12:00:30
OLIVEIRA, Mari Ângela Calderari. Psicopedagogia: a instituição em foco. 1. ed. Curitiba: Ibpex, 2009. 187 p.
·         Publicado em 19/05/2010 15:15:00
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·         Simone dos Santos Antonio - Administradora de empresas, graduanda de psicologia e pós-graduanda de psicopedagogia: clínica e  Institucional. Sócia proprietária da empresa SIQUI Treinamento Empresarial. Docente do SENAC-SP de Mogi-Iguaçú.

omo o Psicopedagogo atua na Escola, no Consultório, Psicoprofilaticamente, e Sistematicamente

Podem ser muitas as razões que determinam o sucesso ou o fracasso escolar de uma criança, como: fatores fisiológicos, fatores psicológicos, mais precisamente de mobilização, condições pedagógicas e principalmente o meio sócio-cultural em que vive a criança.
A práxis psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. Pressupõe também a atuação tanto no processo normal do aprendizado como na percepção de dificuldades (diagnóstico) e na interferência no planejamento das instituições e no trabalho de re-educação (terapia psicopedagógica).
·         Vivenciar e construir projetos, buscando operar na prática clínica individual e grupal.
·         Desenvolver projetos institucionais, principalmente aqueles relacionados a escola.
·         Aprimorar a percepção de si mesmo e do outro, enquanto se individual, social e cultural e no seu papel de psicopedagogo.

Clínica

Diagnostica, orienta, atende em tratamento e investiga os problemas emergentes nos processos de aprendizagem. Esclarece os obstáculos que interferem para haver uma boa aprendizagem. Favorece o desenvolvimento de atitudes e processos de aprendizagem adequados.
Realiza o diagnóstico-psicopedagógico, com especial ênfase nas possibilidades e perturbações da aprendizagem; esclarecimento e orientação daqueles que o consultam; a orientação de pais e professores, a orientação vocacional operativa em todos os níveis educativos.
A psicopedagogia no campo clínico emprega como recurso principal a realização de entrevistas operativas dedicadas a expressão e a progressiva resolução da problemática individual e/ou grupal daqueles que a consultam.

Institucional

A Psicopedagogia vem atuando com muito sucesso nas diversas Instituições, sejam escolas, hospitais e empresas.
Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças, também psicoprofilaticamente.
A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos humanos, que mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade.

Na Argentina e na França (Pólos Culturais), este trabalho já vem sendo desenvolvido há anos, tendo o psicopedagogo papel indispensável nas equipes multidisciplinares destas instituições.
Ana Maria Muniz, Alícia Fernàndez e Sara Pain são grandes exemplos do quanto a psicopedagogia Institucional vem colaborando dentro destas Instituições.

A aprendizagem não só objetiva a criança ou adolescente, mas o adulto e profissionais na integração e reintegração grupal.
Inspirando-nos em Pichon, um dos que se preocupou com a questão "GRUPO", verificaremos a importância de se trabalhar estas instituições: "a aprendizagem é uma apropriação instrumental da realidade para transformar-se e transformá-la. Essa apropriação possibilita uma intervenção que gera mudanças em si, e no contexto que se dá. Caracteriza-se também, por ser uma adaptação ativa, constante na realidade. Implica, portanto, em estruturação, desestruturação e reestruturação. Isso gera tensão a qual necessita não apenas ser descarregada, mas revitalizada, renovada, enriquecida.
Partindo da Teoria do Vínculo de Pichon-Rivière, a investigação deveria se dar em três dimensões: individual, grupal, institucional ou sociedade, que nos permitiria três tipos de análise: Psicossocial - que parte do indivíduo para fora; Sociodinâmica - que analisa o grupo como estrutura; e Institucional - que toma todo um grupo, toda uma instituição ou todo um país como objeto de investigação.
O trabalho do psicopedagogo se dá numa situação de relação entre pessoas. Não é uma relação qualquer, mas um encontro entre educador e educando, em que o psicopedagogo precisa assumir sua função de educador, numa postura que se traduz em interesse pessoal e humano, que permite o desabrochar das energias criadoras, trazendo de dentro do educando capacidades e possibilidades muitas vezes desconhecidas dele mesmo e incentivando-o a procurar seu próprio caminho e a caminhar com seus próprios pés.
O objetivo do psicopedagogo é o de conduzir a criança ou adolescente, o adulto ou a Instituição a reinserir-se, reciclar-se numa escolaridade normal e saudável, de acordo com as possibilidades e interesses dela.

Psicoprofilático

Estuda e cria condições para uma melhor aprendizagem individual e grupal nas instituições educativas ou em situações de aprendizagem ( nível individual, grupal, institucional e comunitário ).
Compreende a investigação, o assessoramento e o planejamento do aprendizado; o assessoramento em equipes interdisciplinares referentes a educação e/ou à saúde mental, a difusão comunitária de temas de sua especialidade, aulas de cursos de capacitação; cursos de orientação a pais; treinamento de professores de todos os níveis.

Sistemática

Intervem na investigação e planejamento das aprendizagens, segundo níveis evolutivos ou as características psicológicas de quem aprende. Escolha e assessoramento de metodologias que ajustem a ação educativa nas bases psicológicas da aprendizagem.
Assessoramento institucional de projetos de aprendizagem.

A palavra chave "COMPREENSÃO".

 O que é Psicopedagogia?

Todos nós aprendemos de forma diferente, uns aprendem mais rápido, outros mais devagar, uns são mais visuais, outros auditivos, por exemplo. Há também diferentes formas de ensinar. Os atos de aprender e ensinar estão tão interligados que não é possível mais separá-los dentro do processo educacional.
Como se aprende/ensina? Porque alguns aprendem outros não? Qual a origem da dificuldade em aprender determinado conteúdo/habilidade? São algumas das perguntas feitas pela Psicopedagogia. Seu objeto de estudo são os atos de aprender e ensinar, levando em conta o ser que aprende, ensina, modifica e é modificado, em sua singularidade.
A Psicopedagogia surge da necessidade de compreender o processo educacional de uma maneira interdisciplinar, buscando para este desafio fundamentos na Pedagogia, na Psicologia e em diferentes áreas de atuação. Podem ser muitas as razões que determinam o sucesso ou o fracasso escolar de uma criança, como: fatores fisiológicos, psicológicos, sociais ou pedagógicos.
A Psicopedagogia Clínica busca investigar as possíveis dificuldades no processo educacional - observando os aspectos físicos, sociais, emocionais e cognitivos - e intervir de modo a remover ou minimizar as barreiras que impedem ou dificultam a aprendizagem. O Psicopedagogo realiza entrevistas, avaliações, atividades lúdicas e diferentes instrumentos para identificar estas barreiras. Ele intervém orientando os pais, os professores e ajuda o próprio indivíduo (ou grupo) a conhecer seus mecanismos de aprendizagem, entendendo-o como sujeito ativo e protagonista deste processo.
A psicopedagogia como promovedora de resiliência
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Sempre estivemos em contato com a resiliência, mas ainda não havíamos percebido este fenômeno que tem sido estudado por especialistas de diversas áreas.
A humanidade sempre passou por tragédias que marcaram suas vidas, tais como morte dos pais ou de filhos, perda da casa por incêndio ou deslizamentos, guerras, acidentes, separação dos pais ou do cônjuge, abuso sexual, estupro, dentre outros. Muitas pessoas que passaram por algumas destas situações conseguiram refazer a sua vida e seguir em frente ao invés de ficarem se lamentando inertes, tornarem-se usuários de drogas e álcool ou mesmo chegar ao extremo de cometerem suicídio. A estas pessoas denominamos de resilientes.
Resiliência é um termo emprestado da engenharia e da física que é definida nestas áreas como a capacidade de um corpo físico superar uma pressão voltando ao seu estado original sem ser alterado.
Na área de humanas este conceito teve uma reinterpretação significando a capacidade que o indivíduo tem de, ao passar por determinada situação dolorosa, seja em grupo ou individualmente, conseguir se sair bem. Neste caso ele não voltaria ao seu estado anterior, mas sairía melhorado. As pessoas resilientes conseguem superar estas dificuldades sem se desesperar ou perder a cabeça. Elas conseguem pensar mesmo sob enorme pressão buscando soluções para suas dificuldades.
Estas pessoas têm sido o grande alvo das empresas, que estão preferindo contratar e conservar funcionários que saibam lidar com pressões e frustrações sem se deixarem abater. Nestas empresas há cada vez menos espaço para pessoas que se lamentam e se queixam. Eles vêem este comportamento como contagioso e não vêem vantagem em mantê-las.
As empresas estão valorizado ainda mais pessoas que conseguem atravessar obstáculos de forma flexível, sem perder a cabeça. Valorizam o bom humor, o otimismo, a confiança observando que estes comportamento também são contagiosos, mas de forma positiva e é isto que buscam.
O resiliente dentro de uma empresa não se deixa abater, não desiste, está sempre em busca de novas soluções procurando entender onde errou e acertar em cima deste erro.
Resilientes dizem que têm buscado no auto conhecimento o equilíbrio necessário para aprenderem a transformar emoções negativas em positivas. Afirmam também que o trabalho voluntário é um ótimo aprendizado na medida que observam pessoas em situações piores que as suas e mesmo assim ainda são capazes de sorrir.
Entretanto, para que haja resiliência não basta que somente a pessoa seja forte o suficiente para aguentar pressões. Um elástico, mesmo sendo flexível, sob pressões inadequadas demora, mas um dia se rompe. A instituição precisa criar condições para que seus funcionários sitam-se bem onde estão trabalhando e sintam-se úteis.
Koshiro Otani diz que:
“É preciso que os funcionários estejam felizes no desempenho de suas funções. A felicidade é diretamente proporcional ao respeito que a empresa dedica à dignidade dos seus colaboradores. Em outras palavras, organizações que em sua essência, desconsideram a dignidade dos seus funcionários, jamais terão pessoas resilientes em seu quadro”.
Isto também se aplica aos alunos. Não teremos alunos resilientes se estes não forem respeitados, não tiverem a oportunidade de errar e alguém lhes dizer que errar é normal e que é uma forma de aprendizagem, se não forem olhados como sujeitos em processo de formação de caráter e identidade à medida que se desenvolvem e amadurecem.
“Trabalhar no sentido de criar um ambiente agradável e livre de tensões na sala de aula. O aluno precisa aprender a ser feliz na escola, descobrir o prazer de aprender e de fazer as suas atividades bem-feitas, aprender que é permitido errar e que o erro nos faz crescer. Não ter medo de descobrir, assumir e desenvolver a própria potencialidade” (BOMTEMPO, 1997, p.9).
O aluno que não se sente acolhido pelo professor tende a desenvolver antipatia por este e consequentemente não conseguirá lidar com as dificuldades porque não encontra apoio. Diante disto muitos desistem no meio do caminho.
A afetividade é primordial para um bom equilíbrio mental, desenvolvendo a competência de aprender com as dificuldades e superá-las, desta forma também estamos desenvolvendo a resiliência neste ser.
O professor que não elogia e que só vê defeito no aluno taxando-o de inquieto, danado, perturbador, tende a desenvolver neste um sentimento negativo de incompetência e insegurança, baixando sua auto-estima, sentimento que inevitavelmente levará para a vida. Crianças que passam por estas situações possivelmente terão dificuldade em saber lidar com uma tragédia em sua vida. Poderá ser um sujeito não resiliente, já que isto não foi desenvolvido desde pequeno, pelo contrário, não teve alguém que pudesse ajudá-lo, e olhar para suas traquinagens como um pedido de ajuda ou carência afetiva.
Outra situação difícil para as crianças é saberem lidar com os apelidos por ser gorda, por ter orelhas de abano, por ser dentuça. São situações que poderão atingí-la profundamente tendo reflexos na sua aprendizagem, já que sua auto-estima tenderá a baixar. Devemos estar atento para as situações que incomodam a criança e desenvolver um projeto de boa convivência respeitando as diferenças.
O professor Haim Grunspum afirma que a resiliência pode ser desenvolvida e aquele que ajuda a desenvolvê-la é chamado de promovedor de resiliência. Pessoas que passam por catástrofes em conjunto ou sozinhos e recebem ajuda de promovedores poderão adiquirir resiliência como foi o caso da tragédia da derrubada das torres em Nova York onde as famílias, filhos, vizinhos passaram por uma promoção de resiliência tendo um grande sucesso.
Um promovedor seria portanto uma pessoa que consegue identificar que uma criança é hiperativa, dislexa, possui déficit de atenção, e que se propõe a ajudar seja ajudando em sala de aula da melhor forma possível, seja encaminhando para um especialista como um psicopedagogo.
O psicopedagogo pode ser um promovedor de resiliência ajudando o sujeito a desenvolver autonomia, independência, novas alternativas para resolução de situações, novas reflexões para suas atitudes, aprender a lidar com as frustrações, desenvolver a criatividade, aceitar e respeitar a si mesmo e aos outros.
Muitas crianças, principalmente as pequenas, não conseguem falar sobre o assunto somatizando e apresentando diversos sintomas desde queda de cabelos, dores de barriga, diarréia, constipação até amnésia parcial ou total, agressividade, que poderá refletir no baixo rendimento escolar.
É no contexto lúdico como o jogar, o brincar, o falar, o se expressar através de desenhos, pintura, modelagem, arte, dramatização, que o psicopedagogo estaria proporcionando à criança uma nova abordagem, uma reestruturação, uma reelaboração, buscando o entendimento e a superação da situação conflitante provocando a melhora no rendimento  escolar.
Os pais também exercem papel fundamental na ajuda à superação das dificuldades da criança. Dar afeto, compreensão, limites, dar oportunidades para desenvolver sua criatividade, oportunidades para se expressarem, auxiliar na sua autonomia, orientação religiosa, são ingredientes fundamentais para desenvolver resiliência.  Estarão, desta forma, promovendo resiliência em seus filhos preparando-os para no fututo saberem resolver problemas com bom equilíbrio emocional e saindo destes não deprimidos ou traumatizados, mas sim mais fortalecidos.
De acordo com Vicente (1995), a resiliência pode ser promovida através de três fatores:
1. Modelo de desafio – o sujeito consegue entender a dimensão do problema, o reconhecimento das possibilidades e enfrentamento, e o estabelecimento de metas para sua resolução;
2. Vínculos afetivos – aceitação incondicional do indivíduo enquanto pessoa, principalemente pela família;
3. Sentido de propósito no futuro – estabelecimento de metas, criação de objetivos, fé num futuro melhor.
Portanto, é essencial que o psicopedagoga promova a resiliência no sujeito, ajudando-o a elevar sua auto-estima. Quando a pessoa se valoriza ela é capaz de resistir aos embates buscando um sentido de continuidade da vida, de superar com mais facilidade os acontecimentos ruins. Ela deseja melhorar, cuidar de si e do outro, traçar objetivos, transformando suas experiência negativas em novas aprendizagens para tornar-se alguém melhor seja no campo pessoal, social ou profissional.
Provavelmente todos nós já passamos por alguma situação em que proferimos a velha frase: nunca imaginei que isto fosse acontecer comigo. É neste momento em que decidimos o que fazer de nossas vidas, nos lamentarmos ou tomar esta dificuldade, aprender com ela e seguir em frente.
Bibliografia:
GALIETA, Isabel Camilo. Resiliência, o verdadeiro significado in http://www.fae.edu/publicador/conteudo/foto/2082004Isabel%20Camilo%20Galieta.PDF
GRUNSPUN, Haim. Educação resiliente: um longo e bom caminho a percorrer. In abceducatio, ano 6, m 42, fevereiro/05.
MONTEIRO, Denise Schulthais dos Anjos et al. Resiliência e Pedagogia da presença: intervenção sócio-pedagógica no contexto escolar in http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam01.htm
VICENTE, Cenise Monte. Resiliência. Palestra proferida no Centro de Treinamento de Recursos Humanos de Ponte Formosa. Espírito Santo, 1996. in http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam01.htm
Publicado em 05/07/2005
Sobre a psicopedagogia


Simaia Sampaio

1. O que é a psicopedagogia?

A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e tratamento.

2. Quem são os psicopedagogos?


São profissionais preparados para atender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.

3. Onde atuam?

O psicopedagogo poderá atuar em escolas e empresas (psicopedagogia institucional), na clínica (psicopedagogia clínica).

4. Como se dá o trabalho na clínica?

O psicopedagogo, através do diagnóstico clínico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará instrumentos tais como, provas operatórias (Piaget), provas projetivas (desenhos), EOCA, anamnese.
Na clínica, o psicopedagogo fará uma entrevista inicial com os pais ou responsáveis para conversar sobre horários, quantidades de sessões, honorários, a importância da freqüência e da presença e o que ocorrer, ou seja, fará o enquadramento. Neste momento não é recomendável falar sobre o histórico do sujeito, já que isto poderá contaminar o diagnóstico interferindo no olhar do psicopedagogo sobre o sujeito. O histórico do sujeito, desde seu nascimento, será relatado ao final das sessões numa entrevista chamada anamnese, com os pais ou responsáveis.

5. O diagnostico é composto de quantas sessões?

Entre 8 a 10 sessões, sendo duas sessões por semana, com duração de 50 minutos cada.

6. E depois do diagnóstico?

O diagnóstico poderá confirmar ou não as suspeitas do psicopedagogo. O profissional poderá identificar problemas de aprendizagem. Neste caso ele indicará um tratamento psicopedagógico, mas poderá também identificar outros problemas e aí ele poderá indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso.

7. E o tratamento psicopedagógico?

O tratamento poderá ser feito com o próprio psicopedagogo que fez o diagnóstico, ou poderá ser feito com outro psicopedagogo.
Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção.
O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros.
Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem.
O profissional poderá ir até a escola para conversar com o(a) professor(a), afinal é ela que tem um contato diário com o aluno e poderá dar muitas informações que possam ajudar no tratamento.
O psicopedagogo precisa estudar muito. E muitas vezes será necessário recorrer a outro profissional para conversar, trocar idéias, pedir opiniões, ou seja, fazer uma supervisão psicopedagógica.

8. Como se dá o trabalho na Instituição?

O psicopedagogo na instituição escolar poderá:

- ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;
- ajudar na elaboração do projeto pedagógico;
- orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;
- realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;
- encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;
- conversar com os pais para fornecer orientações;
- auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;
- Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.

9. O que é fundamental na atuação psicopedagógica?

A escuta é fundamental para que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.
O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc.
E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais completa estas crianças ou adolescentes já tão criticados por não corresponderem às expectativas dos pais e professores.


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