quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017


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INCLUINDO A EDUCAÇÃO DO CAMPO EM ESCOLAS DE ASSENTAMENTOS RURAIS ATRAVES DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES
Juberlane de Oliveira Santos (1); Risolene Carmem dos Santos (1); Maria do Socorro Xavier Batista (3).
Centro de educação/Departamento de Fundamentação da Educação/PROLICEN




Resumo: A intenção desse artigo é apresentar o projeto intitulado “Incluindo a educação do Campo em Escolas de Assentamentos Rurais Através da formação Continuada de Educadores”. O projeto vem promovendo atividade de estudos e pesquisa-ação, através de uma ação educativa na Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Tiradentes, localizada no assentamento Tiradentes, no município de Mari, na Paraíba. Os principais objetivos do projeto são: contribuir para a inserção da Educação do Campo no projeto político e pedagógico da escola; promover oficinas pedagógicas para contribuir para a formação continuada de professores do ensino fundamental; oportunizar estudos sistemáticos sobre a Educação do campo e realizar atividades teórico-metodológicas a partir de oficinas pedagógicas, considerando as necessidades e dificuldades dos educadores e dos educandos. Para alcançar os objetivos propostos a metodologia deste trabalho envolveu pesquisa e extensão fundamentado-se no paradigma qualitativo da pesquisa-ação e valeu-se de vários procedimentos, como o uso de oficinas pedagógicas com os professores e com a comunidade local envolvendo os temas geradores agricultura familiar e agrotóxicos versus agricultura orgânica.



Palavras-chave: educação do campo, formação de educadores, educação popular.
                                                                            


Introdução

O projeto que ora apresentamos foi apoiado pela Pró-Reitoria de Graduação, através do Programa de Apoio às Licenciaturas – PROLICEN, teve início em abril de 2009.  Os principais objetivos do projeto são: contribuir para a inserção da Educação do Campo no projeto político e pedagógico da escola; Promover oficinas pedagógicas para contribuir para a formação continuada de professores do ensino fundamental; Oportunizar estudos sistemáticos sobre a Educação do campo e realizar atividades teórico-metodológicas a partir de oficinas pedagógicas, considerando as necessidades e dificuldades dos educadores e dos educando. Buscando refletir sobre os problemas e desafios da educação do campo e da formação continuada de professores incorporada às idéias do movimento “Por uma Educação Básica do Campo” e responder aos questionamentos postos sobre essa problemática instigada no objeto de estudo.
Tal proposta teve a pretensão de contribuir para a prática docente em sala de aula como também para a construção do projeto político e pedagógico da escola e para a melhoria do processo ensino-aprendizagem que nela se efetiva, através de uma ação de formação continuada através de oficinas pedagógicas. Atuar na formação de educadores e técnico-administrativos da escola, buscando efetivar os princípios da Educação do Campo defendidos pelo movimento “Por uma Educação do Campo” empreendido por uma articulação que envolve diversos movimentos sociais do campo, os quais foram contemplados no Parecer CNE/CEB 36/2001 e da Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002 que instituem as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas escolas do Campo.
Esse projeto se situa numa perspectiva de Educação do campo que se afirma como um paradigma de educação, a partir da articulação nacional dos movimentos sociais e sindicais de trabalhadores e trabalhadoras rurais, de diferentes entidades e de organização que realizaram em 1998 a 1ª Conferencia de Nacional “Por Uma Educação Básica do Campo”, momento em que buscam discutir e propor políticas de educação que atenda as especificidades dos diferentes sujeitos que vivem no e do campo, ressaltando a diversidade de culturas, de saberes suas memórias e historias. A educação do campo parte da necessidade de se construir outra noção do espaço rural, superando a bipartição que encara o espaço urbano como avançado e as áreas ocupadas pelos camponeses como atrasadas e traz o desejo de reconhecer e valorizar a especificidade da vida e das relações sociais e culturais. Portanto educação no campo não salienta apenas o lugar, mas seus sujeitos e suas práticas. Conforme esclarece Caldart (2004, p.26).
Uma educação que seja no e do campo. No: O povo tem direito a ser educado no lugar onde vive; Do: O povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com sua participação vinculada á sua cultura e ás suas necessidades humanas e sócias.
Os estudos sobre a Educação do Campo refletem sobre  o papel da educação na formação da identidade dos sujeitos do campo e a noção de identidade, vinculada aos elementos dos saberes dos camponeses. Segundo as Referências a identidade da escola do campo é definida a partir dos sujeitos sociais a quem se destina: agricultores/as familiares, assalariados/as, assentados/as, ribeirinhos, caiçaras, extrativistas, pescadores, indígenas, remanescentes de quilombos, enfim, todos os povos do campo brasileiro. (REFERENCIAS p. 35)
O conceito de identidade social pode ser  entendido como “um conjunto de imagens e símbolos compartilhados por um conjunto de sujeitos, correspondendo a uma representação coletiva que tem na linguagem um componente fundamental”. (BATISTA, 2007, p.179). Batista destaca também outro elemento significativo da Identidade que é o sentimento de pertença a um grupo, movimento social, ou categoria social.(p.180).
A educação do campo também se propõe a afirmar o pertencimento dos camponeses à uma comunidade como aparece no documento Referencias para uma política de Educação do Campo, do MEC “(...) Pertencer significa se reconhecer como integrante de uma comunidade e um sentimento que move os sujeitos a defender as suas idéias, recriar formas de convivência e transmitir valores de geração a geração (REFERENCIAS p. 36). Batista (2007, p.176) destaca alguns elementos que embasam a construção de um paradigma de educação construído pelos sujeitos coletivos:

a busca de uma identidade política de movimento e de classe pelo conceito de camponês, como elo entre os diversos sujeitos envolvidos na luta pela terra e no trabalho no campo; a terra como instrumento de vida, de cultura, de produção; o trabalho camponês como princípio educativo; a valorização da cultura camponesa, da experiência de vida dos sujeitos do campo; a educação como instrumento intrínseco ao projeto de sociedade e de desenvolvimento que defendem.

Foi em consonância com essas idéias que esse projeto buscou desenvolver as atividades de formação continuada com os educadores e com a comunidade do Assentamento.

Descrição Metodológica

Entendendo, de acordo com Minayo (1994), que a metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade, para alcançar os objetivos propostos no projeto destacamos que o processo metodológico tomou como embasamento teórico as idéias da educação do campo defendidas pelos movimentos sociais e pelos educadores e pesquisadores que comungam com essas idéias e adotou  o paradigma qualitativo da pesquisa-ação, a qual de acordo com Grittem et all (2008, p.2) “é considerada um modelo de pesquisa associada a diversas formas de ações coletivas, orientadas para a resolução de problemas ou com objetivo de transformação”. O processo de pesquisa envolveu uma reflexão-ação coletiva envolvendo a comunidade escolar e a do assentamento, através da associação dos assentados.
Entendemos nossa opção como pesquisa-ação crítica, de acordo com conceituação de  Franco (2005, p. 485),
se essa transformação é percebida como necessária a partir dos trabalhos iniciais do pesquisador com o grupo, decorrente de um processo que valoriza a construção cognitiva da experiência, sustentada por reflexão crítica coletiva, com vistas à emancipação dos sujeitos e das condições que o coletivo considera opressivas, essa pesquisa vai assumindo o caráter de criticidade.

Essa opção metodológica se deu porque o projeto envolveu pesquisa e extensão fundamentadas e valeu-se de vários procedimentos, como o uso de oficinas pedagógicas com os professores com temas sugeridos por eles; palestras com a participação da comunidade local.  Além destes contamos com outros procedimentos como observação participante e sistemática na sala de aula realizada pelas alunas-bolsistas autoras deste relatório, questionário com os professores, levantamento bibliográfico e uma revisão teórica acerca das temáticas envolvidas no objeto de estudo desta pesquisa através de estudo e análise de textos, de documentos, dissertações, periódicos e artigos da Internet, os quais discorreram sobre a temática educação popular, movimentos sociais, formação e ação docente buscando identificar, relacionar, analisar o tema, avaliar, propor e realizar ações junto às professoras das escolas com vistas à melhoria da ação docente e a melhoria da educação. 
Assim as oficinas se caracterizaram como intervenções nas práticas educativas/formativas dos educadores e contribuíram para a formação desses agentes possibilitadores da transformação da realidade do assentamento. Para tanto, foram pautadas nas teorias e nos documentos que fundamentam a prática da Educação do Campo. Cada oficina tinha 8 horas de duração, dividindo-se a metade do tempo em discussões problematizadoras da realidade e discussões teóricas e a outra metade em atividades de planejamento baseadas nos temas geradores que foram sendo propostos pelos próprios educadores e corpo docente da escola em questão. A luta da Educação do Campo busca desconstruir a escola que desqualifica e ignora os saberes construídos, da vivencia diária de seus educando, excluindo os saberes populares.
“Conhecimento, todas as pessoas posuem e podem construir. Sendo assim, a escola precisa levar em conta os conhecimentos que os pais, os/as alunos/as, as comunidades possuem, e resgatá-los dentro da sala de aula num diálogo permanente com os saberes produzidos nas diferentes áreas de conhecimento. Tais conhecimentos precisam garantir elementos que contribuam para uma melhor qualidade de vida. Os vários saberes não têm fins em si mesmo, eles são instrumentos para intervenção e mudança de atitudes dos vários segmentos neste processo de renovação.” (BRASIL, 2004, p.37).
Assim, a concepção de educação que fundamenta o projeto insere-se no paradigma da Educação do Campo (EC) e nas teorias de Paulo Freire, pioneiro da Educação Popular que trouxe elementos fundamentais para a educação do campo. A contribuição do pensamento e da prática educativa de Paulo Freire pode ser percebida nos princípios defendidos pela EC tais como: educação para a formação humana unilateral, vínculo entre educação e política especialmente com a classe trabalhadora oprimida, o respeito à cultura e aos saberes dos educandos como instrumento de compreensão crítica da realidade social, econômica, política e cultural; educação como instrumento para a libertação e a autonomia dos sujeitos, com vistas à construção de uma sociedade emancipada, para além do capitalismo opressor.

Resultados

Foram realizadas nesse período cinco Oficinas Pedagógicas envolvendo os temas Agricultura Familiar e Agrotóxicos os quais foram definidos a partir das sugestões que foram feitas pelos pais, na pesquisa realizada pelos professores e alunos da escola, buscando fazer um levantamento da produção agricultura familiar dos assentados, da qual sobressaíram os temas: agrotóxicos, drogas.
Os temas geradores agricultura familiar e agrotóxico foram trabalhados fazendo um contraponto com a orgânica.

1) Oficina Pedagógica em Maio de 2009 –Água e Agricultura familiar
Primeiro momento discussão sobre a importância água para a agricultura Familiar. Foram identificados algumas questões que poderiam ser trabalhadas em sala de aula com os alunos: relação da água  da chuva com a agricultura e os produtos que são cultivados no assentamento.  Qual a quantidade de água necessária para cada cultura. Estudar a origem da água do assentamento, estudar as componentes da água. Convidar técnico que atende ao assentamento para analisar a água existente.
Após a discussão nos grupos foram sugeridas várias atividades a serem realizadas com os alunos: Potencialidade hídrica do assentamento, identificar poços, açudes, cacimbas. Utilização e conservação da água: consumo humano, animal e atividades agrícolas. Formas de poluição da água: lixo, lavagem de roupa, banho de animais, dejetos, fossas. Conseqüências das águas não tratadas. Analisar a água com microscópio.  Doenças transmitidas através da água. Utilidades da água, uso na agricultura. Montar um filtro (com pedras e areis) em um vidro transparente, ou garrafa pet. Fazer estudo para identificar a localização e a distância entre a fossa e o poço. Necessidade de cuidar e tratar da água do poço. Fontes de água naturais e artificiais. Executar experiências em sala de aula. Realizar palestra com a comunidade. Elaborar gráfico mostrando a quantidade de água doce, salgada e em forma degelo.

2) Oficina Pedagógica em 31 de julho de 2009 -Agricultura familiar
No primeiro momento, pela manhã, foi efetivada uma avaliação do trabalho que vem sendo desenvolvido e um levantamento sobre os temas a serem trabalhados  e a apresentação do resultado da tabulação do questionário sobre agricultura familiar.
Os resultados do questionário sobre a agricultura familiar constaram das seguintes questões referentes aos perfil da família: constituição do pai, da mãe, dos filhos e aos demais membros da família, residentes na residência. Outras questões buscavam identificar a ocupação, a faixa etária, nível de escolaridade. Quanto aos aspectos relacionados com a produção buscou-se identificar os manejos para conter as pragas das plantações, os tipos de adubo utilizados para fortalecer o solo, os principais problemas ou dificuldades encontrada na plantação, quais as dificuldades ou problemas para a comercialização da produção, quais os tipos de produção e plantação que eles tem e a quantidade produzida. E, por último foram solicitadas sugestões de assuntos que a escola deveria discutir em sala. O questionário foi respondido pelos pais dos alunos, com o intuito de conhecer a realidade do assentamento.
No segundo momento, à tarde foi feita uma discussão em grupo com a participação dos professores e o gestor da escola com intuito planejar atividades a serem realizadas na escola com os alunos. A partir dos resultados do questionário foram pensadas atividades envolvendo: identificação de medidas utilizadas na produção da agricultura, pelos assentados: hectares, braça, talhão, cubo, metro, centímetro, entre outros. Foram sugeridas atividades envolvendo comparação de medidas, diferenciação e transformação de uma medida para outra, adição e subtração usando sementes. Identificar os produtos produzidos e desenvolver produção de textos envolvendo as palavras e as letras dos nomes dos produtos produzidos.


3) Oficina pedagógica em 18 de setembro-Agrotóxico versus agricultura orgânica.
O objetivo dessa oficina era discutir e problematizar o uso de agrotóxico na agricultura familiar, com os assentados e com os professores e o gestor da escola. Este tema foi definido porque na pesquisa identificou-se que 85,71 dos camponeses usam agrotóxicos nas suas produções, além de a área ser atingida pela utilização nas áreas vizinhas que produzem cana-de-açúcar e abacaxi nas redondezas.  Para trabalhar esse tema buscou-se o apoio de um técnico da EMATER, a partir da articulação de Ivanalda Di Lorenzo, aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação que trabalha na instituição como extensionista.
No período da manhã ocorreu uma palestra com um técnico da EMATER, com a participação dos professores sobre o uso de agrotóxico e os Equipamentos Proteção Individual que devem ser utilizados por quem trabalha com agrotóxicos. O tema foi apresentado a partir de um vídeo que aborda ;;;; Após a palestra ocorreu à discussão com os professores como incorporar o agrotóxico como conteúdo em sala de aula. Foram sugeridas pelos professores várias possibilidades de se trabalhar esse tema com os alunos. Inicialmente suscitar dos alunos os conhecimentos que eles já tem sobre o tema buscando identificar o significado de agrotóxico para as crianças e a partir daí identificar os aspectos positivos e negativos do uso dos agrotóxicos. Buscar levantar os tipos de agrotóxicos que eles conhecem e que já viram os pais usar.
No segundo momento, à tarde, ocorreu a discussão sobre essa mesma temática com a comunidade juntamente com os professores, enfatizando o quanto o uso de agrotóxico e era prejudicial não só ao solo, mas também a sua saúde. A partir desse

4) Oficina pedagógica em 04 de outubro de 2009 - Agrotóxico versus agricultura orgânica.

Este tema desenvolvido nessa oficina foi dirigida aos assentados para discutir o uso e os cuidados com uso de agrotóxicos e surgiu em virtude de que a maioria da população do assentamento faz uso de agrotóxicos na agricultura e a comunidade também é atingida pela pulverização aérea de agrotóxicos feita na lavoura de cana-de-açúcar de uma fazenda vizinha.  A oficina ocorreu num domingo aproveitando a reunião da associação do assentamento. No primeiro momento foi feita uma breve introdução sobre a importância da participação da comunidade para um melhor desenvolvimento do assentamento. Depois foi realizada uma dinâmica em que foram divididos dois grupos que tinham como tarefa conduzir um “barco” (faixa de cartolina) com o objetivo de atravessar um trecho de aproximadamente um metro, sem que nenhum participante caísse ou colocasse o pé no chão.  Os integrantes desenvolveram uma estratégia para alcançar o objetivo até um ponto determinado sem rasgar nem abandonar nenhum participante. Foram divididos 02 grupos contendo 05 integrantes em cada.
No segundo momento formaram-se três grupos para fazer um diagnostico da comunidade e relatarem em cartazes.
O primeiro grupo desenvolveu um mapa da comunidade: os participantes desenharam o assentamento com todos os equipamentos existentes (casas, escola, igreja, ruas, posto de saúde, sede da associação).
O segundo grupo construiu um mapa destacando os recursos naturais: participantes desenharam todos os recursos naturais que compõem o assentamento (bicas, açudes, arvores, animais, reservas ambientais, plantas). E o terceiro grupo elaborou um Diagrama de VEEN, no qual se apresentavam os parceiros do assentamento que estivessem mais próximos em ordem crescente foram apresentados os parceiros:  Escola, Banco do Nordeste, Incra, Séc. da Saúde, Séc. da Educação, Emater, MDA, rádio comunitária, Sec. do Urbanismo, UFPB, Séc. da Ação Social, MST, Sebrae, Prefeitura Municipal e Sindicato dos Trabalhadores.
         Após a construção dos cartazes os grupos apresentaram resultados e foi elaboração uma relação destacando por ordem de prioridade os problemas detectados que deveriam ser alvo de novas oficinas com a comunidade..

Conclusão

Destacamos a necessidade do currículo das escolas da Educação do Campo incorporar temas que sejam significativos para os alunos e professores e toda a comunidade onde a escola está inserida, considerando o contexto de significados e que estejam interligados com a vida e a luta da comunidade local. Que o processo ensino-aprendizagem se dê através de uma práxis que vise transformar a realidade dos sujeitos envolvidos.
Com o foco desta pesquisa centrado em ações educativas voltadas para a formação de educadores da escola Tiradentes, tendo como meta principal a implementação de uma prática educacional diferenciada com vistas às proposições e concepções da Educação do Campo percebemos como a escola se torna dinâmica e envolvida com os problemas da comunidade.
Buscou-se unir o discurso e a prática, ação-reflexão, pelo trabalho e participação ativa de todos os envolvidos nesse processo, promovendo assim uma reflexão coletiva da práxis pedagógica da escola e da comunidade. Nesse processo tanto a equipe da universidade quanto comunidade geral e da escola tiveram ricos momentos de aprendizagem, de troca de saberes  possibilitados pelas reflexões e envolvimento de todos no processo. Pela possibilidade que todos tiveram de descobrir e desenvolver novas alternativas metodológicas e novas possibilidades de discussão, com vistas à encontrar alternativas para se desenvolver uma escola que promova reflexão e reavaliação de suas práticas pedagógicas.
Nas Oficinas tivemos a oportunidade de observar as condições pedagógicas e de infra-estrutura de funcionamento da escola, perceber as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos como sujeitos que dela participam. Destacamos que a educação é de fundamental importância para os sem-terra, não só na conquista dos seus direitos como trabalhadores rurais, mas também para que eles se tornem agentes de transformação do campo.
Assim, as oficinas se caracterizaram como intervenções nas práticas educativas e formativas dos educadores e contribuíram para a formação desses agentes possibilitadores da transformação da realidade do assentamento e de suas vidas.

Referências

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CALDART, Roseli Salete. Elementos para a construção de um projeto político e pedagógico da Educação do Campo. In: MOLINA, Mônica Castagna. JESUS, Sonia Meire Santos Azevedo de (org.). Contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo. Brasília, DF: Articulação Nacional “Por Uma Educação do Campo”, n. 5, 2004.
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DOSSIÊ, MST ESCOLA. Documentos e Estudos 1990-2001. Caderno de Educação Nº 13. ed. Especial.

GRITTEM, Luciana; MEIER, Marineli Joaquim; ZAGONEL, Ivete Palmira Sanson. Pesquisa-ação: uma alternativa metodológica para pesquisa em enfermagem. Texto contexto - enferm.,  Florianópolis,  v. 17,  n. 4, Dec.  2008 .   Available from . access on  31  Oct.  2009.  doi: 10.1590/S0104-07072008000400019.

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