terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Eliane Alves 
A neuropedagogia se atêm a um principio básico: COMO O CÉREBRO HUMANO APRENDE E COMO GUARDA ESTE APRENDIZADO. Com está concepção, extremamente ligada a neurociência, a neuropedagogia irá estudar e compreender o cérebro como propulsor do aprendizado e levar isto para a escola considerando acima de tudo os métodos e metodologias que irão interferir de forma significativa para o verdadeiro APRENDER.


Ensinar requer compreensão de como fazê-lo e vai muito além do incansavel bla-bla-bla de sala de aula. Poderíamos acrescentar que a capacidade de aprender, de ser inteligente esta ligada ao prazer que a conquista do conhecimento pode proporcionar, principalmente quando este conhecimento é produzido pelo próprio educando. Isto nos leva a supor que o nível de emoção no momento do aprender interferiria no resultado final do processo.O cérebro é o órgão por excelência da inteligência. Neste caso se queremos compreender como ocorrem os processos intelectivos, precisamos compreender os mecanismos cerebrais responsáveis pela aprendizagem, O cérebro esta dividido em três partes fundamentais: o hipotálamo, o sistema límbico e o córtex.


O Hipotálamo é um pequeno órgão, localizado na base do Crânio que controla as funções de sobrevivência. Ali reside o centro da fome, da saciedade, da sede, do impulso sexual; O Sistema Límbico tem a função de prover o individuo de emoções, é denominado como a casa dos sentimentos. É responsável pelo equilíbrio ou desequilíbrio emocional do ser humano, responsável pela produção das sensações ligadas aos processos emotivos. O Córtex é responsável por três tarefas: o controle dos movimentos do corpo, a percepção dos sentidos e o pensamento.

A maior parte das transformações no cérebro ocorre nos primeiros 6 anos de vida. Como a criança nasce com mais neurônios do que vai precisar na vida adulta, nesse período ocorre o que é chamedo de "poda" cerebral, pelos neurocientistas, nesta fase as sinapses mais integradas ao sistema sobrevivem enquanto as menos utilizadas são eliminadas. Do primeiro ao quinto ano de vida, são eliminadas cerca de 100 mil conexões por segundo.

Esta porém, não é a única revolução que se passa no cérebro, nessa época. Abrem-se também as "janelas" de oportunidades, que é um período fértil de aprendizado de certas habilidades, levando em consideração a faixa etária de cada individuo é claro. Tudo tem uma idade e uma medida certa para ocorrer. A criança de 2 anos por exemplo, está na fase sensório motora que é a melhor fase para se desenvolver os sentidos e os movimentos e não a lógica da abstração de simbolos gráficos.

Vale salientar que o aluno, sujeito da aprendizagem, é um ser social, afetivo, cognitivo e com um desenvolvimento motor, psicomotor e perceptivo a ser considerado. O ser humano é muito mas amplo, com fatores a serem conhecidos não só apenas na realidade do dia-a-dia escolar, mas no seu meio socio-cultural de uma aprendizagem que acontece na " hora da concepção deste SER".Sendo assim, deve-se levar em conta os 4 pilares definidores de estratégias para promover a verdadeira educação de qualidade visando sempre o desenvolvimento humano, são eles:
Aprender a Ser
Aprender a Conviver
Aprender a Fazer
Aprender a Conhecer 

A noção de educação como desenvolvimento humano define o objetivo maior da educação como a construção, pelas pessoas, de competências e habilidades que lhes permitam alcançar seu desenvolvimento pleno e integral. Os Quatro Pilares servem, em seu conjunto, como princípio organizador nesse processo de construção de competências e habilidades.

A neuropedagogia é uma ciência abrangente que norteia de forma completa as melhores considerações da aprendizagem humana. Suas intervenções são de grande valia não só para estimulos em crianças em desenvolvimento "normal", mas principalmente para aquelas com transtornos diversos que necessitam de um olhar mais apurado em seu tempo de aprendizagem, tendo em vista que todo ser humano aprende, não importando suas limitações.

"A Neuropedagogia, confirma a importância do papel do professor no processo de ensino/aprendizagem. Os estudos da área, sobre a memória e o sistema límbico (hipófise, amígdala e hipotálamo), apontam à motivação como um dos fatores essenciais no aprender, uma vez que para isso é necessário armazenar os conhecimentos e as experiências na memória. E essas são formadas inicialmente no hipocampo por meio de experiências com carga emocional." 
Naturalmente que não é suficiente o professor apresentar uma aula motivadora a seu aluno para que ele aprenda, existem outros processos e estratégias de ensino que aliadas favorecem o contexto, como a apresentação de conteúdos significativos, a relevância dos conhecimentos prévios desse aprendiz, a participação da vivência nas atividades e a oportunidade de rever os conceitos ensinados de maneiras diferenciadas.
"Ainda temos muito a caminhar no processo educacional. A Educação Formal precisa ser revista e sair do mecanicismo, conforme Fonseca (2007)¹ é preciso “ensinar o indivíduo a aprender a aprender, a aprender a pensar, a aprender a estudar, a aprender a se comunicar, e não apenas reproduzir e memorizar informações, mas, sim, desenvolver competências de resolução de problemas”. Seguindo no mesmo pensamento, Taricano (2009)² ressalta a importância do ensino da lógica e do conhecimento de técnicas apropriadas de acordo com o funcionamento cerebral para tornar a aprendizagem mais eficaz."
Eficácia esta que será extremamente relevante na vida de muitos que serão valorizados e aprenderão a se valorizar e a valorizar o outro, criando um ciclo importante na educação que saltara para o sucesso.

Bibliografia
Fonseca, V. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem.2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
Taricano, I. Neuropedagogia e Fundamentos da Aprendizagem. São Paulo: Instituto Saber, 2009 – Anotações da aula do Curso de Especialização em Neuropedagogia e Psicanálise.
Relvas, Marta Pires, Neurociências e transtornos da aprendizagem - As Multiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva - 3ª edição - Wak editora.
Para saber mais:
Fiori, N. As Neurociências Cognitivas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
Moraes, A. P O livro do Cérebro, 1, 2 e 3. São Paulo: Duetto, 2009 – ISBN 978-85-7902-041-4
Rotta, Newra Tllecha. Transtornos da Aprendizagem. Artmed, 2006.


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